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FIGURA 88- Tira 09. Que mentira! Quino, Toda Mafalda: Martins Fontes, 2003: 39.<br />
De acordo com os exemplos acima, observamos, como já foi dito antes, que a<br />
questão da tira é a tradução da expressão convencional (Tagnin) “¡Qué papelón!”. Dentre as<br />
opções apresentadas, a do terceiro estudo “Que mico!”, nos pareceu a mais completa, por<br />
tratar-se de uma gíria bastante expressiva em português e que traz a noção de que Mafalda está<br />
extremamente envergonhada diante da mentira que a mãe quer que ela diga a Susanita.<br />
Engloba, portanto, a mentira e a vergonha, em um único termo.<br />
A tira 10, assim como a 9, também aborda o uso de expressões convencionais<br />
(Tagnin, 2005) como gatilho (Raskin, 1985) na produção do humor. Porém com a diferença<br />
de que, aqui, foram usadas duas colocações verbais “contar ovejitas” e “echar un vistazo”.<br />
Mais uma vez, ressaltamos a importância de o tradutor reconhecer esses elementos na língua<br />
de partida, para, só então, tentar buscar um termo, também, convencional na língua de<br />
chegada.<br />
FIGURA 89- Tira 10. Ovejitas. Quino, Mafalda: De la flor, 2003, v. 1.<br />
Essa tirinha chama atenção especial, pois visualmente ela difere das demais devido<br />
a cor de preenchimento do quadro, que é preta. Essa cor indica que os personagens estão no<br />
escuro e que provavelmente é noite. Apenas os olhos deles podem ser vistos na escuridão.<br />
Toda a expressão dos personagens é identificada apenas pelo olhar. Nos dois quadros iniciais,<br />
o pai de Mafalda está cansado e sonolento, foi acordado pela afirmação da filha de que não