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Cost and effectiveness of non-penetrating deep sclerectomy ...

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TZELIKIS PFM, ET AL.<br />

A<br />

C<br />

Figura 2. A e B) Presença de microperfuração central no pós-operatório de uma CLAP com<br />

formação de uma segunda câmara anterior em um paciente com ceratocone. C) Injeção de ar na<br />

câmara anterior realizada na lâmpada de fenda. D) Aspecto do botão corneano ao final de seis meses<br />

de acompanhamento com excelente aspecto da interface.<br />

lares convencionais ou de dissecção manual. No entanto, diversos<br />

autores vêm apresent<strong>and</strong>o resultados visuais satisfatórios após a<br />

ceratoplastia lamelar anterior pr<strong>of</strong>unda (CLAP) (7-10) . Recentemente,<br />

estudos compar<strong>and</strong>o a CLAP com a ceratoplastia penetrante (CP)<br />

mostraram resultados visuais finais semelhantes entre os dois<br />

grupos, sendo que a técnica lamelar se mostrou mais segura (11-13) .<br />

Além da obtenção de uma recuperação visual comparável a CP, a<br />

CLAP apresenta uma série de vantagens, principalmente relacionadas<br />

à preservação do endotélio do receptor, lev<strong>and</strong>o a um menor<br />

risco de rejeição endotelial, e consecutivamente, a menor perda<br />

por falência endotelial (13) .<br />

Outros aspectos favoráveis à CLAP são a maior rapidez de<br />

cicatrização entre o botão receptor e doador permitindo uma<br />

retirada de pontos mais precoce (12) , e um menor risco de deiscência<br />

de sutura com perda do conteúdo intraocular. No presente trabalho,<br />

dois pacientes apresentaram deiscência de sutura pós-trauma,<br />

porém em nenhum caso houve abertura da câmara anterior,<br />

minimiz<strong>and</strong>o consideravelmente as possíveis complicações comparadas<br />

a um trauma ocular com ferida a céu-aberto. Apesar de<br />

inúmeras vantagens, o procedimento de CLAP apresenta algumas<br />

desvantagens teóricas. A CLAP é tecnicamente mais difícil de ser<br />

realizada, exigindo maior experiência para sua realização. Ainda é<br />

uma técnica em evolução, falta padronização de técnicas, ainda são<br />

desconhecidos os seus resultados em longo prazo, e existe um<br />

potencial risco de “haze” ou irregularidade na interface doadorreceptor<br />

com possível comprometimento no desempenho visual<br />

final (13,14) . A presença de tecido cicatricial ou irregular na interface<br />

determin<strong>and</strong>o um resultado visual insatisfatório foi um dos principais<br />

fatores limitantes da aplicação das técnicas de transplante<br />

lamelar no passado (3) . Com as novas técnicas de CLAP empregadas<br />

atualmente é possível obter uma interface doador-receptor mais<br />

regular e com menores índices de opacificação.<br />

O fato de se obter uma interface doador-receptor mais transparente<br />

parece estar diretamente relacionado a uma melhor acuidade<br />

visual final. No presente estudo, os pacientes obtiveram uma<br />

média de acuidade visual corrigida (AVCC) de 20/30 (0,18 logMAR),<br />

B<br />

D<br />

com 92,0% dos casos ao final de 12 meses apresent<strong>and</strong>o<br />

AVCC melhor ou igual a 0,30 logMAR (20/40) . Este resultado<br />

visual é comparável a outros estudos em que foram realizadas<br />

técnicas de ceratoplastia penetrante ou outras técnicas<br />

de CLAP (12-18) . No trabalho de Coombes et al. (16) , a média de<br />

AVCC foi de 20/40 ou melhor em 80% dos pacientes submetidos<br />

à CLAP com dissecção lamelar através da injeção de<br />

BSS. Amayem e Anwar (17) , em um estudo semelhante envolvendo<br />

24 olhos submetidos à CLAP através da dissecção<br />

lamelar com BSS, atingiram uma AVCC de 20/40 ou melhor<br />

em 95,8% dos casos. Fontana et al. (18) , utiliz<strong>and</strong>o a mesma<br />

técnica de dissecção lamelar por nós utilizada, “big-bubble”,<br />

obtiveram uma AVCC ao final de dois anos de 20/40 ou<br />

melhor em 87% dos pacientes. Watson et al. (13) , em um<br />

estudo compar<strong>and</strong>o 25 olhos submetidos à CLAP versus 26<br />

olhos submetidos à ceratoplastia penetrante, não encontraram<br />

diferença significativa na AVCC, com 87,5% e 95% dos<br />

olhos atingindo uma AVCC melhor ou igual a 20/40, respectivamente.<br />

Em relação ao equivalente esférico ao final de 24 meses<br />

de seguimento o presente estudo encontrou uma média de<br />

-2,57 dioptrias (D), vari<strong>and</strong>o entre +1,00 D à -7,25 D. Estes<br />

resultados são comparáveis a outros estudos em que se<br />

observou uma média de EE de -1,65 D (+7,00 D à -10,25 D),<br />

-2,81 D (vari<strong>and</strong>o +0,50 à -6,75 D), -1,81 D (+3,50 D à -7,50 D),<br />

e -2,00 D (+1,75 D à -5,50 D) após CLAP (16-19) . Quanto ao<br />

astigmatismo topográfico, nosso estudo obteve uma média<br />

de -2,47 D (vari<strong>and</strong>o -0,28 D à -5,19 D). Resultados semelhantes<br />

são observados na literatura. Anwar e Teichmann (20) ,<br />

em um estudo envolvendo 118 olhos, encontraram uma<br />

média de astigmatismo topográfico ao final de 6 meses de seguimento<br />

de -3,25 D (vari<strong>and</strong>o -1,75 à -8.00 D). Outros estudos relataram<br />

astigmatismos de -2,54 D (-1,00 D à -4,00 D), -3,85 D (0,00 à<br />

-8,00 D), e -2,25 D (-1,50 à -3,25) após CLAP (16,17,19) . No presente<br />

estudo foram utilizadas córneas com diferença de 0,25 mm entre<br />

doador e receptor com o objetivo de reduzir a miopia pós-operatória.<br />

Fontana et al. (18) , utilizaram em seu estudo botão corneano do<br />

mesmo tamanho entre doador e receptor obtendo uma média de<br />

miopia de -1,81 D. No entanto, relatou a presença de dobras de<br />

Descemet em alguns casos em pacientes com valores ceratométricos<br />

acentuados no pré-operatório. Na sua gr<strong>and</strong>e maioria, as<br />

dobras desapareceram uma vez removidas as suturas compressivas.<br />

Em relação às rejeições na CLAP, a sua incidência na literatura<br />

vária conforme o estudo apresentado entre 0 a 11,76% do pacientes<br />

(10,15-18) . No nosso estudo, a rejeição estromal aconteceu em apenas<br />

um caso (1,70%) entre 59 olhos estudados. Após um curto período de<br />

corticóide tópico o paciente apresentou regressão do quadro, sem<br />

nenhuma recorrência.<br />

A frequência de microperfurações relatadas no presente estudo<br />

foi de 10,2% (6/59) dos olhos. Resultados semelhantes também<br />

são observados na literatura. Fontana et al. (18) , em um estudo envolvendo<br />

81 olhos com ceratocone, relataram a ocorrência de microperfurações<br />

em 11 olhos (13%). Anwar e Teichmann (20) , em um estudo<br />

envolvendo 118 olhos, relataram a ocorrência em 9% dos casos.<br />

Shimazaki et al. (11) , em um estudo prospectivo compar<strong>and</strong>o CLAP e<br />

CP, obtiveram 2 microperfurações (18%) em 11 olhos submetidos à<br />

ceratoplastia lamelar.<br />

No presente estudo, a perda endotelial apresentou uma redução<br />

significativa entre os valores pré-operatórios e aqueles obtidos principalmente<br />

ao final de 6 meses (16,5% de perda endotelial), porém<br />

assumindo valores próximos ao padrão fisiológico ao final de 24 meses<br />

(1,2%) de acompanhamento, com uma perda total ao final de 2 anos de<br />

seguimento de 24%. Estes resultados são consistentes com outros<br />

estudos que apresentaram uma redução média de células endoteliais<br />

de aproximadamente 11% entre 6 e 12 meses, com uma perda<br />

endotelial acentuada nos primeiros meses, seguida por uma taxa de<br />

Arq Bras Oftalmol. 2011;74(6):435-40<br />

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