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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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O <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r de Dibbels<strong>do</strong>rf<br />

colocan<strong>do</strong>-se ao acaso o de<strong>do</strong> sobre uma página, e perguntan<strong>do</strong> o n o . <strong>do</strong> trecho de melodia<br />

desconhecida <strong>do</strong> próprio interroga<strong>do</strong>r, logo uma série de golpes indicava perfeitamente o n o .<br />

designa<strong>do</strong>. O <strong>Espírito</strong> não fazia esperar a resposta, porque ela, imediatamente, se seguia à<br />

pergunta. Anunciava também quantas pessoas havia no quarto, quantas havia fora <strong>do</strong><br />

quarto, designava a cor <strong>do</strong>s cabelos, as roupas, a posição e a profissão <strong>do</strong>s indivíduos.<br />

Entre os curiosos se encontrava, um dia, um homem de Hettin inteiramente desconheci<strong>do</strong> em<br />

Dibbels<strong>do</strong>rf e há pouco residin<strong>do</strong> em Brunswick. Ele pergunta ao <strong>Espírito</strong> o local <strong>do</strong> seu<br />

nascimento e, a fim de induzi-lo em erro, cita-lhe um grande número de cidades; quan<strong>do</strong><br />

chegou no nome de Hettin, um golpe se fez ouvir. Um burguês astuto, cren<strong>do</strong> colocar o<br />

<strong>Espírito</strong> em erro, perguntou-lhe quanto tinha de pennings em seu bolso; e lhe foi respondi<strong>do</strong><br />

681, número exato. Disse a um pasteleiro quantas bolachas tinha feito pela manhã; a um<br />

negociante quantas varas de fitas havia vendi<strong>do</strong> na véspera; a um outro, a soma de dinheiro<br />

que tinha recebi<strong>do</strong>, na antevéspera pelo correio. Era de um humor bastante jovial, batia a<br />

medida que era desejada, e algumas vezes tão forte que o ruí<strong>do</strong> era ensurdece<strong>do</strong>r. À tarde,<br />

no momento da refeição, após a benedicite, ele bateu o Amém. Esse sinal de devoção não<br />

impediu que um sacristão, vesti<strong>do</strong> com uma grande roupa de exorciza<strong>do</strong>r, tentasse desalojar<br />

o <strong>Espírito</strong> de seu canto: a conjuração fracassou.<br />

O <strong>Espírito</strong> não recusava nada, e se mostrou bastante sincero em suas respostas ao duque<br />

reinante Charles e ao seu irmão Ferdinand, assim como às outras pessoas de menor<br />

condição. A história toma, então, um aspecto mais sério. O duque encarregou um médico e<br />

um <strong>do</strong>utor em direito para examinarem o fato. Os sábios explicaram as batidas pela presença<br />

de uma fonte subterrânea. Fizeram cavar a oito pés de profundidade e, naturalmente,<br />

encontraram água, ten<strong>do</strong> em vista que Dibbels<strong>do</strong>rf está situa<strong>do</strong> em um fun<strong>do</strong>; a água<br />

jorran<strong>do</strong> inun<strong>do</strong>u o quarto, mas o <strong>Espírito</strong> continuou a bater em seu canto habitual. Os<br />

homens de ciência creram, então, ser vítimas de uma mistificação e deram ao cria<strong>do</strong> a honra<br />

de torná-lo pelo <strong>Espírito</strong>, tão bem instruí<strong>do</strong>. Sua intenção, disseram, era seduzir a criada.<br />

To<strong>do</strong>s os habitantes da vila foram convida<strong>do</strong>s a permanecer com ele em um dia fixa<strong>do</strong>; o<br />

cria<strong>do</strong> foi preso, porque, segun<strong>do</strong> a opinião <strong>do</strong>s sábios, ele deveria ser o culpa<strong>do</strong>; mas o<br />

<strong>Espírito</strong> respondeu de novo a todas as perguntas. O cria<strong>do</strong>, reconheci<strong>do</strong> inocente, foi posto<br />

em liberdade. Mas a justiça queria um autor da má ação; acusou o casal Kettelhut pelo<br />

barulho <strong>do</strong> qual se lamentavam, se bem que fossem pessoas muito benevolentes, honestas e<br />

irrepreensíveis em todas as coisas, e tenham si<strong>do</strong> os primeiros a se dirigirem à autoridade,<br />

desde a origem das manifestações. Forçou-se, por meio de promessas e ameaças, uma<br />

pessoa jovem a testemunhar contra seus patrões. Em conseqüência, estes foram<br />

aprisiona<strong>do</strong>s, apesar das retratações ulteriores da jovem, e a declaração formal de que suas<br />

primeiras declarações eram falsas e lhe foram arrancadas pelos juizes. O <strong>Espírito</strong> continuou a<br />

bater, o casal Kettelhut nem por isso deixou de estar aprisiona<strong>do</strong> durante três meses, ao<br />

cabo <strong>do</strong>s quais são absolvi<strong>do</strong>s sem indenização, se bem que os membros da comissão<br />

tivessem assim resumi<strong>do</strong> seu relatório: 'To<strong>do</strong>s os meios possíveis para descobrir a causa <strong>do</strong><br />

ruí<strong>do</strong> foram infrutíferos; talvez o futuro nos esclareça a esse respeito." -O futuro ainda nada<br />

ensinou.<br />

O <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r se manifestou desde o começo de dezembro até março, época na qual<br />

cessou de se fazer ouvir. Voltou-se à opinião de que a criada, já incriminada, deveria ser a<br />

autora de to<strong>do</strong>s esses fatos; mas como pôde evitar as armadilhas que lhe estenderam os <strong>do</strong>is<br />

duques, os médicos, os juizes e tantas outras pessoas que a interrogaram?<br />

Nota. - Queren<strong>do</strong> se reportar à data em que se passaram as coisas que acabamos de narrar,<br />

e compará-las às que ocorrem em nossos dias, encontrar-se-á uma identidade perfeita entre<br />

elas, no mo<strong>do</strong> das manifestações e até na natureza das perguntas e das respostas. A<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/08c-o-espirito-bate<strong>do</strong>r.html (2 of 3)7/4/2004 08:15:55

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