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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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O sentenciado, porém, re<strong>com</strong>pondo a expressão fisionômica, tentou<<strong>br</strong> />

esboçar um gesto de carinho e acrescentou, reticencioso:<<strong>br</strong> />

— Taciano, não te perturbes, no justo momento em que nos despedimos.<<strong>br</strong> />

Não consideres Vetúrio <strong>com</strong>o adversário de nossa felicidade... Lem<strong>br</strong>a-te, meu<<strong>br</strong> />

filho, do afeto <strong>com</strong> que te orientou o desenvolvimento... Ninguém alcança a<<strong>br</strong> />

dignidade pessoal sem abnegados condutores. Olvidas, porventura, o<<strong>br</strong> />

devotamento <strong>com</strong> que te consagrou ao teu bem-estar? O agradecimento<<strong>br</strong> />

sincero é uma lei para os corações no<strong>br</strong>es e leais. Ainda que fôsse ele um<<strong>br</strong> />

criminoso <strong>com</strong>um, merecer-nos-ia respeito pela ternura <strong>com</strong> que te seguiu os<<strong>br</strong> />

primeiros passos... Supões devamos identificar nele um inimigo de nossa casa,<<strong>br</strong> />

entretanto, não poderemos esquecer haver sido ele o homem amado por tua<<strong>br</strong> />

mãe... Sempre honrei os desejos de Cíntia nas menores particularidades e não<<strong>br</strong> />

deixaria de <strong>com</strong>preendê-la numa escolha do coração...<<strong>br</strong> />

O ferido interrompeu-se, por alguns instantes, readquirindo forças, e<<strong>br</strong> />

prosseguiu:<<strong>br</strong> />

— Não me creias transviado do sentimento.<<strong>br</strong> />

Aprendi <strong>com</strong> Jesus que o amor, acima de tudo, é o meio de cooperarmos<<strong>br</strong> />

na felicidade daqueles a quem nos devotamos... Amar é fazer a doação de nós<<strong>br</strong> />

mesmos... Admito que o pretérito poderia ter sido orientado por outras normas,<<strong>br</strong> />

entretanto, quem de nós poderá penetrar <strong>com</strong> segurança a consciência alheia?<<strong>br</strong> />

que faríamos se estivéssemos no lugar deles? Opilio, decerto, foi querido <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

infinito enternecimento pela alma a quem tanto devemos e, talvez por isso<<strong>br</strong> />

mesmo, não hesitou em manifestar-lhe as mais íntimas aspirações...<<strong>br</strong> />

— Se devo reconhecê-lo <strong>com</strong>o pai — soluçou o moço, de joelhos —, não<<strong>br</strong> />

entendo o perdão das ofensas!<<strong>br</strong> />

Varro afagou-lhe a cabeça e, <strong>com</strong>o que revigorado por forças<<strong>br</strong> />

extraterrenas, considerou:<<strong>br</strong> />

— És moço ainda para <strong>com</strong>preender as tempestades que nos<<strong>br</strong> />

convulsionam o coração... Eu também <strong>com</strong>ecei a perceber a vida pelas<<strong>br</strong> />

tradições dos nossos antepassados. Júpiter enfeixava para mim o poder<<strong>br</strong> />

supremo e acreditei que as criaturas fôssem apenas seres agraciados ou<<strong>br</strong> />

perseguidos pelo favor ou pelo desagrado dos deuses... Mas depois encontrei<<strong>br</strong> />

Jesus <strong>Cristo</strong> em meu caminho e percebi a grandeza da vida a que somos<<strong>br</strong> />

destinados... Cada homem é um espírito eterno em crescimento para a glória<<strong>br</strong> />

celestial. Somos felizes ou infelizes por nós mesmos... Por esse motivo, não<<strong>br</strong> />

avançaremos para diante, sem a bênção da grande <strong>com</strong>preensão... A justiça<<strong>br</strong> />

divina observa-nos... Como, pois, nos elevarmos pela virtude sem esquecer as<<strong>br</strong> />

mãos que nos ferem?... Conforma-te!... O tempo é o calmante de todas as<<strong>br</strong> />

aflições... Ajuda aos que te atormentam, ampara os que te não entendem...<<strong>br</strong> />

Quantas vezes o criminoso é apenas infeliz?<<strong>br</strong> />

Não te arrojes aos precipícios da vaidade e do orgulho!... És moço em<<strong>br</strong> />

demasia... Podes aceitar o Evangelho do Senhor e realizar o<strong>br</strong>as imortais!...<<strong>br</strong> />

— Não posso, não posso!... — clamou o rapaz, abeirando-se do desespero<<strong>br</strong> />

— sinto que não me é possível fugir à verdade! Sou teu filho, sim, mas sou<<strong>br</strong> />

contra o <strong>Cristo</strong>... Não admito uma fé que anula o <strong>br</strong>io e o valor! Se não fôsses<<strong>br</strong> />

cristão, provavelmente não teríamos atingido este abismo de sofrimento moral!<<strong>br</strong> />

Morrerei <strong>com</strong> os nossos antigos orientadores. Consagrei minha total confiança<<strong>br</strong> />

às divindades, não posso afastar-me do santuário de nossa fé!..<<strong>br</strong> />

— Não te conturbes! — observou o pai, sereno e bondoso — não seria<<strong>br</strong> />

agora, nos derradeiros instantes de meu corpo, que terçaria armas contigo, em<<strong>br</strong> />

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