02.05.2014 Views

Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

158<<strong>br</strong> />

(17) Hoje Trápani. — (Nota do Autor espiritual.)<<strong>br</strong> />

sentia aumentada a angústia que lhe asfixiava devagarinho o coração...<<strong>br</strong> />

Não admitiu fôsse Teódulo capaz de relegá-la a abandono assim tão<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pleto. O <strong>com</strong>panheiro de viagem poderia ter adoecido gravemente. Algum<<strong>br</strong> />

obstáculo teria surgido...<<strong>br</strong> />

Depois do meio-dia, sentiu que a fome e a sede a in<strong>com</strong>odavam, mas<<strong>br</strong> />

receou lo<strong>com</strong>over-se.<<strong>br</strong> />

O administrador da vila poderia aparecer de momento para outro.<<strong>br</strong> />

Vencendo grandes vacilações, interpelou transeuntes vários, rogando<<strong>br</strong> />

informes acerca de Taciano, mas ninguém lhe ofereceu o mais leve sinal. De<<strong>br</strong> />

Teódulo, igualmente, não conseguiu recolher a mais ligeira noticia.<<strong>br</strong> />

Horas e horas permaneceu exposta na via pública, batida de sol e vento.<<strong>br</strong> />

À noitinha, quando perdeu a esperança de reencontro <strong>com</strong> o administrador<<strong>br</strong> />

da vila Vetúrio, caiu em profundo desalento.<<strong>br</strong> />

Percebeu que o Sol se despedia, que as virações da tarde se mostravam<<strong>br</strong> />

mais frias e lem<strong>br</strong>ou que o destino a enjeitara pela segunda vez...<<strong>br</strong> />

Ouvia, de quando em quando, impropérios de homens descaridosos, a lhe<<strong>br</strong> />

dirigirem frases torpes, e, aflita, perguntava a si mesma <strong>com</strong>o proceder.<<strong>br</strong> />

Achava-se tão só na Sicília, <strong>com</strong>o fôra encontrada ao nascer, na charneca<<strong>br</strong> />

de Cipro...<<strong>br</strong> />

Porque viera ao mundo <strong>com</strong> semelhante destino? — refletia, atormentada.<<strong>br</strong> />

Teria ainda mãe no mundo? a que família se filiava? que tragédia passional lhe<<strong>br</strong> />

havia precedido o nascimento? Recém-nata, não poderia registrar qualquer<<strong>br</strong> />

sensação de abandono, mas agora... Mulher consciente, <strong>com</strong> tantos sonhos<<strong>br</strong> />

desfeitos, assinalava superlativo sofrimento moral.<<strong>br</strong> />

Para onde iria?<<strong>br</strong> />

Se, ao menos, pudesse trabalhar...<<strong>br</strong> />

Reconhecia-se, porém, inútil e cega.<<strong>br</strong> />

Como se lhe desdo<strong>br</strong>aria o futuro?<<strong>br</strong> />

Rendeu graças a Deus porque conseguia chorar livremente... Nunca<<strong>br</strong> />

recordou, <strong>com</strong> tanta intensidade, a ternura paterna, desde a separação de<<strong>br</strong> />

Basílio, <strong>com</strong>o naquela hora.<<strong>br</strong> />

O velho filósofo ensinara-lhe que a morte não existe, que as almas vivem<<strong>br</strong> />

além da Terra, em esferas <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> o aprimoramento moral de que são<<strong>br</strong> />

portadoras. Nunca lhe pusera em dúvida as menores lições. Certamente, o<<strong>br</strong> />

carinhoso protetor prosseguia vivendo, em algum lugar... Mas, poderia, acaso,<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panhar-lhe a dor?<<strong>br</strong> />

Lem<strong>br</strong>ou as reuniões evangélicas da casa de Vestino e procurou arrimar-se<<strong>br</strong> />

à fé.<<strong>br</strong> />

Indubitavelmente, os amigos que lhe haviam tomado a vanguarda na morte<<strong>br</strong> />

não a olvidariam relegada à solidão.<<strong>br</strong> />

Deixou que as lágrimas lhe rolassem pela face que a ventania do<<strong>br</strong> />

crepúsculo açoitava, impiedosa, e rogou em pensamento:<<strong>br</strong> />

— Pai amado, não me abandones!... De onde estiveres, volve o generoso<<strong>br</strong> />

olhar so<strong>br</strong>e mim... Lem<strong>br</strong>a-te do dia em que me acolheste no matagal deserto e<<strong>br</strong> />

asila-me, de novo, em teu carinho! Estou enjeitada outra vez... Não sei porque<<strong>br</strong> />

contrário destino me pesa so<strong>br</strong>e a alma, embora creia, <strong>com</strong>o me ensinaste, que<<strong>br</strong> />

Jesus vela por nós do Céu! Agora que me sinto aniquilada e cega, não me

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!