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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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préstimos.<<strong>br</strong> />

O religioso aceitou-lhe a cooperação, rogando-lhe reconduzisse os meninos<<strong>br</strong> />

ao lar, de modo a ocupar-se de Silvano, <strong>com</strong>o se fazia mister.<<strong>br</strong> />

Dispôs-se ao regresso, conchegando a inocente vítima, de encontro ao<<strong>br</strong> />

peito.<<strong>br</strong> />

Caminhava, lentamente, no trecho isolado que ligava a residência de<<strong>br</strong> />

Vetúrio à cidade, absorto em escuros pressentimentos.<<strong>br</strong> />

O menino, de tórax aberto, confrangia-lhe a alma. Em dado momento,<<strong>br</strong> />

parou de gritar, embora a hemorragia prosseguisse, abundante.<<strong>br</strong> />

O irmão Corvino percebeu-lhe a queda de forças e buscou repousar, sob<<strong>br</strong> />

vetusto carvalho, a fim de ouvi-lo.<<strong>br</strong> />

O pequerrucho fitou nele os olhos embaciados pela agonia...<<strong>br</strong> />

Varro, em pranto, inclinou-se, paternalmente. e perguntou, <strong>com</strong> carinho:<<strong>br</strong> />

— Estás recordando Jesus, meu filho?<<strong>br</strong> />

— Estou sim senhor... — respondeu em voz débil.<<strong>br</strong> />

Mas, revelando-se muito distante das questões transcendentes da fé —<<strong>br</strong> />

flor humana sequiosa de ternura —, exclamou para o benfeitor:<<strong>br</strong> />

— Papai, a<strong>br</strong>ace-me... Tenho frio... Quinto Varro <strong>com</strong>preendeu. Estreitouo<<strong>br</strong> />

contra o coração, <strong>com</strong>o se desejasse aquecê-lo <strong>com</strong> o calor da própria alma.<<strong>br</strong> />

Tudo em vão. Silvano estava morto.<<strong>br</strong> />

O doloroso acontecimento traçava som<strong>br</strong>ios horizontes ao futuro da<<strong>br</strong> />

igreja.<<strong>br</strong> />

Abatido e desencantado, o presbítero perguntava a si mesmo se não fôra<<strong>br</strong> />

precipitado na visita. Entretanto — refletia —, seria leviandade oferecer alguem<<strong>br</strong> />

o que possui de melhor, <strong>com</strong> pureza de sentimento? Guardava nos pequenos<<strong>br</strong> />

aprendizes do Evangelho a coroa do seu trabalho. Poderia ser acusado pela<<strong>br</strong> />

circunstância de tudo fazer por despertar um filho para a verdade? Como<<strong>br</strong> />

entender-se <strong>com</strong> Taciano, sem tanger-lhe as fi<strong>br</strong>as mais íntimas?<<strong>br</strong> />

Restabelecido no equilí<strong>br</strong>io físico, o jovem seria convocado à vida social<<strong>br</strong> />

intensa. Conhecer-lhe-ia o ministério. Seria constrangido a decidir-se. Não<<strong>br</strong> />

seria, pois, aconselhável informá-lo, indiretamente, quanto às suas atividades<<strong>br</strong> />

cristãs? e que melhor maneira de fazê-lo, além daquela de apresentar-lhe os<<strong>br</strong> />

seus princípios numa demonstração prática de trabalho? Se o filho não<<strong>br</strong> />

conseguisse ouvir qualquer referência à Boa Nova, através dos lábios de uma<<strong>br</strong> />

criança, em prece, <strong>com</strong>o suportaria qualquer alusão a Jesus, em discussões<<strong>br</strong> />

estéreis? Não podia ele, Varro, hesitar entre qualquer sentimento pessoal e o<<strong>br</strong> />

Evangelho. Seus deveres para <strong>com</strong> a Humanidade superavam-lhe as ligações<<strong>br</strong> />

consanguíneas. Embora reconhecesse semelhante verdade, entendia lícito<<strong>br</strong> />

operar, de algum modo, em favor do filho querido.<<strong>br</strong> />

Taciano, porém, mostrara-se impermeável e rígido.<<strong>br</strong> />

Parecia muito distante de qualquer acesso àprópria justiça.<<strong>br</strong> />

Petrificara-se-lhe a mente no orgulho racial e na falsa cultura. Pela<<strong>br</strong> />

explosão de cólera a que se atirara, ao ouvir a simples enunciação do nome do<<strong>br</strong> />

<strong>Cristo</strong>, denunciara o antagonismo talvez irremediável que os separava...<<strong>br</strong> />

Profundamente consternado, entregou-se ao refúgio da oração.<<strong>br</strong> />

Na <strong>com</strong>unidade evangélica ninguém <strong>com</strong>entou desfavoràvelmente os<<strong>br</strong> />

tristes sucessos que redundaram na morte da criança. O irmão Corvino era<<strong>br</strong> />

demasiadamente respeitado para provocar qualquer crítica desairosa à sua<<strong>br</strong> />

conduta.<<strong>br</strong> />

Nos ajuntamentos da cidade, contudo, o assunto crescia esfervilhante.<<strong>br</strong> />

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