patrícia moreira sampaio - Uece

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realidade é que eles estão vermelhos de vergonha pela atitude do filho. Para traduzir essa tira,
em especial, esse termo, o tradutor precisa, inicialmente, saber que é comum (convencional),
na língua fonte, o seu uso nas duas situações e, ciente disso, buscar um termo também
convencional, em português, que transmita as duas idéias, pois como já foi dito, daí decorre a
comicidade da tira. Os participantes dos dois estudos, em geral, perceberam de onde resultava
o efeito cômico da tira, porém, alguns divergiram com relação ao termo mais adequado para a
tradução de “coloraditos”. Além disso, nenhum deles conseguiu, sozinho, entender o
vocábulo “cigüeña” a partir da fala de Guille: “tigüeña”. Isso só foi possível com o auxílio
da professora. A seguir, veremos duas traduções possíveis para essa tira:
Aluno 1 ( estudo 2):
FIGURA 108- Tira 15. Tradução de um aluno do Estudo 2.
Relatório
“Essa tirinha é rica em recursos visuais, que foi de grande contribuição
para a compreensão da historinha e do humor.
Gostei da minha tradução, mas confesso que os colegas que traduziram
a fala da criança com diminutivos e ‘falhas’ próprias da infância ficaram
perfeitas, pois acredito que suscitam mais risadas do que as outras.
Já no último quadro, traduzi ‘coloraditos’ por ‘vermelhinhos’, por
possuir dois sentidos plausíveis para a historinha: queimados de sol e
enrubescidos de vergonha. Prefiro essa tradução a coradinhos, bronzeados e
queimados, pois as considero limitadas de sentido, por encerrarem um único
significado”.