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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Henri Martin - sua opinião sobre as comunicações extracorpóreas<br />

Henri Martin - sua opinião sobre<br />

as comunicações extracorpóreas<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Espírita</strong>, junho de <strong>1858</strong><br />

Vemos aqui certos escritores eméritos encolherem os ombros apenas ao nome de uma<br />

história escrita pelos <strong>Espírito</strong>s. - Pois quê! dizem, seres de outro mun<strong>do</strong> virem controlar<br />

nosso saber, a nós sábios da Terra! Convenhamos pois! isso é possível? - Não vos forçamos a<br />

crer, senhores; não procuraremos vos tirar uma ilusão tão cara. Nós vos convidamos mesmo,<br />

no interesse de vossa glória futura, a escreverem vossos nomes em caracteres<br />

INDESTRUTÍVEIS embaixo desta modesta sentença: To<strong>do</strong>s os partidários <strong>do</strong> Espiritismo são<br />

insensatos, porque só a nós compete julgar até onde vai o poder de Deus; e isso a fim de que<br />

a posteridade não possa esquecê-los; ela mesma verá se deve dar-lhes lugar ao la<strong>do</strong><br />

daqueles que recentemente, eles também, repeliram os homens aos quais a ciência e o<br />

reconhecimento público hoje erguem estátuas.<br />

Eis, no entanto, um escritor, cujas altas capacidades não são desconhecidas de ninguém, e<br />

que ousa, ele, com o risco de passar também por um cérebro racha<strong>do</strong>, hastear a bandeira<br />

das idéias novas sobre as relações <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> físico com o mun<strong>do</strong> incorpóreo. Lemos o que<br />

segue na História de França, de Henri Martin, tomo 6, página 143, a propósito de Jeanne<br />

d'Arc:<br />

".... Existe na humanidade uma ordem excepcional de fatos morais e físicos que parecem<br />

derrogar as leis comuns da Natureza; é o esta<strong>do</strong> de êxtase e de sonambulismo, seja<br />

espontâneo, seja artificial, com to<strong>do</strong>s os seus espantosos fenômenos de deslocamento <strong>do</strong>s<br />

senti<strong>do</strong>s, de insensibilidade total ou parcial, de exaltação da alma, de percepções fora de<br />

todas as condições da vida habitual. Essa classe de fatos foi julgada por pontos de vista<br />

muito opostos. Os fisiologistas, ven<strong>do</strong> as relações costumeiras <strong>do</strong>s órgãos perturbadas ou<br />

deslocadas, qualificam de <strong>do</strong>ença o esta<strong>do</strong> extático ou sonambúlico, admitin<strong>do</strong> a realidade<br />

daqueles fenômenos que podem reconduzir à patologia e negam to<strong>do</strong> o resto, quer dizer,<br />

tu<strong>do</strong> o que pareça fora das leis constatadas da física. A <strong>do</strong>ença torna-se mesmo loucura, a<br />

seus olhos, quan<strong>do</strong> ao deslocamento da ação <strong>do</strong>s órgãos se juntam alucinações <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s,<br />

visões de objetos que não existem senão para o visionário. Um fisiologista eminente<br />

estabeleceu muito duramente que Sócrates era louco, porque acreditava conversar com o seu<br />

demônio. Os místicos respondem não somente afirman<strong>do</strong> por reais os fenômenos<br />

extraordinários das percepções magnéticas, questão sobre a qual encontram inumeráveis<br />

auxiliares e inumeráveis testemunhas fora <strong>do</strong> misticismo, mas sustentam que as visões <strong>do</strong>s<br />

extáticos têm objetos reais, vistos, é verdade, não com os olhos <strong>do</strong> corpo, mas com os olhos<br />

<strong>do</strong> espírito. O êxtase é para eles a ponte lançada <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> visível ou mun<strong>do</strong> invisível, o meio<br />

de comunicação <strong>do</strong> homem com os seres superiores, a lembrança e a promessa de uma<br />

existência melhor de onde decaímos e que devemos reconquistar.<br />

"Que parti<strong>do</strong> devem tomar, nesse debate, a história e a filosofia?<br />

"A história não poderia pretender determinar com precisão os limites, nem a importância, <strong>do</strong>s<br />

fenômenos, nem das faculdades extáticas e sonambúlicas; ela, porém, constata que são de<br />

to<strong>do</strong>s os tempos e de to<strong>do</strong>s os lugares; que os homens sempre acreditaram nelas; que<br />

exerceram uma ação considerável sobre os destinos <strong>do</strong> gênero humano; que se<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/06g-henri-martin.html (1 of 2)7/4/2004 08:15:10

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