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patrícia moreira sampaio - Uece

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109<br />

Relatório:<br />

“Nessa tirinha os personagens em cena são Felipe e Mafalda. De fácil<br />

compreensão, achei interessante uma expressão que a Mafalda utilizou que é:<br />

‘Dios le da pan al que no tiene dientes’. Como ao traduzir percebi que não faria<br />

sentido para o nosso idioma, já que não é comum usar tal expressão, fiz uma<br />

adaptação conseguindo manter o que Mafalda queria dizer, que é: ‘Deus só dá<br />

asa a cobra’. Depois de debater com os colegas percebi ao adaptar, a conexão<br />

existente entre a expressão e a característica de Felipe de ter dentes grandes se<br />

perdeu, e por isso não teve a mesma graça.”<br />

Sobre essas duas traduções, se pode dizer que os dois alunos perceberam, embora<br />

em momentos diferentes, que o elemento gerador do humor é a associação entre o que foi dito<br />

por Mafalda e a imagem de Felipe. Ao traduzir “Dios le da pan al que no tiene dientes” por<br />

“Deus só dá asa à cobra”, o aluno 2 tentou adequar o ditado espanhol a algo mais usual aqui no<br />

Brasil. Porém, com essa tentativa, ele acabou expressando somente o sentido convencional da<br />

expressão. O sentido não-convencional, que foi o que causou o conflito entre as crianças e<br />

gerou o humor, desapareceu. Mas, embora tenha “falhado” nessa tentativa, depois de discutir<br />

com os colegas, compreendeu a “falha”, demonstrando, assim, o valor da troca de experiências<br />

como facilitador da aprendizagem. Já a primeira tradução reflete a da maioria dos participantes<br />

dos dois grupos, que se comparada com a tradução publicada não apresenta grandes diferenças,<br />

como se vê a seguir:<br />

FIGURA 103- Tira 13. Lado pessoal. Quino, Toda Mafalda: Martins Fontes, 2003: 03.<br />

A tira 14 foi selecionada para a análise devido ao aparecimento, no último<br />

quadro, do neologismo “adulteces”. O neologismo está entre um dos problemas mais difíceis<br />

de se resolver quando se deseja traduzi-lo de uma língua A para uma língua B, pois além de<br />

interpretá-lo adequadamente na língua de partida, o tradutor ainda tem que criar um outro<br />

neologismo que tenha sentido na língua de chegada. Portanto, nesse caso, mais do que nunca,<br />

a criatividade e o bom senso são essenciais.

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