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COOPERACAO - Supermercado Moderno

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POUCO ESPAÇO<br />

MUITAS MARCAS<br />

Estudo de SM mostra<br />

que 45 % dos varejistas<br />

elevaram em 15 %<br />

o número de novas<br />

marcas no mix.<br />

Como conseguiram<br />

e por que fizeram isso?<br />

SM.COM.BR | JULHO DE 2013 | ANO 44<br />

5 3 0<br />

68<br />

CIDADES<br />

<strong>COOPERACAO</strong><br />

V FÓRUM SM<br />

Cerca de 80 varejistas<br />

debateram com<br />

Danone, Kirin e J&J.<br />

Saiba o que aconteceu<br />

PARCERIA<br />

A SEIS MÃOS<br />

A rede Princesa se uniu<br />

a Nestlé e P&G em um<br />

projeto de exposição e<br />

aumentou vendas<br />

CRESCIMENTO<br />

Todas com previsão de alta no consumo de<br />

até 20% ao ano. Importante: elas precisarão<br />

de mais supermercados. Você está pronto?<br />

TUBAÍNA CRESCE | MABEL ENTRA EM NOVAS REGIÕES | LOJA GOURMET AVANÇA


AO LEITOR<br />

CONTEÚDO MENSAL AO SEU ALCANCE<br />

SUPERMERCADO MODERNO<br />

Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda.<br />

Presidência do Grupo<br />

Robert Macody Lund<br />

PUBLICAR MÍDIAS ESPECIALIZADAS LTDA<br />

Diretoria<br />

Telefone (11) 3327-4504<br />

DIRETOR EXECUTIVO Sergio L. Alvim V. Oliveira<br />

EDITOR EMÉRITO Valdir Orsetti<br />

Manifestos e<br />

oportunidades<br />

SHEILA HISSA<br />

EDITORA EXECUTIVA<br />

sheila.hissa@sm.com.br<br />

Difícil falar dos temas publicados nesta edição,<br />

como cidades promissoras para o varejo alimentar<br />

e potencial de lojas gourmets. Afinal, são temas “positivos”<br />

que se opõem à difícil agenda do País em torno de outros<br />

preocupantes como inflação em alta, corrupção, e educação<br />

e saúde precárias. Ainda assim há razões para se manter<br />

a confiança no País e nos negócios. As manifestações<br />

representam muito, não só pelas conquistas já alcançadas,<br />

mas porque deixaram claro que o brasileiro chegou ao<br />

seu limite, e que, a partir de agora, mudanças terão de vir.<br />

A correria dos governos e dos parlamentares por encontrar<br />

soluções (ainda que de forma atabalhoada, às vezes<br />

oportunista, e com riscos de gastos acima do possível –<br />

nem tudo sai pelo ralo da corrupção) mostra que o<br />

País pode avançar ainda mais, com benefícios para as<br />

instituições, pessoas e empresas. O varejo deve continuar<br />

participando de debates, como o da reforma tributária,<br />

e deve evitar que a inflação estimule uma recuperação<br />

desmedida da margem. Além de contribuir para frear a<br />

inflação, o setor precisa preservar sua imagem diante desse<br />

‘novo’ brasileiro. Do resto, vale contar com dificuldades,<br />

mas entendendo que as conquistas virão. É só olhar para<br />

o passado recente. Quem viveu anos 1970/80 que o diga.<br />

Conselho Executivo<br />

Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar,<br />

Robert Macody Lund e<br />

Sergio L. Alvim V. Oliveira<br />

Redação<br />

Telefone (11) 3327-4514 / E-mail: redacao@sm.com.br<br />

EDITORA EXECUTIVA Sheila Hissa<br />

EDITORA-ASSISTENTE Alessandra Morita<br />

REPÓRTERES Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa<br />

ESTAGIÁRIO Rafael Faustino<br />

Colaboradores<br />

PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE FmaisG Projetos Visuais<br />

FOTOS Norio Ito, Omar Paixão/Maí, Paulo Pereira (Estudio Luzia)<br />

e Selmy Yassuda<br />

TRATAMENTO DE IMAGENS J. Soza<br />

ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli.simao@sm.com.br<br />

MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512<br />

• camila.siqueira@sm.com.br<br />

EVENTOS Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@sm.com.br<br />

PUBLICIDADE<br />

Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@sm.com.br<br />

APOIO A VENDAS Carla Morais (11) 3327-4505<br />

Gerente Comercial e de Marketing<br />

Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • marcelo.luz@sm.com.br<br />

Gerentes de Contas<br />

Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.damiao@sm.com.br<br />

Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • alexandre.niccolai@sm.com.br<br />

Roberto Campaneli (11) 3327-4623 • roberto.campaneli@sm.com.br<br />

Vanda Maeda (11) 3327-4555 • vanda.maeda@sm.com.br<br />

REPRESENTANTES<br />

SÃO PAULO<br />

Ação Representação Com. S/C Ltda<br />

Vanderlan Pereira Gonçalves Jr.<br />

Tel. (11) 3384-8756<br />

E-mail: vanderlan.acao@terra.com.br<br />

RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />

Grupo RioBrasil<br />

Tel. (21) 2599-8969.<br />

E-mail: atendimento@gruporiobrasil.com.br<br />

CURITIBA (PR)<br />

Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 512,<br />

80060-100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />

PORTO ALEGRE (RS)<br />

In Trade Comunicação Dirigida<br />

Tel./fax (51) 3737-5177.<br />

E-mail: cesar.intrade@globo.com<br />

MINAS GERAIS (MG)<br />

SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda:<br />

Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublicidade.com.br<br />

ou cibelle@sbfpublicidade.com.br<br />

INTERIOR SÃO PAULO (SP)<br />

Interage Representações<br />

Rosemeire Camargo Sesso<br />

Tel. (11) 4112-3141/ 99607-6510. E-mail: roseinterage@terra.com.br<br />

SPi.Mídia<br />

Fabricio Baroni<br />

Tel. (11)99900.6247 - (19)3042.5761. E-mail: fabricio@spimidia.com.br<br />

Para obter informações e solicitar serviços<br />

Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901.<br />

São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> é enviada mensalmente a executivos, proprietários,<br />

compradores, gerentes e encarregados de lojas de autosserviço, conveniência,<br />

atacados e cooperativas responsáveis por 80% das vendas. Coordenador<br />

de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: DTD<br />

Distribuição e Courier. Não autorizamos pessoas a oferecer assinaturas. Se for<br />

procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. SM não aceita matérias<br />

pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização<br />

dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão<br />

de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Prol<br />

Editora Gráfica Ltda, Av. Papaiz, 581, Jd. das Nações, Diadema, SP.<br />

Este produto é impresso na Prol,<br />

utilizamos papel com certificado<br />

FSC que garante o manejo<br />

florestal responsável. Trabalhamos<br />

comprometidos com o meio<br />

ambiente e temos uma ótima<br />

impressão do futuro.<br />

Correção<br />

Vanish é líder em alvejante sem cloro. A marca da Reckitt Benckiser obteve a preferência de 29,6% dos varejistas<br />

consultados na Pesquisa de Reconhecimento de Marcas, realizada por SM. No entanto, por um erro de sistema, a marca<br />

não apareceu entre as classificadas na edição impressa do Mix de Marcas, publicada em junho. O erro já foi corrigido.


SUMARIO<br />

SM | Nº 530 | JULHO DE 2013 | ANO 44<br />

SEÇÕES<br />

VOCÊ ......................................................................................................................08<br />

SM. DIGITAL ................................................................................................12<br />

PTO. DE VENDA .......................................................................................15<br />

LEIS E TRIBUTOS .................................................................................19<br />

MEGAMERCADO ....................................................................................86<br />

NOVOS PRODUTOS ............................................................................88<br />

COM A PALAVRA ...................................................................................90<br />

SM<br />

19<br />

A rede gourmet Verdemar cresceu 21% | 32<br />

MATÉRIAS<br />

CAPA<br />

68 CIDADES PARA EXPANDIR ...........................................23<br />

Pesquisa da McKinsey aponta os municípios onde<br />

o consumo mais vai crescer até 2020. A alta será<br />

de até 20%. E o melhor: essas cidades são carentes<br />

de lojas de supermercados. Entenda se vale a<br />

pena correr para esses mercados e como explorá-los<br />

NEGÓCIOS<br />

LOJAS GOURMETS AVANÇAM ..........................................32<br />

Com o crescimento das classes A e B – a alta entre<br />

2003 e 2014 será de 118% –, os supermercados<br />

que oferecem mix e serviços para quem gosta de<br />

gastronomia vão ganhar mais espaço. Saiba mais<br />

POUCO ESPAÇO, MUITAS MARCAS .......................45<br />

Sondagem de SM com 103 supermercadistas<br />

mostra que 45% dos respondentes, em média,<br />

elevaram o número de marcas no sortimento.<br />

A alta foi de 15%. Como abrir espaço<br />

nas gôndolas para tantas novas opções?<br />

MABEL SOB NOVA DIREÇÃO............................................55<br />

Um ano após adquirir a empresa de biscoitos,<br />

a Pepsico melhorou a distribuição, entre outras<br />

ações, e elevou vendas em 35% no autosserviço<br />

60<br />

FÓRUM COLABORATIVO<br />

Cerca de 80 supermercadistas de 50 redes participaram da 5ª edição do evento,<br />

promovido por SM. Com três fornecedores – J&J, Brasil Kirin e Danone –, eles voltaram<br />

a discutir as bases de uma maior colaboração entre os dois elos da cadeia. Também<br />

acompanharam palestras com temas importantes para alavancar o crescimento<br />

COOPERAÇÃO<br />

PEQUENOS MUNDOS, GRANDES NEGÓCIOS .......71<br />

Com Nestlé e P&G, a rede Princesa agrupou itens<br />

destinados ao mesmo momento de consumo,<br />

criando ‘universos’. Vendeu 7% mais em 15 dias<br />

CATEGORIAS<br />

A FORÇA DAS TUBAÍNAS .....................................................79<br />

Marcas regionais de refrigerantes estão crescendo<br />

mais do que as líderes de mercado. Novos<br />

posicionamentos e distribuição explicam a alta


VOCÊ: CARLOS ALEXANDRE MIRANDA<br />

VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO<br />

POR FERNANDO SALLES | FOTO SELMY YASSUDA<br />

PÁG.<br />

08<br />

INVESTIMENTO CERTO<br />

Carlos Alexandre apostou na<br />

qualificação profissional e<br />

foi recompensado pelo Farinha<br />

Pura. Referência em vinhos<br />

na loja, ele tem sempre uma<br />

boa indicação para<br />

os consumidores provarem<br />

NOVO RUMO NA CARREIRA<br />

SEM MUDAR DE EMPRESA<br />

Após quatro anos atendendo no<br />

balcão de laticínios do supermercado<br />

carioca Farinha Pura, Carlos Alexandre<br />

Miranda sentiu que era hora de um<br />

upgrade na carreira. Ele queria melhorar<br />

o currículo para buscar nova oportunidade<br />

de trabalho fora da loja. Com<br />

essa ideia em mente, em 2011 ele foi<br />

saber mais sobre os cursos da Associação<br />

Brasileira de Sommeliers. Saiu matriculado<br />

no módulo básico, no qual<br />

aprendeu o bê-á-bá da história do vinho,<br />

bebida que já apreciava.<br />

Depois de fazer também o curso<br />

avançado, foi a vez de ingressar nos<br />

ciclos de formação profissional, que<br />

exigem grande dedicação dos futuros<br />

sommeliers: o conhecimento é avaliado<br />

em provas, e só passam os que alcançam<br />

ao menos 70 pontos de 100.<br />

Carlos já concluiu dois desses ciclos<br />

e, de fato, deu novo rumo à carreira.<br />

Mas sem precisar se demitir do Farinha<br />

Pura, que decidiu intensificar os<br />

investimentos na seção de vinhos.<br />

Quando a diretoria soube que o profissional<br />

vinha se especializando na<br />

bebida, deu apoio à transferência de<br />

setor. Sobretudo depois de um evento<br />

de gastronomia italiana que teve a<br />

participação do Farinha Pura. Lá, o<br />

novo sommelier mostrou intimidade<br />

com a bebida e com o público.<br />

Desde então ele comanda, sozinho,<br />

o atendimento no setor de vinhos do<br />

Farinha Pura. Um trabalho importante<br />

para a empresa e valorizado pelos<br />

consumidores.” A cada 10 clientes<br />

da seção, cerca de 7 pedem indicação”,<br />

afirma. E Carlos sempre tem boas<br />

sugestões, não importa a faixa de<br />

preço. “Atendo desde quem gasta R$<br />

2 mil para consumo próprio até clientes<br />

que vão dar uma festa e querem<br />

10 garrafas por R$ 300”, comenta.<br />

Após investir em atendimento e dar<br />

nova cara à seção, o Farinha Pura comemora<br />

15% de aumento nas vendas<br />

de vinho por ano. Além disso, com<br />

ajuda de pesquisas e indicações de<br />

Carlos, o portfólio da loja cresceu. A<br />

seção, que antes contava com cerca<br />

de 200 variedades, hoje tem, segundo<br />

a empresa, mais de 400 rótulos no<br />

sortimento. E o segredo de Carlos para<br />

agradar é simples. “Sempre indico<br />

vinhos que eu beberia”, garante.


TASTE THE FUTURE<br />

10 feiras sob um só teto<br />

Colonia, 5. – 9. 10. 2013 | www.anuga.com<br />

SM.DIGITAL<br />

MAIS INFORMAÇÕES NO PORTAL E TABLET<br />

POR RAFAEL FAUSTINO RAFAEL.FAUSTINO@SM.COM.BR<br />

PÁG.<br />

12<br />

SM.COM.BR<br />

O conteúdo das edições impressas de SM também<br />

pode ser conferido pelo tablet, em uma versão que<br />

conta com recursos exclusivos. O download é gratuito<br />

e pode ser feito pela App Store, nos produtos Apple, e<br />

pelo Google Play, nos aparelhos com o sistema Android.<br />

Também é possível baixar o aplicativo utilizando o<br />

QR Code: é só posicionar a câmera do tablet sobre<br />

um dos códigos ao lado, fotografar e fazer o download.<br />

GOOGLE PLAY<br />

APP STORE<br />

ENQUETE<br />

Você acha que implantar o sistema<br />

de descontos aos consumidores por meio<br />

de cupons – como acontece nos EUA –<br />

daria certo nos supermercados brasileiros?<br />

SAVE<br />

SAVE<br />

SAVE<br />

Este é o sabor<br />

de 2013!<br />

68 %<br />

SIM<br />

(111 votos)<br />

23 %<br />

NÃO<br />

(38 votos)<br />

14 %<br />

NÃO<br />

CONHEÇO<br />

(14 votos)<br />

Venha degustar no evento taste13 as mais<br />

gostosas novidades de Food & Beverage ou<br />

encontre os seus favoritos entre a oferta<br />

internacional dos 6.700 expositores: A Anuga<br />

dá-lhe a oportunidade de experimentar hoje o<br />

que os seus clientes e fregueses irão saborear<br />

amanhã.<br />

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Rua Barão do Triunfo<br />

520-7° and.cj/71<br />

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Tel. +55 11 55354799<br />

Fax +55 11 50936041<br />

mdk@mdkfeirasinternacionais.com.br<br />

RANKING<br />

NOTÍCIAS MAIS ACESSADAS EM JUNHO:<br />

Abertura de lojas aos domingos opõe<br />

1<br />

comerciantes e funcionários<br />

2<br />

3<br />

4<br />

Lista de itens com desoneração de PIS/Pasep<br />

e Cofins é ampliada<br />

Cencosud vai transferir escritório central<br />

para São Paulo<br />

GPA inaugura no RJ seu primeiro shopping<br />

ÁREAS LÍDERES EM CONSULTAS NO MÊS PASSADO<br />

1 Últimas Notícias<br />

2 SM Responde<br />

3<br />

Negócios<br />

4<br />

Gestão


PTO. DE VENDA<br />

TUDO QUE INTERESSA AO SETOR<br />

PÁG.<br />

15<br />

POR FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR | FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

NOVA OPÇÃO DE VENDA<br />

EMPRESA DE VENDING<br />

MACHINE QUER SE<br />

APROXIMAR DO VAREJO<br />

A Machine Mídia desenvolve vending machines,<br />

máquinas para venda automática de produtos,<br />

e sampling machines, utilizadas na distribuição<br />

de amostras em campanhas promocionais. Segundo<br />

a empresa, os equipamentos podem ser boa opção<br />

para o varejo. “O varejista pode instalar as máquinas<br />

em locais pouco explorados da loja ou até mesmo<br />

fora do supermercado”, diz Raphael Cordeiro, diretor<br />

comercial. Já as sampling machines seriam utilizadas<br />

na divulgação de novidades – como um novo item<br />

de marca própria – ou para atrair a atenção sobre itens<br />

com baixo giro. Cliente da empresa, a Natura teve sua<br />

linha Plant de cuidados com o cabelo distribuída sem<br />

custo por uma máquina instalada em um shopping<br />

paulistano. Na ação, os rótulos saíam personalizados<br />

com a foto do perfil do Facebook da pessoa.<br />

40<br />

milhões de reais<br />

foi o investimento do GPA<br />

para inaugurar na cidade do<br />

Rio de Janeiro o Conviva<br />

Américas, seu primeiro shopping


PTO. DE VENDA<br />

ESPORTE<br />

PELÉ ESTRELA<br />

NOVA CAMPANHA<br />

DO CARREFOUR<br />

Pelé é chamado de ‘rei’ há algumas<br />

décadas. Mas só agora aceitou ser<br />

fotografado com as vestimentas típicas<br />

de uma realeza. Fez isso para a mais<br />

recente campanha do Carrefour,<br />

cujo mote é “Faz a torcida em casa Brasil!<br />

Faz Carrefour”. Trata-se da primeira<br />

de uma série de ações de marketing<br />

da rede associadas ao esporte.<br />

O intuito é “estimular e transmitir<br />

o sentimento nacionalista durante<br />

os jogos”. A campanha inclui filmes<br />

institucionais exibidos em TV, anúncios<br />

em mídia impressa e materiais de PDV.


GRADUAÇÃO<br />

Nielsen e Fia lançam<br />

Pós em tendências<br />

de consumo<br />

A Fundação Instituto de<br />

Administração (Fia), por meio de seu<br />

Programa de Administração de Varejo<br />

(Provar) criou, em conjunto com<br />

a consultoria Nielsen, um curso<br />

de Pós-Graduação em Estratégias,<br />

Pesquisa de Mercado e Tendências de<br />

Consumo. As inscrições já estão abertas.<br />

A ideia é capacitar os alunos a planejar<br />

seus negócios no cenário atual,<br />

no qual os consumidores são mais<br />

críticos. Na programação estão<br />

incluídas abordagens sobre métodos<br />

de pesquisa e novas ferramentas<br />

para estudar a experiência de compra.<br />

O curso será ministrado por mestres,<br />

doutores e profissionais atuantes<br />

na área de Inteligência de Mercado.<br />

Informações: www.provar.org<br />

MARCA PRÓPRIA<br />

WALMART RENOVA “SENTIR BEM”<br />

A marca própria do Walmart, cujo foco são os consumidores interessados<br />

em alimentação saudável, acaba de ter sua identidade visual renovada. As novas<br />

embalagens ganharam cores vivas, no intuito de transmitir energia e alegria, mas<br />

sem que os tons brancos fossem excluídos totalmente, por serem muito associados<br />

a produtos saudáveis. Também há maior destaque para os benefícios do consumo<br />

de ingredientes funcionais que compõem os produtos. A responsável pela trabalho<br />

foi a agência de marcas e design eba!, e os primeiros itens a ganhar cara nova<br />

são as granolas em duas versões: mel e castanha-do-Pará e cereais e frutas tropicais.


LEIS E TRIBUTOS<br />

EM DIA COM SEUS DIREITOS E DEVERES<br />

PÁG.<br />

19<br />

POR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR<br />

GOVERNO FEDERAL<br />

CRIA SPED PARA<br />

IMPOSTO DE RENDA<br />

THE COMMONS<br />

PAIS PODERAO FALTAR ATÉ<br />

30 DIAS NO TRABALHO<br />

PARA CUIDAR DE FILHO DOENTE<br />

A medida ainda não é lei, mas acaba de ser aprovada pela Comissão de Assuntos<br />

Econômicos do Senado. Na sequência, será analisada pela Comissão de Constituição<br />

e Justiça e depois pelo plenário da Casa. Na Câmara, ela já foi aprovada. Esse projeto<br />

permite ao trabalhador se ausentar do emprego até 30 dias por ano para cuidar do filho<br />

doente com até 12 anos. Para abonar a falta, o funcionário precisa comprovar a necessidade<br />

de acompanhar o filho durante o período em que estaria trabalhando. Além disso, terá<br />

que apresentar atestado ou laudo médico que confirme a doença. Hoje, a Consolidação<br />

das Leis do Trabalho permite a ausência do empregado durante um dia a cada seis meses<br />

para participar das reuniões escolares dos filhos. Prevê ainda falta por sete dias, a cada ano,<br />

quando o trabalhador for responsável por pessoas com algum tipo de deficiência. Para isso,<br />

a ausência precisa ser justificada por escrito com pelo menos dois dias de antecedência.<br />

Fonte: Senado Federal www.senado.gov.br<br />

Esse Sped nada mais é<br />

do que uma Escrituração Fiscal<br />

Digital do Imposto sobre a Renda<br />

e da Contribuição Social sobre<br />

o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica.<br />

A entrega eletrônica deve substituir<br />

a antiga, feita por meio da DIPJ<br />

(Declaração de Ajuste Anual de<br />

Imposto de Renda da Pessoa<br />

Jurídica). O Sped Imposto de<br />

Renda, como foi batizado, será<br />

obrigatório a partir do anocalendário<br />

2014 e a primeira<br />

entrega ocorrerá até 30 de junho<br />

de 2015. Os contribuintes deverão<br />

informar todas as operações<br />

que influenciam direta ou<br />

indiretamente, no presente ou no<br />

futuro, a composição da base de<br />

cálculo e o valor do IRPJ e da CSLL.<br />

Segundo a Confirp, consultoria<br />

contábil, o documento deverá<br />

demonstrar o mesmo Plano de<br />

Contas da EFD (Sped Contábil),<br />

saldos iguais aos das contas<br />

contábeis, todos os ajustes para<br />

a apuração do Lucro Real (adições<br />

e exclusões) e compensações de<br />

prejuízos fiscais (quando for o<br />

caso). As pessoas jurídicas que<br />

apresentarem o Sped Imposto<br />

de Renda ficam dispensadas,<br />

em relação aos fatos ocorridos<br />

a partir de 1º de janeiro<br />

de 2014, da escrituração do<br />

LALUR (Livro de Apuração do<br />

Lucro Real) e da entrega da DIPJ.<br />

Caso o documento não seja<br />

apresentado nos prazos fixados<br />

ou contenha algum erro,<br />

o contribuinte será multado.<br />

Fonte: Confirp www.confirp.com.br


LEIS E TRIBUTOS<br />

GESTANTES<br />

TERAO<br />

ESTABILIDADE<br />

DURANTE<br />

AVISO PRÉVIO<br />

Sancionada em maio, a Lei Federal 12.812 garante<br />

às mulheres grávidas estabilidade no emprego no caso<br />

de estarem sob aviso prévio. Segundo Frank Santos,<br />

sócio do escritório M&M Advogados Associados, isso<br />

significa que se uma colaboradora descobrir a gravidez,<br />

até mesmo no último dia do aviso, o empregador<br />

é obrigado a mantê-la no trabalho até cinco meses após<br />

o parto. A garantia também será válida nos casos<br />

de aviso prévio indenizado, quando a funcionária<br />

recebe o salário referente ao período de aviso sem<br />

comparecer ao serviço. “Até então, era comum<br />

funcionárias nessa situação entrarem com ação contra<br />

a empresa solicitando seus direitos. Mas nem todos<br />

os tribunais emitiam sentença que as beneficiasse.<br />

Agora, com a lei, a estabilidade durante o aviso prévio<br />

está garantida”, explica Santos. O empregador que<br />

desrespeitar a medida vai arcar com a indenização pelo<br />

período integral da estabilidade prevista na Constituição.<br />

Fonte: M&M Advogados Associados<br />

FOTOS THE COMMONS<br />

QUALQUER<br />

CONTRIBUINTE<br />

PODERÁ SER<br />

SUBSTITUTO<br />

TRIBUTÁRIO<br />

A novidade consta<br />

na Portaria CAT 53 e já<br />

está valendo no Estado<br />

de São Paulo. Isso significa<br />

que, para ser responsável<br />

pelo recolhimento do ICMS<br />

de toda a cadeia, basta<br />

ser um contribuinte que<br />

faça parte de um setor<br />

com substituição tributária.<br />

Os interessados devem<br />

enviar solicitação à Secretaria<br />

Estadual da Fazenda.


OBRIGATORIEDADE DO SAT FISCAL É PRORROGADA<br />

A nova data para que varejistas do Estado de São<br />

Paulo adotem o SAT Fiscal é 1º de abril de 2014 e não mais<br />

1º de julho deste ano, como estava previsto. De acordo<br />

com a Cosin, consultoria de negócios, o SAT é o mais novo<br />

sistema autenticador e transmissor de cupons fiscais<br />

eletrônicos (CF-e). Ele será responsável por documentar<br />

todas as operações comerciais e, posteriormente,<br />

enviá-las à Secretaria da Fazenda via internet. Apenas as<br />

empresas varejistas com faturamento acima de<br />

R$ 120 mil ao ano serão obrigadas a adotar o SAT Fiscal.<br />

Para isso, será necessário trocar os atuais ECFs (Emissores<br />

Fonte: Secretaria da Fazenda www.fazenda.sp.gov.br<br />

de Cupom Fiscal), baseados em uma impressora específica<br />

de armazenamento de dados, por outro equipamento<br />

capaz de fazer a transmissão em tempo real do movimento<br />

do comércio – via telefonia celular ou banda larga.<br />

Tudo isso mediante assinatura digital gerada com base<br />

em certificado digital. O SAT Fiscal irá facilitar o trabalho<br />

do Fisco e acelerar a comunicação entre comerciantes<br />

e órgãos públicos. Também vai permitir que os<br />

consumidores acessem o arquivo do cupom fiscal<br />

eletrônico via internet. Mais informações no portal da<br />

Secretaria da Fazenda: http://www.fazenda.sp.gov.br/sat/<br />

MULTAS DE IMPORTACAO<br />

FICAM FORA<br />

DO CÁLCULO DO ICMS<br />

As multas recebidas por contribuintes<br />

fluminenses em operações de importação<br />

não precisam mais ser incluídas na base<br />

de cálculo do ICMS (Imposto sobre a Circulação<br />

de Mercadorias e Serviços). É o que está<br />

previsto na Lei 6.462. Até então, multas<br />

decorrentes de diferenças de peso de<br />

mercadorias ou erro na classificação<br />

fiscal de produto importado, por exemplo,<br />

deveriam ser incluídas no cálculo do imposto.


PREPARA BRASIL<br />

68<br />

CIDADES<br />

PROMISSORAS<br />

TODAS TÊM ATÉ 500 MIL HABITANTES E PREVISÃO ANUAL<br />

DE AUMENTO NO CONSUMO DE ATÉ 20% NOS PRÓXIMOS ANOS.<br />

O IMPORTANTE: ELAS PRECISARÃO DE MAIS SUPERMERCADOS<br />

TEXTO FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR


CAPA<br />

PREPARA BRASIL<br />

ABRIR LOJAS EM CIDADES<br />

DO INTERIOR ONDE O<br />

CONSUMO VAI CRESCER<br />

PODE GERAR MAIS<br />

RESULTADO DO QUE<br />

EM ALGUMAS CAPITAIS<br />

stá na hora de refletir sobre os planos de<br />

expansão. Ainda há um enorme mercado<br />

a ser ocupado, sobretudo nas cidades<br />

com no máximo 500 mil habitantes,<br />

cujo aumento no consumo até 2020 já foi<br />

identificado pelo estudo CityNav, da consultoria<br />

McKinsey. Os gigantes do setor<br />

já têm planos traçados. E o varejo regional tem chances de avançar<br />

com sucesso. Alguns municípios crescerão 3% ao ano e outros avançarão<br />

até 20%. “Quem expandir para 20 cidades do interior, e trabalhar<br />

com eficiência, terá um resultado tão bom quanto teria em<br />

São Paulo ou Rio de Janeiro. Isso com uma competição menor”, diz<br />

Rogério Hirose, responsável pela pesquisa. É preciso, no entanto, ficar<br />

atento aos desafios. Para ajudá-lo, SM ouviu os sócios-diretores<br />

da McKinsey, Hirose e Fabio Stul, além do especialista em localização,<br />

Tadeu Masano, e de varejistas em processo de expansão.<br />

NO INTERIOR DO PAÍS<br />

CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM VALOR<br />

CLASSIFICAÇÃO CIDADE ESTADO BILHÕES (R$)<br />

1 CAMPINAS SP 3,9<br />

2 UBERLÂNDIA MG 3,5<br />

3 SANTOS SP 3,1<br />

4 PARAUAPEBAS PA 2,9<br />

5 SOROCABA SP 2,5<br />

6 RIBEIRÃO PRETO SP 2,4<br />

7 JUIZ DE FORA MG 2,1<br />

8 CAXIAS DO SUL RS 2,0<br />

9 FEIRA DE SANTANA BA 2,0<br />

10 ANÁPOLIS GO 1,9<br />

11 RIO DAS OSTRAS RJ 1,9<br />

12 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SP 1,9<br />

13 PIRACICABA SP 1,8<br />

14 JOINVILLE SC 1,8<br />

15 JUNDIAÍ SP 1,8<br />

16 LONDRINA PR 1,7<br />

17 JUAZEIRO DO NORTE CE 1,6<br />

18 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SP 1,6<br />

19 BAURU SP 1,6<br />

20 CAMPOS DOS GOYTACAZES RJ 1,6<br />

24 SM.COM.BR | JULHO 2013


01<br />

ELEVACAO DE<br />

CONSUMO É MOTIVO<br />

SUFICIENTE PARA<br />

INAUGURAR LOJAS<br />

NAS CIDADES<br />

EM CRESCIMENTO?<br />

Não. Saber que as vendas aumentarão<br />

em ritmo acelerado é um indicador importante,<br />

mas a expansão para os municípios onde o<br />

consumo mais cresce é uma decisão que precisa<br />

considerar outros fatores. Um dos principais é<br />

a logística, sobretudo para redes cuja operação<br />

está concentrada em áreas distantes. Rogério<br />

Hirose, da McKinsey, lembra, no entanto, que<br />

o avanço de muitas cidades impacta favoravelmente<br />

no consumo de municípios adjacentes.<br />

“Uma região com várias cidades vizinhas em alta<br />

pode justificar a implantação de um centro de<br />

distribuição”, exemplifica. Outro ponto a avaliar é<br />

a saturação do mercado local, afinal pode haver<br />

áreas em que, apesar do crescimento, o varejo já<br />

instalado é capaz de suprir a demanda. Por fim,<br />

deve-se observar a disponibilidade e o preço de<br />

terrenos em bons pontos. Por mais tentador que<br />

seja abrir lojas, a escolha deve ser feita de forma<br />

criteriosa, a partir de análise caso a caso.<br />

CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM PERCENTUAL<br />

CLASSIFICAÇÃO CIDADE ESTADO PERCENTUAL (%)<br />

1 RIO DAS OSTRAS RJ 20<br />

2 PARAUAPEBAS PA 19<br />

3 JUAZEIRO DO NORTE CE 14<br />

4 ITAPIPOCA CE 13<br />

5 BRAGANÇA PA 13<br />

6 LINHARES ES 12<br />

7 ARAPIRACA AL 12<br />

8 ABAETETUBA PA 12<br />

9 HORTOLÂNDIA SP 12<br />

10 ALTAMIRA PA 12<br />

11 GARANHUNS PE 12<br />

12 PARINTINS AM 12<br />

13 SERTÃOZINHO SP 12<br />

14 CODÓ MA 12<br />

15 CAMETA PA 11<br />

16 PATOS PB 11<br />

17 CARUARU PE 11<br />

18 CORUMBÁ MS 11<br />

19 ITAITUBA PA 11<br />

20 PARNAÍBA PI 11<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 25


CAPA<br />

PREPARA BRASIL<br />

02<br />

QUAL A PARTICIPACAO<br />

DOS GIGANTES<br />

DO SETOR NESSAS<br />

CIDADES PROMISSORAS?<br />

HÁ ESPACO<br />

PARA OS REGIONAIS?<br />

“Em 70% das cidades que mais vão crescer, Pão de<br />

Açúcar, Carrefour e Walmart não estão presentes. É uma<br />

oportunidade para eles, mas também para outros varejistas”,<br />

responde Fabio Stul. Muitos desses municípios estão<br />

no interior e alguns mais nas regiões metropolitanas. Parte<br />

deles está se transformando em polos industriais ou recebendo<br />

outros investimentos que reduzem o desemprego,<br />

EGIOES METROPOLITANAS<br />

elevam a quantidade de população e aumentam a renda.<br />

Entre as capitais, o crescimento percentual será mais tímido:<br />

o maior avanço, de 10% ao ano, está previsto para Maceió<br />

(AL), Boa Vista (RR) e Macapá (AP). No entanto, em valores<br />

absolutos, vale lembrar que São Paulo e Rio de Janeiro<br />

ainda reinarão soberanos, com incremento previsto de<br />

R$ 61,1 bilhões e R$ 37,4 bilhões, respectivamente.<br />

CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM VALOR<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

CIDADE<br />

ESTADO<br />

BILHÕES (R$)<br />

1 GUARULHOS SP 5,7<br />

2 SÃO BERNARDO DO CAMPO SP 5,3<br />

3 OSASCO SP 5,1<br />

4 APARECIDA DE GOIÂNIA GO 3,7<br />

5 JABOATÃO DOS GUARARAPES PE 3,6<br />

6 RIBEIRÃO DAS NEVES MG 3,3<br />

7 ANANINDEUA PA 2,7<br />

8 NOVA IGUAÇU RJ 2,7<br />

9 CONTAGEM MG 2,7<br />

10 PAULISTA PE 2,6<br />

11 BETIM MG 2,5<br />

12 SÃO GONÇALO RJ 2,5<br />

13 DUQUE DE CAXIAS RJ 2,4<br />

14 OLINDA PE 2,1<br />

15 SANTO ANDRÉ SP 1,9<br />

16 CAUCAIA CE 1,9<br />

17 NITERÓI RJ 1,8<br />

18 ITAQUAQUECETUBA SP 1,7<br />

19 CARAPICUÍBA SP 1,7<br />

20 SERRA ES 1,6<br />

CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM PERCENTUAL<br />

CLASSIFICAÇÃO CIDADE ESTADO PERCENTUAL (%)<br />

1 PAÇO DO LUMIAR MA 16<br />

2 RIBEIRÃO DAS NEVES MG 15<br />

3 SÃO JOSÉ DE RIBAMAR MA 15<br />

4 SÃO LOURENÇO DA MATA PE 14<br />

5 PAULISTA PE 14<br />

6 CAUCAIA CE 13<br />

7 CAMARAGIBE PE 13<br />

8 PALHOÇA SC 12<br />

9 IGARASSU PE 12<br />

10 MARITUBA PA 12<br />

11 CAMAÇARI BA 12<br />

12 APARECIDA DE GOIÂNIA GO 12<br />

13 MARANGUAPE CE 11<br />

14 BETIM MG 11<br />

15 OSASCO SP 11<br />

16 TIMOM MA 11<br />

17 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS PR 11<br />

18 COLOMBO PR 11<br />

19 JABOATÃO DOS GUARARAPES PE 11<br />

20 PINHAIS PR 11<br />

26 SM.COM.BR | JULHO 2013


CAPA<br />

PREPARA BRASIL<br />

QUAIS AS<br />

VANTAGENS E<br />

DESVANTAGENS<br />

DOS GIGANTES<br />

E DO VAREJO<br />

REGIONAL<br />

PARA OCUPAR<br />

ESSE ‘NOVO’<br />

TERRITÓRIO?<br />

TERRITÓRIO?<br />

4<br />

REDES LOCAIS<br />

TENDEM A SER<br />

ALVO DE<br />

AQUISICOES?<br />

QUE CUIDADOS<br />

DEVEM SER<br />

TOMADOS NA<br />

HORA DE COMPRAR<br />

EMPRESAS?<br />

Ambos os segmentos têm boas condições<br />

de se dar bem. A favor dos locais está o fato de<br />

já conhecerem bem as preferências do público,<br />

contarem com sortimento direcionado àquela<br />

população e terem acesso fácil a fornecedores<br />

da região. Também tomam decisões mais ágeis<br />

e estão completamente focados naquela área,<br />

o que permite vislumbrar boas oportunidades.<br />

O assédio deve aumentar. Há alguns<br />

anos, a McKinsey desenvolveu um estudo para<br />

saber o que há em comum entre as empresas<br />

mais bem-sucedidas. Constatou que 80% do<br />

crescimento de uma companhia ocorre porque<br />

ela está no lugar certo ou comprou quem<br />

está nessa posição. Segundo Hirose, boas redes<br />

em áreas em crescimento deverão ser alvo de<br />

aquisições, o que pode ser uma boa notícia para<br />

quem está disposto a negociar. Já para quem<br />

pensa em ir às compras, o consultor recomenda<br />

alguns cuidados. Um deles é verificar com rigor<br />

se a empresa tem, de fato, relevância, e o outro<br />

é tentar adquirir redes e não lojas independentes.<br />

“Sair comprando unidades é muito complicado”,<br />

ressalta. Implica gastos e aborrecimento<br />

na integração de sistemas e logística, entre outros<br />

fatores. Outra análise que deve ser feita é<br />

em relação ao preço, evitando fechar o negócio<br />

03<br />

Bom exemplo é a rede paulista Amarelinha, que<br />

no final do ano passado decidiu abrir seu quarto<br />

supermercado, chegando à cidade de Sertãozinho<br />

(SP), onde o consumo crescerá 12% ao ano.<br />

“Optamos por um bairro novo, com muitos condomínios<br />

em construção”, relata Letícia Justino,<br />

administradora da rede. O movimento ainda é<br />

modesto, mas assim que o consumo crescer,<br />

a rede estará pronta para atender a demanda.<br />

Importante: a empresa não se endividou. Usou<br />

recursos próprios para investir na nova loja e<br />

garantir a saúde financeira da companhia. Não<br />

por acaso Enéas Pestana, presidente do Grupo<br />

Pão de Açúcar, declarou recentemente que os<br />

médios e pequenos preocupam mais do que os<br />

concorrentes do mesmo tamanho. Segundo ele<br />

é difícil concorrer com quem conhece o cliente<br />

pelo nome. De qualquer jeito, isso não afasta do<br />

jogo o Grupo e seus rivais. Eles têm trunfos importantes:<br />

escala e maior poder de investimento.<br />

com valor inflacionado, que pode demorar a<br />

se pagar e até comprometer o fluxo de caixa.<br />

Especialista em análises de localização,<br />

Tadeu Masano, presidente da Geografia de<br />

Mercado, alerta ainda para negócios aparentemente<br />

tentadores, mas que acabam se<br />

revelando um verdadeiro mico. Um exemplo<br />

típico é adquirir uma rede pequena após se<br />

encantar com parte dela, situada em boas cidades.<br />

“Duas lojas podem ser ótimas, mas se o<br />

negócio inclui oito unidades problemáticas,<br />

não vale a pena”, exemplifica Masano.<br />

28 SM.COM.BR | JULHO 2013


CAPA<br />

PREPARA BRASIL<br />

6<br />

NESTA REPORTAGEM<br />

VOCÊ VIU:<br />

CIDADES ONDE O CONSUMO<br />

MAIS VAI CRESCER<br />

COMO AVALIAR SE CONVÉM<br />

ABRIR LOJAS NELAS<br />

FORMATOS MAIS INDICADOS<br />

E CUIDADOS A SER TOMADOS<br />

05<br />

QUAL O<br />

PERFIL<br />

DO NOVO PÚBLICO<br />

E COMO<br />

ATENDÊ-LO?<br />

O estudo da McKinsey mostra que cidades<br />

com grande concentração da classe C têm maior<br />

potencial de crescimento. E esse público está aos<br />

poucos sofisticando a cesta de compras. O mais<br />

importante é considerar o tipo de consumidor que<br />

a loja quer atingir e suas preferências. No caso das<br />

redes que vêm de fora, manter sortimento e atendimento<br />

padronizados não costuma funcionar. De<br />

acordo com Hirose, o perfil de clientes muda, por<br />

exemplo, conforme as características do crescimento<br />

daquela área, ou seja, se é um lugar com<br />

QUAL FORMATO<br />

DE LOJA MAIS SE<br />

ADAPTA ÀS CIDADES<br />

EM CRESCIMENTO?<br />

O ATACAREJO É O<br />

MELHOR FORMATO?<br />

Não há resposta única para essa<br />

questão. O que se verifica é que o formato<br />

atacarejo tem se revelado atrativo<br />

para absorver a demanda de regiões adjacentes<br />

ao município onde está instalado.<br />

Afinal, com seu apelo de preço baixo,<br />

costuma fazer com que as pessoas se<br />

desloquem para comprar. “Esse formato<br />

é importante quando se quer atingir cidades<br />

próximas”, analisa Rogério Hirose, da<br />

McKinsey. Já o supermercado de bairro<br />

não tem essa pretensão, mas tem enorme<br />

potencial, desde que garanta bom atendimento<br />

e atenda às compras pequenas<br />

de conveniência. Isso sobretudo em cidades<br />

de porte médio para grande, onde<br />

o tempo é cada vez mais escasso. Vale<br />

lembrar ainda que, em termos de valor, a<br />

McKinsey prevê que o consumo crescerá<br />

bastante em cidades de grande extensão<br />

e próximas às capitais, como Guarulhos<br />

(SP), Jaboatão dos Guararapes (PE) e<br />

Aparecida de Goiânia (GO). Tadeu Masano,<br />

da Geografia de Mercado, ressalta<br />

apenas que não é fácil operar bem vários<br />

formatos e sugere: “é preciso definir uma<br />

estratégia, ter claro onde se quer atacar”.<br />

movimento industrial ou uma região de passagem,<br />

entre outros fatores. A rede cearense Frangolândia<br />

observou isso ao inaugurar, no final de<br />

2011, uma loja situada no caminho entre Fortaleza<br />

e Teresina. Instalou um restaurante self-service e<br />

buscou parceria com uma empresa de ônibus que<br />

faz a rota para parar no local. Logo de cara, conquistou<br />

30% dos passageiros. Esse tipo de estratégia,<br />

moldada às necessidades do cliente de cada<br />

filial, terá de ser cada vez mais comum para quem<br />

pretende desbravar mercados em crescimento.<br />

30 SM.COM.BR | JULHO 2013


NEGÓCIOS<br />

Muitos importados, alimentos e bebidas mais<br />

sofisticados e soluções prontas com<br />

apelo à gastronomia. Esses são os principais<br />

atributos das lojas gourmets, um negócio<br />

rentável que deve se expandir com o<br />

crescimento das classes A e B nos próximos anos<br />

UPER<br />

TEXTO ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINI@SM.COM.BR<br />

OURMETREDE<br />

ITALIANA<br />

NO BRASIL<br />

Por meio<br />

de um acordo<br />

com os donos<br />

do St. Marche,<br />

a rede italiana<br />

Eataly, de<br />

lojas com apelo<br />

gastronômico,<br />

abrirá a<br />

primeira filial<br />

no Brasil, na<br />

capital paulista<br />

ERCADOS<br />

ASTRONÔMICOS<br />

32 SM.COM.BR | JULHO 2013


JULHO 2013 | SM.COM.BR 33<br />

FOTOS THE COMMONS


GOURMETS<br />

NEGÓCIOS<br />

ESAFIOS DO<br />

IX<br />

O sortimento é o principal atributo para transmitir ao cliente<br />

a proposta de supermercado gourmet. Veja o que fazer:<br />

Entender o que o cliente gosta<br />

Oferecer produtos diferentes com frequência<br />

Não apostar num novo item antes de testá-lo com o público<br />

Incentivar consumo de ingredientes e pratos brasileiros<br />

DIVULGAÇÃO<br />

O<br />

bserve as fotos da página anterior. Elas<br />

são do supermercado italiano Eataly,<br />

rede cuja proposta é atender os chamados<br />

consumidores gourmets. Para<br />

isso, o mix inclui alimentos e bebidas<br />

requintadas, além de as lojas oferecerem<br />

atendimento e experiência de<br />

compras diferenciados. A empresa italiana<br />

foi uma das que inspiraram, na<br />

década de 1990, algumas redes nacionais<br />

a criar lojas voltadas para o público<br />

de maior poder aquisitivo que<br />

também valoriza esse tipo de consumo.<br />

Passados cerca de 20 anos, o Eataly<br />

deve chegar à cidade de São Paulo em<br />

breve por meio de uma parceria com<br />

o St. Marche, rede paulistana que atua<br />

nesse segmento. Sua entrada no País<br />

se justifica pelo potencial de crescimento<br />

das classes A e B e também da<br />

C, que começa a valorizar esses estabelecimentos<br />

(veja gráficos). “O modelo<br />

gourmet é uma tendência. Mas ainda<br />

estamos aprendendo a lidar com<br />

ele”, diz Rafael D’Andrea, consultor da<br />

ToolboxTM. Apesar disso, há exemplos<br />

de sucesso no Brasil. Confira a seguir.<br />

CRESCIMENTO DAS CLASSES<br />

Alta do poder aquisitivo deve impulsionar abertura de lojas gourmets<br />

CLASSES AB<br />

118%<br />

em milhões de brasileiros<br />

crescimento<br />

2003 2003<br />

13.330.250<br />

19.967.424<br />

2009 2009<br />

22.526.223<br />

2011 2011<br />

2014 2014<br />

CLASSE C<br />

79,1%<br />

crescimento<br />

em milhões de brasileiros<br />

65.879.496<br />

94.944.066<br />

105.468.908<br />

29.116.200 118.013.742<br />

Fonte: FGV/SP<br />

34 SM.COM.BR | JULHO 2013


GOURMETS<br />

NEGÓCIOS<br />

São mais de 1.000 rótulos na adega das<br />

lojas, sortimento com cerca de 50% de<br />

importados, uma padaria com pães finos<br />

sem conservantes e aditivos químicos,<br />

açougue e área de congelados com<br />

itens especiais. Soma-se a isso uma<br />

mercearia completa reconhecida pelo<br />

cliente, que costuma dizer: “Se não tem<br />

no Palato, não tem em lugar nenhum”.<br />

Todo esse requinte e amplitude no mix<br />

sustentam o posicionamento gourmet<br />

ALATO<br />

UPER-<br />

ERCADO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

Incentivar a cultura do<br />

‘comer bem’, com cursos de<br />

gastronomia e degustações,<br />

além de oferecer um<br />

sortimento no qual os<br />

importados representam<br />

cerca de 50 % dos itens.<br />

É assim que o Palato cresce<br />

à taxa média de 26 % ao ano<br />

PREMIUM<br />

EM TODAS<br />

AS SEÇÕES<br />

Produtos<br />

diferenciados<br />

são encontrados<br />

também em<br />

seções de não<br />

alimentos.<br />

A rede possui<br />

uma área de<br />

presentes, que<br />

inclui produtos<br />

exclusivos e soma<br />

6.000 itens, o<br />

que permite<br />

trabalhar com<br />

lista de casamento<br />

da rede de Maceió (AL). Com três unidades,<br />

vem alcançando altos índices de<br />

crescimento. Entre 2010 e 2011, apresentou<br />

aumento de 18% nas vendas. No<br />

ano seguinte, registrou nova alta. Dessa<br />

vez de 32% sobre o período anterior. E,<br />

para este ano, as expectativas continuam<br />

positivas. O Palato espera elevar o<br />

faturamento em mais 28%.<br />

Criada em 1992 como uma butique<br />

de pães, a empresa viu uma boa oportunidade<br />

de oferecer também embutidos<br />

importados da França e da Itália,<br />

vinhos e a linha diet light. “Vimos que<br />

esses produtos não eram vendidos na<br />

cidade e que existia uma clientela que<br />

não estava sendo bem atendida”, afirma<br />

Charles Rozenbaum, gestor comercial.<br />

Hoje, 70% do público que frequenta o<br />

Palato pertence às classes A e B e 30% à<br />

C. Mesmo atendendo, em sua maioria,<br />

consumidores de maior poder aquisitivo,<br />

a rede acredita que é possível desenvolver<br />

ainda mais o que chama de ‘cultura<br />

do comer bem’. Para isso, realiza<br />

cursos de gastronomia e degustações.<br />

“O conhecimento faz com que a pessoa<br />

consiga fazer um prato mais sofisticado,<br />

o que a leva a consumir ingredientes premium”,<br />

explica Rozembaum. Para reforçar<br />

a imagem de sofisticação, a rede conta<br />

com restaurante que oferece cardápio<br />

internacional, área de sushi e bombons<br />

artesanais exclusivos. A busca por novidades<br />

não para por aí. Nem deve. Afinal,<br />

é assim que se conquistam clientes.<br />

36 SM.COM.BR | JULHO 2013


GOURMETS<br />

NEGÓCIOS<br />

Com seis lojas em MG — e mais uma com 2010, o aumento foi de 46%. Para<br />

em planejamento —, o Verdemar se diz abrir sua primeira loja, em 1993, Poni e<br />

um supermercado gastronômico. “Pesquisamos<br />

constantemente essa área, nos supermercados gourmets Dean &<br />

o sócio Hallison Moreira se inspiraram<br />

por isso afirmamos que somos mais Deluca, Balducci’s e Zabar’s, dos Estados<br />

Unidos. “Achamos viável trazer<br />

do que gourmet. Queremos entender<br />

e superar as expectativas do cliente”, esse modelo para Minas Gerais”, conta.<br />

afirma Alexandre Poni, um dos sócios O apelo gastronômico é traduzido<br />

da rede. No ano passado, a empresa nas seções de alimentação pronta, como<br />

a padaria, a temakeria, a pizzaria –<br />

faturou R$ 404 milhões – alta de 21%<br />

sobre o ano anterior. Já na comparação que oferece cerca de 50 sabores –, além<br />

ERDEMAR<br />

UPER-<br />

ERCADO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

Mais rentabilidade e<br />

vendas. Inspirado<br />

em redes norteamericanas,<br />

o<br />

Verdemar aposta nas<br />

áreas de alimentação<br />

pronta para reforçar<br />

a proposta de<br />

loja gastronômica<br />

DEFINIÇÃO<br />

DO MIX DE<br />

PRODUTOS<br />

Segundo<br />

Alexandre Poni,<br />

sócio da rede,<br />

não existe receita<br />

para acertar<br />

o sortimento.<br />

O ideal é realizar<br />

testes para<br />

identificar os<br />

produtos com<br />

boa aceitação<br />

entre os<br />

consumidores.<br />

“É erro e acerto”,<br />

afirma ele<br />

das áreas de sopas, saladas e da cafeteria,<br />

onde é vendido café torrado pelas<br />

próprias lojas. Já no mix de alimentos e<br />

bebidas, os importados são tidos como<br />

os maiores diferenciais. São mais de 800<br />

itens de 26 países. Entre eles, o carrochefe<br />

são os vinhos. “Mas apostamos<br />

no aumento cada vez maior da procura<br />

por biscoitos e chocolates estrangeiros”,<br />

diz Poni. O segredo para acertar<br />

no sortimento? “Não tem fórmula. É<br />

erro e acerto. Testamos e vemos o que<br />

tem boa aceitação pelo cliente”, conta<br />

o varejista, sempre de olho no público.<br />

38 SM.COM.BR | JULHO 2013


GOURMETS<br />

NEGÓCIOS<br />

(RJ). A compra deu maior impulso à<br />

proposta do Perini de ser uma opção<br />

para clientes gourmets. Isso porque a<br />

Cencosud possui bandeiras com esse<br />

posicionamento em outros países,<br />

como Jumbo e Wong, que servem de<br />

benchmar king. Hoje, além das delicatessens,<br />

a rede também opera supermercados.<br />

Ao todo, são oito filiais. A<br />

mais recente abriu suas portas em<br />

outubro de 2012 em Recife (PE). Com<br />

investimento de R$ 17 milhões, a rede<br />

afirma que essa é a primeira loja gourmet<br />

da capital pernambucana. “Recife<br />

é um dos grandes polos de negócios do<br />

Nordeste”, afirma Cássio Luis Rocha,<br />

gerente de operações da Perini. Com<br />

2,3 mil m 2 , a filial oferece 21 mil itens<br />

nacionais e importados. Só em bebidas<br />

são 150 rótulos de cervejas especiais<br />

e 5 mil de vinhos. O sortimento inclui<br />

ainda carnes exóticas, como javali, ja-<br />

UPER-<br />

ERCADO<br />

Criada em 1964, a rede Perini se consolidou<br />

no mercado baiano como uma<br />

marca forte de delicatessen. Tanto é<br />

que todos os anos aparece entre as<br />

mais lembradas dessa categoria em<br />

pesquisas nas quais os consumidores<br />

apontam aquelas que vêm primeiro<br />

à sua mente. Em 2010, foi adquirida<br />

pela chilena Cencosud, também dona<br />

do GBarbosa, com lojas na Bahia e<br />

Sergipe; do Bretas (MG); e do Prezunic<br />

ERINI<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

Adquirido pela chilena<br />

Cencosud em 2010,<br />

o Perini ganhou<br />

investimentos. Só em<br />

2012, gastou R$ 17<br />

milhões para abrir um<br />

supermercado gourmet<br />

em Recife. E pode vir<br />

muito mais por aí<br />

PÚBLICO<br />

EXIGENTE<br />

É DESAFIO<br />

Frequentado por<br />

consumidores<br />

mais exigentes,<br />

as lojas com<br />

apelo à<br />

gastronomia<br />

precisam<br />

garantir uma boa<br />

experiência de<br />

compra, o que<br />

inclui ambiente<br />

agradável e<br />

requintado,<br />

além de bom<br />

atendimento<br />

caré, rã e coelho. Assim como outros supermercados<br />

do segmento, a unidade se<br />

destaca pelo ambiente requintado, um<br />

atributo bastante importante, segundo<br />

Rafael D’Andrea, da Toolbox TM. “Esse<br />

tipo de loja não pode descuidar da atmosfera<br />

e do atendimento, pois trabalha<br />

com um público exigente”, conclui.<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

EXPANSÃO DOS SUPERMERCADOS GOURMETS<br />

EXEMPLOS BEM-SUCEDIDOS<br />

40 SM.COM.BR | JULHO 2013


NEGÓCIOS<br />

O QUE<br />

FAZER<br />

COM OS<br />

ESPACOS<br />

DIANTE<br />

DE TANTAS<br />

MARCAS<br />

SONDAGEM DE SM<br />

MOSTRA QUE<br />

A MAIORIA DOS<br />

VAREJISTAS TEM<br />

INTENSIFICADO<br />

A SUBSTITUIÇÃO DE<br />

MARCAS. ENTENDA<br />

POR QUE E VEJA QUAL<br />

É A MELHOR OPÇÃO<br />

?<br />

T E X T O A L E S S A N D R A M O R I T A A L E S S A N D R A . M O R I T A @ S M . C O M . B R<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 45


AUMENTO DE MARCAS<br />

NEGÓCIOS<br />

OENTRA<br />

E SAI DE<br />

MARCAS<br />

DEVE<br />

VIRAR<br />

ROTINA<br />

NÚMERO DE MARCAS NÃO PARA DE CRESCER,<br />

O QUE TEM DESAFIADO O VAREJO A REVER FRE-<br />

QUENTEMENTE SEU MIX. COM UM MERCADO<br />

BEM MAIS DINÂMICO, O VAREJO PRECISA AGO-<br />

RA DE ANÁLISES, TESTES E PROCESSOS<br />

Sondagem de SM feita em abril com 103<br />

supermercadistas de todo o País mostra<br />

que o percentual de varejistas que elevaram<br />

o número de marcas superou 45%.<br />

Já a quantidade de marcas de 20 categorias<br />

de alto giro aumentou, em média,<br />

15%. Tudo em função de mudanças nos<br />

hábitos de consumo com a consequente<br />

entrada de linhas sofisticadas no mercado,<br />

além do crescimento da classe C no<br />

interior do País, que acaba impulsionando<br />

marcas regionais e intermediárias. De<br />

acordo com a sondagem, a principal iniciativa<br />

para acomodar mais opções no<br />

sortimento tem sido reduzir os itens de<br />

menor giro, que é o acertado. A dúvida<br />

do setor é se os critérios adotados são os<br />

mais corretos e se valem para todas as<br />

lojas. “O ideal é que as decisões de sortimento<br />

sejam tomadas filial a filial”, afirma<br />

Fernando Pierry, sócio da Pep pers &<br />

Rogers Group América Latina, consultoria<br />

especializada em soluções individuais<br />

para clientes. Quando isso não for<br />

possível, a rede deve trabalhar com clusters.<br />

Eduardo Bonilha, outro consultor<br />

da Peppers, explica: para uma empresa<br />

de 30 lojas, por exemplo, é possível definir<br />

grupos de cinco ou seis filiais, considerando<br />

indicadores como tamanho da<br />

loja, localização geográfica, renda dos<br />

domicílios, número de pessoas nos lares,<br />

gasto médio, compra de reposição<br />

ou abastecimento, entre outros. “O agrupamento<br />

de filiais ou a decisão loja a loja<br />

são importantes porque permitem ao<br />

varejista entender as necessidades dos<br />

clientes, testar produtos e entregar soluções<br />

próximas do ideal”, defende.<br />

Afinal, em algumas categorias o excesso<br />

de marcas é especialmente crítico. Casos<br />

de shampoos, condicionadores e cervejas,<br />

que passam por uma premiunização do<br />

consumo, com várias opções no mercado<br />

hoje desejadas pelo público. Mais de 60%<br />

dos supermercadistas aumentaram o número<br />

de marcas de shampoos e 56% elevaram<br />

o de condicionadores, sendo que a<br />

alta média foi de 17% em ambos os casos.<br />

O que motivou o aumento foi a entrada do<br />

segmento salão, que tem entre suas principais<br />

representantes Tresemmé, da Unilever,<br />

e Wella ProSeries, da P&G.<br />

DE MAIOR VALOR AGREGADO, ESSAS<br />

marcas têm sido alvo de grandes investimentos<br />

de seus fabricantes, o que<br />

provocou o interesse de consumidores<br />

e supermercadistas. “Esse movimento<br />

dos varejistas na categoria de cabelos é<br />

bom e correto”, aprova Ari Kertesz, só-<br />

46 SM.COM.BR | JULHO 2013


AUMENTO DE MARCAS<br />

NEGÓCIOS<br />

cio da consultoria McKinsey. “Não vale<br />

a pena insistir em produtos de grande<br />

volume e preço baixo, pois levam a um<br />

resultado de pouca rentabilidade. O supermercadista<br />

precisa estar antenado<br />

nos itens que aumentam o tíquete e a<br />

lucratividade da categoria”, afirma.<br />

Segundo Kertesz, é preciso identificar<br />

os produtos com uma proposta de valor<br />

bem aceita pelo consumidor, e também<br />

aqueles que não atendem suas necessidades,<br />

para eliminá-los do sortimento.<br />

“Há uns três anos, a Unilever investiu<br />

no relançamento de Seda e o resultado<br />

não foi o esperado. Agora, ela atende o<br />

desejo da consumidora ao oferecer o<br />

segmento salão”, avalia.<br />

Essa também tem sido a percepção de<br />

supermercadistas. Na rede SuperBom,<br />

com 11 lojas em Campos dos Goytacazes<br />

(RJ), a inclusão das marcas de salão<br />

da Unilever e da P&G (mais caras)<br />

provocou uma queda na procura pelas<br />

versões tradicionais (mais baratas), elevando<br />

o faturamento em 25%, no caso<br />

de shampoos, e em 34%, no de condicionadores<br />

(2012 x 2011). “Hoje, só Tresemmé<br />

representa 20% das vendas da<br />

categoria”, afirma Lucas Barcelos, diretor<br />

da rede. Quem também teve uma boa<br />

O QUE O<br />

CLIENTE<br />

QUER?<br />

QUANDO INDÚSTRIA<br />

E VAREJO<br />

OFERECEM O QUE O<br />

CLIENTE DESEJA –<br />

CASO DOS SHAMPOOS<br />

E CONDICIONADORES<br />

DO SEGMENTO SALÃO<br />

– OS RESULTADOS<br />

SÃO MUITO BONS.<br />

DUAS REDES TIRARAM<br />

ITENS DE BAIXO<br />

GIRO PARA ABRIR<br />

ESPAÇO A TRESEMMÉ<br />

E PROSERIES<br />

E MULTIPLICARAM<br />

O FATURAMENTO<br />

experiência foi o Imec, 20 lojas na região<br />

de Lajeado (RS). Esses produtos elevaram<br />

o tíquete médio de itens de cuidados<br />

com os cabelos. Antes, o gasto com<br />

shampoos ficava em torno de R$ 3 a<br />

R$ 5. Com a inclusão do novo segmento,<br />

aumentou para R$ 9 a R$ 12. “Em relação<br />

aos primeiros meses de introdução dos<br />

novos itens, o espaço dedicado a eles triplicou”,<br />

conta Leonardo Taufer, diretor<br />

comercial do Imec. Tanto na rede gaúcha<br />

quanto no SuperBom, foram retiradas<br />

do sortimento versões de shampoos<br />

e condicionadores que registraram queda<br />

após a inclusão do novo segmento.<br />

MOVIMENTO SEMELHANTE ACONTECEU<br />

com as cervejas. Conforme a sondagem<br />

de SM, 52% dos supermercadistas aumentaram<br />

a quantidade de marcas na<br />

categoria. O número cresceu em torno<br />

de 17% e se explica pela inclusão das<br />

marcas especiais, de perfil mais artesanal.<br />

Na fluminense SuperBom seis delas<br />

entraram no sortimento entre 2011<br />

e 2012, contribuindo para que as vendas<br />

alcançassem alta de 59% no período.<br />

Incluir novos segmentos requer análise<br />

sobre a adesão do produto à proposta<br />

de atendimento do supermercado.<br />

NORIO ITO<br />

48 SM.COM.BR | JULHO 2013


AUMENTO DE MARCAS<br />

NEGÓCIOS<br />

“Uma loja que atende consumidores de<br />

maior renda tem obrigação de oferecer<br />

cervejas especiais. Mas outra frequentada<br />

por público de baixa renda deve<br />

avaliar se vale a pena trabalhar com tais<br />

marcas e, caso seja vantajoso, com que<br />

variedade”, explica o especialista Fernando<br />

Pierry, da Peppers & Rogers.<br />

JÁ NO QUE SE REFERE À RETIRADA<br />

de itens, a categoria de cerveja tem suas<br />

peculiaridades. A variedade é importante<br />

para atender o público – além das<br />

especiais, o segmento premium também<br />

cresce –, e o varejo vem diversificando<br />

os fornecedores para não ficar<br />

nas mãos da fabricante líder. Resultado:<br />

tem-se diminuído o número de frentes<br />

e elevado a frequência de reposição. A<br />

estratégia, no entanto, traz riscos. “Produtos<br />

que não vendem não ajudam a<br />

ganhar poder de barganha, isso é ilusão”,<br />

afirma Ari Kertesz, da McKinsey.<br />

“Além disso, reduzir as frentes pode<br />

prejudicar as vendas da categoria como<br />

um todo, pois atrapalha a visibilidade<br />

das marcas. O indicado é realizar<br />

mais promoções das marcas de maior<br />

competitividade, para desconcentrar<br />

as vendas”, afirma o consultor.<br />

A PROCURA<br />

PELO<br />

SAUDÁVEL<br />

OS SUCOS PRONTOS<br />

TAMBÉM TIVERAM<br />

O NÚMERO DE<br />

MARCAS ELEVADO<br />

NO AUTOSSERVIÇO<br />

EM FUNÇÃO DO DESEJO<br />

DO BRASILEIRO<br />

DE ADERIR A UMA<br />

BOA ALIMENTAÇÃO.<br />

PELO MENOS 58%<br />

DOS RESPONDENTES<br />

DO LEVANTAMENTO<br />

INCLUÍRAM<br />

NOVAS MARCAS NO<br />

SORTIMENTO<br />

DE SUAS LOJAS<br />

Para evitar problemas com espaço inadequado,<br />

o Archer – 10 unidades na<br />

região de Brusque (SC) – aposta nos<br />

pontos extras, como ilhas e pontas de<br />

gôndolas, com o intuito de ampliar a<br />

exposição da categoria. “No último<br />

ano, incluímos a marca Itaipava, a pedido<br />

dos nossos clientes”, conta Udo<br />

Wandrey, gerente comercial. Segundo<br />

ele, a política dos próprios fabricantes<br />

de descontinuar SKUs do seu portfólio<br />

tem ajudado a enxugar o sortimento.<br />

Outra mudança do consumidor que<br />

tem influenciado o aumento do número<br />

de marcas é a maior procura por itens<br />

saudáveis. Atrás disso está a alta em sucos<br />

prontos. A sondagem de SM indica<br />

que 58% dos respondentes incluíram<br />

novas marcas na categoria, cujo número<br />

médio aumentou 17%. “Existe uma<br />

tendência forte ao consumo saudável,<br />

mas quando estudamos o comportamento<br />

do cliente por loja, identificamos<br />

que numa mesma filial pode haver pessoas<br />

sensíveis a esses produtos e outras<br />

para as quais eles não fazem diferença”,<br />

afirma Pierry, da Peppers & Rogers. Ou<br />

seja, mais uma vez fica claro que o número<br />

de marcas com esse apelo a ser<br />

incluído no mix deve mudar em cada<br />

VAREJISTAS QUE ELEVARAM AS MARCAS<br />

62 % 58 %<br />

56 % 52 %<br />

52 %<br />

SHAMPOO<br />

SUCO PRONTO<br />

CONDICIONADOR<br />

CERVEJA<br />

BISCOITO<br />

O NÚMERO MÉDIO DE MARCAS AUMENTOU EM...<br />

17 %<br />

17 %<br />

17 %<br />

16 %<br />

17 % 62 %<br />

O ESPACO VEIO DA AMPLIACÃO DE PRATELEIRAS<br />

38 %<br />

41 %<br />

34 %<br />

45 % 45 %<br />

38 %<br />

SHAMPOO<br />

SUCO PRONTO<br />

CONDICIONADOR<br />

CERVEJA<br />

BISCOITO<br />

...E DA EXCLUSÃO DE ITENS DE BAIXO GIRO<br />

63 %<br />

59 % 66 %<br />

55 %<br />

50 SM.COM.BR | JULHO 2013


AUMENTO DE MARCAS<br />

NEGÓCIOS<br />

unidade de acordo com o tamanho do<br />

público interessado no segmento.<br />

Ao identificar uma maior procura por<br />

bebidas sem conservantes, o SuperBom<br />

viu uma boa oportunidade para incluir<br />

quatro marcas do segmento de sucos<br />

integrais no sortimento. A introdução<br />

foi feita em todas as lojas, pois, como<br />

ficam na mesma cidade, atendem público<br />

com comportamento semelhante.<br />

Esses sucos cresceram 37% na rede no<br />

primeiro semestre deste ano em comparação<br />

com igual período de 2012. “Para<br />

acomodar as linhas de integrais, retiramos<br />

do mix uma marca de baixa performance,<br />

com todas as suas versões”,<br />

conta Lucas Barcelos, diretor da rede.<br />

Independentemente da categoria, o<br />

ciclo de vida dos produtos está ficando<br />

menor, afirma Ari Kertesz, da McKinsey.<br />

E isso impõe maior necessidade de reavaliar<br />

constantemente o layout. Segundo<br />

a sondagem de SM, a busca por espaço é<br />

feita dentro da própria categoria, principalmente<br />

com o corte de itens de menor<br />

giro (veja gráfico). Mas, para o executivo,<br />

essa análise deve incluir ainda uma<br />

avaliação geral do desempenho de todas<br />

as categorias do supermercado a fim de<br />

identificar as que podem ser enxugadas.<br />

COM CERVEJA<br />

É MAIS<br />

COMPLICADO<br />

HOJE AS MARCAS<br />

ESPECIAIS E PREMIUM<br />

CONCORREM POR<br />

ESPAÇO COM<br />

AS REGULARES.<br />

A SOLUÇÃO NEM<br />

SEMPRE PASSA POR<br />

EXCLUSÃO DE ITENS.<br />

ARI KERTESZ, DA<br />

MCKINSEY, DEFENDE<br />

MAIS PROMOÇÕES<br />

DAS MARCAS<br />

COMPETITIVAS E<br />

AVALIAÇÃO<br />

DO ESPAÇO DE<br />

OUTRAS CATEGORIAS<br />

A ideia é diminuir espaço daquelas que<br />

vêm apresentando queda nas vendas de<br />

forma sistemática e ampliar as que estão<br />

em expansão. “A divisão de espaço nas<br />

lojas ainda é pouco consistente”, afirma<br />

Kertesz. “Eliminar SKUs para abrir espaço<br />

somente dentro da própria categoria<br />

pode trazer alguns riscos. Existe,<br />

por exemplo, a possibilidade de um item<br />

apresentar baixa rotatividade em função<br />

de uma precificação errada ou até mesmo<br />

por ter entrado em ruptura”, explica.<br />

Para Kertesz, apesar de a redistribuição<br />

do layout parecer complexa, é possível<br />

contar com a ajuda de fornecedores. “Se<br />

o fabricante entender os benefícios que<br />

a mudança trará para ele, certamente<br />

estará disposto a contribuir.” Além disso,<br />

diz o especialista, muitas categorias<br />

utilizam o mesmo tipo de mobiliário, o<br />

que facilita o redesenho. Esse tipo de<br />

adaptação, em um mercado no qual<br />

proliferam marcas e SKUs, é estratégico<br />

para quem quer ampliar resultados.<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

NÚMERO DE MARCAS AINDA CRESCE<br />

CATEGORIAS MAIS CRÍTICAS<br />

NOVOS CRITÉRIOS PARA ABRIR ESPAÇO<br />

ARQUIVO SM<br />

52 SM.COM.BR | JULHO 2013


NEGÓCIOS<br />

APETITE PARA CRESCER<br />

Alexandre Wolff, diretor de vendas da Pepsico,<br />

comemora presença de Mabel em mais de 60% das<br />

principais lojas do País. E quer mais<br />

SOB<br />

NOVA<br />

Um ano após adquirir a Mabel,<br />

a Pepsico apresenta os primeiros<br />

resultados alcançados pela marca,<br />

que será o carro-chefe de sua<br />

expansão na categoria de biscoitos<br />

DIRECAOTEXTO RAFAEL FAUSTINO RAFAEL.OLIVEIRA@SM.COM.BR<br />

FOTO OMAR PAIXÃO/MAÍ<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 55


SOB NOVA DIREÇÃO<br />

NEGÓCIOS<br />

DIVULGAÇÃO<br />

LINHA DE<br />

PRODUÇÃO<br />

Cinco fábricas dão<br />

conta de produzir<br />

os biscoitos Mabel.<br />

Para crescer na<br />

categoria, a Pepsico<br />

tem apostado na<br />

união dessa força<br />

produtiva com o<br />

poder de distribuição<br />

da companhia.<br />

Após a aquisição, toda<br />

a equipe de Mabel,<br />

seja da área fabril<br />

ou administrativa,<br />

foi aproveitada pelos<br />

novos proprietários<br />

Já há algumas décadas,<br />

é reconhecida a força<br />

da Pepsico na venda e<br />

distribuição de salgadinhos,<br />

categoria que a<br />

empresa lidera no Brasil<br />

com a Elma Chips.<br />

Mas, no final de 2011,<br />

a empresa queria crescer<br />

também em biscoitos,<br />

segmento em que não possuía nenhuma<br />

marca. Entre criar uma estrutura<br />

produtiva própria, processo que levaria<br />

muitos anos, e adquirir empresa já consolidada<br />

no mercado, a Pepsico ficou<br />

com a segunda opção: comprou a goiana<br />

Mabel num negócio que envolveu cerca<br />

de R$ 800 milhões, segundo informações<br />

extraoficiais veiculadas na época.<br />

Marca com 60 anos de existência, a Mabel<br />

já possuía distribuição nacional, mas<br />

com relevantes diferenças regionais. Era<br />

forte no Centro-Oeste, onde foi criada, e<br />

tinha também boa participação em Minas<br />

Gerais. Fora dessas áreas, porém, o<br />

alcance era restrito. Em São Paulo, maior<br />

mercado consumidor do País, a Mabel<br />

trabalhava com uma média de apenas<br />

14 SKUs por loja, e estava presente em<br />

somente 3% dos estabelecimentos, segundo<br />

dados da Pepsico. O Sul era outra<br />

região com bom potencial, mas até então<br />

bem pouco trabalhada pela marca.<br />

A FÓRMULA PARA CRESCER FOI simples:<br />

unir a estrutura produtiva da Mabel,<br />

formada por cinco fábricas, com a força<br />

de distribuição da Pepsico, que conta<br />

com 2.200 promotores de venda só para<br />

atender supermercados no Brasil. É o<br />

que explica Alexandre Wolff, diretor de<br />

vendas da empresa: “inicialmente, o que<br />

precisávamos era de uma produção robusta,<br />

para iniciar um crescimento na<br />

categoria. Uma vez que conseguimos<br />

isso, unimos às nossas grandes fortalezas,<br />

que são a força e a capilaridade nas<br />

vendas”. Todo o pessoal da Mabel, tanto<br />

na área fabril como administrativa, foi<br />

aproveitado pelos novos proprietários.<br />

Com a marca em mãos, a Pepsico reformulou<br />

toda a linha da Mabel, seguindo<br />

a tendência atual de agregar valor<br />

aos produtos. Os biscoitos recheados<br />

56 SM.COM.BR | JULHO 2013


SOB NOVA DIREÇÃO<br />

NEGÓCIOS<br />

ANTES<br />

HOJE<br />

DIVULGAÇÃO<br />

PORTFÓLIO EM EVOLUÇÃO<br />

Reformulação do visual das embalagens<br />

e mudanças nas receitas dos biscoitos<br />

estão entre as novidades da Mabel<br />

35 %<br />

foi quanto cresceu o volume de<br />

vendas de biscoitos da Pepsico neste<br />

ano no autosserviço alimentar<br />

2.200<br />

promotores<br />

da Pepsico trabalham a marca<br />

Mabel nos supermercados<br />

Presença da Mabel no<br />

varejo alimentar de São Paulo,<br />

em percentual de lojas:<br />

3 % 18 %<br />

2012 2013<br />

ganharam mais recheio e os crocantes,<br />

mais crocância. O nome da marca<br />

e as imagens também receberam<br />

maior destaque nas embalagens.Tudo<br />

feito de forma cuidadosa, para não<br />

desagradar ao público tradicional dos<br />

produtos. “Realizamos pesquisas com<br />

consumidores, para avaliar a receptividade<br />

às mudanças, e a resposta foi<br />

muito positiva, o que nos fez seguir<br />

com a estratégia”, destaca Wolff.<br />

UM ANO DEPOIS DO INÍCIO do trabalho,<br />

os resultados começaram a aparecer.<br />

A distribuição ponderada da<br />

Mabel no Brasil – critério que mostra<br />

a penetração nas principais redes brasileiras<br />

– subiu cinco pontos percentuais,<br />

chegando a 60%. Em São Paulo,<br />

onde a presença correspondia a apenas<br />

3% do total de lojas, o índice já chegou<br />

a 18%, além de ter dobrado o número<br />

médio de SKUs. E, segundo medição da<br />

própria Pepsico, a Mabel deixou de ser<br />

a sétima marca mais vendida de biscoitos<br />

do País para se tornar a quarta.<br />

A intenção da empresa, porém, não<br />

era apenas ter uma marca forte, mas<br />

se tornar uma fabricante de peso em<br />

biscoitos. Por isso, a Pepsico também<br />

estendeu algumas marcas de sucesso<br />

para a categoria. Casos de Quaker<br />

e Tod dy, que hoje batizam cookies,<br />

lançados no início deste ano. Outras<br />

opções foram criadas, como as minitorradas<br />

Eqlibri. Resultado: de janeiro<br />

a maio de 2013, o volume de vendas<br />

de biscoitos da Pepsico cresceu<br />

35% no autosserviço alimentar sobre<br />

igual período de 2012. “Inicialmente,<br />

precisávamos de força na produção<br />

para iniciar um crescimento na categoria.<br />

Agora estamos começando<br />

nosso processo de inovação, com os<br />

cookies”, afirma Alexandre Wolff.<br />

Em um mercado pulverizado como<br />

o de biscoitos, crescer rapidamente<br />

não é tarefa fácil. “São quase 700 rótulos<br />

diferentes no Brasil inteiro, e cada<br />

lugar tem um líder regional”, ressalta<br />

o executivo. A empresa, contudo, não<br />

tem pressa. Com estratégias claras para<br />

cada região, sustenta a meta de alcançar<br />

70% das lojas mais importantes<br />

do País e continuar crescendo nas regiões<br />

Sul e Sudeste. Afinal, não há por<br />

que não sonhar em dar aos biscoitos a<br />

mesma visibilidade dos salgadinhos.<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

PEPSICO APOSTA EM BISCOITOS FOCO É NA MARCA MABEL DISTRIBUIÇÃO ESTÁ AUMENTANDO ITENS AGORA TÊM MAIOR VALOR AGREGADO<br />

58 SM.COM.BR | JULHO 2013


COOPERAÇÃO<br />

5 º<br />

SM<br />

FÓRUM<br />

19<br />

COLABORATIVO<br />

CICLO<br />

VIRTUOSO<br />

COLABORAÇÃO GERA PARCERIA, QUE GERA CRESCIMENTO.<br />

VAREJO E INDÚSTRIA CONTINUARAM SEDIMENTANDO ESSE<br />

NOVO CAMINHO NA 5ª EDIÇÃO DO EVENTO, PROMOVIDO<br />

POR SM, QUE REUNIU CERCA DE 50 REDES E TRÊS GRANDES<br />

FORNECEDORES. NA PAUTA, O FOCO NAS VENDAS AO<br />

CONSUMIDOR E OPORTUNIDADES DE MAIOR RENTABILIDADE<br />

FOTOS PAULO PEREIRA ESTUDIO LUZIA<br />

60 SM.COM.BR | JULHO 2013


Pela quinta vez, supermercadistas de todo<br />

o Brasil se reuniram com três importantes<br />

fornecedores – nesta edição participaram<br />

J&J, Brasil Kirin e Danone – para discutir<br />

o aprimoramento dos serviços prestados,<br />

a melhoria do abastecimento e o<br />

foco no consumidor. Promovido por SM,<br />

o 5º Fórum Colaborativo Varejo & Indústria aconteceu<br />

no dia 26 de junho, no Expo Center Norte, na capital<br />

paulista. O evento já começa a gerar um ciclo<br />

vir tuoso na relação supermercado-fornecedor. Desta<br />

vez, cerca de 50 redes estiveram presentes, representadas<br />

por seus sócios, presidentes e diretores comerciais.<br />

Elas são responsáveis por um faturamento<br />

anual perto de R$ 30 bilhões. Além da interação,<br />

discussões e debates com os fabricantes presentes,<br />

os varejistas também acompanharam palestras do<br />

Banco Safra, sobre crescer com saúde financeira, e do<br />

Hay Group, que falou sobre clima organizacional no<br />

combate ao turnover e aproveitou para lançar uma<br />

pesquisa sobre o tema em parceria com SM. Outra<br />

apresentação foi do sócio da consultoria McKinsey<br />

Ari Kertesz. Ele compartilhou um estudo que visa<br />

uma melhor gestão de espaço de categorias. Além<br />

disso, houve ainda a tradicional troca de ideias e experiências<br />

entre todos os supermercadistas. Confira<br />

como foi o evento nas próximas páginas.<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 61


º FÓRUM<br />

COLABORATIVO<br />

ICLO<br />

VIRTUOSO<br />

CASE<br />

01<br />

JOHNSON &<br />

JOHNSON<br />

+ GRUPO<br />

MATEUS<br />

ESCOLHAS DE SUCESSO<br />

JOHNSON & JOHNSON<br />

SILVIO SILVA<br />

DIRETOR DA DIVISÃO NORTE/NORDESTE DA JOHNSON & JOHNSON<br />

“As parcerias da J&J não podem ser de curto prazo. Queremos relacionamentos<br />

que visam o longo prazo. Hoje, no Fórum, percebi como os supermercadistas estão<br />

mais abertos à cooperação. Querem que o sucesso alcançado na rede Mateus vire<br />

uma realidade também em suas empresas. Temos de avaliar a necessidade de cada<br />

varejista, mas temos interesse em novas parcerias, pois elas são boas para todos”<br />

COMO A J&J VIA O MATEUS<br />

A prioridade na rede era sell in (empurrar venda e estocar o grupo)<br />

Foco da negociação era preço, o que levava à concentração<br />

de compras no fim do mês<br />

Rede ocupava 25º lugar no faturamento da divisão NENO<br />

(Norte/Nordeste)<br />

Participação do Mateus nas vendas da divisão era de apenas 1,2%<br />

COMO O MATEUS VIA A J&J<br />

Os produtos da fabricante eram vistos apenas como<br />

complemento de cesta<br />

A representatividade em faturamento e lucro era muito pequena<br />

Sempre Livre, absorvente líder de mercado, respondia por apenas<br />

6% das vendas da categoria (no Nordeste, a fatia era de 25%)<br />

O QUE AS EMPRESAS FIZERAM<br />

Mudaram o foco de preço para o consumidor: sell out<br />

Reduziram a quase zero a concentração no fim do mês<br />

Foi feito estudo para conhecer o shopper<br />

Equipes envolvidas com processos de abastecimento e compras das<br />

duas redes passaram a interagir mais<br />

Alinharam participação de Sempre Livre à sua fatia no mercado<br />

Foi realizada uma revisão de sortimento<br />

Novos SKUs entraram no cadastro da rede<br />

A participação dos produtos da Johnson & Johnson na gôndola<br />

foi alinhada ao market share<br />

Produtos de maior giro passaram a ficar estocados na rede<br />

Execução no ponto de venda ficou mais ágil<br />

RESULTADOS ALCANÇADOS PELAS EMPRESAS<br />

O sell out – venda ao consumidor – aumentou 227% entre 2009 e 2012.<br />

Já as vendas da J&J para o Mateus tiveram alta de 139%<br />

Mateus hoje faz parte das 10 empresas com maior faturamento na<br />

unidade NENO da J&J<br />

Rede cresceu 80% em vendas na operação nordestina da J&J<br />

A participação da varejista nos negócios da divisão subiu 12%<br />

“A nossa parceria com a J&J<br />

deixou a lição de que o varejo<br />

precisa ser flexível para ganhar<br />

lá na frente. A indústria<br />

também deve corresponder<br />

com profissionalismo. Quanto<br />

ao Fórum, é um evento de alto<br />

nível, com temas estratégicos<br />

para o varejo. A visão da Brasil<br />

Kirin chamou a atenção.<br />

Conversei com eles e já estão<br />

surgindo ideias de negócios”<br />

Jesuíno Martins<br />

Diretor comercial do Grupo Mateus<br />

“Participei pela primeira vez<br />

do evento e me surpreendi<br />

pela qualidade e a importância<br />

dos temas debatidos, além<br />

da adesão do setor e da<br />

indústria. O relacionamento<br />

que proporciona a todos é o<br />

ponto forte. Conseguimos<br />

trocar informações com colegas<br />

do setor e ainda firmar parcerias<br />

e cobrar os representantes<br />

das indústrias presentes”<br />

Paulo Beal<br />

Diretor do Super Beal<br />

62 SM.COM.BR | JULHO 2013


º FÓRUM<br />

COLABORATIVO<br />

ICLO<br />

VIRTUOSO<br />

BRASIL KIRIN<br />

GEOVANE KRUG DE BORBA<br />

VICE-PRESIDENTE COMERCIAL<br />

“O Brasil é a grande aposta da Kirin e o autosserviço alimentar tem uma enorme<br />

importância para atingirmos nossos resultados, assim como o segmento de cervejas<br />

especiais. Este Fórum é, sem dúvida, uma oportunidade de aproximação com<br />

o varejo a fim de ampliar nossos negócios. Para ajudar os supermercados a vender<br />

mais cervejas especiais, temos uma matriz de SKUs por canais que nos ajuda a<br />

identificar o sortimento mais adequado a cada loja, conforme a região onde ela fica”<br />

02<br />

CASE<br />

BRASIL<br />

KIRIN<br />

CERVEJAS ESPECIAIS<br />

OFERECEM MAIOR<br />

RENTABILIDADE<br />

AO SETOR<br />

SUPERMERCADISTA<br />

OBJETIVO<br />

Desenvolver o segmento de cervejas especiais no setor para<br />

garantir melhor lucratividade à empresa e aos varejistas<br />

O MERCADO<br />

7 %<br />

foi o crescimento<br />

em volume no<br />

acumulado de 2013<br />

O CONSUMIDOR<br />

60 % e 40 %<br />

são homens são mulheres<br />

33 %<br />

foi a alta<br />

em faturamento<br />

no período<br />

AB<br />

as classes sociais<br />

19 %<br />

foi o que Baden<br />

Baden aumentou<br />

em volume<br />

13 %<br />

foi quanto<br />

Eisenbahn<br />

elevou vendas<br />

25a 40anos<br />

principal faixa etária<br />

Viajam muito, têm alto nível educacional e bom conhecimento<br />

São apaixonados por cerveja, mas cada grupo possui diferente<br />

conhecimento sobre a bebida. Há os que só bebem, os que<br />

a estudam e os que produzem em casa<br />

Gastam bastante tempo na seção de cervejas especiais,<br />

analisando e conhecendo as bebidas<br />

A escolha no ponto de venda ocorre primeiro pela marca,<br />

depois pelo estilo/tipo, embalagem e preço<br />

O QUE ESTÁ SENDO FEITO<br />

Maior oferta de rótulos, com inovações constantes, como<br />

a Baden Baden Chocolate, que vendeu em um mês o que<br />

se esperava em três. Há também edições especiais<br />

Investimentos em comunicação e nas lojas<br />

Criação de displays para supermercados, a fim de garantir maior<br />

visibilidade ao segmento, além de informações ao<br />

consumidor sobre a bebida<br />

Na rede Dalben, de Campinas (SP), houve aumento de 51%<br />

nas vendas após a implementação de um desses displays<br />

“É um evento importante para<br />

nós que estamos em Rondônia<br />

e Acre, longe dos grandes<br />

centros do País. Aqui, pude<br />

interagir com grandes indústrias<br />

e discutir questões críticas do<br />

cotidiano. Também foi uma<br />

oportunidade de conversar com<br />

companheiros e desenvolver<br />

novos negócios. É a primeira vez<br />

que participo e, a partir de agora,<br />

quero estar presente em todos”<br />

Sérgio Gonçalves<br />

Diretor executivo da rede Gonçalves<br />

“Neste Fórum, encontrei palestras<br />

muito interessantes, principalmente<br />

para a área comercial. Fiz várias<br />

anotações que vou levar para meus<br />

colegas. Também me chamou<br />

a atenção a palestra do Hay Group,<br />

pois salário realmente ajuda a atrair<br />

funcionários, mas, para retê-los,<br />

outras iniciativas também são<br />

importantes. Um clima ruim<br />

sempre atrapalha a execução”<br />

Paula dos Santos Melo<br />

Representante do Carvalho & Fernandes<br />

durante debate ocorrido no 5º Fórum<br />

64 SM.COM.BR | JULHO 2013


º FÓRUM<br />

COLABORATIVO<br />

ICLO<br />

VIRTUOSO<br />

03<br />

CASE<br />

DANONE<br />

INICIATIVAS PARA<br />

ATRAIR PESSOAS<br />

ATÉ A ÁREA<br />

DE IOGURTES E<br />

TORNAR A COMPRA<br />

PRAZEROSA<br />

DANONE<br />

PEDRO SILVEIRA<br />

DIRETOR COMERCIAL E DE TRADE DA DIVISÃO LÁCTEOS<br />

“A presença no Fórum nos permite discutir temas importantes<br />

para o futuro e apresentar nossa proposta de trabalho aos varejistas.<br />

Focamos nossa estratégia na execução no ponto de venda e temos<br />

convicção de que a grande oportunidade para a categoria crescer<br />

e gerar mais resultados no varejo é conhecer cada vez mais o shopper”<br />

O MERCADO DE IOGURTES<br />

5,5 897 50 30<br />

BILHÕES DE REAIS MIL TONELADAS crescimento da<br />

faturamento<br />

anual<br />

é o volume<br />

a cada ano<br />

%<br />

categoria nos<br />

últimos cinco anos<br />

MILHÕES DE PESSOAS<br />

saíram da classe D/E<br />

para a C no período<br />

Nove segmentos formam a categoria: líquido, polpa,<br />

funcionais, leite fermentado, petit suisse, naturais, sobremesa,<br />

diet/light e grego<br />

Danone possui 37% de market share em valor<br />

Funcionais representam 1/3 do crescimento da categoria<br />

Consumo per capita/ano de iogurte é de 6,8 kg – em média uma<br />

colher por dia –, contra 36 kg da França e 13,4 kg da Argentina.<br />

Objetivo da Danone é elevar o consumo para um pote por dia<br />

O SHOPPER<br />

Somente 30% das pessoas que entram em um super<br />

ou hipermercado passam pelo corredor de iogurtes<br />

Desses, apenas um em cada três consumidores compram o produto<br />

Nas compras de abastecimento, predomina a preferência por<br />

embalagens maiores<br />

Já nas de reposição, o shopper leva as embalagens menores<br />

O QUE FAZER NAS LOJAS<br />

Adequar mix e espaço de exposição à compra predominante<br />

Ampliar a presença de iogurtes buscando espaço em categorias<br />

cujas vendas vêm caindo consistentemente<br />

Ambientar os expositores e sinalizar a gôndola para tornar a<br />

experiência de compra mais prazerosa<br />

Lojas que adotaram essa ambientação conseguiram elevar as<br />

vendas em 15% em relação às que trabalham da maneira tradicional<br />

“Um evento como esse<br />

engrandece nosso segmento.<br />

A troca de experiências do<br />

Mateus com a J&J foi muito<br />

interessante. Para nós, a falta<br />

de produtos ocorre porque<br />

os fornecedores olham<br />

de forma diferente nosso<br />

estado (Acre), cujo percentual<br />

de vendas é pequeno.<br />

Mas queremos o mesmo<br />

atendimento dos grandes centros.<br />

Por isso estamos aqui para<br />

dar esse feedback à indústria”<br />

Aldenor Araújo da Silva<br />

Sócio do Araújo <strong>Supermercado</strong>s<br />

“O Fórum é um sucesso. Espero<br />

que chegue à 20ª, 30ª edição,<br />

pois SM precisa continuar esse<br />

trabalho. As apresentações<br />

deste 5º evento com certeza<br />

nos ajudaram a levar coisas<br />

práticas para aplicarmos<br />

no dia a dia. Deverei vir<br />

ao 6º Fórum. Acredito que<br />

a relação ganha-ganha vai se<br />

estender ao consumidor final,<br />

que receberá a influência<br />

de tudo o que se discute aqui”<br />

Antônio José Monte<br />

Presidente da Rede Brasil e do<br />

Conselho Administrativo da Coop<br />

66 SM.COM.BR | JULHO 2013


º FÓRUM<br />

COLABORATIVO<br />

ICLO<br />

VIRTUOSO<br />

04<br />

PALESTRAS<br />

REDISTRIBUIÇÃO DE<br />

ESPAÇO, PESSOAS E<br />

SAÚDE FINANCEIRA<br />

FORAM TEMAS<br />

APRESENTADOS<br />

COMO SE PREPARAR PARA O FUTURO<br />

As três palestras ministradas durante o Fórum Colaborativo<br />

discutiram informações importantes para ajudar o<br />

supermercadista a se preparar melhor para crescer. Confira:<br />

ARI KERTESZ<br />

SÓCIO DA MCKINSEY . OTIMIZAÇÃO DE ESPAÇO<br />

Presente em todos os Fóruns de SM, Ari Kertesz abordou a questão<br />

da distribuição eficiente de espaço entre categorias. Segundo ele,<br />

o varejista considera para essa segmentação as vendas e a margem,<br />

mas se esquece de calcular a produtividade da categoria por m 2 ,<br />

o percentual de espaço ocupado, o índice de venda da categoria por<br />

espaço e os custos associados àqueles produtos. A redistribuição<br />

também passa por definir corretamente os papéis das categorias em<br />

relação ao posicionamento das lojas. Kertesz lembra que a resposta<br />

das categorias ao aumento ou redução de espaços é diferente.<br />

Um exemplo é o suco pronto, que pode ter as vendas elevadas<br />

em até três vezes ao ganhar maior número de frentes. É o contrário<br />

dos papéis higiênicos, menos suscetíveis à variação dos espaços.<br />

RODRIGO MAGALHÃES<br />

GERENTE DE PESQUISAS HAY GROUP . CLIMA ORGANIZACIONAL<br />

Qual o impacto de um bom clima organizacional nos resultados<br />

das empresas e na redução do turnover? Esse foi o tema discutido<br />

por Magalhães. “Hoje vivemos no pleno emprego. E, nas empresas,<br />

sempre existe aquela pessoa que se destaca. A questão é: será<br />

que estamos conseguindo retê-la?”, questionou. Em sua apresentação,<br />

ele mostrou, com base em estudo da consultoria, que o clima<br />

organizacional é o principal fator para manter profissionais,<br />

apontado por 68% das companhias. Estudos do Hay Group também<br />

indicam que nas empresas com bom clima a produtividade é<br />

20% maior do que naquelas que estão com o indicador em queda.<br />

A variação das vendas também é superior: 10,9%, contra 2,8%.<br />

Outro benefício é a queda no turnover, pois essas organizações<br />

conseguem ter profissionais mais engajados. E o alto engajamento<br />

é capaz de reduzir a taxa de turnover em até 40%.<br />

Quando associado a um suporte da empresa, a queda alcança 54%.<br />

AMAURI PAZZINI<br />

RESPONSÁVEL PELO VAREJO NO BANCO SAFRA . FLUXO DE CAIXA<br />

Em sua palestra, Pazzini abordou os principais erros cometidos pelo<br />

varejo que atrapalham sua saúde financeira. Um deles é a inércia<br />

em buscar novas soluções. Os varejistas deixam de se perguntar se<br />

não existe como fazer algo melhor, mesmo que os resultados estejam<br />

positivos. Segundo ele, há novos mecanismos de geração de fluxo<br />

de caixa que precisam ser avaliados pelo setor, como financiamentos de<br />

longo prazo, sem carência e até a possibilidade de criação de holdings<br />

imobiliárias. Outro exemplo é trilhar o caminho do crescimento<br />

a qualquer custo, sem um planejamento adequado que envolveria<br />

todas as áreas. “Também é erro comum não separar a pessoa<br />

física da jurídica. Isso sangra o dinheiro das empresas”, afirmou o<br />

executivo. Quem quer crescer, portanto, tem uma longa lição de casa.<br />

68 SM.COM.BR | JULHO 2013


COOPERAÇÃO<br />

SM<br />

19<br />

PEQUENOS<br />

MUNDOS<br />

GRANDES NEGOCIOS<br />

A rede fluminense Princesa viu as vendas da seção<br />

de perfumaria de uma de suas lojas crescerem 7% em<br />

15 dias. O resultado vem de um projeto de exposição<br />

agrupada feito em parceria com a Nestlé e a P&G<br />

TEXTO FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR | FOTOS SELMY YASSUDA<br />

ALEXANDRE GUSMÃO, DA REDE PRINCESA, no ‘Espaço do Bebê’ – um dos quatro ‘mundos’<br />

criados em uma das filiais. “A parceria com as indústrias continua. Vamos estender parte do projeto a outras lojas”<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 71


EXPOSIÇÃO AGRUPADA<br />

COOPERAÇÃO<br />

Operíodo entre 12 e 26 de maio deste ano pode não ter sido de<br />

grande volume de vendas no Princesa <strong>Supermercado</strong>s, em<br />

comparação com um intervalo anterior de 15 dias, incluindo<br />

o início do mês. Mas a exceção na rede com 20 unidades<br />

no Rio de Janeiro foi a perfumaria da loja do bairro carioca<br />

Cosme Velho, onde as vendas do setor cresceram 7%, enquanto<br />

nas demais lojas houve retração de 7%. A alta é reflexo de<br />

trabalho finalizado dias antes, no qual a perfumaria da filial ganhou<br />

nova cara após ser dividida em “mundos”, com exposição agrupada<br />

de itens voltados à mesma solução de consumo. Alexandre Gusmão,<br />

gerente de categorias do Princesa, explica que na seção surgiram<br />

quatro “universos”, criados em parceria com dois fornecedores: a<br />

Nestlé e a P&G. Um deles é o do Bebê. “A mãe aprecia encontrar tudo<br />

o que precisa em uma mesma área, incluindo alimentos, fraldas,<br />

shampoos, entre outros”, garante Mayumi Miyamoto, responsável<br />

pelo GC em nutrição infantil da Nestlé. Na loja,<br />

essa categoria manteve seu ponto natural de<br />

exposição – em matinais –, apesar de ajudar<br />

a compor o novo espaço. Segundo Mayumi, é<br />

no ponto natural que ocorrem 65% das vendas<br />

do segmento. “O Espaço do Bebê agrega mais<br />

25%. Por isso, é bom expor nas duas áreas”, diz.<br />

O PROJETO DOS ‘MUNDOS’ foi criado especialmente<br />

para a loja de Cosme Velho. Um dos problemas<br />

era o fraco desempenho das fraldas. “Tínhamos<br />

pouco espaço e só algumas marcas no<br />

sortimento”, conta Gusmão. O redimensionamento<br />

do planograma foi possível com a troca<br />

de informações entre a rede e a P&G. As vendas<br />

Vendas disparam<br />

após criação de ‘mundos’<br />

Volume cresceu em todos os espaços<br />

repaginados, enquanto a rede apresentou queda<br />

na comercialização dos mesmos produtos<br />

MUNDO PERFUMARIA<br />

VOLUME DE VENDAS<br />

7 % - 7<br />

%<br />

LOJA-PILOTO OUTRAS LOJAS<br />

Fonte: <strong>Supermercado</strong> Princesa, no período de 12/05/2013 a 26/05/2013, em<br />

comparação com o intervalo entre 20/04/2013 a 05/05/2013<br />

72 SM.COM.BR | JULHO 2013


EXPOSIÇÃO AGRUPADA<br />

COOPERAÇÃO<br />

MUNDO HOMEM<br />

MUNDO MULHER<br />

MUNDO FAMÍLIA<br />

MUNDO BEBÊ *<br />

* Sem considerar a venda de fraldas, pois houve grande promoção no mesmo período<br />

Fonte: <strong>Supermercado</strong> Princesa, no período de 12/05/2013 a 26/05/2013<br />

VOL. DE VENDAS<br />

43 %<br />

LOJA-PILOTO<br />

-9 %<br />

OUTRAS LOJAS<br />

6 %<br />

LOJA-PILOTO<br />

-12 %<br />

OUTRAS LOJAS<br />

8 %<br />

LOJA-PILOTO<br />

-7 %<br />

OUTRAS LOJAS<br />

7 %<br />

LOJA-PILOTO<br />

-10 %<br />

OUTRAS LOJAS<br />

aumentaram depois da nova exposição. E a falta de<br />

espaço foi resolvida com soluções criativas, algumas<br />

por sugestão do próprio Gusmão. Quando esteve<br />

no evento P&G Experience, ele viu um expositor<br />

tipo “cestão” criado para farmácias, onde há pouco<br />

espaço, e pediu para usar na loja. “Assim, pudemos<br />

expor fraldas junto de cremes para assadura e de<br />

lenços umedecidos, elevando a rentabilidade”, destaca<br />

Daniela Farina, gerente de categoria da P&G.<br />

Outro “universo” criado foi o do homem. Nele são<br />

agrupados desodorantes e produtos para barbear,<br />

antes expostos nos checkouts. Elaine Rocha, gerente<br />

de trade da P&G, conta que a exposição em<br />

gôndola é fundamental porque a compra de itens<br />

de maior valor não é planejada. “Se o cliente não encontra,<br />

leva um descartável para quebrar o galho”,<br />

avisa. Para alocar os itens de barbear no corredor,<br />

foram retirados da gôndola os de puericultura leve,<br />

transferidos para um display no “Espaço do Bebê”.<br />

Os demais “universos” são o da Mulher, com itens<br />

de cuidados com o cabelo e absorventes, e o da Família,<br />

com artigos para higiene bucal e hidratantes.<br />

TODOS GANHARAM AMBIENTAÇÃO desenvolvida<br />

pelas fabricantes e aprovada pela rede. Foram<br />

cerca de seis meses de trabalho. Segundo Gusmão,<br />

a frequência de público não mudou, mas as vendas<br />

aumentaram porque os consumidores agora frequentam<br />

um novo corredor. Essa “tríplice aliança”<br />

entre Princesa, Nestlé e P&G se formou por acaso.<br />

No início a varejista tocava, junto da Nestlé, um<br />

projeto para nutrição infantil – que envolveu revisão<br />

do planograma de exposição em todas as lojas.<br />

A aproximação com a P&G veio após a participação<br />

da fabricante no Fórum Colaborativo Varejo-<br />

Indústria, promovido por SM desde o ano passado,<br />

e que já caminha para a 6ª edição, neste segundo<br />

semestre. A ideia agora é estender para outras lojas<br />

ao menos algumas mudanças promovidas no<br />

trabalho realizado na unidade do Cosme Velho.<br />

Afinal, a cooperação não pode parar.<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

PARCERIA ENTRE NESTLÉ, P&G E A REDE PRINCESA (RJ)<br />

PROJETO CUSTOMIZADO PARA CRIAÇÃO DE ‘MUNDOS ‘<br />

RESULTADOS DO TRABALHO EM CONJUNTO<br />

74 SM.COM.BR | JULHO 2013


CATEGORIAS<br />

Elas são referência<br />

de marcas regionais<br />

de refrigerantes.<br />

Estavam<br />

esquecidas, mas<br />

aos poucos voltam<br />

aos holofotes e,<br />

hoje, suas vendas já<br />

crescem mais<br />

do que as das<br />

líderes de mercado<br />

Tem est, sanditas aut reperehentem il iuntus quibusamadi<br />

quidisit voles ut mo volorep erovit<br />

A<br />

atume<br />

FORCA<br />

num adis<br />

DAS<br />

comn<br />

ihiliqui conse eum sumqui officima iur aut utat. Buscia<br />

suntota doloreiciam doluptin cus quatur? Quia idenis mo<br />

TUBAINAS<br />

incim quasi ipsantem am ipicati orehent incita aborumos<br />

TEXTO VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR |<br />

FOTO NORIO ITO<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 79


TUBAÍNAS<br />

CATEGORIAS<br />

Ícone da década de 1980, as tubaínas eram<br />

presença certa em almoços e festas de famílias<br />

de classe média baixa do interior.<br />

Mas, aos poucos, perderam participação<br />

para as maiores fabricantes de refrigerante<br />

e, por muito tempo, ficaram rotuladas<br />

de “refrigereco”. Há uns 5 anos, porém,<br />

as marcas regionais retomaram a força.<br />

Hoje, suas vendas crescem mais do que as<br />

das líderes de mercado. No 1º trimestre<br />

de 2013, só o volume comercializado das tubaínas<br />

de tutti-frutti subiu 9% em relação ao mesmo<br />

período de 2012, segundo a Brasil Kirin, que, apesar<br />

de não ser regional, é dona da Itubaína, marca<br />

criada em Itu, no interior paulista. Fabricantes<br />

pequenos e médios têm crescido entre 5% e 35%<br />

ao ano em volume vendido, enquanto o mercado<br />

total de refrigerantes caiu 2% no autosserviço alimentar<br />

em 2012, de acordo com a Nielsen.<br />

Dona do Guaraná Cruzeiro e da Soda Galeguinha,<br />

a New Age foi uma das fabricantes que investiram<br />

no resgate de seus refrigerantes – feitos há 65 anos.<br />

Segundo Hugo Mide, responsável pelo marketing<br />

da empresa, com sede em Leme (SP), tudo começou<br />

em 2008, com o relançamento dos rótulos. Na<br />

época, as bebidas passaram a ser envasadas em<br />

garrafas de vidro, na cor âmbar, de 300 ml e 600<br />

ml – iguais às de cervejas especiais. São vendidas<br />

a preço médio de, respectivamente, R$ 1,30 e R$<br />

1,90, enquanto uma tubaína tradicional de 600 ml<br />

gira em torno de R$ 1,50. As PET de 2 litros foram<br />

mantidas, pelo alto giro no autosserviço.<br />

De cara nova, Cruzeiro e Galeguinha atingiram<br />

a classe média alta, e estão em redes como Pão de<br />

Açúcar e Angeloni. “Nosso objetivo não é concorrer<br />

com outras regionais ou com as líderes. Somos<br />

mais premium agora”, destaca Mide. As marcas<br />

de combate da New Age são Chamego e Country.<br />

Pequenos e médios fabricantes têm obtido sucesso com sabores<br />

diferentes. “O consumidor já tem um referencial de paladar para<br />

cola e guaraná, por isso fica difícil concorrer com Coca-Cola e<br />

Guaraná Antarctica”, explica Adalberto Viviani, consultor da Concept<br />

Adalberto Viviani, especialista em bebidas da<br />

consultoria Concept, atribui o retorno das tubaínas<br />

ao marketing “retrô” feito por algumas empresas.<br />

O efeito de nostalgia da infância ajudou<br />

a transformar a memória afetiva do consumidor<br />

em valor real no ponto de venda.<br />

Essa reconstrução de imagem atingiu todo o<br />

mercado de tubaínas, e o resultado veio rápido.<br />

“De refrigereco, a bebida se tornou cool. Tanto<br />

que já tem marcas transitando bem pelas classes<br />

A e B”, avalia. Ainda segundo Viviani, as marcas<br />

regionais podem ajudar a revigorar o mercado<br />

nacional de refrigerantes. “As ‘novas tubaínas’<br />

deixaram de ser marcas de combate. Elas entregam<br />

valor agregado, e o público tem dado impulso<br />

a um setor que vinha caindo”, constata.<br />

Em 12 meses, as vendas quase triplicaram. No ano<br />

passado, a alta em volume chegou a 35%, na comparação<br />

com 2011. Mas foi a Schincariol – hoje Brasil<br />

Kirin –, que percebeu o potencial de usar a valorização<br />

da tendência retrô a favor das tubaínas. Também<br />

em 2008, deu nova roupagem para sua Itubaína,<br />

hoje com 59 anos. Além de levar para o rótulo o<br />

conceito histórico da marca, passou a envasá-la em<br />

long neck transparente de 355 ml. Segundo Bruno<br />

Piccirello, gerente de não alcoólicos da empresa,<br />

esse trabalho deu origem ao segmento de tubaínas<br />

“retrô” e ajudou a reconquistar consumidores de 25<br />

e 35 anos, por conta da lembrança da infância.<br />

“Também ganhamos fãs entre 18 e 25 anos, por conta<br />

do design da embalagem”, diz. As vendas de Itubaína<br />

retrô cresceram 251% nos últimos dois anos.<br />

80 SM.COM.BR | JULHO 2013


MERCADO DE TUBAÍNAS EM NÚMEROS<br />

Revigoradas, elas se tornaram atrativas até para o público de alto poder<br />

aquisitivo. As marcas regionais crescem, enquanto o mercado total cai<br />

250<br />

marcas<br />

regionais de refrigerantes<br />

no Brasil<br />

2<br />

litros<br />

PET<br />

SABORES MAIS VENDIDOS<br />

5 % a35 %<br />

foi o crescimento de algumas das principais<br />

fabricantes regionais de refrigerantes<br />

em 2012. No mesmo período, o mercado<br />

total caiu 2% no autosserviço alimentar<br />

9 %<br />

alta no volume de tubaínas<br />

do sabor tutti-frutti no<br />

1º trimestre de 2013 em relação<br />

a igual período de 2012<br />

É a embalagem campeã de vendas das tubaínas. Logo atrás<br />

está a tradicional versão vidro de 600 ml. Na sequência<br />

estão as demais, como PET de 237 ml e as do tipo long neck<br />

80 %<br />

GUARANÁ E DEMAIS SABORES<br />

20 %<br />

COLA<br />

16 % participação<br />

18 % 80 %<br />

é quanto representam a capital,<br />

foi a participação<br />

das marcas regionais<br />

no mercado<br />

de refrigerantes<br />

em 2012<br />

aumento do consumo<br />

per capita de refrigerante<br />

entre 1996 e 2012,<br />

passando de 63 para 73<br />

litros por habitante<br />

57 %<br />

dos super e<br />

hipermercados<br />

no volume de vendas<br />

de refrigerantes<br />

o interior e a Grande SP no volume<br />

de vendas de Itubaína, da Brasil<br />

Kirin. Desse total, capital e Grande<br />

SP respondem pela maior fatia<br />

Fonte: Abir (Assoc. Brasileira das Indúst.s. de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas), Afrebras (Assoc. dos Fabricantes de Refrig. do Brasil), Brasil Kirin, Cini, Malta, New Age, Nielsen e Kantar Worldpanel<br />

JULHO 2013 | SM.COM.BR 81


TUBAÍNAS<br />

CATEGORIAS<br />

Os supermercados aproveitam o bom momento.<br />

O Confiança, 11 lojas em Bauru e Marília (SP), trabalha<br />

com 5 marcas regionais, que já representam<br />

quase 20% das vendas de refrigerante. “Conseguimos<br />

melhor preço e maior prazo para pagar. Além<br />

disso, elas nos ajudam a não ficar nas mãos das<br />

líderes”, afirma Carlos Gomes, gestor de compras.<br />

Para assegurar os benefícios, é importante ter, ao<br />

menos, 2 marcas regionais fortes.<br />

No Enxuto, 6 lojas na região de Campinas, apenas<br />

3 marcas regionais respondem por quase 20%<br />

da categoria. “Vendo mais Coca-Cola, porém ganho<br />

mais com as regionais, que me garantem margem<br />

superior. Principalmente as que têm versão retrô”,<br />

revela Norival Pires, gerente comercial.<br />

Mas as tubaínas também são sucesso nas capitais.<br />

São Paulo e região formam a principal praça de<br />

Com sabor alinhado às<br />

preferências do consumidor da<br />

região, as tubaínas costumam<br />

oferecer boas margens ao varejo<br />

vendas de Itubaína, Cruzeiro e Galeguinha. Não é à<br />

toa que a cidade ganhou, em 2009, uma casa especializada<br />

em refrigerantes regionais. O cardápio do<br />

Bar Tubaína traz, em média, 30 rótulos da bebida.<br />

O avanço na distribuição também entra na fórmula<br />

do sucesso. A New Age, por exemplo, passou a<br />

atender todo o Sudeste, além de Paraná e Santa Catarina.<br />

“Contratamos novas equipes comerciais, aumentamos<br />

a frota e fizemos parcerias com atacados<br />

e distribuidores, afirma Hugo Mide. Oferecer sabores<br />

inusitados é outra estratégia. Na Cini Bebidas, do Paraná,<br />

os sabores diferentes, como framboesa, gengibre<br />

e limonada suíça, garantem 50% das vendas. “É<br />

um diferencial diante das líderes”, diz o diretor Nilo<br />

Cini Júnior. Para elevar o giro na sua loja, vale promover<br />

degustação e vender embalagens pequenas<br />

já geladas. Além de torcer para os fabricantes continuarem<br />

a investir na premiunização das marcas.<br />

DIVULGAÇÃO<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

TUBAÍNAS CRESCEM MAIS DO QUE AS LÍDERES APELO ‘RETRÔ’ RÔ’ DEU RESULTADO REGIONAIS CRIAM NOVOS SABORES<br />

82 SM.COM.BR | JULHO 2013


MEGAMERCADO<br />

VOCÊ POR DENTRO DOS NEGÓCIOS<br />

POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINI@SM.COM.BR<br />

PÁG.<br />

86<br />

63<br />

% da população<br />

de seis capitais brasileiras afirma consumir algum produto enquanto assiste<br />

a programações esportivas. No Recife, a cerveja é a campeã; no Rio de Janeiro,<br />

o destaque é refrigerante. No quadro abaixo, veja a lista completa dos<br />

itens mais consumidos por região, conforme estudo da consultoria Nielsen.<br />

SÃO PAULO<br />

CONSUMO VINCULADO A EVENTOS ESPORTIVOS<br />

RIO DE<br />

JANEIRO<br />

PORTO<br />

ALEGRE<br />

RECIFE<br />

BELO<br />

HORIZONTE<br />

SALVADOR<br />

REFRIGERANTE 42 % 54 % 49 % 35 % 35 % 41 %<br />

CERVEJA 29 % 37 % 40 % 58 % 47 % 47 %<br />

PIPOCA 38 % 32 % 26 % 21 % 24 % 38 %<br />

SALGADINHO 26 % 24 % 19 % 16 % 12 % 14 %<br />

Fonte: Nielsen


DIVULGAÇÃO<br />

COMIDA PRONTA JÁ MOVIMENTA R$ 2 BI<br />

Balde mágico<br />

Uma embalagem que se transforma em balde<br />

é a criação da Diageo, fabricante da Smirnoff Ice, para<br />

atrair mais consumidores para a bebida. O ‘Balde Mágico’,<br />

como foi batizado, é uma espécie de pack com seis latas<br />

de 310 ml, que será comercializado apenas no varejo.<br />

Após aberto, o balde pode ser usado para gelar as<br />

latinhas. Ele é feito de um papel com laminação especial,<br />

para ser utilizado uma vez. A novidade estará disponível<br />

nos Estados de SP e RJ, além das cidades de Belo<br />

Horizonte, Brasília, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande.<br />

Não há nenhum custo adicional pela embalagem<br />

e o preço sugerido é de R$17,94 (R$ 2,99 por lata).<br />

O faturamento do setor de<br />

refeições prontas congeladas nos<br />

super e hipermercados do Brasil<br />

superou R$ 2 bilhões no ano passado,<br />

o que representa uma alta de 115%<br />

na comparação com 2007. De acordo<br />

com análise da Mintel, empresa global<br />

de inteligência de mídia, o aumento<br />

da renda dos brasileiros, a expansão<br />

das redes varejistas e uma maior<br />

importância dada pelos consumidores<br />

à conveniência contribuíram para esse<br />

crescimento. Mas, apesar de estarem<br />

entre os itens mais populares do<br />

segmento, pizzas e massas prontas<br />

ainda possuem baixa frequência de<br />

consumo, conforme aponta o estudo<br />

feito com 1.500 adultos. Apenas 12%<br />

desses entrevistados consomem pizzas<br />

MAIS INFORMAÇÕES:<br />

BRASIL@MINTEL.COM OU 0800 0959094<br />

semanalmente, enquanto 21%<br />

o fazem menos de uma vez por mês<br />

e 49% não costumam consumir.<br />

Já em relação às massas prontas, 33%<br />

não têm o hábito de comprar e 23%<br />

consomem menos de uma vez ao mês,<br />

enquanto16% comem o produto pelo<br />

menos uma vez por semana. Na análise<br />

da Mintel, o preço desses alimentos<br />

é um dos principais limitadores.<br />

FOTOS THE COMMONS


NOVOS PRODUTOS<br />

DE OLHO NAS PRATELEIRAS<br />

PÁG.<br />

88<br />

POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINI@SM.COM.BR | FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

AVEIA COM CEREAL MATINAL<br />

A marca Quaker, da Pepsico, lança um produto que reúne<br />

aveia, flocos de arroz e pedaços de fruta. O novo Cereal Mix chega<br />

nos sabores: banana e mel; ameixa e iogurte; frutas vermelhas com<br />

iogurte e chocolate. Cada pacote traz cinco saquinhos com porções<br />

individuais. Pode ser consumido, por exemplo, com leite ou iogurte.<br />

A empresa recomenda exposição na gôndola de cereais matinais.<br />

Limpeza rápida<br />

A partir de pesquisas com as<br />

consumidoras, a 3M lançou uma nova<br />

linha de panos e esfregões (mops) com<br />

a marca Scotch-Brite. A ideia é agilizar<br />

a tarefa de limpar a casa. O primeiro<br />

produto a chegar às gôndolas é o<br />

Super Mop com Cabo Flexível. Devido<br />

à base inclinável e angulada, facilita a<br />

limpeza embaixo dos móveis. Segundo<br />

a fabricante, o preço sugerido é de R$ 40.


Snack tem<br />

apelo à saúde<br />

A LA Food apresenta<br />

ao mercado varejista uma<br />

linha de minicubos de frutos<br />

secos torrados, feitos com<br />

ingredientes selecionados,<br />

chamada Cluster. O produto<br />

já está presente nas principais<br />

redes de São Paulo, Rio de<br />

Janeiro e Curitiba. O primeiro<br />

sabor disponível nas gôndolas<br />

é composto de amêndoas<br />

chilenas, castanha de caju<br />

e amendoim, em embalagens<br />

de 100 g. Antes de chegar<br />

ao mercado, o produto<br />

passou por vários testes.<br />

A linha tem apelo à saúde,<br />

pois seus ingredientes<br />

são ricos em fibras e proteínas.<br />

FRAGRÂNCIA<br />

E DECORAÇÃO<br />

Perfumar e decorar a casa.<br />

Esse é o conceito apresentado pela Reckitt<br />

Benckiser com o novo Air Wick, vela<br />

perfumada que muda de cor, criando um<br />

efeito arco-íris, além de liberar fragrância.<br />

O produto chega nas versões: trufa de chocolate<br />

cremosa, lavanda e camomila relaxante,<br />

orquídea e rosa sensual e maçã e canela<br />

aromática. O preço sugerido é de R$ 24,99.


COM A PALAVRA<br />

OPINIÃO DE EXECUTIVOS E ESPECIALISTAS<br />

POR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR | FOTO DIVULGAÇÃO<br />

PÁG.<br />

90<br />

KAREN GIMENEZ<br />

Coach e diretora da CCS Consultoria Empresarial<br />

Atenção com<br />

os workaholics<br />

Funcionários trabalhando demais,<br />

sem necessidade, pode ser sinal de<br />

má gestão de tempo ou da empresa<br />

P<br />

ode parecer brincadeira, mas os workaholics ainda<br />

são valorizados por algumas empresas. O problema<br />

é que profissionais com esse perfil não necessariamente<br />

são mais produtivos do que aqueles que nunca<br />

extrapolam o expediente. Pelo contrário. Tal comportamento<br />

pode indicar que o colaborador tem enfrentado<br />

problemas pessoais ou que a companhia não dispõe de<br />

bons processos internos. O resultado é negativo para<br />

ambas as partes. Afinal, o funcionário deixa de viver, se<br />

desgasta rapidamente, produz menos e falha mais, prejudicando<br />

a empresa. Mas identificar os workaholics e pôr<br />

um fim nesse problema não é difícil, segundo Karen Gimenez,<br />

coach e diretora da CCS Consultoria Empresarial.<br />

O que leva um profissional a virar workaholic?<br />

Os motivos costumam estar ligados à vida pessoal e emocional.<br />

Há aqueles que trabalham até tarde para fugir de problemas<br />

em casa e com a família. Outro perfil é o do profissional inseguro<br />

e com baixa autoestima. Por ter idade avançada ou poucas<br />

qualificações ele se sente inferior aos outros e teme perder o emprego.<br />

Então, procura demonstrar dedicação trabalhando mais do<br />

que seus colegas. Quando não se sente recompensado, acha-se no<br />

direito de processar a empresa. Tem ainda aqueles funcionários<br />

que são desorganizados e acabam gerenciando mal seu tempo.<br />

Mas o problema também pode estar<br />

relacionado à empresa, correto?<br />

Sim. Nesse caso o colaborador é obrigado a se transformar<br />

em um workaholic. Ocorre quando as companhias têm processos<br />

internos ineficientes, que forçam o funcionário a trabalhar muito<br />

mais do que o necessário. Gestores mal treinados e que não conhecem<br />

as dificuldades das atividades de sua equipe podem fazer<br />

o mesmo ao desenhar cronogramas impossíveis de se cumprir.<br />

Como identificar o que está acontecendo?<br />

Um bom gestor está sempre atento ao comportamento dos<br />

membros de sua equipe. Ao primeiro sinal de que alguém excede o<br />

expediente sem que suas atividades habituais tenham aumentado,<br />

é importante questionar os motivos. Caso seja insegurança, baixa<br />

autoestima, um problema pessoal ou algo relacionado à desorganização,<br />

ele deve orientar o colaborador a fazer acompanhamento<br />

com um coach. Assim, ele vai aprender a equilibrar questões profissionais<br />

e pessoais. O coach também vai ensiná-lo a aproveitar<br />

melhor o tempo e a dar prioridade ao que é necessário. Cursos para<br />

aumentar a produtividade e gerenciar melhor o tempo também<br />

ajudam a resolver falhas técnicas. O gestor ineficiente cobra que o<br />

restante da equipe siga o colega workaholic e fique até mais tarde,<br />

gerando desentendimentos e insatisfações. Também é comum o<br />

gestor pedir a dispensa do colaborador. Essa é uma medida errônea,<br />

já que gera o risco de a empresa perder um bom profissional.<br />

E o que fazer quando o problema é com<br />

o gestor ou com a empresa?<br />

É importante que os colaboradores saibam que podem procurar<br />

o RH para discutir essas questões. O RH, por sua vez, deve resolver<br />

o mais depressa possível, porque o problema pode afetar a saúde do<br />

negócio. Desenvolver ou adequar processos internos, para garantir<br />

maior eficiência, é uma solução. Caso o problema esteja com o<br />

gestor, é recomendável consultar um coach. Também é importante<br />

garantir um canal de comunicação entre empresa e funcionários.

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