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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Uma nova descoberta fotográfica<br />

4. Poderíeis apressar o momento dessa descoberta pelas vossas explicações? - R. Gostaria,<br />

mas é obra de outros <strong>Espírito</strong>s e <strong>do</strong> trabalho humano.<br />

5. Poderíeis nos reproduzir uma segunda vez o mesmo fenômeno? - R. Não fui eu quem o<br />

produziu, foram as condições físicas, das quais sou independente.<br />

6. Pela vontade de quem e com qual objetivo o fato ocorreu? -R. Produziu-se quan<strong>do</strong> eu<br />

estava vivo e sem a minha vontade; um esta<strong>do</strong> particular da atmosfera o revelou depois.<br />

Estabelecida uma discussão entre os assistentes, sobre as causas prováveis desse fenômeno,<br />

e várias opiniões ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> emitidas sem que fossem dirigidas perguntas ao <strong>Espírito</strong>, este<br />

disse espontaneamente: E a eletricidade e a galvanoplastia que agem também sobre o<br />

perispírito, vós não as tendes em conta.<br />

7. Foi-nos dito há pouco que os <strong>Espírito</strong>s não têm olhos; ora, se essa imagem é a reprodução<br />

<strong>do</strong> perispírito, como ocorreu que ela haja podi<strong>do</strong> reproduzir os órgãos da visão? -- R. O<br />

perispírito não é o <strong>Espírito</strong>; a aparência, ou perispírito, tem olhos, mas o <strong>Espírito</strong> não os tem.<br />

Eu vos disse bem, falan<strong>do</strong> <strong>do</strong> perispírito, que estava vivo.<br />

Nota. - À espera de que essa nova descoberta seja feita, dar-lhe-emos o nome provisório de<br />

fotografia espontânea. To<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> lamentará que, por um sentimento difícil de<br />

compreender, destruiu-se a vidraça sobre a qual estava reproduzida a imagem <strong>do</strong> senhor<br />

Badet; um tão curioso monumento teria podi<strong>do</strong> facilitar as pesquisas e as observações<br />

próprias para o estu<strong>do</strong> da questão. Talvez viu-se nessa imagem a obra <strong>do</strong> diabo; em to<strong>do</strong><br />

caso, se o diabo esteve para alguma coisa nesse assunto, foi seguramente na destruição da<br />

vidraça, porque ele é o inimigo <strong>do</strong> progresso.<br />

Considerações sobre a fotografia espontânea.<br />

Resulta das explicações acima, que o fato, em si mesmo, não é sobrenatural nem miraculoso.<br />

Quantos fenômenos desse mesmo caso, deveram, nos tempos da ignorância, ferir as<br />

imaginações muito propensas ao maravilhoso! E, pois, um efeito puramente físico, que<br />

pressagia um novo passo na ciência fotográfica.<br />

O perispírito, como se sabe, é o envoltório semi-material <strong>do</strong> <strong>Espírito</strong>; não é somente depois<br />

da morte que o <strong>Espírito</strong> dele está revesti<strong>do</strong>; durante a vida está uni<strong>do</strong> ao corpo: é o laço<br />

entre o corpo e o <strong>Espírito</strong>. A morte não é senão a destruição <strong>do</strong> envoltório mais grosseiro; o<br />

<strong>Espírito</strong> conserva o segun<strong>do</strong>, que toma a aparência <strong>do</strong> primeiro, como se dele tivesse reti<strong>do</strong> a<br />

impressão. O perispírito é geralmente invisível, mas, em certas circunstâncias, ele se<br />

condensa e, se combinan<strong>do</strong> com outros flui<strong>do</strong>s, torna-se perceptível à visão, algumas vezes<br />

mesmo tangível; é ele que se vê nas aparições.<br />

Quaisquer que sejam a sutilidade e imponderabilidade <strong>do</strong> perispírito, não deixa de ser uma<br />

espécie de matéria, cujas propriedades físicas nos são ainda desconhecidas. Desde que é<br />

matéria, pode agir sobre a matéria; essa ação é patente nos fenômenos magnéticos; acaba<br />

de se revelar sobre os corpos inertes pela impressão que a imagem <strong>do</strong> senhor Badet deixou<br />

sobre a vidraça. Essa impressão ocorreu durante a sua vida; conservou-se depois de sua<br />

morte; mas era invisível; foi preciso, ao que parece, a ação fortuita de um agente<br />

desconheci<strong>do</strong>, provavelmente atmosférico, para torná-la aparente. Que haveria nisso de<br />

espantoso? Não se sabe que se podem fazer desaparecer e reviver à vontade as imagens<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/07b-uma-nova-descoberta.html (2 of 4)7/4/2004 08:15:18

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