08.04.2014 Views

patrícia moreira sampaio - Uece

patrícia moreira sampaio - Uece

patrícia moreira sampaio - Uece

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

128<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O humor, apesar das gargalhadas que provoca, é algo muito sério que já colocou<br />

muito tradutor em situações difíceis. Apesar disso, durante muito tempo, tanto a tradução<br />

quanto o humor foram deixados à margem das investigações acadêmicas e a didática da<br />

tradução desse tipo de texto, em conseqüência disso, foi muito pouco explorada se comparada<br />

a outras didáticas. Ocorre que o humor é um claro elemento de inequivalência interlingüística<br />

que é produzido por alguns mecanismos, muitas vezes, difíceis de se traduzir de uma língua A<br />

para uma língua B. Porém, acreditamos que embora difíceis, não sejam impossíveis e em vista<br />

disso, idealizamos uma pesquisa que privilegiasse o Ensino da Tradução do Humor, para<br />

tentar mostrar que existem dificuldades, sim, mas que esse tipo de tradução pode ser ensinada.<br />

Foram utilizados 4 instrumentos: os questionários de sondagem para traçar o perfil<br />

dos participantes e para saber sobre suas concepções de tradução de humor; testes iniciais e<br />

finais; as traduções para as 10 das 42 tiras utilizadas no estudo e relatos retrospectivos<br />

(relatórios), baseados nessas traduções.<br />

Da comparação entre os questionários, percebemos que a maioria dos<br />

participantes, inicialmente, tinham uma concepção de tradução mais voltada para a fidelidade<br />

e a equivalência, acreditando que traduzir era transpor palavras de um idioma a outro sem se<br />

preocupar com o contexto, e que no caso do humor havia termos impossíveis de se traduzir,<br />

porém, no final, esses mesmos alunos passaram a vislumbrar na recriação uma forma de<br />

resolver tal “impossibilidade”.<br />

A comparação entre os testes iniciais e finais nos auxiliaram na observação da<br />

evolução dos participantes com relação às suas habilidades tradutórias. Percebemos que o<br />

curso influiu positivamente sobre essas habilidades, visto que, os alunos que no início não<br />

demonstravam nenhuma familiaridade com os mecanismos de tradução, apresentando no préteste<br />

traduções insuficientes e muitas vezes incoerentes em alguns pontos, no final, ao refazêlas,<br />

se mostraram mais habilitados e competentes. Embora nem sempre o pós-teste tenha sido<br />

superior ao pré-teste se encarado de uma forma global, conseguimos perceber que houve uma<br />

melhora, sim, quando observados pontos específicos das duas traduções, principalmente no<br />

que concerne à percepção dos elementos envolvidos na produção da comicidade.<br />

Ainda com relação aos testes, percebemos uma mudança de atitude por parte de<br />

alguns alunos, que no início se negaram a traduzir uma determinada tirinha (vide FIGURA<br />

31) por considerarem-na sem tradução possível para o português. Porém, observando os testes

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!