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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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178<<strong>br</strong> />

morte!... Meus olhos de carne foram crestados para sempre, mas uma visão<<strong>br</strong> />

nova me enriquece a vida íntima... Vejo meu pai ao nosso lado... A<strong>br</strong>aça-me<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o amor de todos os dias... E pede-te silêncio, diante das verdades que<<strong>br</strong> />

ainda não possas perceber... Afirma carinhosamente que aperfeiçoaste o<<strong>br</strong> />

cére<strong>br</strong>o na viagem dos séculos... entretanto, o teu coração, embora generoso,<<strong>br</strong> />

é uma pérola encarcerada numa caixa de <strong>br</strong>onze... O excesso de inteligência<<strong>br</strong> />

eclipsou-te a visão... Sofres, mas à maneira de um homem dementado,<<strong>br</strong> />

recusando o remédio libertador... As tuas lágrimas de rebelião espiritual<<strong>br</strong> />

acumulam densas nuvens de aflição so<strong>br</strong>e a tua própria cabeça!... Estás preso<<strong>br</strong> />

voluntariamente a ilusões que te ferem a alma... Meu pai roga-te calma e<<strong>br</strong> />

reflexão...<<strong>br</strong> />

Assevera que todos nos achamos encadeados, através de existências<<strong>br</strong> />

sucessivas... Somos verdugos e benfeitores uns dos outros... Somente as<<strong>br</strong> />

lições do <strong>Cristo</strong> bem vividas por nós conseguirão resgatar-nos, eliminando os<<strong>br</strong> />

elos escuros de ódio e vaidade, egoísmo e desesperação a que nos<<strong>br</strong> />

acorrentamos... Compadece-te de todos... dos superiores e dos inferiores, dos<<strong>br</strong> />

que te auxiliam e dos que te escarnecem, dos vivos e dos mortos... Não<<strong>br</strong> />

retribuas mal por mal... Perdoa sempre... Só assim farás luz em ti mesmo para<<strong>br</strong> />

que possas discernir a verdade... Meu pai anuncia-me a partida próxima...<<strong>br</strong> />

Demorava-me apenas à tua espera, a fim de transferir às tuas mãos o último<<strong>br</strong> />

dever que a Terra me reservou... Hoje, semelhante missão estará cumprida...<<strong>br</strong> />

Sinto-me feliz <strong>com</strong> a graça de tua presença, junto de Blandina, ao meu lado...<<strong>br</strong> />

Agora, é o fim da tarefa...<<strong>br</strong> />

Ante a pausa que se fizera natural, Quinto Celso, <strong>com</strong> os olhos arrasados<<strong>br</strong> />

de lágrimas, abandonou a harpa, esqueceu as visitas e a<strong>br</strong>açou-se à<<strong>br</strong> />

agonizante.<<strong>br</strong> />

Aquelas frases de adeus traziam-lhe à memória o quadro final da mãezinha<<strong>br</strong> />

que se fôra.<<strong>br</strong> />

Amedrontado, <strong>com</strong>eçou a soluçar a sua dor. Enquanto a enferma<<strong>br</strong> />

acalentava-o, <strong>com</strong> palavras de ternura, Taciano concluiu de si para consigo<<strong>br</strong> />

que Lívia talvez houvesse enlouquecido pelo sofrimento.<<strong>br</strong> />

Não lhe <strong>com</strong>petia armar, naquele instante, uma discussão religiosa que<<strong>br</strong> />

redundaria em prejuízo geral.<<strong>br</strong> />

Qualquer altercação, acerca do <strong>Cristo</strong>, não restituiria a mínima parcela de<<strong>br</strong> />

equilí<strong>br</strong>io orgânico à criatura amada que o destino estrangulara.<<strong>br</strong> />

Reconheceu-se em erro.<<strong>br</strong> />

Afagou-lhe a fronte inundada de pastoso suor e rogou-lhe perdão.<<strong>br</strong> />

Lívia, sorridente, perguntou pelo progresso artístico de Blandina, pedindo a<<strong>br</strong> />

esta tocasse uma das velhas músicas da casinha de Lião.<<strong>br</strong> />

A menina atendeu-a prontamente.<<strong>br</strong> />

A melodia irradiou-se por abençoado calmante no quarto estreito.<<strong>br</strong> />

Lágrimas tranqüilas rolaram pelas faces macilentas da doente que, em<<strong>br</strong> />

seguida à música evocativa, tateou o rosto molhado de Celso, entregando-o ao<<strong>br</strong> />

amigo, <strong>com</strong> humildade e confiança:<<strong>br</strong> />

— Taciano, este é o filho do meu coração que lego aos teus cuidados!<<strong>br</strong> />

Chama-se Quinto Celso... foi meu salvador na Trinacria. -. Por lá cantamos<<strong>br</strong> />

juntos na via pública... É um <strong>br</strong>avo... Se a vida me houvesse confiado um<<strong>br</strong> />

filhinho, estimaria fôsse assim <strong>com</strong>o Celso, amigo, devotado, trabalhador ...<<strong>br</strong> />

Estou certa de que será um filho valioso em teu caminho, tanto quanto será<<strong>br</strong> />

para Blandina um abnegado irmão.

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