patrícia moreira sampaio - Uece

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2.2.5 A gestualidade
Além das palavras, o ser humano se comunica pelas expressões faciais e corporais.
Nas tiras, tais expressões refletem as emoções e as atitudes dos personagens. Com relação à
expressão corporal, Eisner(2001) afirma que o artista deve desenhar com base nas suas
observações pessoais e no inventário de gestos comuns e compreensíveis para o leitor.
Já com relação à expressão facial, constatamos que nos quadrinhos o rosto
desperta grande atenção e interesse por parte do artista para transmitir os sentimentos dos
personagens. Pelos movimentos dos lábios, dos olhos, das sobrancelhas, das mandíbulas, das
pálpebras e das maçãs do rosto pode-se deduzir muito do que se passa com o personagem em
determinado momento da historieta. Assim, ao ver uma figura de cabelos arrepiados,
sobrancelhas alteadas, olhos muito abertos e queixo caído, o leitor não terá dúvida de que está
diante de uma reação de medo, de assombro do personagem.
2.2.6 As metáforas visuais
As metáforas visuais expressam idéias e sentimentos, que muitas vezes, reforçam o
conteúdo verbal. Segundo Barbosa (2004) elas se constituem em signos ou convenções
gráficas que têm relação direta ou indireta com expressões do senso comum, como, por
exemplo, “ver estrelas”, “falar cobras e lagartos” etc. A sua variedade é infinita e depende da
criatividade e da intenção do artista. Nas tirinhas da Mafalda verificamos alguns exemplos
disso, como o que já foi exposto anteriormente na figura 11.
2.3 A linguagem das tiras da Mafalda
Enquanto Eisner (2001) tratou da “arte seqüencial” em geral, Lins (2002) realizou
um estudo especificamente sobre as tiras da Mafalda. A autora escreveu um artigo no qual
analisa como a estrutura das tiras e o discurso de Mafalda gera o humor.
Apesar do corpus bastante reduzido, somente três tiras, as considerações da autora
são bastante significativas e conclusivas no que se refere à importância da conjugação entre o
elemento verbal e o visual para a geração do humor.
Nas tiras analisadas por Lins (2002), Mafalda aparece dentro dos cenários sala-deaula
e residência, interagindo com a professora, com os colegas ou com os pais, em contexto
institucional e não-institucional, pondo em questionamento as considerações da professora, as