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patrícia moreira sampaio - Uece

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O autor trabalhou com um corpus reduzido de seis piadas em língua inglesa que deveriam ser<br />

traduzidas por seus alunos em uma atividade que se desenvolveu em três encontros. O<br />

primeiro diferencial dessa pesquisa é que, ao invés de piadas em língua inglesa, trabalhamos<br />

com tiras cômicas da obra Mafalda, escritas em espanhol, pelo cartunista argentino Quino<br />

(2005). A escolha das tiras deve-se ao fato de serem histórias curtas e completas, assim como<br />

as piadas, o que permite por parte do pretenso tradutor o conhecimento integral do texto,<br />

facilitando a sua compreensão. Além disso, na tradução das tiras, além da preocupação de<br />

produzir um efeito cômico, há também a preocupação de adequar o texto à imagem nos casos<br />

em que os dois se integram para a produção da comicidade, o que torna a tradução desse tipo<br />

de humor ainda mais desafiadora. Já a escolha da língua espanhola foi devido ao fato de ser<br />

um idioma com o qual já trabalhamos há algum tempo e também porque praticamente não<br />

existem pesquisas sobre a tradução do humor nessa língua. E, finalmente, o desejo de<br />

trabalhar com a Mafalda deve-se, além de um gosto pessoal, ao fato de serem pequenas<br />

narrativas que não possuem apenas a função de divertir, mas também de criticar diversas<br />

questões relevantes para a sociedade, não só das décadas de 60 e 70, período em que foram<br />

escritas, como também da sociedade contemporânea, por tratarem de temas bastante atuais<br />

tais como: os conflitos entre as nações, a pobreza, o mau desempenho dos governos, o papel<br />

da mulher na sociedade, dentre outros. A segunda diferença se refere à dimensão do corpus.<br />

Enquanto Brezolin (1997) trabalhou com um corpus reduzido, o deste estudo se constitui de<br />

42 tiras cômicas traduzidas e discutidas pelos participantes. A última diferença se refere ao<br />

tempo empregado no desenvolvimento da pesquisa, que teve um total de 166 horas divididas<br />

entre o estudo piloto de 30 horas e outros dois estudos mais completos, cada um de 68 horas.<br />

Cremos que tudo isso possibilitou que essa pesquisa fosse um pouco mais<br />

conclusiva que a de Brezolin (1997), pois foi um estudo mais longo. Além disso, espera-se<br />

que este seja relevante dentro dos estudos de tradução de humor, tanto para tradutólogos, que<br />

poderão encontrar respostas para alguns de seus questionamentos teóricos, quanto para<br />

tradutores, que poderão encontrar soluções práticas para algumas dificuldades freqüentes no<br />

que se refere à tradução de enunciados humorísticos. Além disso, os professores de tradução<br />

poderão aproveitar o procedimento empregado nos estudos para elaborar as suas próprias<br />

atividades e aplicá-las com os seus alunos.<br />

O terceiro trabalho, no qual também embasamos essa pesquisa, é de Amparo<br />

Hurtado Albir (1999). Seu livro é resultado de um projeto de pesquisa que teve como<br />

finalidade expor os objetivos de aprendizagem e a metodologia específicos das matérias de<br />

língua, tradução e interpretação na formação de tradutores e intérpretes.

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