Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito
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Observações a propósito <strong>do</strong>s desenhos de Júpiter<br />
Observações a propósito <strong>do</strong>s<br />
desenhos de Júpiter<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Espírita</strong>, agosto de <strong>1858</strong><br />
Damos, com este número de nossa <strong>Revista</strong>, assim como anunciamos, um desenho de uma<br />
habitação de Júpiter, executada e gravada pelo senhor Victorien Sar<strong>do</strong>u, como médium, e a<br />
ele acrescentamos o artigo descritivo que consentiu nos dar sobre o assunto. Qualquer que<br />
possa ser, sobre a autenticidade dessas descrições, a opinião daqueles que poderiam nos<br />
acusar de nos ocuparmos com o que se passa nos mun<strong>do</strong>s desconheci<strong>do</strong>s, ao passo que há<br />
tanto a fazer na Terra, pedimos aos nossos leitores não perderem de vista que nosso<br />
objetivo, assim como o anuncia nosso título, é, antes de tu<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fenômenos, e<br />
que nesse ponto de vista nada deve ser negligencia<strong>do</strong>. Ora, como fato de manifestações,<br />
esses desenhos são, incontestavelmente, os mais notáveis, consideran<strong>do</strong>-se que o autor não<br />
sabe nem desenhar, nem gravar, e que o desenho que nos ofereceu foi grava<strong>do</strong> por ele à<br />
água-forte, sem modelo e sem ensaio preliminar, em nove horas. Supon<strong>do</strong> mesmo que esse<br />
desenho seja uma fantasia <strong>do</strong> <strong>Espírito</strong> que o traçou, só o fato de sua execução não seria um<br />
fenômeno de menor atenção, e, a esse título, cabe a nossa coletânea dar a conhecê-lo, assim<br />
como a descrição que, sobre ele, foi dada pelos <strong>Espírito</strong>s, não para satisfazer a vã curiosidade<br />
de pessoas fúteis, mas como assunto de estu<strong>do</strong> para pessoas sérias, que querem aprofundar<br />
to<strong>do</strong>s os mistérios da ciência espírita. Estar-se-ia em erro cren<strong>do</strong> que fazemos da revelação<br />
de mun<strong>do</strong>s desconheci<strong>do</strong>s o objeto capital da Doutrina; isso não será sempre, para nós,<br />
senão um acessório, mas um acessório que cremos útil como complemento de estu<strong>do</strong>; o<br />
principal será sempre, para nós, o ensinamento moral, e, nas comunicações de além-túmulo,<br />
procuramos sobretu<strong>do</strong> o que pode esclarecer a Humanidade e conduzi-la para o bem, único<br />
meio de assegurar sua felicidade neste mun<strong>do</strong> e no outro. Não se poderia dizer o mesmo <strong>do</strong>s<br />
astrônomos que, eles também, sondam os espaços e se perguntar em que pode ser útil, para<br />
o bem da Humanidade, saber calcular com uma precisão rigorosa a parábola de um astro<br />
invisível? Todas as ciências não têm, pois, um interesse eminentemente prático, e todavia<br />
não vem ao pensamento de ninguém tratá-las com desdém, porque tu<strong>do</strong> o que alarga o<br />
círculo das idéias contribui para o progresso. Ocorre o mesmo com as comunicações espíritas,<br />
mesmo quan<strong>do</strong> saem <strong>do</strong> círculo estreito da nossa personalidade.<br />
http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/08d-observacoes.html7/4/2004 08:15:57