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humorísticos para diferentes línguas. Na terceira, apresenta alguns exemplos do tipo de humor<br />
possível de se traduzir. Aponta também tipos de humor, que, na opinião dele, seriam difíceis<br />
ou até impossíveis de se traduzir, sem uma recriação total da situação ou do conteúdo<br />
humorístico. E, na última parte, tece considerações sobre a utilização do discurso humorístico<br />
num curso de tradução em nível de graduação.<br />
Após uma breve análise de algumas piadas, na terceira parte do artigo, o professor<br />
Schmitz (1996) chega a uma resposta para a pergunta inicial que encabeça o seu artigo:<br />
“Humor: é possível traduzi-lo e ensinar a traduzi-lo?” Para ele, a tradução do humor só é<br />
possível “em termos” pois quando o tradutor se depara com um discurso humorístico,<br />
envolvendo ambigüidade fonológica, semântica ou sintática, é mais difícil e, em muitos casos,<br />
até impossível de se traduzir devido às diferenças estruturais entre a língua de partida e a de<br />
chegada.<br />
Por seus comentários, percebemos que Schmitz (1996) admite a possibilidade da<br />
recriação como uma solução de tradução para textos mais complexos:<br />
No caso da tradução de piadas e outros textos humorísticos de determinada língua –<br />
fonte para uma língua-alvo, o essencial é reconstruir ou recriar um efeito<br />
humorístico da própria língua-alvo, ainda que haja mudanças mínimas ou mesmo<br />
drásticas na própria língua de chegada. Daí se vê que é plenamente admissível<br />
mudanças do tema e também da situação do chiste ou piada, pois a fidelidade ao<br />
texto original e a insistência no significado único do mesmo não procedem.<br />
(SCHMITZ, 1996, p.92)<br />
Porém, ainda assim, ele afirma que existem textos humorísticos que seriam<br />
impossíveis de traduzir. Nesse aspecto discordamos dele, pois, se existe a possibilidade da<br />
recriação como mecanismo de tradução, então qualquer texto humorístico é passível de<br />
tradução, bastando para tanto, uma boa dose de criatividade por parte do tradutor.<br />
Posteriormente à leitura do artigo de Schmitz (1996), encontramos outro trabalho<br />
que veio corroborar essa visão de tradução. O artigo do professor Adauri Brezolin (1997) é<br />
uma resposta à pergunta feita por John Robert Schmitz. Percebemos que nossa concepção de<br />
tradução estava em consonância com a de Brezolin (1997). Esse artigo nos motivou a realizar<br />
uma pesquisa que contribuísse para a discussão desse tema bastante controverso, que é a<br />
tradução do humor.<br />
O trabalho de Brezolin (1997) pretende mostrar que, apesar das dificuldades<br />
inerentes ao ato tradutório, é possível tanto traduzir humor como ensinar a traduzi-lo. O autor<br />
procurou demonstrar isso por intermédio de uma atividade realizada em sala de aula com<br />
alguns de seus alunos em três encontros. Utilizou um corpus composto de seis piadas que, no