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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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anfitrião.<<strong>br</strong> />

O pequeno, submisso, trocando jubiloso olhar <strong>com</strong> o orientador, procurou o<<strong>br</strong> />

centro da praça.<<strong>br</strong> />

O momento era de extrema expectativa.<<strong>br</strong> />

Todos os circunstantes entreolharam-se, aflitos...<<strong>br</strong> />

O pupilo de Vetúrio a<strong>com</strong>panhava a cena, sorridente, certo de que seria<<strong>br</strong> />

lem<strong>br</strong>ado numa oração <strong>com</strong>um às Divindades.<<strong>br</strong> />

O pequeno, de cabeça erguida ao Céu, <strong>com</strong>o um soldadinho triunfante,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçou a falar, <strong>com</strong>ovidamente:<<strong>br</strong> />

— Jesus, nosso Divino Mestre ! ... Ajuda-nos...<<strong>br</strong> />

Nesse instante, porém, súbita palidez co<strong>br</strong>iu a face do moço patrício. A<<strong>br</strong> />

fisionomia, dantes calma e educada, tornou-se-lhe irreconhecível. Feroz<<strong>br</strong> />

expressão eclipsou-lhe a alegria. Repentinamente convertido numa fera<<strong>br</strong> />

humana, rugindo cólera, clamou, terrível:<<strong>br</strong> />

— Abaixo os nazarenos! abaixo os nazarenos!... Maldito Corvino!... Maldito<<strong>br</strong> />

Corvino!... que desgraça! quem se atreveu a introduzir cristãos em minha<<strong>br</strong> />

casa? Farei justiça, justiça! Acabarei <strong>com</strong> esta praga!...<<strong>br</strong> />

Penosa surpresa dominou o recinto.<<strong>br</strong> />

O paternal benfeitor aproximou-se dele e implorou:<<strong>br</strong> />

— Piedade! Piedade!...<<strong>br</strong> />

Taciano, contudo, não viu as lágrimas que fulguravam nos olhos dele.<<strong>br</strong> />

Recuando, desesperado, respondeu em voz seca:<<strong>br</strong> />

- Piedade? Reparem o velho refrão dos imundos galileus!.<<strong>br</strong> />

E agitando um bastão de ponta metálica, rugia, estentórico:<<strong>br</strong> />

— Fora daqui! para fora daqui, gênios infernais!... Víboras do monturo,<<strong>br</strong> />

filhos das trevas, para fora daqui!...<<strong>br</strong> />

O jovem parecia possesso de demônios do crime, tal a máscara de<<strong>br</strong> />

indignação e perversidade que lhe surgira no rosto.<<strong>br</strong> />

Os pequerruchos tremiam imóveis.<<strong>br</strong> />

Entre eles e o filho encolerizado, o coração de Varro não sabia o que fazer.<<strong>br</strong> />

Muitos servidores do grupo de Alésio passaram a gargalhar ruidosamente.<<strong>br</strong> />

Taciano relanceou os olhos na assembléia e <strong>br</strong>adou para o capataz que<<strong>br</strong> />

conhecia <strong>com</strong>o sendo o mais ferrenho inimigo dos cristãos:<<strong>br</strong> />

- Epípodo, traze o cão selvagem! Expulsemos a canalha! Aniquilemos os<<strong>br</strong> />

embusteiros!...<<strong>br</strong> />

O escravo não hesitou. Atendeu, presto, e, em poucos instantes,<<strong>br</strong> />

aproximava-Se um cão enorme a ladrar e a rosnar <strong>com</strong> fúria.<<strong>br</strong> />

Os meninos debandaram aos gritos, dilacerando-se muitos deles na<<strong>br</strong> />

ramaria espinhosa das roseiras em flor.<<strong>br</strong> />

O irmão Corvino, atônito, procurava acalmar os ânimos, entretanto, a fera<<strong>br</strong> />

alcançou o caçula, abocanhando-lhe o corpo tenro.<<strong>br</strong> />

Aos gemidos de Silvano, a esposa de Alésio avançou, corajosa, e arrebatou<<strong>br</strong> />

a criança, contendo energicamente os movimentos do furioso mastim, que<<strong>br</strong> />

obedeceu em ganidos estridentes.<<strong>br</strong> />

Apressou-Se Varro a recolher o pequeno ferido que chorava a esvair-se em<<strong>br</strong> />

sangue.<<strong>br</strong> />

Aflito, tentava aliviá-lo, enquanto Taciano, desvairado, se dirigia ao interior<<strong>br</strong> />

doméstico, repetindo:<<strong>br</strong> />

— Todos pagarão!... todos pagarão!...<<strong>br</strong> />

Rufo, velho escravo da quinta, abeirou-se do presbítero, oferecendo-lhe os<<strong>br</strong> />

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