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técnica da drenagem linfática ativada por laserterapia - NUPEN

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CAPÍTULO?<br />

TÉCNICA DA DRENAGEM<br />

LINFÁTICA ATIVADA POR<br />

LASERTERAPIA<br />

ALMEIDA-LOPES L *<br />

LOPES A ** INTRODUÇÃO<br />

A palavra laser é um acrônimo (ou seja, palavra forma<strong>da</strong> pela inicial<br />

de ca<strong>da</strong> um dos segmentos sucessivos de uma locução). É um acrônimo<br />

com origem na língua inglesa que significa: Light Amplification by Stimulated<br />

Emission of Radiation, cuja tradução seria: “amplificação de luz <strong>por</strong><br />

emissão estimula<strong>da</strong> de radiação”. Esta radiação é do tipo eletromagnético,<br />

não ionizante.<br />

São justamente as características especiais desse tipo de luz que lhe conferem<br />

proprie<strong>da</strong>des terapêuticas im<strong>por</strong>tantes. As radiações ópticas produzi<strong>da</strong>s<br />

pelos diversos tipos de laseres têm basicamente as mesmas características,<br />

entretanto, pode-se trabalhar com o laser buscando resultados clínicos<br />

bastante específicos, pois, o que determina sua interação com o tecido é a<br />

densi<strong>da</strong>de de potência óptica do sistema, e seu comprimento de on<strong>da</strong>.<br />

* Coordenadora do NuPEn e Pesquisadora-colaboradora <strong>da</strong> UFSCar – São Carlos – SP<br />

** Professor-titular <strong>da</strong> Disciplina de Patologia Oral <strong>da</strong> UniCastelo – São Paulo – SP


2 SECÇÃO ?<br />

E s t o m a t o l o g i a • P a c i e n t e s E s p e c i a i s • L a s e r<br />

Atualmente o laser é classificado baseado em sua<br />

interação com o tecido alvo em questão. A célula tem<br />

um limiar de sobrevivência, quando trabalhamos com<br />

o laser respeitando esse limiar, oferecemos à célula uma<br />

baixa intensi<strong>da</strong>de de energia, e trabalhamos com o laser<br />

operando em baixa densi<strong>da</strong>de de potência.<br />

Entretanto, com o mesmo laser, podemos trabalhar<br />

de formas distintas, buscando interações<br />

teciduais bastante específicas. A primeira delas é<br />

quando oferecemos densi<strong>da</strong>de de energia baixa, mas<br />

suficientemente alta para que a célula alvo a utilize<br />

de maneira a estimular sua membrana, ou suas organelas.<br />

Dessa forma, estaremos induzindo essa célula<br />

à biomodulação, ou seja, ela procurará restabelecer<br />

o estado de normalização <strong>da</strong> região afeta<strong>da</strong>. A partir<br />

de 1998, Ohshiro e Calderhead, passaram a chamar<br />

esse tipo de terapia de Laser Therapy, que passou a<br />

ser aceita como terminologia internacional para esse<br />

tipo de tratamento com laser. Também no Brasil, as<br />

primeiras publicações adotando a terminologia “Laserterapia”<br />

começaram a aparecer (Almei<strong>da</strong>-Lopes,<br />

1999), e o laser empregado para tanto (laser de baixa<br />

intensi<strong>da</strong>de), passou a ser conhecido como laser<br />

terapêutico. Sua principal indicação são todos os<br />

quadros patológicos onde se gostaria de lograr melhor<br />

quali<strong>da</strong>de e maior rapidez do processo reparacional,<br />

quadros de edema instalado ou nos quadros<br />

de dor (crônica e agu<strong>da</strong>).<br />

Quando, ao contrário, aplicamos uma densi<strong>da</strong>de<br />

de energia tão alta, a ponto de essa energia causar<br />

<strong>da</strong>no térmico e ultrapassar o limiar de sobrevivência<br />

<strong>da</strong> célula, levando-a a uma lise, e conseqüentemente<br />

à sua morte, estaremos utilizando o laser com<br />

finali<strong>da</strong>de cirúrgica. Esse laser estará operando em<br />

alta intensi<strong>da</strong>de de energia ou em alta densi<strong>da</strong>de de<br />

potência. Com esse tipo de aparato podemos destruir<br />

o tecido, removendo cáries, fazendo incisões,<br />

excisões ou va<strong>por</strong>izações. A isso denominamos Laser<br />

Cirurgia. Nesse trabalho abor<strong>da</strong>remos somente a<br />

utilização e efeitos do Laser Terapêutico.<br />

FUNDAMENTOS FÍSICOS<br />

A luz pode ser descrita como uma emissão<br />

eletromagnética, e como tal tem algumas características<br />

que a identificam plenamente. Essas emissões<br />

são conheci<strong>da</strong>s <strong>por</strong> radiações ou on<strong>da</strong>s eletromagnéticas,<br />

e estão conti<strong>da</strong>s em uma grande ban<strong>da</strong> ou<br />

faixa, que está subdividi<strong>da</strong> de acordo com algumas<br />

características físicas peculiares. Existem as que não<br />

podemos ver, tais como as on<strong>da</strong>s sonoras, e existem<br />

aquelas que podemos ver, tais como as luminosas<br />

(compostas <strong>por</strong> fótons) tais como a luz emiti<strong>da</strong> pelas<br />

lâmpa<strong>da</strong>s dos lustres <strong>da</strong>s casas. As emissões estão<br />

organiza<strong>da</strong>s segundo o que se chama de “Espectro<br />

de Radiações Eletromagnéticas” (Figura 1), baseado<br />

em uma característica particular: o Comprimento<br />

de On<strong>da</strong>. Esse espectro é composto <strong>por</strong> radiações<br />

infravermelhas, radiações visíveis, radiações ultravioletas,<br />

radiações ionizantes, além de outros tipos<br />

de radiação que não dizem respeito a este trabalho.<br />

Os laseres utilizados para tratamento médico e<br />

odontológico (aquilo que chamamos de “Ciências <strong>da</strong><br />

Vi<strong>da</strong>”) emitem radiações que estão situa<strong>da</strong>s na faixa<br />

<strong>da</strong>s radiações visíveis, infravermelha e ultravioleta<br />

próximo e não são ionizantes.<br />

FIG. 1<br />

Espectro de oscilações<br />

eletromagnéticas.


Técnica <strong>da</strong> Drenagem Linfática Ativa<strong>da</strong> <strong>por</strong> Laserterapia CAPÍTULO ? 3<br />

FIG. 2<br />

Mensuração do comprimento de uma on<strong>da</strong> eletromagnética.<br />

FIG. 3<br />

O laser é uma luz passível de sofrer colimação, ou seja, caminha<br />

de maneira “paralela”. Diferente <strong>da</strong> luz comum, que se perde no<br />

tempo e no espaço.<br />

Para podermos identificar em que parte do espectro<br />

está classifica<strong>da</strong> uma determina<strong>da</strong> radiação,<br />

precisamos conhecer seu comprimento de on<strong>da</strong> (Figura<br />

2), que na<strong>da</strong> mais é do que a distância medi<strong>da</strong><br />

entre dois picos consecutivos desta trajetória. A uni<strong>da</strong>de<br />

utiliza<strong>da</strong> para expressar essa grandeza é uma<br />

fração do metro, normalmente o nanômetro, que é<br />

equivalente a 10 -9 do metro.<br />

O laser na<strong>da</strong> mais é do que luz, e <strong>por</strong>tanto tem<br />

o com<strong>por</strong>tamento de luz, ou seja, pode ser refletido,<br />

absorvido ou transmitido, sofrendo ou não espalhamento<br />

no processo. Entretanto, é uma luz com<br />

características muito especiais.<br />

O laser é um tipo de luz cujos fótons se propagam<br />

sobre trajetórias paralelas, diferentemente <strong>da</strong><br />

luz comum, onde fótons de comprimentos de on<strong>da</strong><br />

diversos são emitidos e se propagam de forma caótica,<br />

em to<strong>da</strong>s as direções (Figura 3). É ain<strong>da</strong> uma luz<br />

coerente, onde os picos e vales de to<strong>da</strong>s as trajetórias<br />

em forma de on<strong>da</strong>s dos diferentes fótons que a compõem,<br />

coincidem em termos de direção e sentido,<br />

amplitude, comprimento e fase. São esses aspectos<br />

que a difere <strong>da</strong> luz comum, onde não existe sincronia<br />

entre os fótons emitidos (Figura 4). Como todos<br />

os fótons emitidos <strong>por</strong> um aparato laser padrão são<br />

idênticos, se propagam segundo trajetórias, direção,<br />

sentido, amplitude e fase idênticos. Portanto, são<br />

dispositivos capazes de emitir luz com comprimento<br />

de on<strong>da</strong> único e definido. Podemos, então dizer, que<br />

esses fótons são de cor pura (Figura 5).<br />

Para a produção de um laser, são necessárias<br />

algumas condições especiais. Primeiramente<br />

necessita-se de um “Meio Ativo”, composto <strong>por</strong><br />

substâncias (gasosas, líqui<strong>da</strong>s, sóli<strong>da</strong>s, ou ain<strong>da</strong> <strong>por</strong><br />

FIG. 4<br />

O laser é uma luz coerente.<br />

FIG. 5<br />

O laser é uma luz monocromática.


4 SECÇÃO ?<br />

E s t o m a t o l o g i a • P a c i e n t e s E s p e c i a i s • L a s e r<br />

suas associações), que geram luz quando excita<strong>da</strong>s<br />

<strong>por</strong> uma fonte de energia externa. Os meios ativos<br />

mais comumente empregados na confecção de<br />

laseres terapêuticos são os semicondutores (diodo<br />

laser). Eles são os emissores de menores dimensões<br />

existentes e podem ser produzidos em grande escala.<br />

Graças à sua eficiência e pequeno tamanho são<br />

especialmente adequados para utilização em clinica<br />

odontológica.<br />

Os laseres de diodo mais utilizados em Odontologia<br />

têm como meio ativo o composto de GaAlAs,<br />

com comprimento de on<strong>da</strong> variando entre 760 e<br />

850 nm (o mais utilizado atualmente é o de 830<br />

nm), que está situado na faixa do infravermelho<br />

próximo, com potência variando entre 20 e 250 mW.<br />

Outro tipo de meio ativo utilizado é o composto<br />

de InGaAlP, que produz luz com comprimento de<br />

on<strong>da</strong> variando entre 635 e 690 nm, que está situado<br />

dentro <strong>da</strong> faixa visível do espectro de luz, mais precisamente<br />

na região <strong>da</strong> cor vermelha, com potência<br />

variando entre 1 e 100 mW.<br />

Grandezas físicas<br />

Irradiância é o termo usado como sinônimo para<br />

densi<strong>da</strong>de de potência (DP), que é defini<strong>da</strong> como sendo<br />

a potência óptica útil do laser em Watts, dividi<strong>da</strong><br />

pela área irradia<strong>da</strong> expressa em cm 2 . É através do<br />

controle <strong>da</strong> irradiância que o cirurgião pode cortar,<br />

va<strong>por</strong>izar, coagular ou “sol<strong>da</strong>r” o tecido, quando<br />

<strong>da</strong> utilização de laseres cirúrgicos. A densi<strong>da</strong>de de<br />

potência apropria<strong>da</strong> pode também gerar foto-ativação<br />

com o laser de baixa intensi<strong>da</strong>de de energia, ou<br />

terapêutico.<br />

A fluência é um conceito fun<strong>da</strong>mental na biomedicina,<br />

já o jargão <strong>da</strong> medicina e odontologia, para<br />

o mesmo conceito, é dose. Em antibioticoterapia, <strong>por</strong><br />

exemplo, para que se obtenha determinado efeito<br />

medicamentoso, a dose terapêutica administra<strong>da</strong> é<br />

fun<strong>da</strong>mental, ou seja, a prescrição de uma dose muito<br />

baixa de determinado medicamento <strong>por</strong> quilograma/<br />

peso do paciente, implica na não obtenção do resultado<br />

esperado. Já a prescrição de uma dose muito<br />

alta do mesmo medicamento pode levar o paciente a<br />

uma intoxicação, ou mesmo a um choque anafilático.<br />

Da mesma forma é feita a prescrição em terapia com<br />

laser de baixa intensi<strong>da</strong>de, isto é, doses muito baixas<br />

não causam efeitos satisfatórios nos tecidos, enquanto<br />

que doses muito altas em tecido mole, <strong>por</strong> exemplo,<br />

podem levar a uma inibição do processo cicatricial.<br />

A fluência equivaleria então, à quanti<strong>da</strong>de de energia<br />

necessária para ativar um determinado número de<br />

moléculas suficientes para levar o tecido a reagir de<br />

alguma maneira (a partir de um estimulo fotônico,<br />

teríamos uma foto-recepção e conseqüentemente uma<br />

foto-resposta). Essa quanti<strong>da</strong>de de energia vai estimular<br />

o tecido ca<strong>da</strong> vez que o excitem com uma dose<br />

satisfatória de laser.<br />

O comprimento de on<strong>da</strong> é uma característica<br />

extremamente im<strong>por</strong>tante, pois é ela quem define<br />

a profundi<strong>da</strong>de de penetração no tecido alvo. Diferentes<br />

comprimentos de on<strong>da</strong> apresentam diferentes<br />

coeficientes de absorção para um mesmo tecido. Os<br />

tecidos são heterogêneos do ponto de vista óptico e<br />

<strong>por</strong>tanto, absorvem e refletem energia de maneira<br />

distinta. A im<strong>por</strong>tância <strong>da</strong> absorção acontecer de<br />

maneira diversifica<strong>da</strong> segundo o tecido no qual a<br />

energia do laser é deposita<strong>da</strong>, está no fato de que,<br />

dependendo do comprimento de on<strong>da</strong>, o tecido absorverá<br />

essa energia mais superficialmente ou deixará<br />

a luz passar e ir agir em um alvo instalado na intimi<strong>da</strong>de<br />

tecidual (geralmente a membrana celular).<br />

A isso denominamos “seletivi<strong>da</strong>de” do laser. Uma<br />

vez absorvi<strong>da</strong> a energia <strong>por</strong> parte de uma célula,<br />

esta se converterá em outro tipo de energia. Quando<br />

utilizamos os laseres operando em alta intensi<strong>da</strong>de<br />

de energia, na maioria <strong>da</strong>s vezes, esta se converterá<br />

em calor. Quando utilizamos os laseres operando em<br />

baixa intensi<strong>da</strong>de de energia, os comprimentos de<br />

on<strong>da</strong> baixos são capazes de excitar eletronicamente<br />

as moléculas, enquanto que para os comprimentos<br />

de on<strong>da</strong> mais altos haverá uma vibração celular<br />

através <strong>da</strong> excitação <strong>da</strong> membrana celular.<br />

FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS<br />

O laser operando em baixa intensi<strong>da</strong>de de energia<br />

foi considerado inicialmente um Bioestimulador.<br />

Naquela época, os terapeutas tinham excelentes resultados<br />

no tratamento de feri<strong>da</strong>s e úlceras abertas,<br />

estimulando seu processo de cicatrização. Porém,<br />

com o passar do tempo, essa terapia começou a ser<br />

utiliza<strong>da</strong> não só para estimular e acelerar processos,<br />

mas também para detê-los. Desta maneira, essa terapia<br />

passou a ser utiliza<strong>da</strong> muitas vezes buscando-se<br />

efeitos antagônicos no tecido biológico. A partir de<br />

estudos clínicos e laboratoriais pôde-se concluir que<br />

esse processo terapêutico não somente acelerava determinados<br />

processos, mas também retar<strong>da</strong>va outros,<br />

ou simplesmente modulava outros tantos. Os autores<br />

começaram então a entender que nesse tipo de terapia<br />

o laser desempenhava um papel de normalizador <strong>da</strong>s<br />

funções celulares, <strong>por</strong>tanto hoje ele é considerado um<br />

“Biomodulador <strong>da</strong>s funções celulares”.<br />

Existe no organismo animal uma função foto-reguladora,<br />

basea<strong>da</strong> em certos foto-receptores capazes<br />

de absorver fótons de determinados comprimentos<br />

de on<strong>da</strong>, que chegam a provocar uma transformação<br />

na ativi<strong>da</strong>de funcional e metabólica <strong>da</strong> célula. Este<br />

mecanismo é im<strong>por</strong>tante nas aplicações dos laseres


Técnica <strong>da</strong> Drenagem Linfática Ativa<strong>da</strong> <strong>por</strong> Laserterapia CAPÍTULO ? 5<br />

terapêuticos, a fim de obter-se um efeito biomodulador<br />

ou bioestimulador.<br />

Diferença <strong>da</strong> ação entre a luz laser<br />

visível e infravermelha<br />

A energia dos fótons constituintes de uma radiação<br />

laser absorvi<strong>da</strong> <strong>por</strong> uma célula, será transforma<strong>da</strong><br />

em energia bioquímica e utiliza<strong>da</strong> em sua<br />

cadeia respiratória. O mecanismo de interação do<br />

laser em nível molecular foi descrito primeiramente<br />

<strong>por</strong> Karu, em 1988, que verificou um mecanismo de<br />

ação diferente para os laseres emitindo radiação na<br />

faixa do visível e na faixa do infravermelho próximo<br />

(Figura 6).<br />

A luz laser visível induz a uma reação foto-química,<br />

ou seja, há uma direta ativação <strong>da</strong> síntese de<br />

enzimas e essa luz tem como primeiro alvo os lisossomos<br />

e as mitocôndrias <strong>da</strong>s células (Figura 7).<br />

As organelas não absorvem luz infravermelha,<br />

apenas as membranas apresentam resposta a estímulo<br />

desse tipo (Figura 7). As alterações no potencial<br />

de membrana causa<strong>da</strong>s pela energia de fótons na<br />

faixa do infravermelho próximo induzem efeitos<br />

foto-físicos e foto-elétricos, causando excitação de<br />

elétrons, vibração e rotação de partes <strong>da</strong>s moléculas<br />

ou rotação de moléculas como um todo, que se traduzem<br />

intracelularmente no incremento na síntese de<br />

ATP. Por sua vez, esses incrementos que se produzem<br />

após a irradiação com laser, favorecem um grande<br />

número de reações que interferem no metabolismo<br />

celular. O laser interfere no processo de troca iônica,<br />

acelerando o incremento de ATP, sobretudo quando<br />

a célula está em condição de estresse, ou seja, o tecido<br />

ou órgão tratado com laser está afetado <strong>por</strong> uma<br />

desordem funcional ou alguma lesão tecidual.<br />

Então, que comprimento de on<strong>da</strong> utilizar? Os<br />

laseres visíveis têm pouca penetração no tecido,<br />

enquanto que os laseres infravermelhos penetram<br />

vários centímetros. Por outro lado, os fibroblastos<br />

respondem melhor aos comprimentos de on<strong>da</strong> emitidos<br />

no visível. Entretanto, a eficácia terapêutica<br />

não corresponde somente ao nível de penetração,<br />

mas sim à interação entre a luz laser e os diferentes<br />

tecidos biológicos envolvidos. A penetração não é<br />

fator determinante para os efeitos gerados no tecido,<br />

pois os efeitos foto-químicos, foto-físicos e fotobiológicos<br />

gerados pelo laser afetam não só a área<br />

de aplicação, mas também as regiões circun<strong>da</strong>ntes<br />

desses tecidos. Além do comprimento de on<strong>da</strong>, é im<strong>por</strong>tante<br />

a potência óptica do laser a ser utilizado no<br />

tratamento, ou melhor dizendo, mais que a potência,<br />

a irradiância (ou intensi<strong>da</strong>de) aplica<strong>da</strong>. Densi<strong>da</strong>des<br />

de potências mais altas geram melhores resultados<br />

sobretudo do ponto de vista de analgesia nos tecidos.<br />

De qualquer maneira, para lesões situa<strong>da</strong>s na<br />

intimi<strong>da</strong>de tecidual, teremos que optar <strong>por</strong> comprimentos<br />

de on<strong>da</strong> emitidos na faixa do infravermelho;<br />

para lesões situa<strong>da</strong>s superficialmente, ambos comprimentos<br />

de on<strong>da</strong> são indicados.<br />

FIG. 6<br />

Modelo de Karu modificado <strong>por</strong> Smith. Ação foto-química do<br />

laser visível na cadeia redox <strong>da</strong> mitocôndria. Ação foto-física<br />

do laser infravermelho na membrana celular. Ambos desencadeiam<br />

respostas celulares, que geram uma cascata bioquímica<br />

de reações.<br />

FIG. 7<br />

Diferença de ação dos diferentes comprimentos de on<strong>da</strong> do<br />

laser terapêutico em nível celular.


6 SECÇÃO ?<br />

E s t o m a t o l o g i a • P a c i e n t e s E s p e c i a i s • L a s e r<br />

Atuação <strong>da</strong> terapia com laser de<br />

baixa intensi<strong>da</strong>de<br />

Poderíamos simplificar, sumarizando então,<br />

que a absorção de fótons <strong>por</strong> parte <strong>da</strong> célula, seja<br />

diretamente <strong>por</strong> captação pelos crómoforos mitocondriais<br />

ou <strong>por</strong> ação em sua membrana celular, produz<br />

estimulação ou inibição de ativi<strong>da</strong>des enzimáticas e<br />

de reações foto-químicas. Estas ações determinam<br />

alterações foto-dinâmicas em cascatas de reações e em<br />

processos fisiológicos com conotações terapêuticas. É<br />

im<strong>por</strong>tante ressaltar que a foto-sensibili<strong>da</strong>de celular<br />

é bastante complexa pois não existe um limiar que<br />

determine simplesmente se o laser sensibilizou ou<br />

não aquela célula. As células podem responder ao<br />

estímulo luminoso em vários graus e a magnitude <strong>da</strong><br />

foto-resposta celular dependerá do estado fisiológico<br />

em que se encontra aquela célula previamente à irradiação,<br />

dessa forma, a resposta celular será fraca<br />

ou ausente quando seu potencial redox é ótimo, e a<br />

resposta será presente e forte quando seu potencial<br />

está alterado, <strong>por</strong> alguma razão.<br />

Esses processos de foto-sensibilização e fotoresposta<br />

celular podem manifestar-se clinicamente de<br />

três modos. Primeiramente vão agir diretamente na<br />

célula, produzindo um efeito primário ou imediato,<br />

aumentando o metabolismo celular ou, <strong>por</strong> exemplo,<br />

aumentando a síntese de endorfinas e diminuindo<br />

a liberação de transmissores nosciceptivos, como a<br />

bradicinina e a serotonina. Também terá ação na<br />

estabilização <strong>da</strong> membrana celular. Clinicamente<br />

observaremos uma ação estimulativa e analgésica<br />

dessa terapia. Haverá, além disso, um efeito secundário<br />

ou indireto, aumentando o fluxo sangüíneo<br />

e a <strong>drenagem</strong> linfática. Dessa forma, clinicamente<br />

observaremos uma ação mediadora do laser na<br />

inflamação. Por fim, haverá a instalação de efeitos<br />

terapêuticos gerais ou efeitos tardios, e clinicamente<br />

observaremos, <strong>por</strong> exemplo, a ativação do sistema<br />

imunológico. Por isso também o laser é usado atualmente<br />

para ativar a <strong>drenagem</strong> linfática.<br />

Os efeitos terapêuticos dos laseres sobre os<br />

diferentes tecidos biológicos são muito amplos, ao<br />

induzir efeitos trófico-regenerativos, antiinflamatórios<br />

e analgésicos, os quais se têm confirmado tanto<br />

em estudos in vitro como in vivo, destacando-se os<br />

trabalhos que demonstram um aumento na microcirculação<br />

local (Maegawa et al., 2000), ativação<br />

do sistema linfático (Lievens, 1991), proliferação<br />

de células epiteliais (Steinlechner, Dyson, 1993) e<br />

de fibroblastos (Almei<strong>da</strong>-Lopes et al., 2001) assim<br />

como aumento <strong>da</strong> síntese de colágeno <strong>por</strong> parte dos<br />

fibroblastos (Skinner et al., 1996). Também no que<br />

se refere à reparação óssea o laser mostra-se efetivo,<br />

seja em trabalhos in vitro, nos quais se observa aumento<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de osteoblástica (Guzzardella et al.,<br />

2002), seja em trabalhos in vivo nos quais se observa<br />

ganho ósseo, tanto em trabalhos com animais (Limeira-Júnior,<br />

2001) como em humanos (Hernandez<br />

et al., 1997).<br />

APLICAÇÕES CLÍNICAS<br />

Devido às suas características de aliviar a dor,<br />

estimular a reparação tecidual, reduzir edema e<br />

hiperemia nos processos antiinflamatórios, prevenir<br />

infecções, além de agir em parestesias e paralisias,<br />

o laser de baixa intensi<strong>da</strong>de tem sido empregado<br />

freqüentemente em múltiplas especiali<strong>da</strong>des médicas<br />

e odontológicas.<br />

Na clínica odontológica existe um grande número<br />

de aplicações, e o uso dessa terapia já se faz<br />

rotineira para bioestimulação óssea, em casos de implantes<br />

e cirurgia oral menor; para diminuir a dor e<br />

edema nos casos de pós-operatórios diversos, úlcera<br />

aftosa recorrente, herpes, nevralgias e hipersensibili<strong>da</strong>des<br />

dentinárias; além de ativar a recuperação em<br />

quadros de paralisias e parestesias.<br />

É indicado ain<strong>da</strong>, no tratamento de doenças<br />

sistêmicas com manifestação bucal, como o Líquen-<br />

Plano e as Mucosites de modo geral, bem como nas<br />

auto-imunes como o Lupus Eritematoso e o Pênfigo<br />

Vulgar. A manifestação bucal dessas doenças são<br />

lesões ulcera<strong>da</strong>s, com exposição do tecido conjuntivo<br />

e, <strong>por</strong>tanto, extremamente dolorosas. Essas<br />

doenças causam grande desconforto aos pacientes,<br />

<strong>por</strong> ocasião do surto <strong>da</strong>s lesões. Elas aparecem ciclicamente<br />

e, nessa ocasião, o paciente sente muita dor<br />

e desconforto, sendo necessária a utilização de medicação<br />

analgésica potente para que o mesmo possa<br />

deglutir e alimentar-se. Além disso, essas lesões têm<br />

comprometimento estético, <strong>da</strong>í a grande indicação<br />

do laser terapêutico para o tratamento durante sua<br />

cicatrização. Pelas mesmas razões recomen<strong>da</strong>-se<br />

esse processo terapêutico para o tratamento de pacientes<br />

imunodeprimidos <strong>por</strong>tadores de mucosites,<br />

origina<strong>da</strong>s pós-radioterapia ou quimioterapia. Seu<br />

uso está tão amplamente difundido que essas lesões<br />

muitas vezes são trata<strong>da</strong>s preventivamente, antes <strong>da</strong><br />

infusão medular, para minimizar as reações adversas<br />

em mucosa, no início <strong>da</strong> quimioterapia preconiza<strong>da</strong><br />

nesses casos.<br />

SISTEMA LINFÁTICO<br />

Os vasos linfáticos originam-se, na sua grande<br />

maioria, a partir dos órgãos e tecidos oriundos dos<br />

capilares linfáticos. São constituídos <strong>por</strong> túbulos<br />

limitados <strong>por</strong> um endotélio muito fino, totalmente<br />

fechado, com um calibre um pouco maior do que


Técnica <strong>da</strong> Drenagem Linfática Ativa<strong>da</strong> <strong>por</strong> Laserterapia CAPÍTULO ? 7<br />

os capilares sangüíneos. A função desses capilares<br />

linfáticos é recolher o excesso de líquido dos tecidos.<br />

Eles vão se unindo e se transformando em vasos de<br />

calibre ca<strong>da</strong> vez maiores, providos de válvulas, e<br />

durante seu trajeto formam o tronco principal, chamado<br />

de ducto torácico. Por conseguinte, além do<br />

sistema circulatório fechado, através do qual circula<br />

o sangue, o organismo apresenta também outro sistema<br />

circulatório muito mais complicado, delicado<br />

e extenso, que é o sistema linfático. Ambos se interrelacionam<br />

intimamente com os líquidos teciduais,<br />

pois se encontram de um lado em contato as raízes<br />

mais finas <strong>da</strong> parte inicial do sistema linfático e, <strong>por</strong><br />

outro lado, sua parte final desembocando no sistema<br />

venoso <strong>por</strong> um ducto coletor principal. O líquido<br />

dos tecidos procedentes dos capilares sangüíneos regressa,<br />

só em parte, ao sangue de modo direto. Parte<br />

dele é trans<strong>por</strong>ta<strong>da</strong> juntamente pelas vias linfáticas,<br />

que constituem, <strong>por</strong> assim dizer, uma via lateral cega<br />

do sistema venoso.<br />

Verlag, 2001, considera os linfonodos como<br />

órgãos linfóides secundários. São constituídos <strong>por</strong><br />

conglomerados mistos e linfócitos T e B, localizados<br />

em regiões distintas e oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong> proliferação<br />

de linfócitos. São formados pela cortical externa e<br />

medular interna. A corrente linfática é interrompi<strong>da</strong><br />

no linfonodo, quando a linfa penetra através dos<br />

vasos aferentes no seio marginal, situado embaixo<br />

<strong>da</strong> cápsula que envolve o linfonodo; desse ponto,<br />

a linfa se estende <strong>por</strong> to<strong>da</strong> a superfície <strong>da</strong> cita<strong>da</strong><br />

formação linfocítica. Ca<strong>da</strong> linfonodo é dotado de<br />

uma cápsula envoltória (córtex) e uma parte interna<br />

(medula). Além de células, os linfonodos contêm<br />

macrófagos, mais numerosos na medular. Os linfócitos<br />

B (relacionados com a imuni<strong>da</strong>de humoral)<br />

encontram-se principalmente nos folículos corticais,<br />

ao passo que os linfócitos T (relacionados com a<br />

imuni<strong>da</strong>de celular) alojam-se nas áreas paracorticais<br />

e medular (Michalany, 1995). Basicamente, as funções<br />

dos linfonodos seriam: a produção de linfócitos<br />

(linfopoiese) e a filtragem <strong>da</strong> linfa.<br />

Não existe nenhuma parte do corpo destituí<strong>da</strong><br />

de vasos linfáticos. A distribuição dos linfonodos,<br />

entretanto, é bastante desigual através de todo o<br />

corpo. Existem regiões como as axilas, as virilhas,<br />

o mesentério e o viscerocrânio, que concentram<br />

maiores quanti<strong>da</strong>des de linfonodos. Na região de<br />

cabeça e pescoço, as regiões pré-auriculares, parotídea,<br />

sub-mentual e sub-mandibular, são as mais<br />

ricas em aglomerados linfono<strong>da</strong>is. Além disso, nem<br />

todos os linfonodos são perceptíveis à palpação.<br />

A sua percepção táctil dependerá <strong>da</strong> espessura do<br />

panículo adiposo <strong>da</strong> pele, <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de do indivíduo, do<br />

seu estado de saúde, bem como <strong>da</strong>s peculiari<strong>da</strong>des<br />

anatômicas de ca<strong>da</strong> paciente. A presença de maiores<br />

ou menores formações linfono<strong>da</strong>is definem e dão os<br />

nomes às cadeias respectivas e são estruturas bem<br />

defini<strong>da</strong>s circun<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela cápsula composta <strong>por</strong><br />

tecido conjuntivo e algumas fibrilas elásticas.<br />

O tamanho e a morfologia dos linfonodos são<br />

modificados pelas respostas imunológicas. Como se<br />

tratam de linhas secundárias de defesa, respondem<br />

continuamente a estímulos, mesmo que não haja<br />

manifestação clínica <strong>da</strong> doença. Por mínimas que<br />

sejam as agressões e infecções, ocorrem modificações<br />

quase imperceptíveis na histologia de um linfonodo.<br />

Obviamente, as infecções bacterianas e viróticas de<br />

maior repercussão inevitavelmente produzem aumento<br />

significativo do linfonodo.<br />

Os linfonodos normais têm o tamanho aproximado<br />

de uma ervilha, são indolores à palpação,<br />

lisos, móveis e de consistência macia.<br />

Principais redes linfono<strong>da</strong>is<br />

palpáveis de cabeça e pescoço<br />

Embora exista grande variação de distribuição,<br />

forma e número de linfonodos de indivíduo para<br />

indivíduo, a Terminologia Anatômica <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de<br />

Brasileira de Anatomia (FCAT, 2000) agrupa as<br />

redes linfono<strong>da</strong>is regionais <strong>da</strong> cabeça e pescoço em<br />

dezesseis. As principais são: Occipital, Pré-Auricular,<br />

Submandibulares Direita e Esquer<strong>da</strong>, Submentual,<br />

Cervicais Laterais, Cervicais Superiores Profun<strong>da</strong>s,<br />

Cervicais Profun<strong>da</strong>s Inferiores, Mastóidea e Supraclavicular,<br />

como observamos na Figura 8.<br />

FIG. 8<br />

Principais linfonodos palpáveis de cabeça e pescoço.


8 SECÇÃO ?<br />

E s t o m a t o l o g i a • P a c i e n t e s E s p e c i a i s • L a s e r<br />

Como esse é um trabalho essencialmente clínico,<br />

comentaremos a técnica de <strong>drenagem</strong> linfática apenas<br />

nas redes linfono<strong>da</strong>is que podem ser localiza<strong>da</strong>s<br />

<strong>por</strong> apalpação e que desempenhem algum papel na<br />

<strong>drenagem</strong> de regiões que envolvam enfermi<strong>da</strong>des ou<br />

iatrogenias de interesse odontológico. Na seqüência<br />

mostramos desenhos didáticos dessas cadeias e suas<br />

respectivas irradiações.<br />

Descrição sucinta <strong>da</strong>s principais<br />

cadeias de linfonodos palpáveis e de<br />

interesse odontológico<br />

Linfonodos submentuais<br />

Significa infecção ou alteração neoplásica no<br />

soalho <strong>da</strong> boca, ventre <strong>da</strong> língua e incisivos mandibulares,<br />

além de sialoadenopatias <strong>da</strong>s glândulas<br />

dessa região. Precedem sempre alterações inflamatórias<br />

agu<strong>da</strong>s do soalho, algumas muito graves, como<br />

a Angina de Ludwig. Nas Figuras 9A-B, podemos<br />

observar seu processo de irradiação.<br />

Linfonodos submandibulares<br />

São formados <strong>por</strong> duas cadeias simétricas: direita<br />

e esquer<strong>da</strong>. Denota infecção ou neoplasma no<br />

soalho bucal, ventre <strong>da</strong> língua e face vestibular do<br />

lábio inferior. São os mais comumente afetados nas<br />

infecções <strong>da</strong> língua, soalho bucal e molares maxilares<br />

e mandibulares. Nas Figuras 10A-B, podemos<br />

observar seu processo de irradiação.<br />

Linfonodos cervicais<br />

As cadeias linfono<strong>da</strong>is cervicais são dividi<strong>da</strong>s, para<br />

efeito metodológico, em Cervicais Superficiais e Cervicais<br />

Profun<strong>da</strong>s. Ambas podem ser Superiores e Inferiores.<br />

Os linfonodos Cervicais Profundos não podem<br />

ser facilmente palpáveis e <strong>por</strong> isso dispensam interesse<br />

semiológico para o examinador, mas os superficiais,<br />

tanto anteriores como os laterais, podem estar<br />

relacionados com infecções do couro cabeludo e<br />

algumas vezes com a boca ou a faringe. Nas Figuras<br />

11A-B podemos observar o processo de irradiação.<br />

FIG. 9A<br />

Linfonodos submentuais.<br />

FIG. 9B<br />

Respectiva aplicação clínica.


Técnica <strong>da</strong> Drenagem Linfática Ativa<strong>da</strong> <strong>por</strong> Laserterapia CAPÍTULO ? 9<br />

FIG. 10A<br />

Linfonodos submandibulares.<br />

FIG. 10B<br />

Respectiva aplicação clínica.<br />

FIG. 11A<br />

Linfonodos cervicais laterais.<br />

FIG. 11B<br />

Respectiva aplicação clínica.


10 SECÇÃO ?<br />

E s t o m a t o l o g i a • P a c i e n t e s E s p e c i a i s • L a s e r<br />

Linfonodos pré-auriculares<br />

A área de <strong>drenagem</strong> é limita<strong>da</strong> à superfície cutânea,<br />

correspondente à ATM e à inserção do masseter<br />

no arco zigomático. Pode decorrer de repercussão<br />

de uma infecção ou trauma na ATM, ou representar<br />

a presença de terceiros molares mandibulares impactados<br />

ou inclusos. Nas Figuras 12A-B podemos<br />

observar seu processo de irradiação.<br />

LASER NA DRENAGEM LINFÁTICA<br />

A técnica aqui descrita visa ativar a <strong>drenagem</strong> linfática<br />

de uma região onde está estabelecido um quadro<br />

inflamatório. Essa ativação é feita com o laser terapêutico,<br />

cuja ponteira é coloca<strong>da</strong> diretamente sobre os<br />

linfonodos responsáveis pela <strong>drenagem</strong> <strong>da</strong> região acometi<strong>da</strong>,<br />

com a finali<strong>da</strong>de de estimulá-los diretamente.<br />

Recomen<strong>da</strong>-se a utilização de um laser infravermelho.<br />

Aplica-se dose (energia) de cerca de 2 J<br />

utilizando fluência de 70 J/cm 2 em ca<strong>da</strong> linfonodo.<br />

O número de sessões varia de 2 a 6, com intervalo<br />

de dois dias entre as sessões. O número de sessões<br />

variará em função do tempo de duração do quadro<br />

inflamatório.<br />

Apesar de preconizarmos para essa técnica a utilização<br />

de um laser infravermelho, nas Figuras 9B,<br />

10B, 11B e 12B utilizamos uma série de fotos em<br />

pacientes submetidos à <strong>drenagem</strong> linfática com um<br />

laser visível <strong>por</strong> razões didáticas, para que os leitores<br />

possam ter uma noção mais clara <strong>da</strong> técnica.<br />

A vantagem dessa técnica é que não corremos o<br />

risco de ativar o microorganismo que infecta o local<br />

<strong>da</strong> lesão, no caso de lesões altamente contamina<strong>da</strong>s<br />

como nos casos de lesões apicais agu<strong>da</strong>s ou purulentas<br />

(também em quadros de pericoronarires ou<br />

alveolites) nem de exacerbar as vesículas do herpes<br />

(quando o mesmo encontra-se nessa fase clínica). Em<br />

suma, essa técnica visa ativar a imuni<strong>da</strong>de local do<br />

paciente, ativando a <strong>drenagem</strong> <strong>da</strong> região, fazendo<br />

com que o paciente passe pela fase de inflamação<br />

com quadro de menor edema, e conseqüentemente<br />

menos dor e desconforto (Almei<strong>da</strong>-Lopes, 2002;<br />

Almei<strong>da</strong>-Lopes et al., 2002).<br />

FIG. 12A<br />

Linfonodos pré-auriculares.<br />

FIG. 12B<br />

Respectiva aplicação clínica.


Técnica <strong>da</strong> Drenagem Linfática Ativa<strong>da</strong> <strong>por</strong> Laserterapia CAPÍTULO ? 11<br />

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Celular de Fibroblastos de Gengiva Humana Tratados<br />

com Laser de Baixa Potência [Tese de Mestrado<br />

em Engenharia Biomédica]. São José dos Campos:<br />

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

Vale do Paraíba; 1999. Disponível na íntegra<br />

em: http://www.forp.usp.br/restauradora/laser/ Luciana/fibroblasto.html.<br />

2. Almei<strong>da</strong>-Lopes L, Rigau J, Zângaro, RA, Guidugli-<br />

Neto J, Jaeger MMM. Comparison of the Low Level<br />

Laser Therapy on Cultured Human Gingival Fibroblasts<br />

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3. Almei<strong>da</strong>-Lopes A. Present Situation of the Dental<br />

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WALT Congress 2002, Japão.<br />

4. Almei<strong>da</strong>-Lopes A, Figueiredo ACR, Lopes A. O uso<br />

do laser terapêutico no tratamento <strong>da</strong> inflamação na<br />

clínica odontológica, através <strong>da</strong> <strong>drenagem</strong> linfática.<br />

Rev <strong>da</strong> APCD 2002;56:supl:27.<br />

5. Guzzardella GA, Fini M, Torricelli P, Giavaresi G, Giardino<br />

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effect of low-intensity laser radiation. Lasers Life Sci<br />

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RMD, Andreu MIG, Llanes EL. Tratamiento de<br />

defectos óseos horizontales en periodoncia con láser<br />

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vasomotricity of the lymphatic system. Laser Med Sci<br />

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9. Limeira-Júnior FA. Avaliação do reparo ósseo com<br />

o uso de osso anorgânico e membrana reabsorvível<br />

após irradiação com laser diodo 830 nm [Tese de<br />

Mestrado em Estomatologia]. Salvador: Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal <strong>da</strong> Bahia; 2001.<br />

10. Michalany J. Anatomia Patológica Geral na Prática<br />

Médico-Cirúrgica. Brasil: Artes Médicas Lt<strong>da</strong>; 1995.<br />

11. Ohshiro T, Calderhead RG. Laser therapy - a decade<br />

further on. Laser Therapy 1998;10:5-6.<br />

12. Steinlechner CWB, Dyson M. The effects of low level<br />

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13. Skinner SM, Gage JP, Wilce PA, Shaw RM. A preliminary<br />

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14. Verlag GT. Terminologia Anatômica Internacional<br />

(Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Anatomia) (FCAT). Brasil:<br />

Ed. Manole; 2001.

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