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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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O <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r de Bergzabem<br />

distância, e disse: "Gostaria muito de saber o que contém esse papel... São <strong>do</strong>is cabelos de<br />

uma senhora que não conheço... Se ela quiser vir que venha... Não posso convidá-la, não a<br />

conheço." Às perguntas que lhe faz o senhor Sievert, ela não responde; mas, ten<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong><br />

o papel na palma da sua mão, que ela estendeu e revirou, ali permaneceu suspenso. Ela o<br />

colocou na ponta <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r e fez sua mão descrever, durante muito tempo, um<br />

semicírculo, dizen<strong>do</strong>: "Não caia," e o papel permaneceu na extremidade <strong>do</strong> de<strong>do</strong>; depois, à<br />

ordem de: "Agora caia," ele se destacou sem que fizesse o menor movimento para<br />

determinar a queda. Subitamente, viran<strong>do</strong> para o la<strong>do</strong> da parede, ela disse: "Agora, quero te<br />

pregar na parede;" e ali aplicou o papel que permaneceu fixa<strong>do</strong> em torno de 5 ou 6 minutos,<br />

depois <strong>do</strong> que o retirou. Um exame minucioso, <strong>do</strong> papel e da parede, não revelou nenhuma<br />

causa de aderência. Cremos que devemos fazer anotar que o quarto estava perfeitamente<br />

ilumina<strong>do</strong>, o que nos permitiu dar-nos conta exata de todas essas particularidades.<br />

No dia seguinte, à noite, se lhe dá outros objetos: chaves, moedas, charuteiras, relógios de<br />

bolso, anéis de ouro e de prata; e to<strong>do</strong>s, sem exceção, permaneceram suspensos de sua<br />

mão. <strong>Ano</strong>tou-se que a prata a ela aderia mais <strong>do</strong> que as outras matérias, porque se teve<br />

dificuldade em lhe arrancar as moedas, e essa operação lhe causou <strong>do</strong>r. Um <strong>do</strong>s fatos mais<br />

curiosos desse gênero foi o seguinte: no sába<strong>do</strong>, 11 de novembro, um oficial que estava<br />

presente lhe deu seu sabre com o cinturão, e o to<strong>do</strong>, que pesava 4 libras segun<strong>do</strong><br />

constatação, permaneceu suspenso <strong>do</strong> de<strong>do</strong> médio balançan<strong>do</strong> por bastante tempo. O que<br />

não foi menos singular, foi que to<strong>do</strong>s os objetos, qualquer que fosse a matéria,<br />

permaneceram igualmente suspensos. Essa propriedade magnética se comunicava pelo<br />

simples contato das mãos com as pessoas suscetíveis da transmissão <strong>do</strong> flui<strong>do</strong>; disso tivemos<br />

vários exemplos.<br />

Um capitão, o senhor cavaleiro de Zentner, aquartela<strong>do</strong> nessa época em Bergzabem,<br />

testemunha desses fenômenos, teve a idéia de colocar uma bússola perto da criança para<br />

observar-lhe as variações. Na primeira experiência, a agulha se desviou 15 graus, mas nas<br />

seguintes permanece imóvel, embora a criança tivesse a caixa em uma das mãos e a<br />

acariciasse com a outra. Essa experiência nos provou que esses fenômenos não poderiam se<br />

explicar pela ação <strong>do</strong> flui<strong>do</strong> mineral, tanto menos que a atração magnética não se exerce<br />

sobre to<strong>do</strong>s os corpos indiferentemente.<br />

Habitualmente, quan<strong>do</strong> a pequena sonâmbula se dispunha a começar as suas sessões, ela<br />

chamava ao quarto todas as pessoas que ali se encontravam. Dizia simplesmente: Vinde!<br />

Vinde! ou bem: Dai! Dai! Freqüentemente, não ficava tranqüila senão quan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>,<br />

sem exceção, estava perto <strong>do</strong> seu leito. Ela pedia, então, com zelo e impaciência, um objeto<br />

qualquer; logo que se lhe havia da<strong>do</strong>, ele se ligava aos seus de<strong>do</strong>s. Ocorria, freqüentemente,<br />

que dez, <strong>do</strong>ze e mais pessoas estavam presentes, e que cada uma delas lhe entregava vários<br />

objetos. Durante a sessão ela não admitia que ninguém lhe tomasse a pedi-los; parecia,<br />

sobretu<strong>do</strong>, desejar os relógios; ela os abria com grande destreza, examinava o movimento,<br />

fechava-os, depois os colocava junto dela para examinar outra coisa. No final, devolvia a<br />

cada um o que se lhe havia confia<strong>do</strong>; examinava os objetos de olhos fecha<strong>do</strong>s e jamais se<br />

enganou de proprietário. Se alguém lhe estendesse a mão para pegar o que não lhe<br />

pertencesse, ela o repelia. Como explicar essa distribuição múltipla a um tão grande número<br />

de pessoas, sem erro? Tentar-se-ia em vão fazê-lo por si mesmo de olhos abertos.<br />

Terminada a sessão e ten<strong>do</strong> os estranhos parti<strong>do</strong>, os golpes e a arranhadura,<br />

momentaneamente interrompi<strong>do</strong>s, recomeçavam. É preciso acrescentar que a criança não<br />

queria que ninguém permanecesse ao pé <strong>do</strong> seu leito perto <strong>do</strong> armário, o que deixava entre<br />

os <strong>do</strong>is móveis um espaço em torno de um pé. Se alguém aí se metesse, ela o despedia com<br />

gesto. Se recusava, mostrava uma grande inquietação e ordenava, por gestos imperiosos,<br />

que deixasse o lugar. Uma vez ela exortou os assistentes a jamais se manterem no lugar<br />

protegi<strong>do</strong>, porque não queria, disse ela, que ocorresse infelicidade a alguém. Essa<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/06b-o-espirito-bate<strong>do</strong>r.html (3 of 7)7/4/2004 08:14:50

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