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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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O <strong>Espírito</strong> bate<strong>do</strong>r de Bergzabem<br />

manifestan<strong>do</strong> até este dia. Os golpes se misturaram à raspadura, ora alternadamente, ora<br />

simultaneamente, de tal mo<strong>do</strong> que, nas músicas de marcha ou de dança, a raspadura faz a<br />

primeira parte, e os golpes a segunda. De acor<strong>do</strong> com o pedi<strong>do</strong>, a hora <strong>do</strong> dia, a idade das<br />

pessoas presentes são indicadas por raspadura ou golpes secos. Com respeito à idade das<br />

pessoas, algumas vezes havia erro; mas era retifica<strong>do</strong> na 2 ª ou 3 ª vez, quan<strong>do</strong> se lhe dizia<br />

que o número de golpes não era exato. Muitas vezes, em lugar de responder executa uma<br />

marcha.<br />

A linguagem da criança, durante o sono, torna-se, dia a dia, mais perfeita. O que não eram<br />

primeiro senão simples palavras, ou ordens muito breves ao bate<strong>do</strong>r, mudam, em seqüência,<br />

numa conversação seguida com seus parentes. Assim, um dia ele se entrelinha com sua irmã<br />

mais velha, sobre assuntos religiosos e num tom de exortação e de instrução, dizen<strong>do</strong>-lhe<br />

que deveria ir à missa, orar to<strong>do</strong>s os dias, e mostrar submissão e obediência a seu pai e mãe.<br />

A noite, retoma os mesmos assuntos de conversa; em seus ensinamentos, nada tinha de<br />

teológico, mas, unicamente, noções que se aprendem na escola.<br />

Antes de suas conversas, ouviam-se, pelo menos durante uma hora, golpes e raspadura, não<br />

somente durante o sono <strong>do</strong> menino, mas mesmo quan<strong>do</strong> este estava no esta<strong>do</strong> de vigília.<br />

Vimo-lo beber e comer enquanto os golpes e as raspaduras se manifestavam, e vimo-lo<br />

também, no esta<strong>do</strong> de vigília, dar ordens ao bate<strong>do</strong>r, que foram todas executadas.<br />

Sába<strong>do</strong> à noite, 6 de março, ten<strong>do</strong> o menino de dia, e muito desperto, predito ao seu pai que<br />

o bate<strong>do</strong>r apareceria às nove horas, várias pessoas se reuniram na casa de Sanger. Soan<strong>do</strong><br />

as nove horas, quatro pancadas tão violentas foram dadas contra a parede que os assistentes<br />

com elas se assustaram. Logo, e pela primeira vez, os golpes foram da<strong>do</strong>s na madeira da<br />

cama e exteriormente; toda a cama, com eles, se agitou. Esses golpes se manifestaram por<br />

to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s da cama, ora em um lugar ora noutro. Os golpes e a raspadura se alternaram<br />

na cama. Sob as ordens <strong>do</strong> rapaz e das pessoas presentes, as pancadas se faziam ouvir, seja<br />

no interior da cama, seja no exterior. De repente, a cama se ergue em senti<strong>do</strong>s diferentes,<br />

enquanto as pancadas eram dadas com força. Mais de cinco pessoas tentaram, contu<strong>do</strong>, em<br />

vão, fazer cair a cama erguida; ten<strong>do</strong>-a, então, aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, ela se balança ainda alguns<br />

instantes, depois retoma a sua posição natural. Esse fato já ocorrera uma vez anteriormente,<br />

nessa manifestação pública.<br />

Cada noite, também, o menino fazia uma espécie de discurso. Disso vamos falar muito<br />

sucintamente.<br />

Antes de tu<strong>do</strong>, é preciso anotar que, logo que deixava cair sua cabeça, o menino <strong>do</strong>rmia, e os<br />

golpes e a raspadura começavam. Aos golpes a criança gemia, agitava suas pernas e parecia<br />

não se sentir bem. Não ocorria o mesmo na raspadura. Quan<strong>do</strong> chegava o momento de falar,<br />

o rapaz se deitava sobre o <strong>do</strong>rso, sua feição se tornava pálida, assim como suas mãos e seus<br />

braços. Fazia sinal com a mão direita e dizia: "Vamos! vem diante de minha cama e junta as<br />

mãos, vou falar-te <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>." Então os golpes e a raspadura cessavam, e to<strong>do</strong>s<br />

os assistentes escutavam, com uma atenção respeitosa, o discurso <strong>do</strong> <strong>do</strong>rminhoco.<br />

Ele falava lentamente, muito ininteligivelmente e em puro alemão, o que surpreendia tanto<br />

mais quanto o menino era menos adianta<strong>do</strong> <strong>do</strong> que os seus colegas em suas aulas, o que<br />

provinha, sobretu<strong>do</strong>, de um mal <strong>do</strong>s olhos que o impedia de estudar. Suas conversas giravam<br />

em torno da vida e das ações de Jesus, desde seu décimo-segun<strong>do</strong> ano, de sua presença no<br />

templo com os escribas, <strong>do</strong>s seus benefícios para com a Humanidade e <strong>do</strong>s seus milagres;<br />

em seguida, estendia-se no relato <strong>do</strong>s seus sofrimentos, e criticava severamente os Judeus<br />

por terem crucifica<strong>do</strong> Jesus, apesar de suas numerosas bondades e das suas bênçãos.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/05b-o-espirito-bate<strong>do</strong>r.html (3 of 4)7/4/2004 08:14:11

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