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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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— Varro, procura teu filho, <strong>com</strong> a lâmpada acesa do amor, nos filhos<<strong>br</strong> />

alheios, e o Senhor abençoar-te-á, convertendo-te a amargura em paz do<<strong>br</strong> />

coração... Ergue-te e aguarda de pé a luta dentro da qual reeducarás aqueles<<strong>br</strong> />

que mais amas...<<strong>br</strong> />

O presbítero, num misto de dor e de alegria, de emotividade e de angústia,<<strong>br</strong> />

refletiu so<strong>br</strong>e a exaustão que o torturava, mas o enviado espiritual, anotandolhe<<strong>br</strong> />

os mais íntimos pensamentos, aconselhou:<<strong>br</strong> />

— Não te rendas ao sopro frio do infortúnio, nem creias no poder do<<strong>br</strong> />

cansaço... Que seria de nós se Jesus, entediado de nossos erros, se entregasse<<strong>br</strong> />

à fadiga inútil? ainda que o corpo se recolha às transformações da<<strong>br</strong> />

morte, mantém-te firme na fé e no otimismo... O túmulo é a penetração na luz<<strong>br</strong> />

de novo dia para quantos lhe atravessam a noite <strong>com</strong> a visão da esperança e<<strong>br</strong> />

do trabalho.<<strong>br</strong> />

O religioso considerou intimamente quão proveitosa lhe seria qualquer<<strong>br</strong> />

informação alusiva ao futuro... Poderia, acaso, esperar alguma aproximação<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> Taciano? conseguiria reconstituir a escola que perdera?<<strong>br</strong> />

Bastou que semelhantes indagações lhe assomassem ao cére<strong>br</strong>o para que<<strong>br</strong> />

a entidade lhe dissesse bondosamente:<<strong>br</strong> />

— Filho, não aguardes, por agora, senão renúncia e sacrifício... Jesus até<<strong>br</strong> />

hoje não foi <strong>com</strong>preendido, mesmo por muitos que se dizem seus seguidores.<<strong>br</strong> />

Auxilia, perdoa e espera!... As vitórias supremas do espírito <strong>br</strong>ilham além da<<strong>br</strong> />

carne.<<strong>br</strong> />

Nesse instante, o apóstolo desencarnado inclinou-se e apertou-o nos<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>aços afetuosos.<<strong>br</strong> />

Quinto Varro adivinhou-lhe a despedida.<<strong>br</strong> />

Oh! daria tudo para a<strong>br</strong>ir-lhe a alma e relacionar-lhe todos os<<strong>br</strong> />

acontecimentos daqueles anos de saudade e separação, mas trazia as cordas<<strong>br</strong> />

vocais entorpecidas.<<strong>br</strong> />

Corvino osculou-lhe os cabelos, na atitude de um pai que se despede de<<strong>br</strong> />

um filhinho, antes de adormecer, e, recuando até à saída, dirigiu-lhe<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ovedor adeus.<<strong>br</strong> />

Lá fora, a noite esmaltada de estrelas embalava-se de <strong>br</strong>isas perfumadas e<<strong>br</strong> />

refrescantes.<<strong>br</strong> />

Aquietou-se o doente no leito, <strong>com</strong> uma sensação de paz somente<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>preensível por aqueles que vencem em si mesmos os grandes <strong>com</strong>bates<<strong>br</strong> />

do coração.<<strong>br</strong> />

A <strong>br</strong>eve tempo, qual se houvera sorvido <strong>br</strong>ando entorpecente, dormiu<<strong>br</strong> />

tranquilo.<<strong>br</strong> />

No dia imediato, acordou registrando singular revigoramento.<<strong>br</strong> />

Com espanto geral, dirigiu-se aos ofícios religiosos da manhã, para o culto<<strong>br</strong> />

da alegria e do reconhecimento. Mal terminara as preces habituais, notou, não<<strong>br</strong> />

longe do átrio, desusado movimento do povo. Gritaria ensurdecedora vagueava<<strong>br</strong> />

no ar. Ante a silenciosa indagação que esboçava no rosto, alguém esclareceu<<strong>br</strong> />

que alguns bailarinos mascarados se achavam em função na via pública,<<strong>br</strong> />

anunciando o espetáculo de gala que se realizaria no anfiteatro, em<<strong>br</strong> />

homenagem à união matrimonial do moço Taciano <strong>com</strong> a jovem patrícia<<strong>br</strong> />

Helena Vetúrio.<<strong>br</strong> />

A casa de Opílio tencionava solenizar o acontecimento <strong>com</strong> vários<<strong>br</strong> />

divertimentos públicos, de vez que o ricaço, senhor de extensas propriedades,<<strong>br</strong> />

pretendia fazer-se mais intensamente respeitado na <strong>com</strong>unidade citadina.<<strong>br</strong> />

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