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patrícia moreira sampaio - Uece

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INTRODUÇÃO<br />

A atividade de tradução, encarada genericamente, constitui um processo complexo<br />

em que estão implicados uma gama de elementos, que influenciam direta ou indiretamente na<br />

qualidade e/ou pertinência da versão traduzida, como a familiaridade com as línguas e os<br />

contextos sócio-político-culturais envolvidos. Além disso, o bom senso do tradutor é essencial<br />

no momento de decidir entre uma tradução mais literal ou a necessidade de recriação e/ou<br />

adaptação, entre outros.<br />

Todos esses fatores e as dificuldades deles decorrentes se fazem sentir de maneira<br />

ainda mais evidente quando se trata, em termos específicos, da tradução do humor. No<br />

processo de tradução do humor não se pode deixar de levar em consideração, além desses<br />

elementos, a importância que a estruturação lingüística possui para o estabelecimento da<br />

função humorística.<br />

A maior parte das teorias mais recentes e aceitas sobre o humor apontam para a<br />

importância do tipo de formulação verbal do elemento causador do riso. Nesse sentido, são<br />

cada vez mais recorrentes, estudos sobre o humor que tratam dos elementos lingüísticos<br />

implicados na produção daquilo que constitui a piada ou o “chiste”. Exemplos disso, são os<br />

trabalhos de Tagnin (2005), Attardo e Raskin (1991) e Possenti (2002).<br />

Porém, apesar de a questão lingüística ser o ponto mais discutido, atualmente,<br />

quando se fala na produção do cômico, esse tema é tratado sobre outro ângulo por Bergson<br />

(2004) que aborda o aspecto social da comicidade e por Freud (1977) que trata do tema sob a<br />

ponto de vista da psicanálise.<br />

Todas essas visões têm muita importância nessa pesquisa, que trata, não apenas do<br />

humor ou de sua tradução, mas vai além disso, trazendo uma contribuição no âmbito do<br />

ensino da tradução do humor.<br />

A motivação inicial para o seu desenvolvimento surgiu, ainda na graduação,<br />

quando diante de uma tirinha da Mafalda em português completamente sem sentido,<br />

começamos a imaginar o que teria levado o tradutor a realizar esse tipo de trabalho. Porém<br />

esse questionamento inicial adormeceu e só mais tarde assistindo a uma qualificação de<br />

dissertação que abordava questões sobre a tradução do humor audiovisual foi que decidimos<br />

tentar uma vaga no mestrado e voltamos a pensar na Mafalda. Contudo, o projeto inicial<br />

tratava apenas de questões relativas às possibilidades ou impossibilidades de se traduzir um<br />

enunciado humorístico. Até que ingressamos no mestrado e só aí nossa visão se ampliou.<br />

Após participar de um seminário com a professora Stella Tagnin no qual ela ensinava a

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