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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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A inveja<br />

A inveja<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Espírita</strong>, julho de <strong>1858</strong><br />

Dissertação moral ditada pelo <strong>Espírito</strong> de São Luís ao senhor D .....<br />

São Luís nos havia prometi<strong>do</strong>, em uma das sessões da Sociedade, uma dissertação sobre a<br />

Inveja. O senhor D..., que começava a se tornar médium, e que ainda duvidava um pouco,<br />

não da Doutrina da qual era um <strong>do</strong>s mais fervorosos adeptos, e que compreende em sua<br />

essência, quer dizer, <strong>do</strong> ponto de vista moral, mas da faculdade que nele se revelava, evocou<br />

São Luís, em seu nome particular, e lhe dirigiu a seguinte pergunta :<br />

- Consentiríeis dissipar minhas dúvidas, minhas inquietações, sobre minha força medianímica,<br />

escreven<strong>do</strong>, por meu intermédio, uma dissertação que havíeis prometi<strong>do</strong> à Sociedade para a<br />

terça-feira, 1 º de junho? - R. Sim; para tranqüilizá-lo, consinto.<br />

Foi então que o trecho seguinte lhe foi dita<strong>do</strong>. <strong>Ano</strong>taremos que o senhor D... se dirigiu a São<br />

Luís com um coração puro e sincero, sem prevenção, condição indispensável para toda boa<br />

comunicação! Não era uma prova que fazia: ele não duvidava senão de si mesmo, e Deus<br />

permitiu que fosse atendi<strong>do</strong>, a fim de lhe dar os meios de se tornar útil. O senhor D... é hoje<br />

um <strong>do</strong>s médiuns mais completos, não só por uma grande facilidade de execução, mas por<br />

sua aptidão para servir de intérprete a to<strong>do</strong>s os <strong>Espírito</strong>s, mesmo aqueles de ordem mais<br />

elevada, que se exprimem fácil e voluntariamente por seu intermédio. Aí estão, sobretu<strong>do</strong>, as<br />

qualidades que se devem procurar num médium, e que este pode sempre adquirir com a<br />

paciência, a vontade e o exercício. O senhor D... não teve necessidade de muita paciência;<br />

ele tinha em si a vontade e o fervor uni<strong>do</strong>s a uma aptidão natural. Alguns dias bastaram para<br />

levar sua faculdade ao mais alto grau. Eis o dita<strong>do</strong> que lhe foi feito sobre a Inveja:<br />

"Vede este homem: seu <strong>Espírito</strong> está inquieto, sua infelicidade terrestre está em seu auge;<br />

ele inveja o ouro, o luxo, a felicidade aparente ou fictícia de seu semelhante; seu coração<br />

está destroça<strong>do</strong>, sua alma surdamente consumida por essa luta incessante <strong>do</strong> orgulho, da<br />

vaidade não satisfeita; ele carrega consigo, em to<strong>do</strong>s os instantes de sua miserável<br />

existência, uma serpente que ele re-aquece, que lhe sugere, sem cessar, os mais fatais<br />

pensamentos: "Terei essa volúpia, essa felicidade? Isso me é devi<strong>do</strong>, não obstante, como a<br />

estes; sou homem como eles; por que seria deserda<strong>do</strong>?" E se debate sob sua impotência,<br />

vítima <strong>do</strong>s horríveis suplícios da inveja. Feliz ainda se essas funestas idéias não o levarem<br />

para a beira de um abismo. Entra<strong>do</strong> nesse caminho, ele se pergunta se não deve obter pela<br />

violência o que acredita lhe ser devi<strong>do</strong>; se não irá expor, a to<strong>do</strong>s os olhos, o mal horrível que<br />

o devora. Se esse infeliz tivesse apenas olha<strong>do</strong> abaixo de sua posição, teria visto o número<br />

daqueles que sofrem sem se lamentar, ainda bendizen<strong>do</strong> o Cria<strong>do</strong>r; porque a infelicidade é<br />

um benefício <strong>do</strong> qual Deus se serve para fazer a pobre criatura avançar para o seu trono<br />

eterno.<br />

Fazei vossa felicidade e vosso verdadeiro tesouro sobre a Terra em obras de caridade e de<br />

submissão, as únicas que devem contribuir para serdes admiti<strong>do</strong>s no seio de Deus; essas<br />

obras <strong>do</strong> bem farão vossa alegria e vossa felicidade eternas; a Inveja é uma das mais feias e<br />

das mais tristes misérias <strong>do</strong> vosso globo; a caridade e a constante emissão da fé farão<br />

desaparecer to<strong>do</strong>s esses males, que se irão um a um à medida que os homens de boavontade,<br />

que virão depois de vós, se multiplicarem. Amém."<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/07a-a-inveja.html 7/4/2004 08:15:16

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