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patrícia moreira sampaio - Uece

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repressão material, uma agressão física, por exemplo, acaba por fazê-lo com um gesto que<br />

simplesmente acena como uma ameaça; esta ameaça é o riso, o que ele chama de “gesto<br />

social”.<br />

O riso deve ser alguma coisa desse tipo, uma espécie de gesto social. Pelo medo<br />

que inspira, o riso reprime as excentricidades, mantém constantemente vigilantes e<br />

em contato recíproco certas atividades de ordem acessória que correriam o risco de<br />

isolar-se e adormecer; flexibiliza enfim tudo o que pode restar de rigidez mecânica<br />

na superfície do corpo social. ( BERGSON,2004, p.15)<br />

Nas tirinhas de Mafalda, essa função de corretivo social a que se refere o autor é<br />

bem freqüente, como se observa a seguir:<br />

FIGURA 9- Preconceito racial. (Quino, 2003:30)<br />

No exemplo acima, fica clara a intenção do autor de, através do riso, conscientizar<br />

o leitor do quão ridículo é o preconceito racial em nossa sociedade e quem sabe esse leitor<br />

possa refletir e modificar seu comportamento.<br />

Um outro aspecto de sua teoria bastante relevante é a questão da fealdade e seu<br />

potencial para provocar o riso. Bergson se refere a isso da seguinte forma:<br />

[...]Agravemos a fealdade, levando-a até a deformidade, e vejamos como se passa<br />

do disforme ao ridículo. É incontestável que certas deformidades têm em relação às<br />

outras o triste privilégio de, em certos casos, poder provocar o riso. (BERGSON,<br />

2004, p.17)<br />

As tiras a seguir ilustram bem essa idéia:

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