Infraestruturas m entais - Fundação Heinrich Böll
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5 Trabalho e crescimento<br />
constantemente prorrogado e um desejo refreado (cf. Vogl, p. 339), e Max Weber<br />
descrevera o homem correspondente como “especialista sem espírito, hedonista<br />
sem coração”, resumindo amargamente: “Esse ‘nada’ imagina ter galgado um<br />
degrau jamais atingido da Humanidade” (Weber 2006, p. 201).<br />
Com o modelo econômico capitalista, o “homem profissional” entra no<br />
planejamento e, assim, na categoria de um crescimento ilimitado, tanto no<br />
mundo externo como no interno. A formação desse caráter social teve seu<br />
início há 200 anos, e evolui desde então. A infraestrutura mental do sujeito que<br />
se compreende sempre em um determinado nível de evolução que precede<br />
o próximo passo pode ser encontrada tanto no “aprendizado vitalício” e no<br />
“envelhecimento produtivo” como nas buscas esotéricas pelo “eu verdadeiro” e<br />
pela “vida positiva”, as quais nunca chegarão a um fim, assim como ocorre com<br />
os fetiches autoexploratórios dos homens de laptop que povoam todos os trens,<br />
aviões e saguões de espera desse mundo: nenhum deles jamais terminará.<br />
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