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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Correspondência<br />

observai.<br />

O tolo nega sempre o que não pode compreender,<br />

Para ele o maravilhoso é despi<strong>do</strong> de atrativo;<br />

Não sabe nada, não quer nada aprender<br />

Tal é, <strong>do</strong> incrédulo, um fiel retrato.<br />

Eu me disse: O homem, evidentemente, é duplo, uma vez que a morte o des<strong>do</strong>bra; enquanto<br />

uma metade fica neste mun<strong>do</strong>, a outra vai para alguma parte conservan<strong>do</strong> a sua<br />

individualidade; portanto, o Espiritismo está perfeitamente de acor<strong>do</strong> com a Escritura, com o<br />

<strong>do</strong>gma, com a religião que crê de tal mo<strong>do</strong> nos <strong>Espírito</strong>s que exorciza os maus e evoca os<br />

bons: o Vade retro e o Veni Creator são as prova disso; portanto, a evocação é uma coisa<br />

séria e não uma obra diabólica, ou uma charlatanice, como pensam alguns.<br />

Sou curioso, não nego nada; mas quero ver. Nunca disse: Trazei-me o fenômeno, corri atrás<br />

dele, em lugar de esperá-lo em minha poltrona até que viesse, segun<strong>do</strong> um hábito ilógico. Fizme<br />

simplesmente este raciocínio, há mais de 40 anos, a propósito <strong>do</strong> Magnetismo: É<br />

impossível que homens muito respeita<strong>do</strong>s escrevam milhares de volumes para me fazer crer<br />

na existência de uma coisa que não exista. Depois tentei muito tempo e em vão, enquanto<br />

não tinha a fé em obter o que procurava; mas fui bem recompensa<strong>do</strong> pela minha<br />

perseverança, uma vez que cheguei a produzir to<strong>do</strong>s os fenômenos <strong>do</strong>s quais ouvi falar,<br />

depois parei durante quinze anos. Ten<strong>do</strong> sobrevin<strong>do</strong> as mesas, quis vê-las de coração limpo;<br />

vem hoje o Espiritismo, e ajo <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> alguma coisa de nova aparecia, corria<br />

atrás dela com o mesmo ar<strong>do</strong>r que me coloco para ir ao encontro das descobertas modernas<br />

de to<strong>do</strong>s os gêneros; é a curiosidade que me arrasta, e lastimo os selvagens por não serem<br />

curiosos, o que faz que permaneçam selvagens: a curiosidade é mãe da instrução. Sei bem<br />

que esse ar<strong>do</strong>r para aprender tem me prejudica<strong>do</strong> muito, e que se tivesse permaneci<strong>do</strong> nessa<br />

respeitável mediocridade que conduz às honras e à fortuna, delas teria ti<strong>do</strong> minha boa parte;<br />

mas, há muito tempo, eu me disse que não estava senão passan<strong>do</strong> nesta má hospedaria<br />

onde não vale a pena fazer sua mala; o que me fez suportar, sem <strong>do</strong>r, os insultos, as<br />

injustiças, os roubos <strong>do</strong>s quais fui uma vítima privilegiada, foi essa idéia de que não há, neste<br />

mun<strong>do</strong>, uma felicidade nem uma infelicidade que valha a pena dela se alegrar ou dela se<br />

afligir. Trabalhei, trabalhei, trabalhei, o que me deu a força para fustigar meus adversários<br />

mais encarniça<strong>do</strong>s, e manter o respeito <strong>do</strong>s outros, de mo<strong>do</strong> que sou agora mais feliz e mais<br />

tranqüilo <strong>do</strong> que as pessoas que me furtaram uma herança de 20 milhões. Eu os lamento,<br />

porque não invejo seu lugar no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s. Se lamento essa fortuna, não é por<br />

mim: não tenho um estômago para comer 20 milhões, mas pelo bem que isso me impediu de<br />

fazer. Que alavanca nas mãos de um homem que soubesse empregá-la utilmente! Que<br />

estímulo poderia dar às ciências e ao progresso! Aqueles que têm a fortuna, freqüentemente,<br />

ignoram as verdadeiras alegrias que poderiam se proporcionar. Sabeis o que falta à ciência<br />

espírita para se propagar com rapidez? Falta um homem rico, que a ela consagrasse a sua<br />

fortuna, por puro devotamento, sem mistura com o orgulho e o egoísmo; que fizesse as<br />

coisas grandemente, sem parcimônia nem pequenez; um tal homem, faria a sociedade<br />

avançar meio século. Por que me tiraram os meios de fazê-lo? Ele será encontra<strong>do</strong>; alguma<br />

coisa mo diz; honra a ele!<br />

Vi evocar uma pessoa viva; ela sentiu uma síncope até o retorno <strong>do</strong> seu <strong>Espírito</strong>. Evocai o<br />

meu, para ver o que vos direi. Evocai também o <strong>do</strong>utor Mure, faleci<strong>do</strong> no Cairo no dia 4 de<br />

junho; era um grande espiritista e médico homeopata. Perguntai-lhe se crê ainda nos<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/07g-correspondencia.html (3 of 6)7/4/2004 08:15:38

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