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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Uma nova descoberta fotográfica<br />

daguerreotipadas? Citamos isso como comparação, sem pretender a semelhança <strong>do</strong>s<br />

procedimentos. Assim, seria o perispírito <strong>do</strong> senhor Badet que, emanan<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo deste<br />

último, teria com o tempo, e sob o império de circunstâncias desconhecidas, exerci<strong>do</strong> uma<br />

verdadeira ação química sobre a substância <strong>do</strong> vidro, análoga à da luz. A luz e a eletricidade<br />

deveram, incontestavelmente, exercer um grande papel nesse fenômeno. Resta saber quais<br />

são esses agentes e essas circunstâncias; é o que, provavelmente, saber-se-á mais tarde, e<br />

essa não será uma das descobertas menos curiosas <strong>do</strong>s tempos modernos.<br />

Se é um fenômeno natural, dirão aqueles que negam tu<strong>do</strong>, por que é a primeira vez que se<br />

produziu? Perguntaremos, por nossa vez por que as imagens daguerreotipadas não foram<br />

fixadas senão depois de Daguerre, por que não foi ele quem inventou a luz, nem as placas de<br />

cobre, nem a prata, nem os cloretos? Conhecem-se, há muito tempo, os efeitos <strong>do</strong> quarto<br />

escuro; uma circunstância fortuita colocou sobre o caminho da fixação, depois, com a ajuda<br />

<strong>do</strong> gênio, de perfeição em perfeição, chegou-se às obras primas que vemos hoje.<br />

Provavelmente, seria o mesmo fenômeno estranho que acaba de se revelar; e quem sabe se<br />

ele nunca se produziu, se não passou desapercebi<strong>do</strong> pela falta de um observa<strong>do</strong>r atento? A<br />

reprodução de uma imagem sobre um vidro é um fato vulgar, mas a fixação dessa imagem<br />

em outras circunstâncias que as das fotografias, o esta<strong>do</strong> latente dessa imagem, depois sua<br />

reaparição, eis o que deve marcar nas magnificências da ciência. Cren<strong>do</strong> os <strong>Espírito</strong>s nisso,<br />

deveremos nos emocionar com muitas outras maravilhas das quais várias nos foram<br />

assinaladas por eles. Honra, pois, aos sábios bastante modestos para não crerem que a<br />

Natureza virou para eles a última página <strong>do</strong> seu livro.<br />

Se esse fenômeno se produziu uma vez, deverá se reproduzir. Provavelmente, é o que<br />

ocorrerá quan<strong>do</strong> dele tivermos a chave. À espera disso, eis o que contou um <strong>do</strong>s membros da<br />

Sociedade na sessão da qual falamos:<br />

"Eu habitava, disse ele, uma casa em Montrouge; era verão, o sol brilhava pela janela; sobre<br />

a mesa achava-se uma garrafa cheia de água, e sob a garrafa uma pequena esteira; de<br />

repente, a esteira pegou fogo. Se ninguém estivesse lá poderia ocorrer um incêndio sem que<br />

se lhe soubesse a causa. Experimentei cem vezes produzir o mesmo efeito, e nunca tive<br />

sucesso." A causa física <strong>do</strong> incêndio é bem conhecida: a garrafa produziu o efeito de um vidro<br />

ardente; mas, por que não se pôde reiterar a experiência? É que, independentemente da<br />

garrafa e da água, havia um concurso de circunstâncias que operaram, de um mo<strong>do</strong><br />

excepcional, a concentração <strong>do</strong>s raios solares: talvez o esta<strong>do</strong> da atmosfera, <strong>do</strong>s vapores, as<br />

qualidades da água, a eletricidade, etc., e tu<strong>do</strong> isso, provavelmente, em certas proporções<br />

desejadas: <strong>do</strong>nde a dificuldade de cair justo nas mesmas condições, e a inutilidade das<br />

tentativas para produzir um efeito semelhante. Eis, pois, um fenômeno inteiramente <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>mínio da física, <strong>do</strong> qual se toma conhecimento, quanto ao princípio, e que todavia não se<br />

pode repetir à vontade. Viria ao pensamento <strong>do</strong> cético mais endureci<strong>do</strong> negar o fato?<br />

Seguramente não. Por que, pois, esses mesmos céticos negam a realidade <strong>do</strong>s fenômenos<br />

espíritas (falamos das manifestações em geral), por que não podem manipulá-los à sua<br />

vontade? Não admitir que fora <strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> possa haver agentes novos regi<strong>do</strong>s por leis<br />

especiais; negar esses agentes, porque não obedecem às leis que conhecemos, em verdade,<br />

é fazer prova de bem pouca lógica e mostrar um espírito bem limita<strong>do</strong>.<br />

Voltemos à imagem <strong>do</strong> senhor Badet; far-se-á, sem dúvida, como nosso colega com sua<br />

garrafa, numerosas tentativas infrutíferas antes de ter sucesso, e isso, até que um acaso feliz<br />

ou o esforço de um poderoso gênio haja da<strong>do</strong> a chave <strong>do</strong> mistério; então, provavelmente,<br />

isso se tornará uma arte nova com a qual se enriquecerá a indústria. Entendemos aqui uma<br />

quantidade de pessoas dizer-se: mas há um meio bem simples de ter essa chave: por que<br />

não é pedida aos <strong>Espírito</strong>s! É aqui o caso de revelar um erro no qual cai a maioria daqueles<br />

que julgam a ciência espírita sem conhecê-la. Lembramos primeiro esse princípio<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/07b-uma-nova-descoberta.html (3 of 4)7/4/2004 08:15:18

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