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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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122<<strong>br</strong> />

cambaleava, rojando-se-lhe aos pés.<<strong>br</strong> />

Anacleta, atraída pela conversação em voz alta, penetrou igualmente a<<strong>br</strong> />

câmara, no evidente intuito de auxiliar.<<strong>br</strong> />

— Mãe! querida mãe! — soluçou a jovem, consternada — socorre-me!<<strong>br</strong> />

estou doente... não me abandones!... Marcelo e eu nos amamos, pertencemonos<<strong>br</strong> />

um ao outro... não me condenes a um casamento que não posso tolerar!<<strong>br</strong> />

Os deuses sabem que não posso...<<strong>br</strong> />

Helena e a velha amiga trocaram significativo olhar, <strong>com</strong>o a se recordarem<<strong>br</strong> />

da mocidade distante.<<strong>br</strong> />

— Não podes? — gritou a genitora, indignada. — Não permitirei qualquer<<strong>br</strong> />

interferência de tua vontade caprichosa nos planos de meu pai. Mandarei um<<strong>br</strong> />

emissário a Campânia para que teu tio retorne a casa, imediatamente.<<strong>br</strong> />

Realizaremos as núpcias e explicarei a Taciano que o teu consórcio deveria ser<<strong>br</strong> />

efetuado, à pressa, aqui mesmo !...<<strong>br</strong> />

A moça a<strong>br</strong>açou-lhe a cintura, num gesto <strong>com</strong>ovente, e segredou,<<strong>br</strong> />

angustiada:<<strong>br</strong> />

— Não me acuses, se errei!... Perdoa-me por amor aos nossos<<strong>br</strong> />

antepassados! Mas, não estou mais sozinha... Serei mãe dentro em <strong>br</strong>eve...<<strong>br</strong> />

— Infeliz! <strong>br</strong>adou a filha de Vetúrio, qual se estivesse possuída por um<<strong>br</strong> />

demônio de inconsciência e desespero.<<strong>br</strong> />

E quando alçava o <strong>br</strong>aço para espancar a jovem, Anacleta, aflita e<<strong>br</strong> />

conciliadora, deteve-lhe o gesto, exclamando:<<strong>br</strong> />

— Acalma-te, querida! Somos mulheres e devemos <strong>com</strong>preender...<<strong>br</strong> />

Fixou-a, <strong>com</strong> austeridade e doçura, <strong>com</strong>o a impor-lhe benevolência para<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a menina, e continuou:<<strong>br</strong> />

— Em quantos lares romanos estão surgindo problemas iguais a este?<<strong>br</strong> />

Seremos as únicas pessoas a sofrer a presente infelicidade? Não acredito possamos<<strong>br</strong> />

solucionar qualquer questão grave sem o concurso da paz.<<strong>br</strong> />

Helena abandonou-se aos <strong>br</strong>aços da governanta, clamando em lágrimas<<strong>br</strong> />

convulsivas:<<strong>br</strong> />

— Que será de nós? Sinto-me envergonhada, vencida... Tanto sacrifício<<strong>br</strong> />

para conduzir uma filha, tanta luta para sustentar a maternidade!... Tanto<<strong>br</strong> />

esforço para <strong>com</strong>prar tão escuro resultado!... Vingar-me-ei sem <strong>com</strong>paixão!...<<strong>br</strong> />

Antes, porém, que a palavra dela se fizesse mais áspera, Anacleta rogou,<<strong>br</strong> />

afetuosa:<<strong>br</strong> />

— Helena, controla-te.<<strong>br</strong> />

E, alterando o tom de voz, <strong>com</strong>o a pedir-lhe rememorasse o próprio<<strong>br</strong> />

passado, aconselhou:<<strong>br</strong> />

— Quem de nós não terá tido perigosos desvios na vida? calemo-nos, por<<strong>br</strong> />

agora. Não provoques a presença de teu pai, encanecido e doente, neste<<strong>br</strong> />

quarto! Frases duras não corrigem faltas <strong>com</strong>etidas. Se desejas amparar tua<<strong>br</strong> />

filha, não fujas à paciência. Ninguém auxilia por intermédio da irritação. Se não<<strong>br</strong> />

podes ajudar hoje a nossa Lucila, procura o silêncio, conversa contigo mesma<<strong>br</strong> />

e aguardemos a passagem das horas. É possível que o amanhã nos visite <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

o socorro desejado...<<strong>br</strong> />

A senhora, em pranto, aceitou o conselho e retirou-se, moralmente<<strong>br</strong> />

esmagada, enquanto a velha servidora a<strong>com</strong>odava a moça abatida, no leito,<<strong>br</strong> />

mantendo-se junto dela, <strong>com</strong> devoção e bondade.<<strong>br</strong> />

Anacleta parecia adivinhar.<<strong>br</strong> />

No dia seguinte, pela manhã, Teódulo chegava à metrópole, procedente de

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