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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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Não te julgues relegado ao abandono!...<<strong>br</strong> />

Ainda mesmo quando as nossas preces se expandam ardentes, perante os<<strong>br</strong> />

ídolos sem alma, o coração augusto do Senhor as recolhe na misteriosa<<strong>br</strong> />

concha do seu amor infinito, apressando o socorro às nossas necessidades.<<strong>br</strong> />

Tem calma e confiança, filho meu! Voltaremos à experiência da carne para<<strong>br</strong> />

resgatar e reaprender.<<strong>br</strong> />

Nesse instante, Taciano, magnetizado pelo olhar paterno, tentou erguer-se<<strong>br</strong> />

para a<strong>br</strong>açá-lo ou rojar-se até o chão, a fim de Oscular-lhe os pés; no entanto,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o se estivesse imobilizado por laços invisíveis, não conseguiu articular<<strong>br</strong> />

qualquer movimento.<<strong>br</strong> />

— Ouve-me! — prosseguiu Varro, <strong>com</strong>padecidamente - pedes o retorno à<<strong>br</strong> />

liça terrestre, entediado de ti mesmo, e receberás semelhante concessão.<<strong>br</strong> />

Estaremos novamente reunidos, na cela corpórea do mundo físico —<<strong>br</strong> />

abençoada escola de nossa regeneração para a vida eterna, todavia, não mais<<strong>br</strong> />

na exaltação do orgulho e do poder.<<strong>br</strong> />

Nossos deuses de pedra estão mortos.<<strong>br</strong> />

Júpiter, <strong>com</strong> o seu carro de triunfo, passou para sempre. Em lugar dele,<<strong>br</strong> />

surge o Mestre da Cruz, o escultor divino da perfeição espiritual imperecível,<<strong>br</strong> />

que nos toma por tutelados felizes do seu Coração.<<strong>br</strong> />

Outrora, acreditávamos que a púrpura romana so<strong>br</strong>e o sangue dos<<strong>br</strong> />

vencidos era o símbolo de nossa felicidade racial e admitíamos que os gênios<<strong>br</strong> />

celestes deviam permanecer submetidos aos nossos caprichosos impulsos.<<strong>br</strong> />

Hoje, porém, o Crísto nos orienta o passo por estradas diversas. A Humanidade<<strong>br</strong> />

é a nossa família e o mundo é o nosso Lar Maior, onde todos somos<<strong>br</strong> />

irmãos. Diante do Céu, não há escravos nem senhores e sim criaturas ligadas<<strong>br</strong> />

entre si pela mesma origem divina.<<strong>br</strong> />

Os cristãos que não <strong>com</strong>preendes agora são os alicerces da glória futura.<<strong>br</strong> />

Humilhados e escarnecidos, vilipendiados e mortos no sacrifício, representam a<<strong>br</strong> />

promessa de paz e sublimação para o mundo.<<strong>br</strong> />

Um dia, ninguém se lem<strong>br</strong>ará do fausto de nossas mentirosas cele<strong>br</strong>ações.<<strong>br</strong> />

A ventania que sopra dos montes gelados espalhará so<strong>br</strong>e o chão escuro a<<strong>br</strong> />

cinza de nossa miserável grandeza, então convertida em lamentação e pó. Mas<<strong>br</strong> />

a renúncia dos homens e das mulheres que hoje se deixam imolar por uma<<strong>br</strong> />

vida melhor estará cada vez mais santificada e mais viva, na fraternidade que<<strong>br</strong> />

reinará soberana!...<<strong>br</strong> />

Talvez reparando a profunda surpresa do jovem que o escutava, trêmulo e<<strong>br</strong> />

abatido, Quinto Varro acentuou:<<strong>br</strong> />

— Prepara-te <strong>com</strong>o valoroso soldado do bem. Em <strong>br</strong>eve tempo,<<strong>br</strong> />

regressaremos à escola da carne. Serás para mim a estrela da manhã,<<strong>br</strong> />

indicando-me a chegada do Sol de cada dia. Certo, sofrimentos cruéis abaterse-ão<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e nós, qual ocorre aos servidores da verdade nesta noite de<<strong>br</strong> />

tormentosa flagelação. Indubitàvelmente, a dor espreitar-nos-á a existência,<<strong>br</strong> />

porque a dor é o selo do aperfeiçoamento moral no mundo... Conheceremos a<<strong>br</strong> />

separação e a desventura, o fel e o martírio, mas o pão da graça celeste entre<<strong>br</strong> />

os homens por muitos séculos ainda será amassado no suor e nas aflições dos<<strong>br</strong> />

servidores da luz! Seguirei teus passos, à maneira do cão fiel, e espero que,<<strong>br</strong> />

unido ao meu coração, poderás repetir, mais tarde:<<strong>br</strong> />

— <strong>Ave</strong>, <strong>Cristo</strong>! os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam!...<<strong>br</strong> />

O mensageiro fêz longa pausa, enquanto aves noturnas piavam,<<strong>br</strong> />

doloridamente, no arvoredo mergulhado nas som<strong>br</strong>as.<<strong>br</strong> />

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