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Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

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Sonhos e aflições<<strong>br</strong> />

De olhos postos no firmamento que se povoava de constelações, vamos<<strong>br</strong> />

encontrar Basílio, envolvido pelas <strong>br</strong>isas suaves do rio, falando para os ouvidos<<strong>br</strong> />

de Taciano, admirado:<<strong>br</strong> />

— A vida para nós ainda representa impenetrável segredo celeste. Não<<strong>br</strong> />

passamos de animálculos que pensam. O poder é uma fantasia na mão do<<strong>br</strong> />

homem, assim <strong>com</strong>o a beleza é um engodo no coração da mulher. Visitei o<<strong>br</strong> />

Egito, em <strong>com</strong>panhia de dois sacerdotes de Amatunte, e ali encontramos<<strong>br</strong> />

variados remanescentes da sabedoria imortal. Estudei minuciosamente, nas<<strong>br</strong> />

pirâmides de Gizé, os problemas da vida e da morte, entrando em cogitações<<strong>br</strong> />

profundas so<strong>br</strong>e a transmigração das almas. O que aprendemos, em nossos<<strong>br</strong> />

cultos exteriores, é mera som<strong>br</strong>a da realidade. A truculência política dos<<strong>br</strong> />

últimos séculos prejudicou em toda a parte o serviço da revelação divina. Creio<<strong>br</strong> />

assim que nos abeiramos de tempos novos. O mundo tem fome de fé viva para<<strong>br</strong> />

ser feliz. Não admito estejamos limitados à existência física e o Olimpo há de<<strong>br</strong> />

ampliar-se para responder às nossas aspirações...<<strong>br</strong> />

— Não acreditas, porventura — interferiu o interlocutor, preocupado —, que<<strong>br</strong> />

nos basta à felicidade coletiva a confiança pura e simples na proteção dos<<strong>br</strong> />

deuses, dentro do culto aos nossos antepassados?<<strong>br</strong> />

— Sim sim — considerou o ancião —, simplicidade é também uma das<<strong>br</strong> />

faces do enigma, entretanto, meu caro, no caso do nosso tempo de<<strong>br</strong> />

in<strong>com</strong>ensuráveis desequilí<strong>br</strong>ios morais, avulta o problema do homem. Não<<strong>br</strong> />

somos bonecos nos tentáculos da fatalidade. Somos almas, usando a vestimenta<<strong>br</strong> />

de carne, em trânsito para uma vida maior. Pesquisei em todas as<<strong>br</strong> />

grandes estradas da fé, nos arquivos da Índia védica, do Egito, da Pérsia e da<<strong>br</strong> />

Grécia e, em todos os instrutores veneráveis, observei a mesma visão da glória<<strong>br</strong> />

eterna a que somos destinados. Tenho de mim para <strong>com</strong>igo que somos um<<strong>br</strong> />

templo vivo em construção, através de cujos altares se expressará no Infinito a<<strong>br</strong> />

grandeza divina. Nas experiências da Terra, porém, conseguimos edificar tão<<strong>br</strong> />

somente os alicerces do santuário, prosseguindo, além da morte do corpo, na<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plementação da o<strong>br</strong>a sublime. Nas lutas da existência animal,<<strong>br</strong> />

desenvolvemos as potencialidades do espírito, habilitando-nos à elevação aos<<strong>br</strong> />

pináculos da vida.<<strong>br</strong> />

E, depois de uma pausa em que parecia refletir quanto aos conceitos que<<strong>br</strong> />

enunciara, ponderou:<<strong>br</strong> />

— Por isso mesmo, o problema é muitíssimo mais vasto. É indispensável<<strong>br</strong> />

saibamos destacar a dignidade humana, imanente em todas as criaturas.<<strong>br</strong> />

Escravos e senhores são filhos do mesmo Pai.<<strong>br</strong> />

O amigo que lhe registrava atentamente as palavras, objetou, de chofre:<<strong>br</strong> />

— Igualdade? isso, porém, viria contrariar a estrutura de nossa organização<<strong>br</strong> />

social. Como nivelar as classes, sem ferir as tradições?<<strong>br</strong> />

O velho, contudo, sorriu calmo e acentuou:<<strong>br</strong> />

— Meu filho, não me refiro à igualdade por violência, que viesse enfileirar<<strong>br</strong> />

na mesma categoria bons e maus, justos e injustos. Reporto-me ao imperativo<<strong>br</strong> />

de fraternidade e educação. Compreendo que a vida é semelhante a grande<<strong>br</strong> />

máquina, cujas peças vivas, que somos nós, devem funcionar harmoniosamente.<<strong>br</strong> />

Há quem nasça para determinada tarefa, a distância da nossa,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o existe quem veja o caminho <strong>com</strong>um de maneira diferente dos nossos

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