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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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121<<strong>br</strong> />

palavras exprimir-te a emoção e o contentamento que me possuem?<<strong>br</strong> />

Enquanto a moça, em<strong>br</strong>iagada de júbilo, se lhe rendia aos carinhos,<<strong>br</strong> />

fitando-o, languidamente, o arrojado conquistador continuava <strong>com</strong> fascinante<<strong>br</strong> />

inflexão de ternura:<<strong>br</strong> />

— Que importa nos aproximemos, mais intimamente, um do outro, se nos<<strong>br</strong> />

sentimos, desde ontem, envolvidos na mesma onda de confiança e carinho? A<<strong>br</strong> />

vida é apenas o minuto de felicidade que respiramos entre as som<strong>br</strong>as do<<strong>br</strong> />

passado e as som<strong>br</strong>as do futuro... Tudo é sempre o «agora» maravilhoso!...<<strong>br</strong> />

Minha diva celeste, não ensurdeças ao milagroso apelo do amor!<<strong>br</strong> />

Ante os olhos súplices do rapaz, a jovem balbuciou, entre a alegria e a<<strong>br</strong> />

inquietação:<<strong>br</strong> />

— Compreendo-te os anseios que são iguais aos que povoam minhalma...<<strong>br</strong> />

Trazes para mim alguma coisa que tenho esperado ansiosamente! No entanto,<<strong>br</strong> />

Marcelo, não será justo consultar o tempo?<<strong>br</strong> />

— Ah! o velho Cronos! — suspirou o moço, contrariado — minha paixão<<strong>br</strong> />

jamais saberia ouvi-lo!... Não te reportarias a ele, se houvesses descoberto em<<strong>br</strong> />

mim o deslum<strong>br</strong>amento <strong>com</strong> que a tua presença me envolve...<<strong>br</strong> />

— Não te expresses assim! Recebo-te na qualidade de herói do meu<<strong>br</strong> />

primeiro amor, contudo, peço-te!... Tenhamos calma! Não nos perturbemos!<<strong>br</strong> />

Recorramos à inspiração dos deuses para que nos orientem os destinos!...<<strong>br</strong> />

— Os deuses? — falou o aventureiro, depois de sorver nova taça de vinho<<strong>br</strong> />

— os deuses são os benfeitores naturais de nossa ventura... Apolo, o<<strong>br</strong> />

renovador da Natureza, abençoar-nos-á os sonhos! Haverá maior alegria para<<strong>br</strong> />

o olhar de Vênus que a de contemplar uma ninfa <strong>com</strong>o tu, a rivalizá-la em<<strong>br</strong> />

beleza? Ama-me, divina! Aplaca a minha sede de afeto! Tenho peregrinado<<strong>br</strong> />

muito tempo, à procura de teu olhar, que me fala das estrelas distantes... Não<<strong>br</strong> />

cerres a porta da ternura que te enriquece o coração ao viajor que chega,<<strong>br</strong> />

fatigado, de tão longe!...<<strong>br</strong> />

Enlaçou-a <strong>com</strong> venenosa carícia e Lucila estremeceu <strong>com</strong> o beijo que lhe<<strong>br</strong> />

buscava a boca inquieta e risonha.<<strong>br</strong> />

Na noite seguinte e nas noites subsequentes, passaram aos<<strong>br</strong> />

entendimentos ocultos, num ângulo isolado dos jardins de Vetúrio.<<strong>br</strong> />

Decorridos quatro meses, em que a jovem se mostrava profundamente<<strong>br</strong> />

modificada, Anacleta, por solicitação de Helena, pôs-se em campo, desco<strong>br</strong>indo<<strong>br</strong> />

os encontros noturnos e identificando o rapaz.<<strong>br</strong> />

Tomou informações acerca de Marcelo, vindo a saber que era ele<<strong>br</strong> />

afortunado jogador do circo, particular protegido de Cláudio Lício.<<strong>br</strong> />

Em nome da senhora, de cujo lar fôra sempre a governanta fiel, tentou<<strong>br</strong> />

avistar-se <strong>com</strong> o amigo lionês, para esclarecimentos entretanto, Cláudio<<strong>br</strong> />

achava-se ausente, a<strong>com</strong>panhando familiares em excursão pela Espanha.<<strong>br</strong> />

Alarmada, Helena certa noite esperou a filha, em seus aposentos<<strong>br</strong> />

particulares, e, registrando-lhe a chegada, horas mortas, interpelou-a, severa,<<strong>br</strong> />

expro<strong>br</strong>ando-lhe o procedimento in<strong>com</strong>preensível<<strong>br</strong> />

Estava prometida ao <strong>br</strong>io de Galba, conhecia as responsabilidades que lhe<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>petiam no círculo familiar, não ignorava o objetivo daquela permanência<<strong>br</strong> />

longa em Roma e <strong>com</strong>o descera ao nível escuro da mulher desclassificada?<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o se confiava daquele modo a um estranho, cuja procedência poderia ser a<<strong>br</strong> />

taverna ou o cárcere?<<strong>br</strong> />

A genitora esperava que a moça, ferida no caráter feminil, se justificasse<<strong>br</strong> />

revoltada, ajustando-se à emenda precisa, mas, <strong>com</strong> espanto, notou que a filha

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