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108<<strong>br</strong> />
Aladas rosas de Ceres,<<strong>br</strong> />
Nascidas ao sol de Elêusis,<<strong>br</strong> />
Sois a morada dos deuses,<<strong>br</strong> />
Que vos engastam no céu...<<strong>br</strong> />
Dizei-nos que tudo é belo,<<strong>br</strong> />
Dizei -nos que tudo é santo,<<strong>br</strong> />
Inda mesmo quando há pranto<<strong>br</strong> />
No sonho que nos conduz.<<strong>br</strong> />
Proclamai à terra estranha,<<strong>br</strong> />
Dominada de tristeza,<<strong>br</strong> />
Que em tudo reina a beleza<<strong>br</strong> />
Vestida de amor e luz.<<strong>br</strong> />
Quando a noite for mais fria<<strong>br</strong> />
Pela dor que nos procura,<<strong>br</strong> />
Rompei a cadeia escura<<strong>br</strong> />
Que nos prenda o coração,<<strong>br</strong> />
Acendendo a madrugada<<strong>br</strong> />
No campo de Novo Dia,<<strong>br</strong> />
Onde a ventura irradia<<strong>br</strong> />
Eterna ressurreição<<strong>br</strong> />
Dai consolo ao peregrino,<<strong>br</strong> />
Que segue à mercê da sorte,<<strong>br</strong> />
Sem teto, sem paz, sem norte,<<strong>br</strong> />
Torturado, sofredor...<<strong>br</strong> />
Templos do Azul Infinito,<<strong>br</strong> />
Descerrai à Humanidade<<strong>br</strong> />
A glória da Divindade<<strong>br</strong> />
Na glória do vosso amor.<<strong>br</strong> />
Estrelasninhos da vida,<<strong>br</strong> />
Entre os espaços profundos,<<strong>br</strong> />
Novos lares, novos mundos,<<strong>br</strong> />
Velados por tênue véu...<<strong>br</strong> />
Aladas rosas de Ceres,<<strong>br</strong> />
Nascidas ao sol de Elêusis,<<strong>br</strong> />
Sois a morada dos deuses,<<strong>br</strong> />
Que vos engastam no céu...<<strong>br</strong> />
— Quem estará cantando assim? — perguntou Blandina, admirada.<<strong>br</strong> />
Taciano, impressionado, remou quase que instintivamente na direção de<<strong>br</strong> />
acolhedora praia vizinha e, à frente da jovem que cantava, ele e a filha não<<strong>br</strong> />
puderam conter a simpatia que lhes nascera nos corações.<<strong>br</strong> />
Amarrou o barco à margem e desceram.<<strong>br</strong> />
A moça, surpreendida, veio ao encontro da pequena, exclamando:<<strong>br</strong> />
— Bela menina, que os deuses te protejam ....<<strong>br</strong> />
— E protejam também nossa bela desconhecida — murmurou Taciano,<<strong>br</strong> />
bem humorado.<<strong>br</strong> />
E, no propósito de dissipar-lhe a timidez, acrescentou: