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patrícia moreira sampaio - Uece

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A primeira condição, mudança do modo de comunicação “bona-fide” para “não<br />

bona-fide”, em outras palavras, do modo “confiável” para o “não confiável” merece destaque.<br />

Essa mudança significa o estabelecimento de um tipo de contrato entre emissor e receptor,<br />

cujas regras diferem das que regem a comunicação usual. As regras que regem essa<br />

comunicação usual foram propostas por Grice e se constituem das seguintes máximas:<br />

1. relação: seja pertinente<br />

2. qualidade: a) não diga algo que você considere falso<br />

b) não diga nada que não seja suscetível de comprovação<br />

3. quantidade: a) torne sua contribuição tão informativa quanto necessário aos<br />

objetivos do intercâmbio em questão<br />

b) não torne sua contribuição mais informativa que o necessário<br />

4. modo: a) evite obscuridade<br />

b) evite ambigüidade<br />

c) seja conciso<br />

d) seja organizado (GRICE apud ROSAS, 2002, p.32)<br />

Porém, quando o emissor não parece cumprir com esses princípios, o receptor<br />

entende que o significado pretendido é outro. Esse outro significado será uma “implicatura”,<br />

ou seja, um significado adicional. É justamente o que ocorre com o discurso humorístico, o<br />

qual se apóia num “princípio de cooperação particular, cuja base está na mudança no modo de<br />

comunicação bona-fide para tornar-se não bona-fide”. (RASKIN, 1985 apud ROSAS, 2002,<br />

p.33)<br />

Dessa forma, Raskin (1985) propôs as máximas do modo não bona-fide de<br />

comunicação:<br />

1. relação: diga apenas o que for pertinente à piada<br />

2. qualidade: diga apenas o que for compatível com o universo da piada<br />

3. quantidade: dê a informação que for estritamente necessária à piada<br />

4. modo: conte a piada com eficiência (RASKIN, 1985,p.103)<br />

A teoria dos scripts de Raskin (1985) foi reformulada por Attardo e Raskin (1991),<br />

constituindo-se na Teoria Geral do Humor Verbal. A principal diferença entre as duas teorias<br />

reside no fato de a primeira ser uma teoria semântica, enquanto que a segunda “é uma teoria<br />

lingüística que inclui: a lingüística textual, a teoria narrativa e a pragmática”. (ATTARDO,<br />

1994).

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