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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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As habitações <strong>do</strong> planeta Júpiter<br />

única lei: o progresso por toda parte e para to<strong>do</strong>s, para o animal como para a planta, para a<br />

planta como para o mineral; progresso puramente material no início, nas moléculas<br />

insensíveis <strong>do</strong> metal ou <strong>do</strong> calhau, e mais e mais inteligente à medida que remontamos à<br />

escala <strong>do</strong>s seres e que a individualidade tende a se libertar da massa, a se afirmar, a se<br />

conhecer. - Pensamento eleva<strong>do</strong> e consola<strong>do</strong>r, se assim não fora jamais; porque prova que<br />

nada é sacrifica<strong>do</strong>, que a recompensa é sempre proporcional ao progresso alcança<strong>do</strong>; por<br />

exemplo, que o devotamento <strong>do</strong> cão que morre por seu senhor não será estéril para o seu<br />

<strong>Espírito</strong>, porque terá seu justo salário além deste mun<strong>do</strong>.<br />

É o caso <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s animais que povoam Júpiter; aperfeiçoaram-se ao mesmo tempo que<br />

nós, conosco e com a nossa ajuda. A lei é mais admirável ainda: ela faz tão bem <strong>do</strong> seu<br />

devotamento ao homem a primeira condição para a sua ascensão planetária, que a vontade<br />

de um <strong>Espírito</strong> de Júpiter pode chamar para si to<strong>do</strong> animal que, em uma das suas vidas<br />

anteriores, lhe haja da<strong>do</strong> provas de afeição. Essas simpatias que formam, no Mais Alto,<br />

famílias de <strong>Espírito</strong>s, agrupam também, ao re<strong>do</strong>r das famílias, to<strong>do</strong> um cortejo de animais<br />

devota<strong>do</strong>s. Por conseqüência, nosso apego neste mun<strong>do</strong> por um animal, o cuida<strong>do</strong> que<br />

tomamos para abrandá-lo e humanizá-lo, tu<strong>do</strong> isso tem a sua razão de ser, tu<strong>do</strong> isso será<br />

pago: é um bom servi<strong>do</strong>r que formamos antecipadamente para um mun<strong>do</strong> melhor.<br />

Será também um operário; porque aos seus semelhantes está reserva<strong>do</strong> to<strong>do</strong> trabalho<br />

material, toda tarefa corporal: far<strong>do</strong> ou alvenaria, semeadura ou colheita. E, para tu<strong>do</strong> isso, a<br />

Suprema Inteligência proveu por um corpo que participa, ao mesmo tempo, da superioridade<br />

da besta e da <strong>do</strong> homem. Isso podemos julgar por um esboço de Palissy, que representa<br />

alguns desses animais muito atentos a jogarem bolas. Eu não poderia melhor compará-los<br />

senão aos faunos e aos sátiros da Fábula; o corpo ligeiramente pelu<strong>do</strong> é todavia apruma<strong>do</strong><br />

como o nosso; as patas desapareceram em alguns para darem lugar a certas pernas que<br />

lembram ainda a forma primitiva, a <strong>do</strong>is braços robustos, singularmente liga<strong>do</strong>s e termina<strong>do</strong>s<br />

por verdadeiras mãos, se nelas considero a oposição <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s. Coisa bizarra, a cabeça, ao<br />

contrário, não é tão aperfeiçoada quanto o resto! Assim, a fisionomia reflete bem alguma<br />

coisa de humano, mas o crânio, mas o maxilar e, sobretu<strong>do</strong>, a orelha, nada têm que diferem<br />

sensivelmente <strong>do</strong> animal terrestre; fácil é, pois, distingui-los entre si: este é um cão, aquele<br />

um leão. Propriamente vesti<strong>do</strong>s com blusas e vestes muito semelhantes às nossas, não<br />

esperam mais <strong>do</strong> que a palavra para lembrarem, de muito perto, certos homens deste<br />

mun<strong>do</strong>; mas, eis precisamente o que lhes falta, assim como o que não poderiam fazer.<br />

Hábeis para se compreenderem entre si por uma linguagem que nada tem da nossa, não se<br />

enganam mais sobre as intenções <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s que os comandam; um olhar, um gesto<br />

bastam. A certos recursos magnéticos, <strong>do</strong>s quais nossos <strong>do</strong>ma<strong>do</strong>res de animais já têm o<br />

segre<strong>do</strong>, o animal adivinha e obedece sem murmurar, e o que é mais, de bom gra<strong>do</strong>, porque<br />

está sob o encanto. Assim é que se lhe impõe toda grande tarefa, e que com a sua ajuda<br />

tu<strong>do</strong> funciona regularmente de um extremo ao outro da escala social: o <strong>Espírito</strong> eleva<strong>do</strong><br />

pensa, delibera, o <strong>Espírito</strong> inferior aplica com a sua própria iniciativa, o animal executa. Assim<br />

a concepção, o emprego e o fato se unem numa mesma harmonia, e conduzem todas as<br />

coisas para seu fim mais próprio, pelos meios mais simples e mais seguros.<br />

Peço desculpas por esta digressão: era indispensável ao meu objetivo, que agora posso<br />

abordar.<br />

À espera das cartas prometidas, que facilitarão singularmente o estu<strong>do</strong> de to<strong>do</strong> o planeta,<br />

podemos, pelas descrições feitas pelos <strong>Espírito</strong>s, fazer-nos uma idéia de sua grande cidade,<br />

da cidade por excelência, desse foco de luz e de atividade que concordam em designar sob o<br />

nome, estranhamente latino, de Julnius.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/08e-as-habitacoes.html (3 of 8)7/4/2004 08:16:00

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