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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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famílias, pressentindo a perseguição, vêm dispensando os empregados cristãos.<<strong>br</strong> />

Ainda ontem as oficinas de Popônio demitiram dez <strong>com</strong>panheiros nossos.<<strong>br</strong> />

— Mas temos o direito de esmolar para a igreja e a igreja precisa sustentálos<<strong>br</strong> />

— observou Galiano, cuidadoso.<<strong>br</strong> />

Corvino, porém, obtemperou, firme:<<strong>br</strong> />

Sim, temos o direito de esmolar. Esse, contudo, é também o direito do<<strong>br</strong> />

mendigo. Não nos cabe, segundo nos parece, olvidar a produção de benefícios<<strong>br</strong> />

para o mundo. Temos terra disponível, sob a responsabilidade de vários<<strong>br</strong> />

irmãos. O arado não mente. Os grãos respondem <strong>com</strong> fidelidade ao nosso<<strong>br</strong> />

esforço. Podemos trabalhar. Não devemos recorrer ao concurso alheio, senão<<strong>br</strong> />

em circunstâncias especiais. Não seria aconselhável manter a <strong>com</strong>unidade<<strong>br</strong> />

improdutiva. Cabeça vaga é furna de tentações. Creio em nossa possibilidade<<strong>br</strong> />

de auxiliar a todos, através do esforço bem dirigido. O serviço de cada dia é o<<strong>br</strong> />

recurso de que dispomos para testemunhar o desempenho dos nossos<<strong>br</strong> />

deveres, diante dos que nos a<strong>com</strong>panham de perto, e o trabalho espontâneo<<strong>br</strong> />

no bem é o meio que o Senhor colocou ao nosso alcance, a fim de que<<strong>br</strong> />

sirvamos à Humanidade, <strong>com</strong> ela crescendo para a Glória Divina.<<strong>br</strong> />

O explicador ainda não havia terminado, quando a porta se entrea<strong>br</strong>iu e um<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>panheiro anunciou:<<strong>br</strong> />

— Irmão Corvino, a irmã Pontimiana roga-lhe a presença.<<strong>br</strong> />

O presbítero pediu permissão aos confrades e retirou-se.<<strong>br</strong> />

Na praça po<strong>br</strong>e de acesso ao templo, que mal <strong>com</strong>eçava a erguer-se, uma<<strong>br</strong> />

senhora respeitável esperava-o.<<strong>br</strong> />

Era a guardiã do palácio rural de Opílio Veturio.<<strong>br</strong> />

Embora contrariando o esposo, fizera-se amiga fiel da igreja, ouvindo<<strong>br</strong> />

Corvino, que lhe amparara a renovação espiritual, passo a passo.<<strong>br</strong> />

Não obstante idosa, Pontimiana revelava extrema agudeza nos olhos<<strong>br</strong> />

lúcidos, que sempre refletiam a cristalina bondade de sua alma.<<strong>br</strong> />

Tantas vezes auxiliada pelo presbítero, convertera-se em prestimosa irmã<<strong>br</strong> />

dêle, devotando-lhe estima sincera.<<strong>br</strong> />

Sorridente, saudou-o e foi logo informando:<<strong>br</strong> />

— Taciano, o menino agora rapaz que o senhor conheceu em Roma,<<strong>br</strong> />

chegou hoje. Tratando-se de alguém cujo destino sempre lhe interessou, vim<<strong>br</strong> />

trazer-lhe a notícia.<<strong>br</strong> />

O semblante do religioso co<strong>br</strong>iu-se de extrema palidez.<<strong>br</strong> />

Enfim, reveria o filho bem-amado.<<strong>br</strong> />

Quase vinte anos haviam decorrido.<<strong>br</strong> />

Constantemente, procurava-o no rosto dos órfãos e achara-lhe o carinho<<strong>br</strong> />

no peito das crianças sem lar que o buscavam, trêmulas de frio. Em todas as<<strong>br</strong> />

preces ao Senhor, lem<strong>br</strong>ava-lhe o nome, no imo dalma. Consoante as lições do<<strong>br</strong> />

apóstolo que lhe consolidara a fé, consagrara-se ao trabalho da terra.<<strong>br</strong> />

Distanciara-se dos conhecimentos náuticos, renunciara à vocação do<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ando, amaciara a voz e aprendera a obedecer. Tomando o velho Corvino<<strong>br</strong> />

por padrão renovador, dividia a existência entre o santuário e o serviço <strong>com</strong>um.<<strong>br</strong> />

Não se tornara famoso, em Lião, simplesmente pela abnegação <strong>com</strong> que se<<strong>br</strong> />

dedicava aos enfermos, curando-os e reanimando-os através da oração, mas<<strong>br</strong> />

também pela arraigada ternura <strong>com</strong> que se empenhava na proteção à infância.<<strong>br</strong> />

Habitava numa propriedade da igreja <strong>com</strong> trinta meninos, aos quais servia<<strong>br</strong> />

de mentor e de pai, seguido, de perto, pela cooperação de duas velhinhas.<<strong>br</strong> />

Quinto Varro, convertido em presbítero, encontrara nos pequeninos o<<strong>br</strong> />

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