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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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O <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r de Bergzabem<br />

Terminan<strong>do</strong>, o menino dirigia a Deus uma fervorosa prece, "de lhe conceder a graça de<br />

suportar, com resignação, os sofrimentos que lhe enviara, uma vez que havia escolhi<strong>do</strong><br />

entrar em comunicação com o <strong>Espírito</strong>." Pedia a Deus para não deixá-lo morrer ainda, pois<br />

não era senão uma criança, e que não queria baixar à tumba escura. Termina<strong>do</strong>s seus<br />

discursos, recitava com voz solene o Paternoster, depois <strong>do</strong> que dizia: "Agora podes vir", e<br />

logo os golpes e as raspaduras recomeçavam. Fala ainda duas vezes ao <strong>Espírito</strong>, e, a cada<br />

vez, o <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r se detinha. Dizia, ainda, algumas palavras e depois: "Agora podes ir<br />

em nome de Deus." E despertava.<br />

Durante as suas conversas, os olhos <strong>do</strong> menino estavam bem fecha<strong>do</strong>s; mas seus lábios se<br />

movimentavam; as pessoas que estavam mais próximas <strong>do</strong> leito, puderam notar esse<br />

movimento. A voz era pura e harmoniosa.<br />

Em seu despertar, perguntava-se-lhe o que havia visto e o que se passara. Ele respondia: "O<br />

homem que vem me ver. - Onde se acha? - Perto de minha cama com outras pessoas. -<br />

Vistes as outras pessoas? - Vi todas as que estavam perto <strong>do</strong> meu leito."<br />

Compreender-se-á, facilmente, que semelhantes manifestações encontraram muitos<br />

incrédulos, e que se supôs que toda essa história não era senão uma mistificação; mas o pai<br />

não era capaz de charlatanice, sobretu<strong>do</strong> de uma charlatanice que teria exigi<strong>do</strong> toda a<br />

habilidade de um prestidigita<strong>do</strong>r profissional; ele gozava da reputação de um bravo e honesto<br />

homem.<br />

Para responder a essas suposições e fazê-las cessar, transportou-se o menino para uma casa<br />

estranha. Logo que ali chegou, os golpes e as arranhaduras se fizeram ouvir. Além <strong>do</strong> mais,<br />

alguns dias antes, o menino tinha i<strong>do</strong> com sua mãe a uma pequena vila chamada Capelle, a<br />

cerca de meia légua dali, na casa da viúva Klein; disse que estava cansa<strong>do</strong>; deitam-no em<br />

um canapé e logo o mesmo fenômeno ocorreu. Várias testemunhas podem afirmar o fato. Se<br />

bem que o menino parecia passar bem de saúde, não obstante deveria estar afeta<strong>do</strong> por<br />

alguma <strong>do</strong>ença, que seria provada senão pelas manifestações relatadas acima, pelo menos<br />

pelos movimentos involuntários <strong>do</strong>s músculos e os sobressaltos nervosos.<br />

Faremos notar, terminan<strong>do</strong>, que o menino foi conduzi<strong>do</strong>, há algumas semanas, à casa <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>utor Beutner, onde deveria permanecer, para que esse sábio pudesse estudar, mais de<br />

perto, os fenômenos em questão. Desde então, to<strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> cessou na casa de Sanger e se<br />

produziu na <strong>do</strong> <strong>do</strong>utor Beutner.<br />

Tais são, em toda a sua autenticidade, os fatos que se passaram. Entregamo-los ao público<br />

sem emitir julgamento. Possam os homens da arte dar-lhes, em breve, uma explicação<br />

satisfatória.<br />

blanck.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/05b-o-espirito-bate<strong>do</strong>r.html (4 of 4)7/4/2004 08:14:11

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