You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
138<<strong>br</strong> />
(12) Evangelho do Apóstolo João, capítulo 14, versículo 1. — (Nota do<<strong>br</strong> />
Autor espiritual.)<<strong>br</strong> />
Meditando o versículo, ergueu a voz e <strong>com</strong>entou, inflamado de confiança:<<strong>br</strong> />
— Meus amigos, acreditamos que a hora é das mais significativas para a<<strong>br</strong> />
nossa família espiritual.<<strong>br</strong> />
Simpatizantes de nossa causa, funcionários do Governo, avisam-nos que a<<strong>br</strong> />
opressão romperá, cruel.<<strong>br</strong> />
Nossa fé, tantas vezes selada <strong>com</strong> o sangue dos nossos antepassados,<<strong>br</strong> />
provavelmente nos reclamará o testemunho de sacrifício!<<strong>br</strong> />
Olhemos para a vida de mais alto!<<strong>br</strong> />
Quando o Mestre nos convidou à fortaleza, prevenia-nos quanto às<<strong>br</strong> />
atribulações que nos sitiariam no tempo.<<strong>br</strong> />
Os filhos da ignorância e os devotos das divindades sanguinárias, que<<strong>br</strong> />
aceitam oferendas de carne viva, poderão desfrutar o domínio terrestre...<<strong>br</strong> />
Gozarão em carros de ouro e púrpura, em<strong>br</strong>iagados de prazer, à maneira de<<strong>br</strong> />
loucos que se regozijassem, inconscientes, so<strong>br</strong>e cadáveres amontoados, para<<strong>br</strong> />
despertarem, mais tarde, sob o látego ardente da verdade, que os espreita na<<strong>br</strong> />
morte.<<strong>br</strong> />
Mas nós, os servidores convidados a lavrar, <strong>com</strong> o Senhor, o empedrado<<strong>br</strong> />
solo da miséria humana, poderíamos, acaso, aguardar o descanso?<<strong>br</strong> />
Desde o dia em que se levantou a cruz no Calvário para o Enviado Celeste,<<strong>br</strong> />
outro caminho de ressurreição não se reservará para nós mesmos.<<strong>br</strong> />
Até o <strong>Cristo</strong>, os deuses bárbaros possuíram o mundo. Os templos eram<<strong>br</strong> />
casas de negócio <strong>com</strong> os gênios infernais. Um pombo sacrificado, um carneiro<<strong>br</strong> />
morto ou as vísceras quentes de um touro constituíam oblações, em troca de<<strong>br</strong> />
favores de ordem material.<<strong>br</strong> />
Com Jesus, porém, somos chamados a construir o reino glorioso do<<strong>br</strong> />
espírito. O Céu desceu até nós, as algemas que nos encarceravam o raciocínio<<strong>br</strong> />
no círculo estreito da animalidade inferior foram rompidas e a dignidade da<<strong>br</strong> />
alma humana revelou-se, divina, descortinando-nos a sua beleza eterna!<<strong>br</strong> />
Não admitamos que o Cristianismo esteja na véspera de terminar o<<strong>br</strong> />
apostolado entre as criaturas.<<strong>br</strong> />
<strong>Cristo</strong> não encerra exclusividade.<<strong>br</strong> />
Enquanto houver um gemido de criança desventurada na Terra, a o<strong>br</strong>a do<<strong>br</strong> />
Senhor nos impelirá ao serviço e à renunciação!...<<strong>br</strong> />
Por isso, enquanto os nossos irmãos mais fracos fogem ao depoimento da<<strong>br</strong> />
realidade e enquanto os menos convictos caem no logro infeliz da descrença e<<strong>br</strong> />
da dúvida, marchemos, destemerosos, na certeza de que o mundo espera por<<strong>br</strong> />
nosso concurso de suor e martírio, a fim de restaurar-se em seus alicerces<<strong>br</strong> />
sublimes..<<strong>br</strong> />
Por mais de dois séculos, choramos e padecemos.<<strong>br</strong> />
Nossos pioneiros foram arrancados à família a golpes de traição, calúnia,<<strong>br</strong> />
espancamento e morte.<<strong>br</strong> />
Somos herdeiros da fé imorredoura de veneráveis apóstolos, que no-la<<strong>br</strong> />
transmitiram <strong>com</strong> o próprio sangue e <strong>com</strong> as próprias lágrimas! Porque<<strong>br</strong> />
desmerecer-lhes na confiança, supondo-nos abandonados?<<strong>br</strong> />
«Não se turbe o vosso coração — disse-nos o Senhor —, credes em Deus,<<strong>br</strong> />
crede também em mim!»<<strong>br</strong> />
Achamo-nos em paz, porque cremos! o medo não nos aborrece, porque