02.05.2014 Views

Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

Ave Cristo - Espiritismoemdebate.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Preces e <strong>com</strong>entários santificantes foram ouvidos.<<strong>br</strong> />

Depois de algumas horas, a enorme assembléia espiritual deslocou-se no<<strong>br</strong> />

rumo do anfiteatro.<<strong>br</strong> />

Hinos de alegria elevaram-se às alturas.<<strong>br</strong> />

Não somente os mensageiros da Via Ápia alcançavam o anfiteatro em<<strong>br</strong> />

harmoniosas orações.<<strong>br</strong> />

Enviados do Monte Vaticano e trabalhadores espirituais dos grupos de<<strong>br</strong> />

pregação evangélica do Esquilino, da Via Nomentana e da Via Salária, incluindo<<strong>br</strong> />

representantes de outras regiões romanas, penetravam o tumultuário<<strong>br</strong> />

recinto <strong>com</strong>o exércitos de luz.<<strong>br</strong> />

Introduzidos na arena para os derradeiros sacrifícios, os seguidores de<<strong>br</strong> />

Jesus igualmente cantavam.<<strong>br</strong> />

Aqui e ali, vísceras de feras mortas, de mistura <strong>com</strong> os corpos<<strong>br</strong> />

horrivelmente mutilados de gladiadores e bestiários vencidos, eram retirados à<<strong>br</strong> />

pressa por guardas de serviço.<<strong>br</strong> />

Alguns discípulos do Evangelho, notadamente os mais idosos, atados em<<strong>br</strong> />

postes de martírio recebiam setas envenenadas, incendiando-se-lhes depois os<<strong>br</strong> />

corpos, a fim de servirem <strong>com</strong>o tochas na festiva exibição, enquanto outros, de<<strong>br</strong> />

mãos postas, se entregavam, inermes, aos golpes de panteras e de leões da<<strong>br</strong> />

Numídia.<<strong>br</strong> />

Quase todos os supliciados desprendiam-se da carne, no sublimado êxtase<<strong>br</strong> />

da fé, recolhidos carinhosamente pelos irmãos que os esperavam em cânticos<<strong>br</strong> />

de vitória.<<strong>br</strong> />

Quinto Varro, no entanto, em meio da claridade intensa <strong>com</strong> que as legiões<<strong>br</strong> />

espirituais haviam desintegrado as trevas, não se mostrava interessado na<<strong>br</strong> />

exaltação dos heróis.<<strong>br</strong> />

Relanceava o olhar pelas arquibancadas repletas, até que, por fim, se<<strong>br</strong> />

deteve, <strong>com</strong> evidentes sinais de angústia, em álacre conjunto de Espíritos<<strong>br</strong> />

turbulentos, em arrojadas libações.<<strong>br</strong> />

Ansiosamente, Varro abeirou-se de um jovem que desferia estrepitosas<<strong>br</strong> />

gargalhadas e, a<strong>br</strong>açando-o, <strong>com</strong> extremada ternura, sussurrava:<<strong>br</strong> />

— Taciano, meu filho! meu filho!...<<strong>br</strong> />

O rapaz que se mergulhava na mais profunda corrente de sensações<<strong>br</strong> />

inferiores não viu o benfeitor que o conchegava de encontro ao peito, mas, tomado<<strong>br</strong> />

de repentina inquietação, silenciou de imediato, abandonando o recinto,<<strong>br</strong> />

dominado por invencível amargura.<<strong>br</strong> />

O jovem não identificava a presença do venerável amigo ao seu lado,<<strong>br</strong> />

contudo, a<strong>br</strong>açado por ele, experimentou imensa aversão pela odiosa solenidade.<<strong>br</strong> />

Alheou-se dos <strong>com</strong>panheiros e, sentindo fome de solidão, afastou-se,<<strong>br</strong> />

rápido, devorando ruas e praças.<<strong>br</strong> />

Desejava pensar e reconsiderar, a sós, a senda por ele mesmo percorrida.<<strong>br</strong> />

Depois de longo trajeto, alcançou a Porta Pinciana, em busca de<<strong>br</strong> />

insulamento. Nos jardins onde se venerava a memória de Esculápio, havia<<strong>br</strong> />

soberba estátua de Apolo, junto da qual, por vezes, gostava de meditar.<<strong>br</strong> />

O corpo marmóreo da divindade olímpica levantava-se, magnífico,<<strong>br</strong> />

ostentando primorosa taça numa das mãos, de bordos voltados para o solo,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o se procurasse fecundar a terra-mãe.<<strong>br</strong> />

Num recipiente, aos pés do ídolo, fumegava o incenso ali colocado por<<strong>br</strong> />

mãos devotas e anônimas, embalsamando o sítio em aroma delicioso.<<strong>br</strong> />

10

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!