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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Teoria das manifestações físicas<br />

pudemos nos servir para exprimir nosso pensamento, embora a expressão não seja<br />

perfeitamente exata), essa condensação, dizíamos, ou melhor, essa solidificação da matéria<br />

etérea, não estan<strong>do</strong> no seu esta<strong>do</strong> normal, não é senão temporária ou acidental; eis por que<br />

essas aparições tangíveis, num da<strong>do</strong> momento, nos escapam como uma sombra. Assim, <strong>do</strong><br />

mesmo mo<strong>do</strong> que vemos um corpo se nos apresentar no esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong>, líqui<strong>do</strong> ou gasoso,<br />

segun<strong>do</strong> seu grau de condensação, de igual mo<strong>do</strong> a matéria etérea <strong>do</strong> perispírito pode<br />

apresentar-se-nos no esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong>, vaporoso visível ou vaporoso invisível. Veremos, a<br />

seguir, como se opera essa modificação.<br />

A mão, aparentemente tangível, oferece uma resistência; exerce uma pressão; deixa marcas,<br />

opera uma tração sobre os objetos que temos; há nela, pois, uma força. Ora, esses fatos,<br />

que não são hipóteses, podem nos colocar no caminho das manifestações físicas.<br />

<strong>Ano</strong>temos, primeiro, que essa mão obedece a uma inteligência, uma vez que age<br />

espontaneamente, que dá sinais inequívocos de vontade, e que obedece ao pensamento;<br />

pertence, pois, a um ser completo, que não nos mostra senão essa parte dele mesmo, e o<br />

que o prova, é que causa impressão com as partes invisíveis, que os dentes deixaram a<br />

impressão sobre a pele e fizeram sentir <strong>do</strong>r.<br />

Entre as diferentes manifestações, uma das mais interessantes, sem contradita, é a <strong>do</strong> toque<br />

espontâneo de instrumentos de música. Os pianos e os acordeons parecem ser, para esse<br />

efeito, os instrumentos prediletos. O fenômeno se explica muito naturalmente por aquilo que<br />

precede. A mão que tem a força para agarrar um objeto pode muito bem ter a de se apoiar<br />

sobre as teclas para fazê-las ressoar, aliás, viram-se várias vezes os de<strong>do</strong>s da mão em ação,<br />

e quan<strong>do</strong> não se vê a mão, vêem-se as teclas se agitarem e o fole se abrir e fechar. Essas<br />

teclas não podem estar sen<strong>do</strong> movidas senão por mão invisível, a qual dá prova de<br />

inteligência fazen<strong>do</strong> ouvir, não sons incoerentes, mas músicas perfeitamente ritmadas.<br />

Uma vez que essa mão pode nos cravar as unhas na carne, nos beliscar, nos arrancar o que<br />

está em nossos de<strong>do</strong>s; uma vez que a vemos agarrar e transportar um objeto como nós<br />

mesmos o faríamos» ela pode muito bem dar golpes, erguer e virar uma mesa, agitar uma<br />

campainha, puxar cortinas, até mesmo dar uma bofetada oculta.<br />

Perguntar-se-á, sem dúvida, como essa mão pode ter a mesma força no esta<strong>do</strong> vaporoso<br />

invisível quanto no esta<strong>do</strong> tangível. E por que não? Vemos o ar que tomba edifícios, o gás<br />

que lança um projétil, a eletricidade que transmite sinais, o flui<strong>do</strong> <strong>do</strong> Imã que ergue as<br />

massas? Por que a matéria etérea <strong>do</strong> perispírito seria menos possante? Mas não vamos<br />

querer submetê-la às nossas experiências de laboratório e às nossas fórmulas algébricas; não<br />

vamos, sobretu<strong>do</strong>, porque tomamos o gás por termo de comparação, supor-lhe propriedades<br />

idênticas e calcular essa força como calculamos a <strong>do</strong> vapor. Até o presente, ela escapa a<br />

to<strong>do</strong>s os nossos instrumentos; é uma nova ordem de idéias que não resulta de ciências<br />

exatas; eis por que essas ciências não dão aptidão especial para apreciá-las.<br />

Não damos essa teoria <strong>do</strong> movimento <strong>do</strong>s corpos sóli<strong>do</strong>s, sob a influência <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s, senão<br />

para mostrar a questão sob to<strong>do</strong>s os seus aspectos, e provar que, sem sair muito das idéias<br />

recebidas, pode-se conhecer a ação <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s sobre a matéria inerte; mas há uma outra,<br />

de alta importância filosófica, dada pelos próprios <strong>Espírito</strong>s, e que lança sobre essa questão<br />

uma luz inteiramente nova; será compreendida melhor depois de a termos li<strong>do</strong>; aliás, é útil<br />

conhecer to<strong>do</strong>s os sistemas, a fim de poder comparar.<br />

Resta agora, pois, explicar como se opera essa modificação da substância etérea <strong>do</strong><br />

perispírito; por qual procedimento o <strong>Espírito</strong> opera, e, como conseqüência, o papel <strong>do</strong><br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/05a-teoria-das-manifestacoes.html (3 of 4)7/4/2004 08:14:09

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