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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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O <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r de Bergzabem<br />

mesmo lugar. Toda sensibilidade parecia, então, embotada nela; seu pulso batia com<br />

dificuldade, e quan<strong>do</strong> se lhe colocava uma luz diante <strong>do</strong>s olhos, não fazia nenhum<br />

movimento: dir-se-ia morta.<br />

Ocorreu, durante a sua surdez, que uma noite, estan<strong>do</strong> deitada, ela pediu uma ardósia e giz,<br />

e depois escreveu: "As onze horas, direi alguma coisa, mas exijo que se mantenham<br />

tranqüilos e silenciosos." Depois dessas palavras, acrescentou cinco sinais semelhantes aos<br />

da escrita latina, mas que nenhum <strong>do</strong>s assistentes pôde decifrar. Escreveu-se na ardósia que<br />

não se compreendiam esses sinais. E resposta a essa observação, ela escreveu: "Não é que<br />

não podeis ler?' E mais embaixo: "Não é alemão, é uma língua estrangeira." Em seguida,<br />

ten<strong>do</strong> retoma<strong>do</strong> a ardósia, ela escreveu em outro la<strong>do</strong> "Francisque (sua irmã mais velha) se<br />

sentará nessa mesa e escreverá o que eu lhe ditarei." Acompanhou essas palavras de cinco<br />

sinais semelhantes aos primeiros, e devolveu a ardósia. Notan<strong>do</strong> que esses sinais não haviam<br />

si<strong>do</strong> ainda compreendi<strong>do</strong>s, pediu de novo a ardósia e acrescentou: "São ordens particulares."<br />

Um pouco antes das onze horas, ela disse: "Ficai tranqüilos, que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> se sente e<br />

preste atenção!" e ao bater de onze horas, ela se vira em seu leito e cai em seu sono<br />

magnético comum. Alguns instantes depois, põe-se a falar, o que se prolonga, sem<br />

descontinuidade, durante uma meia hora. Entre outras coisas, declara que no corrente ano se<br />

produziriam fatos que ninguém poderia compreender, e que todas as tentativas feitas para<br />

explicá-los restariam infrutíferas.<br />

Durante a surdez da jovem Senger, a desordem <strong>do</strong> mobiliário, a abertura inexplicada de<br />

janelas, a extinção das luzes colocadas sobre a mesa de trabalho, se renovaram várias vezes.<br />

Ocorreu uma noite, que <strong>do</strong>is bonés pendura<strong>do</strong>s em um cabide <strong>do</strong> quarto de <strong>do</strong>rmir, foram<br />

atira<strong>do</strong>s sobre a mesa <strong>do</strong> outro quarto, e tombaram um copo cheio de leite, que se derramou<br />

na terra. As pancadas contra a cama eram tão violentas, que esse móvel foi desloca<strong>do</strong>;<br />

algumas vezes mesmo foi desmontada com estron<strong>do</strong>, sem que as pancadas se fizessem ouvir.<br />

Como havia ainda pessoas incrédulas, ou que atribuíam essas singularidades a um jogo da<br />

criança que, segun<strong>do</strong> elas, batia ou arranhava com seus pés e mãos, se bem que os fatos<br />

houvessem si<strong>do</strong> constata<strong>do</strong>s por mais de cem testemunhas, e que fora verifica<strong>do</strong> que a<br />

jovem tinha os braços estendi<strong>do</strong>s sobre a coberta enquanto os ruí<strong>do</strong>s se produziam, o capitão<br />

Zentner imaginou um meio para convencê-las. Fez trazer da caserna duas cobertas muito<br />

espessas, as quais foram colocadas uma sobre a outra, com ambas se envolven<strong>do</strong> o colchão<br />

e os lençóis da cama; eram felpudas, de tal mo<strong>do</strong> que era impossível nelas produzir o menor<br />

ruí<strong>do</strong> pela fricção. Philippine, vestida com uma simples camisa e com uma camisola de<br />

<strong>do</strong>rmir, foi colocada sob essas cobertas; apenas acomodada, a arranhadura e os golpes<br />

ocorreram como antes, ora contra a madeira da cama, ora contra o armário vizinho, segun<strong>do</strong><br />

o desejo que era manifesta<strong>do</strong>.<br />

Ocorre, freqüentemente, que quan<strong>do</strong> alguém cantarola ou assobia uma música qualquer, o<br />

bate<strong>do</strong>r o acompanha, e os sons que se percebem parece provirem de <strong>do</strong>is, três ou quatro<br />

instrumentos: ouve-se arranhar, bater, assobiar e ribombar ao mesmo tempo, segun<strong>do</strong> o<br />

ritmo da música cantada. Freqüentemente também, o bate<strong>do</strong>r pede a um <strong>do</strong>s assistentes<br />

para cantar uma canção; ele o designa pelo procedimento que conhecemos, e quan<strong>do</strong> este<br />

compreendeu que é a si que o <strong>Espírito</strong> se dirige, pergunta-lhe a seu turno se deve cantar tal<br />

ou tal música; e lhe é respondi<strong>do</strong> por sim ou por não. A música indicada sen<strong>do</strong> cantada, um<br />

acompanhamento de zumbi<strong>do</strong>s e assobios se faziam ouvir perfeitamente no compasso.<br />

Depois de uma música alegre, o <strong>Espírito</strong> pedia, muito freqüentemente, a música: grande<br />

Deus nós te louvamos, ou a canção de Napoléon l. Se se lhe dissesse para tocar só esta<br />

última canção ou qualquer outra, a fazia ouvir desde o começo até o fim.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/06b-o-espirito-bate<strong>do</strong>r.html (6 of 7)7/4/2004 08:14:50

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