COOPERACAO - Supermercado Moderno
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POUCO ESPAÇO<br />
MUITAS MARCAS<br />
Estudo de SM mostra<br />
que 45 % dos varejistas<br />
elevaram em 15 %<br />
o número de novas<br />
marcas no mix.<br />
Como conseguiram<br />
e por que fizeram isso?<br />
SM.COM.BR | JULHO DE 2013 | ANO 44<br />
5 3 0<br />
68<br />
CIDADES<br />
<strong>COOPERACAO</strong><br />
V FÓRUM SM<br />
Cerca de 80 varejistas<br />
debateram com<br />
Danone, Kirin e J&J.<br />
Saiba o que aconteceu<br />
PARCERIA<br />
A SEIS MÃOS<br />
A rede Princesa se uniu<br />
a Nestlé e P&G em um<br />
projeto de exposição e<br />
aumentou vendas<br />
CRESCIMENTO<br />
Todas com previsão de alta no consumo de<br />
até 20% ao ano. Importante: elas precisarão<br />
de mais supermercados. Você está pronto?<br />
TUBAÍNA CRESCE | MABEL ENTRA EM NOVAS REGIÕES | LOJA GOURMET AVANÇA
AO LEITOR<br />
CONTEÚDO MENSAL AO SEU ALCANCE<br />
SUPERMERCADO MODERNO<br />
Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda.<br />
Presidência do Grupo<br />
Robert Macody Lund<br />
PUBLICAR MÍDIAS ESPECIALIZADAS LTDA<br />
Diretoria<br />
Telefone (11) 3327-4504<br />
DIRETOR EXECUTIVO Sergio L. Alvim V. Oliveira<br />
EDITOR EMÉRITO Valdir Orsetti<br />
Manifestos e<br />
oportunidades<br />
SHEILA HISSA<br />
EDITORA EXECUTIVA<br />
sheila.hissa@sm.com.br<br />
Difícil falar dos temas publicados nesta edição,<br />
como cidades promissoras para o varejo alimentar<br />
e potencial de lojas gourmets. Afinal, são temas “positivos”<br />
que se opõem à difícil agenda do País em torno de outros<br />
preocupantes como inflação em alta, corrupção, e educação<br />
e saúde precárias. Ainda assim há razões para se manter<br />
a confiança no País e nos negócios. As manifestações<br />
representam muito, não só pelas conquistas já alcançadas,<br />
mas porque deixaram claro que o brasileiro chegou ao<br />
seu limite, e que, a partir de agora, mudanças terão de vir.<br />
A correria dos governos e dos parlamentares por encontrar<br />
soluções (ainda que de forma atabalhoada, às vezes<br />
oportunista, e com riscos de gastos acima do possível –<br />
nem tudo sai pelo ralo da corrupção) mostra que o<br />
País pode avançar ainda mais, com benefícios para as<br />
instituições, pessoas e empresas. O varejo deve continuar<br />
participando de debates, como o da reforma tributária,<br />
e deve evitar que a inflação estimule uma recuperação<br />
desmedida da margem. Além de contribuir para frear a<br />
inflação, o setor precisa preservar sua imagem diante desse<br />
‘novo’ brasileiro. Do resto, vale contar com dificuldades,<br />
mas entendendo que as conquistas virão. É só olhar para<br />
o passado recente. Quem viveu anos 1970/80 que o diga.<br />
Conselho Executivo<br />
Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar,<br />
Robert Macody Lund e<br />
Sergio L. Alvim V. Oliveira<br />
Redação<br />
Telefone (11) 3327-4514 / E-mail: redacao@sm.com.br<br />
EDITORA EXECUTIVA Sheila Hissa<br />
EDITORA-ASSISTENTE Alessandra Morita<br />
REPÓRTERES Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa<br />
ESTAGIÁRIO Rafael Faustino<br />
Colaboradores<br />
PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE FmaisG Projetos Visuais<br />
FOTOS Norio Ito, Omar Paixão/Maí, Paulo Pereira (Estudio Luzia)<br />
e Selmy Yassuda<br />
TRATAMENTO DE IMAGENS J. Soza<br />
ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli.simao@sm.com.br<br />
MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512<br />
• camila.siqueira@sm.com.br<br />
EVENTOS Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@sm.com.br<br />
PUBLICIDADE<br />
Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@sm.com.br<br />
APOIO A VENDAS Carla Morais (11) 3327-4505<br />
Gerente Comercial e de Marketing<br />
Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • marcelo.luz@sm.com.br<br />
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Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • alexandre.niccolai@sm.com.br<br />
Roberto Campaneli (11) 3327-4623 • roberto.campaneli@sm.com.br<br />
Vanda Maeda (11) 3327-4555 • vanda.maeda@sm.com.br<br />
REPRESENTANTES<br />
SÃO PAULO<br />
Ação Representação Com. S/C Ltda<br />
Vanderlan Pereira Gonçalves Jr.<br />
Tel. (11) 3384-8756<br />
E-mail: vanderlan.acao@terra.com.br<br />
RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />
Grupo RioBrasil<br />
Tel. (21) 2599-8969.<br />
E-mail: atendimento@gruporiobrasil.com.br<br />
CURITIBA (PR)<br />
Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 512,<br />
80060-100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />
PORTO ALEGRE (RS)<br />
In Trade Comunicação Dirigida<br />
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E-mail: cesar.intrade@globo.com<br />
MINAS GERAIS (MG)<br />
SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda:<br />
Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublicidade.com.br<br />
ou cibelle@sbfpublicidade.com.br<br />
INTERIOR SÃO PAULO (SP)<br />
Interage Representações<br />
Rosemeire Camargo Sesso<br />
Tel. (11) 4112-3141/ 99607-6510. E-mail: roseinterage@terra.com.br<br />
SPi.Mídia<br />
Fabricio Baroni<br />
Tel. (11)99900.6247 - (19)3042.5761. E-mail: fabricio@spimidia.com.br<br />
Para obter informações e solicitar serviços<br />
Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br<br />
<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901.<br />
São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />
<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> é enviada mensalmente a executivos, proprietários,<br />
compradores, gerentes e encarregados de lojas de autosserviço, conveniência,<br />
atacados e cooperativas responsáveis por 80% das vendas. Coordenador<br />
de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: DTD<br />
Distribuição e Courier. Não autorizamos pessoas a oferecer assinaturas. Se for<br />
procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. SM não aceita matérias<br />
pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização<br />
dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão<br />
de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Prol<br />
Editora Gráfica Ltda, Av. Papaiz, 581, Jd. das Nações, Diadema, SP.<br />
Este produto é impresso na Prol,<br />
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florestal responsável. Trabalhamos<br />
comprometidos com o meio<br />
ambiente e temos uma ótima<br />
impressão do futuro.<br />
Correção<br />
Vanish é líder em alvejante sem cloro. A marca da Reckitt Benckiser obteve a preferência de 29,6% dos varejistas<br />
consultados na Pesquisa de Reconhecimento de Marcas, realizada por SM. No entanto, por um erro de sistema, a marca<br />
não apareceu entre as classificadas na edição impressa do Mix de Marcas, publicada em junho. O erro já foi corrigido.
SUMARIO<br />
SM | Nº 530 | JULHO DE 2013 | ANO 44<br />
SEÇÕES<br />
VOCÊ ......................................................................................................................08<br />
SM. DIGITAL ................................................................................................12<br />
PTO. DE VENDA .......................................................................................15<br />
LEIS E TRIBUTOS .................................................................................19<br />
MEGAMERCADO ....................................................................................86<br />
NOVOS PRODUTOS ............................................................................88<br />
COM A PALAVRA ...................................................................................90<br />
SM<br />
19<br />
A rede gourmet Verdemar cresceu 21% | 32<br />
MATÉRIAS<br />
CAPA<br />
68 CIDADES PARA EXPANDIR ...........................................23<br />
Pesquisa da McKinsey aponta os municípios onde<br />
o consumo mais vai crescer até 2020. A alta será<br />
de até 20%. E o melhor: essas cidades são carentes<br />
de lojas de supermercados. Entenda se vale a<br />
pena correr para esses mercados e como explorá-los<br />
NEGÓCIOS<br />
LOJAS GOURMETS AVANÇAM ..........................................32<br />
Com o crescimento das classes A e B – a alta entre<br />
2003 e 2014 será de 118% –, os supermercados<br />
que oferecem mix e serviços para quem gosta de<br />
gastronomia vão ganhar mais espaço. Saiba mais<br />
POUCO ESPAÇO, MUITAS MARCAS .......................45<br />
Sondagem de SM com 103 supermercadistas<br />
mostra que 45% dos respondentes, em média,<br />
elevaram o número de marcas no sortimento.<br />
A alta foi de 15%. Como abrir espaço<br />
nas gôndolas para tantas novas opções?<br />
MABEL SOB NOVA DIREÇÃO............................................55<br />
Um ano após adquirir a empresa de biscoitos,<br />
a Pepsico melhorou a distribuição, entre outras<br />
ações, e elevou vendas em 35% no autosserviço<br />
60<br />
FÓRUM COLABORATIVO<br />
Cerca de 80 supermercadistas de 50 redes participaram da 5ª edição do evento,<br />
promovido por SM. Com três fornecedores – J&J, Brasil Kirin e Danone –, eles voltaram<br />
a discutir as bases de uma maior colaboração entre os dois elos da cadeia. Também<br />
acompanharam palestras com temas importantes para alavancar o crescimento<br />
COOPERAÇÃO<br />
PEQUENOS MUNDOS, GRANDES NEGÓCIOS .......71<br />
Com Nestlé e P&G, a rede Princesa agrupou itens<br />
destinados ao mesmo momento de consumo,<br />
criando ‘universos’. Vendeu 7% mais em 15 dias<br />
CATEGORIAS<br />
A FORÇA DAS TUBAÍNAS .....................................................79<br />
Marcas regionais de refrigerantes estão crescendo<br />
mais do que as líderes de mercado. Novos<br />
posicionamentos e distribuição explicam a alta
VOCÊ: CARLOS ALEXANDRE MIRANDA<br />
VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO<br />
POR FERNANDO SALLES | FOTO SELMY YASSUDA<br />
PÁG.<br />
08<br />
INVESTIMENTO CERTO<br />
Carlos Alexandre apostou na<br />
qualificação profissional e<br />
foi recompensado pelo Farinha<br />
Pura. Referência em vinhos<br />
na loja, ele tem sempre uma<br />
boa indicação para<br />
os consumidores provarem<br />
NOVO RUMO NA CARREIRA<br />
SEM MUDAR DE EMPRESA<br />
Após quatro anos atendendo no<br />
balcão de laticínios do supermercado<br />
carioca Farinha Pura, Carlos Alexandre<br />
Miranda sentiu que era hora de um<br />
upgrade na carreira. Ele queria melhorar<br />
o currículo para buscar nova oportunidade<br />
de trabalho fora da loja. Com<br />
essa ideia em mente, em 2011 ele foi<br />
saber mais sobre os cursos da Associação<br />
Brasileira de Sommeliers. Saiu matriculado<br />
no módulo básico, no qual<br />
aprendeu o bê-á-bá da história do vinho,<br />
bebida que já apreciava.<br />
Depois de fazer também o curso<br />
avançado, foi a vez de ingressar nos<br />
ciclos de formação profissional, que<br />
exigem grande dedicação dos futuros<br />
sommeliers: o conhecimento é avaliado<br />
em provas, e só passam os que alcançam<br />
ao menos 70 pontos de 100.<br />
Carlos já concluiu dois desses ciclos<br />
e, de fato, deu novo rumo à carreira.<br />
Mas sem precisar se demitir do Farinha<br />
Pura, que decidiu intensificar os<br />
investimentos na seção de vinhos.<br />
Quando a diretoria soube que o profissional<br />
vinha se especializando na<br />
bebida, deu apoio à transferência de<br />
setor. Sobretudo depois de um evento<br />
de gastronomia italiana que teve a<br />
participação do Farinha Pura. Lá, o<br />
novo sommelier mostrou intimidade<br />
com a bebida e com o público.<br />
Desde então ele comanda, sozinho,<br />
o atendimento no setor de vinhos do<br />
Farinha Pura. Um trabalho importante<br />
para a empresa e valorizado pelos<br />
consumidores.” A cada 10 clientes<br />
da seção, cerca de 7 pedem indicação”,<br />
afirma. E Carlos sempre tem boas<br />
sugestões, não importa a faixa de<br />
preço. “Atendo desde quem gasta R$<br />
2 mil para consumo próprio até clientes<br />
que vão dar uma festa e querem<br />
10 garrafas por R$ 300”, comenta.<br />
Após investir em atendimento e dar<br />
nova cara à seção, o Farinha Pura comemora<br />
15% de aumento nas vendas<br />
de vinho por ano. Além disso, com<br />
ajuda de pesquisas e indicações de<br />
Carlos, o portfólio da loja cresceu. A<br />
seção, que antes contava com cerca<br />
de 200 variedades, hoje tem, segundo<br />
a empresa, mais de 400 rótulos no<br />
sortimento. E o segredo de Carlos para<br />
agradar é simples. “Sempre indico<br />
vinhos que eu beberia”, garante.
TASTE THE FUTURE<br />
10 feiras sob um só teto<br />
Colonia, 5. – 9. 10. 2013 | www.anuga.com<br />
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POR RAFAEL FAUSTINO RAFAEL.FAUSTINO@SM.COM.BR<br />
PÁG.<br />
12<br />
SM.COM.BR<br />
O conteúdo das edições impressas de SM também<br />
pode ser conferido pelo tablet, em uma versão que<br />
conta com recursos exclusivos. O download é gratuito<br />
e pode ser feito pela App Store, nos produtos Apple, e<br />
pelo Google Play, nos aparelhos com o sistema Android.<br />
Também é possível baixar o aplicativo utilizando o<br />
QR Code: é só posicionar a câmera do tablet sobre<br />
um dos códigos ao lado, fotografar e fazer o download.<br />
GOOGLE PLAY<br />
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ENQUETE<br />
Você acha que implantar o sistema<br />
de descontos aos consumidores por meio<br />
de cupons – como acontece nos EUA –<br />
daria certo nos supermercados brasileiros?<br />
SAVE<br />
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Este é o sabor<br />
de 2013!<br />
68 %<br />
SIM<br />
(111 votos)<br />
23 %<br />
NÃO<br />
(38 votos)<br />
14 %<br />
NÃO<br />
CONHEÇO<br />
(14 votos)<br />
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Abertura de lojas aos domingos opõe<br />
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e Cofins é ampliada<br />
Cencosud vai transferir escritório central<br />
para São Paulo<br />
GPA inaugura no RJ seu primeiro shopping<br />
ÁREAS LÍDERES EM CONSULTAS NO MÊS PASSADO<br />
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Negócios<br />
4<br />
Gestão
PTO. DE VENDA<br />
TUDO QUE INTERESSA AO SETOR<br />
PÁG.<br />
15<br />
POR FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR | FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
NOVA OPÇÃO DE VENDA<br />
EMPRESA DE VENDING<br />
MACHINE QUER SE<br />
APROXIMAR DO VAREJO<br />
A Machine Mídia desenvolve vending machines,<br />
máquinas para venda automática de produtos,<br />
e sampling machines, utilizadas na distribuição<br />
de amostras em campanhas promocionais. Segundo<br />
a empresa, os equipamentos podem ser boa opção<br />
para o varejo. “O varejista pode instalar as máquinas<br />
em locais pouco explorados da loja ou até mesmo<br />
fora do supermercado”, diz Raphael Cordeiro, diretor<br />
comercial. Já as sampling machines seriam utilizadas<br />
na divulgação de novidades – como um novo item<br />
de marca própria – ou para atrair a atenção sobre itens<br />
com baixo giro. Cliente da empresa, a Natura teve sua<br />
linha Plant de cuidados com o cabelo distribuída sem<br />
custo por uma máquina instalada em um shopping<br />
paulistano. Na ação, os rótulos saíam personalizados<br />
com a foto do perfil do Facebook da pessoa.<br />
40<br />
milhões de reais<br />
foi o investimento do GPA<br />
para inaugurar na cidade do<br />
Rio de Janeiro o Conviva<br />
Américas, seu primeiro shopping
PTO. DE VENDA<br />
ESPORTE<br />
PELÉ ESTRELA<br />
NOVA CAMPANHA<br />
DO CARREFOUR<br />
Pelé é chamado de ‘rei’ há algumas<br />
décadas. Mas só agora aceitou ser<br />
fotografado com as vestimentas típicas<br />
de uma realeza. Fez isso para a mais<br />
recente campanha do Carrefour,<br />
cujo mote é “Faz a torcida em casa Brasil!<br />
Faz Carrefour”. Trata-se da primeira<br />
de uma série de ações de marketing<br />
da rede associadas ao esporte.<br />
O intuito é “estimular e transmitir<br />
o sentimento nacionalista durante<br />
os jogos”. A campanha inclui filmes<br />
institucionais exibidos em TV, anúncios<br />
em mídia impressa e materiais de PDV.
GRADUAÇÃO<br />
Nielsen e Fia lançam<br />
Pós em tendências<br />
de consumo<br />
A Fundação Instituto de<br />
Administração (Fia), por meio de seu<br />
Programa de Administração de Varejo<br />
(Provar) criou, em conjunto com<br />
a consultoria Nielsen, um curso<br />
de Pós-Graduação em Estratégias,<br />
Pesquisa de Mercado e Tendências de<br />
Consumo. As inscrições já estão abertas.<br />
A ideia é capacitar os alunos a planejar<br />
seus negócios no cenário atual,<br />
no qual os consumidores são mais<br />
críticos. Na programação estão<br />
incluídas abordagens sobre métodos<br />
de pesquisa e novas ferramentas<br />
para estudar a experiência de compra.<br />
O curso será ministrado por mestres,<br />
doutores e profissionais atuantes<br />
na área de Inteligência de Mercado.<br />
Informações: www.provar.org<br />
MARCA PRÓPRIA<br />
WALMART RENOVA “SENTIR BEM”<br />
A marca própria do Walmart, cujo foco são os consumidores interessados<br />
em alimentação saudável, acaba de ter sua identidade visual renovada. As novas<br />
embalagens ganharam cores vivas, no intuito de transmitir energia e alegria, mas<br />
sem que os tons brancos fossem excluídos totalmente, por serem muito associados<br />
a produtos saudáveis. Também há maior destaque para os benefícios do consumo<br />
de ingredientes funcionais que compõem os produtos. A responsável pela trabalho<br />
foi a agência de marcas e design eba!, e os primeiros itens a ganhar cara nova<br />
são as granolas em duas versões: mel e castanha-do-Pará e cereais e frutas tropicais.
LEIS E TRIBUTOS<br />
EM DIA COM SEUS DIREITOS E DEVERES<br />
PÁG.<br />
19<br />
POR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR<br />
GOVERNO FEDERAL<br />
CRIA SPED PARA<br />
IMPOSTO DE RENDA<br />
THE COMMONS<br />
PAIS PODERAO FALTAR ATÉ<br />
30 DIAS NO TRABALHO<br />
PARA CUIDAR DE FILHO DOENTE<br />
A medida ainda não é lei, mas acaba de ser aprovada pela Comissão de Assuntos<br />
Econômicos do Senado. Na sequência, será analisada pela Comissão de Constituição<br />
e Justiça e depois pelo plenário da Casa. Na Câmara, ela já foi aprovada. Esse projeto<br />
permite ao trabalhador se ausentar do emprego até 30 dias por ano para cuidar do filho<br />
doente com até 12 anos. Para abonar a falta, o funcionário precisa comprovar a necessidade<br />
de acompanhar o filho durante o período em que estaria trabalhando. Além disso, terá<br />
que apresentar atestado ou laudo médico que confirme a doença. Hoje, a Consolidação<br />
das Leis do Trabalho permite a ausência do empregado durante um dia a cada seis meses<br />
para participar das reuniões escolares dos filhos. Prevê ainda falta por sete dias, a cada ano,<br />
quando o trabalhador for responsável por pessoas com algum tipo de deficiência. Para isso,<br />
a ausência precisa ser justificada por escrito com pelo menos dois dias de antecedência.<br />
Fonte: Senado Federal www.senado.gov.br<br />
Esse Sped nada mais é<br />
do que uma Escrituração Fiscal<br />
Digital do Imposto sobre a Renda<br />
e da Contribuição Social sobre<br />
o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica.<br />
A entrega eletrônica deve substituir<br />
a antiga, feita por meio da DIPJ<br />
(Declaração de Ajuste Anual de<br />
Imposto de Renda da Pessoa<br />
Jurídica). O Sped Imposto de<br />
Renda, como foi batizado, será<br />
obrigatório a partir do anocalendário<br />
2014 e a primeira<br />
entrega ocorrerá até 30 de junho<br />
de 2015. Os contribuintes deverão<br />
informar todas as operações<br />
que influenciam direta ou<br />
indiretamente, no presente ou no<br />
futuro, a composição da base de<br />
cálculo e o valor do IRPJ e da CSLL.<br />
Segundo a Confirp, consultoria<br />
contábil, o documento deverá<br />
demonstrar o mesmo Plano de<br />
Contas da EFD (Sped Contábil),<br />
saldos iguais aos das contas<br />
contábeis, todos os ajustes para<br />
a apuração do Lucro Real (adições<br />
e exclusões) e compensações de<br />
prejuízos fiscais (quando for o<br />
caso). As pessoas jurídicas que<br />
apresentarem o Sped Imposto<br />
de Renda ficam dispensadas,<br />
em relação aos fatos ocorridos<br />
a partir de 1º de janeiro<br />
de 2014, da escrituração do<br />
LALUR (Livro de Apuração do<br />
Lucro Real) e da entrega da DIPJ.<br />
Caso o documento não seja<br />
apresentado nos prazos fixados<br />
ou contenha algum erro,<br />
o contribuinte será multado.<br />
Fonte: Confirp www.confirp.com.br
LEIS E TRIBUTOS<br />
GESTANTES<br />
TERAO<br />
ESTABILIDADE<br />
DURANTE<br />
AVISO PRÉVIO<br />
Sancionada em maio, a Lei Federal 12.812 garante<br />
às mulheres grávidas estabilidade no emprego no caso<br />
de estarem sob aviso prévio. Segundo Frank Santos,<br />
sócio do escritório M&M Advogados Associados, isso<br />
significa que se uma colaboradora descobrir a gravidez,<br />
até mesmo no último dia do aviso, o empregador<br />
é obrigado a mantê-la no trabalho até cinco meses após<br />
o parto. A garantia também será válida nos casos<br />
de aviso prévio indenizado, quando a funcionária<br />
recebe o salário referente ao período de aviso sem<br />
comparecer ao serviço. “Até então, era comum<br />
funcionárias nessa situação entrarem com ação contra<br />
a empresa solicitando seus direitos. Mas nem todos<br />
os tribunais emitiam sentença que as beneficiasse.<br />
Agora, com a lei, a estabilidade durante o aviso prévio<br />
está garantida”, explica Santos. O empregador que<br />
desrespeitar a medida vai arcar com a indenização pelo<br />
período integral da estabilidade prevista na Constituição.<br />
Fonte: M&M Advogados Associados<br />
FOTOS THE COMMONS<br />
QUALQUER<br />
CONTRIBUINTE<br />
PODERÁ SER<br />
SUBSTITUTO<br />
TRIBUTÁRIO<br />
A novidade consta<br />
na Portaria CAT 53 e já<br />
está valendo no Estado<br />
de São Paulo. Isso significa<br />
que, para ser responsável<br />
pelo recolhimento do ICMS<br />
de toda a cadeia, basta<br />
ser um contribuinte que<br />
faça parte de um setor<br />
com substituição tributária.<br />
Os interessados devem<br />
enviar solicitação à Secretaria<br />
Estadual da Fazenda.
OBRIGATORIEDADE DO SAT FISCAL É PRORROGADA<br />
A nova data para que varejistas do Estado de São<br />
Paulo adotem o SAT Fiscal é 1º de abril de 2014 e não mais<br />
1º de julho deste ano, como estava previsto. De acordo<br />
com a Cosin, consultoria de negócios, o SAT é o mais novo<br />
sistema autenticador e transmissor de cupons fiscais<br />
eletrônicos (CF-e). Ele será responsável por documentar<br />
todas as operações comerciais e, posteriormente,<br />
enviá-las à Secretaria da Fazenda via internet. Apenas as<br />
empresas varejistas com faturamento acima de<br />
R$ 120 mil ao ano serão obrigadas a adotar o SAT Fiscal.<br />
Para isso, será necessário trocar os atuais ECFs (Emissores<br />
Fonte: Secretaria da Fazenda www.fazenda.sp.gov.br<br />
de Cupom Fiscal), baseados em uma impressora específica<br />
de armazenamento de dados, por outro equipamento<br />
capaz de fazer a transmissão em tempo real do movimento<br />
do comércio – via telefonia celular ou banda larga.<br />
Tudo isso mediante assinatura digital gerada com base<br />
em certificado digital. O SAT Fiscal irá facilitar o trabalho<br />
do Fisco e acelerar a comunicação entre comerciantes<br />
e órgãos públicos. Também vai permitir que os<br />
consumidores acessem o arquivo do cupom fiscal<br />
eletrônico via internet. Mais informações no portal da<br />
Secretaria da Fazenda: http://www.fazenda.sp.gov.br/sat/<br />
MULTAS DE IMPORTACAO<br />
FICAM FORA<br />
DO CÁLCULO DO ICMS<br />
As multas recebidas por contribuintes<br />
fluminenses em operações de importação<br />
não precisam mais ser incluídas na base<br />
de cálculo do ICMS (Imposto sobre a Circulação<br />
de Mercadorias e Serviços). É o que está<br />
previsto na Lei 6.462. Até então, multas<br />
decorrentes de diferenças de peso de<br />
mercadorias ou erro na classificação<br />
fiscal de produto importado, por exemplo,<br />
deveriam ser incluídas no cálculo do imposto.
PREPARA BRASIL<br />
68<br />
CIDADES<br />
PROMISSORAS<br />
TODAS TÊM ATÉ 500 MIL HABITANTES E PREVISÃO ANUAL<br />
DE AUMENTO NO CONSUMO DE ATÉ 20% NOS PRÓXIMOS ANOS.<br />
O IMPORTANTE: ELAS PRECISARÃO DE MAIS SUPERMERCADOS<br />
TEXTO FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR
CAPA<br />
PREPARA BRASIL<br />
ABRIR LOJAS EM CIDADES<br />
DO INTERIOR ONDE O<br />
CONSUMO VAI CRESCER<br />
PODE GERAR MAIS<br />
RESULTADO DO QUE<br />
EM ALGUMAS CAPITAIS<br />
stá na hora de refletir sobre os planos de<br />
expansão. Ainda há um enorme mercado<br />
a ser ocupado, sobretudo nas cidades<br />
com no máximo 500 mil habitantes,<br />
cujo aumento no consumo até 2020 já foi<br />
identificado pelo estudo CityNav, da consultoria<br />
McKinsey. Os gigantes do setor<br />
já têm planos traçados. E o varejo regional tem chances de avançar<br />
com sucesso. Alguns municípios crescerão 3% ao ano e outros avançarão<br />
até 20%. “Quem expandir para 20 cidades do interior, e trabalhar<br />
com eficiência, terá um resultado tão bom quanto teria em<br />
São Paulo ou Rio de Janeiro. Isso com uma competição menor”, diz<br />
Rogério Hirose, responsável pela pesquisa. É preciso, no entanto, ficar<br />
atento aos desafios. Para ajudá-lo, SM ouviu os sócios-diretores<br />
da McKinsey, Hirose e Fabio Stul, além do especialista em localização,<br />
Tadeu Masano, e de varejistas em processo de expansão.<br />
NO INTERIOR DO PAÍS<br />
CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM VALOR<br />
CLASSIFICAÇÃO CIDADE ESTADO BILHÕES (R$)<br />
1 CAMPINAS SP 3,9<br />
2 UBERLÂNDIA MG 3,5<br />
3 SANTOS SP 3,1<br />
4 PARAUAPEBAS PA 2,9<br />
5 SOROCABA SP 2,5<br />
6 RIBEIRÃO PRETO SP 2,4<br />
7 JUIZ DE FORA MG 2,1<br />
8 CAXIAS DO SUL RS 2,0<br />
9 FEIRA DE SANTANA BA 2,0<br />
10 ANÁPOLIS GO 1,9<br />
11 RIO DAS OSTRAS RJ 1,9<br />
12 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SP 1,9<br />
13 PIRACICABA SP 1,8<br />
14 JOINVILLE SC 1,8<br />
15 JUNDIAÍ SP 1,8<br />
16 LONDRINA PR 1,7<br />
17 JUAZEIRO DO NORTE CE 1,6<br />
18 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SP 1,6<br />
19 BAURU SP 1,6<br />
20 CAMPOS DOS GOYTACAZES RJ 1,6<br />
24 SM.COM.BR | JULHO 2013
01<br />
ELEVACAO DE<br />
CONSUMO É MOTIVO<br />
SUFICIENTE PARA<br />
INAUGURAR LOJAS<br />
NAS CIDADES<br />
EM CRESCIMENTO?<br />
Não. Saber que as vendas aumentarão<br />
em ritmo acelerado é um indicador importante,<br />
mas a expansão para os municípios onde o<br />
consumo mais cresce é uma decisão que precisa<br />
considerar outros fatores. Um dos principais é<br />
a logística, sobretudo para redes cuja operação<br />
está concentrada em áreas distantes. Rogério<br />
Hirose, da McKinsey, lembra, no entanto, que<br />
o avanço de muitas cidades impacta favoravelmente<br />
no consumo de municípios adjacentes.<br />
“Uma região com várias cidades vizinhas em alta<br />
pode justificar a implantação de um centro de<br />
distribuição”, exemplifica. Outro ponto a avaliar é<br />
a saturação do mercado local, afinal pode haver<br />
áreas em que, apesar do crescimento, o varejo já<br />
instalado é capaz de suprir a demanda. Por fim,<br />
deve-se observar a disponibilidade e o preço de<br />
terrenos em bons pontos. Por mais tentador que<br />
seja abrir lojas, a escolha deve ser feita de forma<br />
criteriosa, a partir de análise caso a caso.<br />
CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM PERCENTUAL<br />
CLASSIFICAÇÃO CIDADE ESTADO PERCENTUAL (%)<br />
1 RIO DAS OSTRAS RJ 20<br />
2 PARAUAPEBAS PA 19<br />
3 JUAZEIRO DO NORTE CE 14<br />
4 ITAPIPOCA CE 13<br />
5 BRAGANÇA PA 13<br />
6 LINHARES ES 12<br />
7 ARAPIRACA AL 12<br />
8 ABAETETUBA PA 12<br />
9 HORTOLÂNDIA SP 12<br />
10 ALTAMIRA PA 12<br />
11 GARANHUNS PE 12<br />
12 PARINTINS AM 12<br />
13 SERTÃOZINHO SP 12<br />
14 CODÓ MA 12<br />
15 CAMETA PA 11<br />
16 PATOS PB 11<br />
17 CARUARU PE 11<br />
18 CORUMBÁ MS 11<br />
19 ITAITUBA PA 11<br />
20 PARNAÍBA PI 11<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 25
CAPA<br />
PREPARA BRASIL<br />
02<br />
QUAL A PARTICIPACAO<br />
DOS GIGANTES<br />
DO SETOR NESSAS<br />
CIDADES PROMISSORAS?<br />
HÁ ESPACO<br />
PARA OS REGIONAIS?<br />
“Em 70% das cidades que mais vão crescer, Pão de<br />
Açúcar, Carrefour e Walmart não estão presentes. É uma<br />
oportunidade para eles, mas também para outros varejistas”,<br />
responde Fabio Stul. Muitos desses municípios estão<br />
no interior e alguns mais nas regiões metropolitanas. Parte<br />
deles está se transformando em polos industriais ou recebendo<br />
outros investimentos que reduzem o desemprego,<br />
EGIOES METROPOLITANAS<br />
elevam a quantidade de população e aumentam a renda.<br />
Entre as capitais, o crescimento percentual será mais tímido:<br />
o maior avanço, de 10% ao ano, está previsto para Maceió<br />
(AL), Boa Vista (RR) e Macapá (AP). No entanto, em valores<br />
absolutos, vale lembrar que São Paulo e Rio de Janeiro<br />
ainda reinarão soberanos, com incremento previsto de<br />
R$ 61,1 bilhões e R$ 37,4 bilhões, respectivamente.<br />
CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM VALOR<br />
CLASSIFICAÇÃO<br />
CIDADE<br />
ESTADO<br />
BILHÕES (R$)<br />
1 GUARULHOS SP 5,7<br />
2 SÃO BERNARDO DO CAMPO SP 5,3<br />
3 OSASCO SP 5,1<br />
4 APARECIDA DE GOIÂNIA GO 3,7<br />
5 JABOATÃO DOS GUARARAPES PE 3,6<br />
6 RIBEIRÃO DAS NEVES MG 3,3<br />
7 ANANINDEUA PA 2,7<br />
8 NOVA IGUAÇU RJ 2,7<br />
9 CONTAGEM MG 2,7<br />
10 PAULISTA PE 2,6<br />
11 BETIM MG 2,5<br />
12 SÃO GONÇALO RJ 2,5<br />
13 DUQUE DE CAXIAS RJ 2,4<br />
14 OLINDA PE 2,1<br />
15 SANTO ANDRÉ SP 1,9<br />
16 CAUCAIA CE 1,9<br />
17 NITERÓI RJ 1,8<br />
18 ITAQUAQUECETUBA SP 1,7<br />
19 CARAPICUÍBA SP 1,7<br />
20 SERRA ES 1,6<br />
CIDADES COM MAIOR ALTA DO CONSUMO ATÉ 2020 - EM PERCENTUAL<br />
CLASSIFICAÇÃO CIDADE ESTADO PERCENTUAL (%)<br />
1 PAÇO DO LUMIAR MA 16<br />
2 RIBEIRÃO DAS NEVES MG 15<br />
3 SÃO JOSÉ DE RIBAMAR MA 15<br />
4 SÃO LOURENÇO DA MATA PE 14<br />
5 PAULISTA PE 14<br />
6 CAUCAIA CE 13<br />
7 CAMARAGIBE PE 13<br />
8 PALHOÇA SC 12<br />
9 IGARASSU PE 12<br />
10 MARITUBA PA 12<br />
11 CAMAÇARI BA 12<br />
12 APARECIDA DE GOIÂNIA GO 12<br />
13 MARANGUAPE CE 11<br />
14 BETIM MG 11<br />
15 OSASCO SP 11<br />
16 TIMOM MA 11<br />
17 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS PR 11<br />
18 COLOMBO PR 11<br />
19 JABOATÃO DOS GUARARAPES PE 11<br />
20 PINHAIS PR 11<br />
26 SM.COM.BR | JULHO 2013
CAPA<br />
PREPARA BRASIL<br />
QUAIS AS<br />
VANTAGENS E<br />
DESVANTAGENS<br />
DOS GIGANTES<br />
E DO VAREJO<br />
REGIONAL<br />
PARA OCUPAR<br />
ESSE ‘NOVO’<br />
TERRITÓRIO?<br />
TERRITÓRIO?<br />
4<br />
REDES LOCAIS<br />
TENDEM A SER<br />
ALVO DE<br />
AQUISICOES?<br />
QUE CUIDADOS<br />
DEVEM SER<br />
TOMADOS NA<br />
HORA DE COMPRAR<br />
EMPRESAS?<br />
Ambos os segmentos têm boas condições<br />
de se dar bem. A favor dos locais está o fato de<br />
já conhecerem bem as preferências do público,<br />
contarem com sortimento direcionado àquela<br />
população e terem acesso fácil a fornecedores<br />
da região. Também tomam decisões mais ágeis<br />
e estão completamente focados naquela área,<br />
o que permite vislumbrar boas oportunidades.<br />
O assédio deve aumentar. Há alguns<br />
anos, a McKinsey desenvolveu um estudo para<br />
saber o que há em comum entre as empresas<br />
mais bem-sucedidas. Constatou que 80% do<br />
crescimento de uma companhia ocorre porque<br />
ela está no lugar certo ou comprou quem<br />
está nessa posição. Segundo Hirose, boas redes<br />
em áreas em crescimento deverão ser alvo de<br />
aquisições, o que pode ser uma boa notícia para<br />
quem está disposto a negociar. Já para quem<br />
pensa em ir às compras, o consultor recomenda<br />
alguns cuidados. Um deles é verificar com rigor<br />
se a empresa tem, de fato, relevância, e o outro<br />
é tentar adquirir redes e não lojas independentes.<br />
“Sair comprando unidades é muito complicado”,<br />
ressalta. Implica gastos e aborrecimento<br />
na integração de sistemas e logística, entre outros<br />
fatores. Outra análise que deve ser feita é<br />
em relação ao preço, evitando fechar o negócio<br />
03<br />
Bom exemplo é a rede paulista Amarelinha, que<br />
no final do ano passado decidiu abrir seu quarto<br />
supermercado, chegando à cidade de Sertãozinho<br />
(SP), onde o consumo crescerá 12% ao ano.<br />
“Optamos por um bairro novo, com muitos condomínios<br />
em construção”, relata Letícia Justino,<br />
administradora da rede. O movimento ainda é<br />
modesto, mas assim que o consumo crescer,<br />
a rede estará pronta para atender a demanda.<br />
Importante: a empresa não se endividou. Usou<br />
recursos próprios para investir na nova loja e<br />
garantir a saúde financeira da companhia. Não<br />
por acaso Enéas Pestana, presidente do Grupo<br />
Pão de Açúcar, declarou recentemente que os<br />
médios e pequenos preocupam mais do que os<br />
concorrentes do mesmo tamanho. Segundo ele<br />
é difícil concorrer com quem conhece o cliente<br />
pelo nome. De qualquer jeito, isso não afasta do<br />
jogo o Grupo e seus rivais. Eles têm trunfos importantes:<br />
escala e maior poder de investimento.<br />
com valor inflacionado, que pode demorar a<br />
se pagar e até comprometer o fluxo de caixa.<br />
Especialista em análises de localização,<br />
Tadeu Masano, presidente da Geografia de<br />
Mercado, alerta ainda para negócios aparentemente<br />
tentadores, mas que acabam se<br />
revelando um verdadeiro mico. Um exemplo<br />
típico é adquirir uma rede pequena após se<br />
encantar com parte dela, situada em boas cidades.<br />
“Duas lojas podem ser ótimas, mas se o<br />
negócio inclui oito unidades problemáticas,<br />
não vale a pena”, exemplifica Masano.<br />
28 SM.COM.BR | JULHO 2013
CAPA<br />
PREPARA BRASIL<br />
6<br />
NESTA REPORTAGEM<br />
VOCÊ VIU:<br />
CIDADES ONDE O CONSUMO<br />
MAIS VAI CRESCER<br />
COMO AVALIAR SE CONVÉM<br />
ABRIR LOJAS NELAS<br />
FORMATOS MAIS INDICADOS<br />
E CUIDADOS A SER TOMADOS<br />
05<br />
QUAL O<br />
PERFIL<br />
DO NOVO PÚBLICO<br />
E COMO<br />
ATENDÊ-LO?<br />
O estudo da McKinsey mostra que cidades<br />
com grande concentração da classe C têm maior<br />
potencial de crescimento. E esse público está aos<br />
poucos sofisticando a cesta de compras. O mais<br />
importante é considerar o tipo de consumidor que<br />
a loja quer atingir e suas preferências. No caso das<br />
redes que vêm de fora, manter sortimento e atendimento<br />
padronizados não costuma funcionar. De<br />
acordo com Hirose, o perfil de clientes muda, por<br />
exemplo, conforme as características do crescimento<br />
daquela área, ou seja, se é um lugar com<br />
QUAL FORMATO<br />
DE LOJA MAIS SE<br />
ADAPTA ÀS CIDADES<br />
EM CRESCIMENTO?<br />
O ATACAREJO É O<br />
MELHOR FORMATO?<br />
Não há resposta única para essa<br />
questão. O que se verifica é que o formato<br />
atacarejo tem se revelado atrativo<br />
para absorver a demanda de regiões adjacentes<br />
ao município onde está instalado.<br />
Afinal, com seu apelo de preço baixo,<br />
costuma fazer com que as pessoas se<br />
desloquem para comprar. “Esse formato<br />
é importante quando se quer atingir cidades<br />
próximas”, analisa Rogério Hirose, da<br />
McKinsey. Já o supermercado de bairro<br />
não tem essa pretensão, mas tem enorme<br />
potencial, desde que garanta bom atendimento<br />
e atenda às compras pequenas<br />
de conveniência. Isso sobretudo em cidades<br />
de porte médio para grande, onde<br />
o tempo é cada vez mais escasso. Vale<br />
lembrar ainda que, em termos de valor, a<br />
McKinsey prevê que o consumo crescerá<br />
bastante em cidades de grande extensão<br />
e próximas às capitais, como Guarulhos<br />
(SP), Jaboatão dos Guararapes (PE) e<br />
Aparecida de Goiânia (GO). Tadeu Masano,<br />
da Geografia de Mercado, ressalta<br />
apenas que não é fácil operar bem vários<br />
formatos e sugere: “é preciso definir uma<br />
estratégia, ter claro onde se quer atacar”.<br />
movimento industrial ou uma região de passagem,<br />
entre outros fatores. A rede cearense Frangolândia<br />
observou isso ao inaugurar, no final de<br />
2011, uma loja situada no caminho entre Fortaleza<br />
e Teresina. Instalou um restaurante self-service e<br />
buscou parceria com uma empresa de ônibus que<br />
faz a rota para parar no local. Logo de cara, conquistou<br />
30% dos passageiros. Esse tipo de estratégia,<br />
moldada às necessidades do cliente de cada<br />
filial, terá de ser cada vez mais comum para quem<br />
pretende desbravar mercados em crescimento.<br />
30 SM.COM.BR | JULHO 2013
NEGÓCIOS<br />
Muitos importados, alimentos e bebidas mais<br />
sofisticados e soluções prontas com<br />
apelo à gastronomia. Esses são os principais<br />
atributos das lojas gourmets, um negócio<br />
rentável que deve se expandir com o<br />
crescimento das classes A e B nos próximos anos<br />
UPER<br />
TEXTO ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINI@SM.COM.BR<br />
OURMETREDE<br />
ITALIANA<br />
NO BRASIL<br />
Por meio<br />
de um acordo<br />
com os donos<br />
do St. Marche,<br />
a rede italiana<br />
Eataly, de<br />
lojas com apelo<br />
gastronômico,<br />
abrirá a<br />
primeira filial<br />
no Brasil, na<br />
capital paulista<br />
ERCADOS<br />
ASTRONÔMICOS<br />
32 SM.COM.BR | JULHO 2013
JULHO 2013 | SM.COM.BR 33<br />
FOTOS THE COMMONS
GOURMETS<br />
NEGÓCIOS<br />
ESAFIOS DO<br />
IX<br />
O sortimento é o principal atributo para transmitir ao cliente<br />
a proposta de supermercado gourmet. Veja o que fazer:<br />
Entender o que o cliente gosta<br />
Oferecer produtos diferentes com frequência<br />
Não apostar num novo item antes de testá-lo com o público<br />
Incentivar consumo de ingredientes e pratos brasileiros<br />
DIVULGAÇÃO<br />
O<br />
bserve as fotos da página anterior. Elas<br />
são do supermercado italiano Eataly,<br />
rede cuja proposta é atender os chamados<br />
consumidores gourmets. Para<br />
isso, o mix inclui alimentos e bebidas<br />
requintadas, além de as lojas oferecerem<br />
atendimento e experiência de<br />
compras diferenciados. A empresa italiana<br />
foi uma das que inspiraram, na<br />
década de 1990, algumas redes nacionais<br />
a criar lojas voltadas para o público<br />
de maior poder aquisitivo que<br />
também valoriza esse tipo de consumo.<br />
Passados cerca de 20 anos, o Eataly<br />
deve chegar à cidade de São Paulo em<br />
breve por meio de uma parceria com<br />
o St. Marche, rede paulistana que atua<br />
nesse segmento. Sua entrada no País<br />
se justifica pelo potencial de crescimento<br />
das classes A e B e também da<br />
C, que começa a valorizar esses estabelecimentos<br />
(veja gráficos). “O modelo<br />
gourmet é uma tendência. Mas ainda<br />
estamos aprendendo a lidar com<br />
ele”, diz Rafael D’Andrea, consultor da<br />
ToolboxTM. Apesar disso, há exemplos<br />
de sucesso no Brasil. Confira a seguir.<br />
CRESCIMENTO DAS CLASSES<br />
Alta do poder aquisitivo deve impulsionar abertura de lojas gourmets<br />
CLASSES AB<br />
118%<br />
em milhões de brasileiros<br />
crescimento<br />
2003 2003<br />
13.330.250<br />
19.967.424<br />
2009 2009<br />
22.526.223<br />
2011 2011<br />
2014 2014<br />
CLASSE C<br />
79,1%<br />
crescimento<br />
em milhões de brasileiros<br />
65.879.496<br />
94.944.066<br />
105.468.908<br />
29.116.200 118.013.742<br />
Fonte: FGV/SP<br />
34 SM.COM.BR | JULHO 2013
GOURMETS<br />
NEGÓCIOS<br />
São mais de 1.000 rótulos na adega das<br />
lojas, sortimento com cerca de 50% de<br />
importados, uma padaria com pães finos<br />
sem conservantes e aditivos químicos,<br />
açougue e área de congelados com<br />
itens especiais. Soma-se a isso uma<br />
mercearia completa reconhecida pelo<br />
cliente, que costuma dizer: “Se não tem<br />
no Palato, não tem em lugar nenhum”.<br />
Todo esse requinte e amplitude no mix<br />
sustentam o posicionamento gourmet<br />
ALATO<br />
UPER-<br />
ERCADO<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
Incentivar a cultura do<br />
‘comer bem’, com cursos de<br />
gastronomia e degustações,<br />
além de oferecer um<br />
sortimento no qual os<br />
importados representam<br />
cerca de 50 % dos itens.<br />
É assim que o Palato cresce<br />
à taxa média de 26 % ao ano<br />
PREMIUM<br />
EM TODAS<br />
AS SEÇÕES<br />
Produtos<br />
diferenciados<br />
são encontrados<br />
também em<br />
seções de não<br />
alimentos.<br />
A rede possui<br />
uma área de<br />
presentes, que<br />
inclui produtos<br />
exclusivos e soma<br />
6.000 itens, o<br />
que permite<br />
trabalhar com<br />
lista de casamento<br />
da rede de Maceió (AL). Com três unidades,<br />
vem alcançando altos índices de<br />
crescimento. Entre 2010 e 2011, apresentou<br />
aumento de 18% nas vendas. No<br />
ano seguinte, registrou nova alta. Dessa<br />
vez de 32% sobre o período anterior. E,<br />
para este ano, as expectativas continuam<br />
positivas. O Palato espera elevar o<br />
faturamento em mais 28%.<br />
Criada em 1992 como uma butique<br />
de pães, a empresa viu uma boa oportunidade<br />
de oferecer também embutidos<br />
importados da França e da Itália,<br />
vinhos e a linha diet light. “Vimos que<br />
esses produtos não eram vendidos na<br />
cidade e que existia uma clientela que<br />
não estava sendo bem atendida”, afirma<br />
Charles Rozenbaum, gestor comercial.<br />
Hoje, 70% do público que frequenta o<br />
Palato pertence às classes A e B e 30% à<br />
C. Mesmo atendendo, em sua maioria,<br />
consumidores de maior poder aquisitivo,<br />
a rede acredita que é possível desenvolver<br />
ainda mais o que chama de ‘cultura<br />
do comer bem’. Para isso, realiza<br />
cursos de gastronomia e degustações.<br />
“O conhecimento faz com que a pessoa<br />
consiga fazer um prato mais sofisticado,<br />
o que a leva a consumir ingredientes premium”,<br />
explica Rozembaum. Para reforçar<br />
a imagem de sofisticação, a rede conta<br />
com restaurante que oferece cardápio<br />
internacional, área de sushi e bombons<br />
artesanais exclusivos. A busca por novidades<br />
não para por aí. Nem deve. Afinal,<br />
é assim que se conquistam clientes.<br />
36 SM.COM.BR | JULHO 2013
GOURMETS<br />
NEGÓCIOS<br />
Com seis lojas em MG — e mais uma com 2010, o aumento foi de 46%. Para<br />
em planejamento —, o Verdemar se diz abrir sua primeira loja, em 1993, Poni e<br />
um supermercado gastronômico. “Pesquisamos<br />
constantemente essa área, nos supermercados gourmets Dean &<br />
o sócio Hallison Moreira se inspiraram<br />
por isso afirmamos que somos mais Deluca, Balducci’s e Zabar’s, dos Estados<br />
Unidos. “Achamos viável trazer<br />
do que gourmet. Queremos entender<br />
e superar as expectativas do cliente”, esse modelo para Minas Gerais”, conta.<br />
afirma Alexandre Poni, um dos sócios O apelo gastronômico é traduzido<br />
da rede. No ano passado, a empresa nas seções de alimentação pronta, como<br />
a padaria, a temakeria, a pizzaria –<br />
faturou R$ 404 milhões – alta de 21%<br />
sobre o ano anterior. Já na comparação que oferece cerca de 50 sabores –, além<br />
ERDEMAR<br />
UPER-<br />
ERCADO<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
Mais rentabilidade e<br />
vendas. Inspirado<br />
em redes norteamericanas,<br />
o<br />
Verdemar aposta nas<br />
áreas de alimentação<br />
pronta para reforçar<br />
a proposta de<br />
loja gastronômica<br />
DEFINIÇÃO<br />
DO MIX DE<br />
PRODUTOS<br />
Segundo<br />
Alexandre Poni,<br />
sócio da rede,<br />
não existe receita<br />
para acertar<br />
o sortimento.<br />
O ideal é realizar<br />
testes para<br />
identificar os<br />
produtos com<br />
boa aceitação<br />
entre os<br />
consumidores.<br />
“É erro e acerto”,<br />
afirma ele<br />
das áreas de sopas, saladas e da cafeteria,<br />
onde é vendido café torrado pelas<br />
próprias lojas. Já no mix de alimentos e<br />
bebidas, os importados são tidos como<br />
os maiores diferenciais. São mais de 800<br />
itens de 26 países. Entre eles, o carrochefe<br />
são os vinhos. “Mas apostamos<br />
no aumento cada vez maior da procura<br />
por biscoitos e chocolates estrangeiros”,<br />
diz Poni. O segredo para acertar<br />
no sortimento? “Não tem fórmula. É<br />
erro e acerto. Testamos e vemos o que<br />
tem boa aceitação pelo cliente”, conta<br />
o varejista, sempre de olho no público.<br />
38 SM.COM.BR | JULHO 2013
GOURMETS<br />
NEGÓCIOS<br />
(RJ). A compra deu maior impulso à<br />
proposta do Perini de ser uma opção<br />
para clientes gourmets. Isso porque a<br />
Cencosud possui bandeiras com esse<br />
posicionamento em outros países,<br />
como Jumbo e Wong, que servem de<br />
benchmar king. Hoje, além das delicatessens,<br />
a rede também opera supermercados.<br />
Ao todo, são oito filiais. A<br />
mais recente abriu suas portas em<br />
outubro de 2012 em Recife (PE). Com<br />
investimento de R$ 17 milhões, a rede<br />
afirma que essa é a primeira loja gourmet<br />
da capital pernambucana. “Recife<br />
é um dos grandes polos de negócios do<br />
Nordeste”, afirma Cássio Luis Rocha,<br />
gerente de operações da Perini. Com<br />
2,3 mil m 2 , a filial oferece 21 mil itens<br />
nacionais e importados. Só em bebidas<br />
são 150 rótulos de cervejas especiais<br />
e 5 mil de vinhos. O sortimento inclui<br />
ainda carnes exóticas, como javali, ja-<br />
UPER-<br />
ERCADO<br />
Criada em 1964, a rede Perini se consolidou<br />
no mercado baiano como uma<br />
marca forte de delicatessen. Tanto é<br />
que todos os anos aparece entre as<br />
mais lembradas dessa categoria em<br />
pesquisas nas quais os consumidores<br />
apontam aquelas que vêm primeiro<br />
à sua mente. Em 2010, foi adquirida<br />
pela chilena Cencosud, também dona<br />
do GBarbosa, com lojas na Bahia e<br />
Sergipe; do Bretas (MG); e do Prezunic<br />
ERINI<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
Adquirido pela chilena<br />
Cencosud em 2010,<br />
o Perini ganhou<br />
investimentos. Só em<br />
2012, gastou R$ 17<br />
milhões para abrir um<br />
supermercado gourmet<br />
em Recife. E pode vir<br />
muito mais por aí<br />
PÚBLICO<br />
EXIGENTE<br />
É DESAFIO<br />
Frequentado por<br />
consumidores<br />
mais exigentes,<br />
as lojas com<br />
apelo à<br />
gastronomia<br />
precisam<br />
garantir uma boa<br />
experiência de<br />
compra, o que<br />
inclui ambiente<br />
agradável e<br />
requintado,<br />
além de bom<br />
atendimento<br />
caré, rã e coelho. Assim como outros supermercados<br />
do segmento, a unidade se<br />
destaca pelo ambiente requintado, um<br />
atributo bastante importante, segundo<br />
Rafael D’Andrea, da Toolbox TM. “Esse<br />
tipo de loja não pode descuidar da atmosfera<br />
e do atendimento, pois trabalha<br />
com um público exigente”, conclui.<br />
NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />
EXPANSÃO DOS SUPERMERCADOS GOURMETS<br />
EXEMPLOS BEM-SUCEDIDOS<br />
40 SM.COM.BR | JULHO 2013
NEGÓCIOS<br />
O QUE<br />
FAZER<br />
COM OS<br />
ESPACOS<br />
DIANTE<br />
DE TANTAS<br />
MARCAS<br />
SONDAGEM DE SM<br />
MOSTRA QUE<br />
A MAIORIA DOS<br />
VAREJISTAS TEM<br />
INTENSIFICADO<br />
A SUBSTITUIÇÃO DE<br />
MARCAS. ENTENDA<br />
POR QUE E VEJA QUAL<br />
É A MELHOR OPÇÃO<br />
?<br />
T E X T O A L E S S A N D R A M O R I T A A L E S S A N D R A . M O R I T A @ S M . C O M . B R<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 45
AUMENTO DE MARCAS<br />
NEGÓCIOS<br />
OENTRA<br />
E SAI DE<br />
MARCAS<br />
DEVE<br />
VIRAR<br />
ROTINA<br />
NÚMERO DE MARCAS NÃO PARA DE CRESCER,<br />
O QUE TEM DESAFIADO O VAREJO A REVER FRE-<br />
QUENTEMENTE SEU MIX. COM UM MERCADO<br />
BEM MAIS DINÂMICO, O VAREJO PRECISA AGO-<br />
RA DE ANÁLISES, TESTES E PROCESSOS<br />
Sondagem de SM feita em abril com 103<br />
supermercadistas de todo o País mostra<br />
que o percentual de varejistas que elevaram<br />
o número de marcas superou 45%.<br />
Já a quantidade de marcas de 20 categorias<br />
de alto giro aumentou, em média,<br />
15%. Tudo em função de mudanças nos<br />
hábitos de consumo com a consequente<br />
entrada de linhas sofisticadas no mercado,<br />
além do crescimento da classe C no<br />
interior do País, que acaba impulsionando<br />
marcas regionais e intermediárias. De<br />
acordo com a sondagem, a principal iniciativa<br />
para acomodar mais opções no<br />
sortimento tem sido reduzir os itens de<br />
menor giro, que é o acertado. A dúvida<br />
do setor é se os critérios adotados são os<br />
mais corretos e se valem para todas as<br />
lojas. “O ideal é que as decisões de sortimento<br />
sejam tomadas filial a filial”, afirma<br />
Fernando Pierry, sócio da Pep pers &<br />
Rogers Group América Latina, consultoria<br />
especializada em soluções individuais<br />
para clientes. Quando isso não for<br />
possível, a rede deve trabalhar com clusters.<br />
Eduardo Bonilha, outro consultor<br />
da Peppers, explica: para uma empresa<br />
de 30 lojas, por exemplo, é possível definir<br />
grupos de cinco ou seis filiais, considerando<br />
indicadores como tamanho da<br />
loja, localização geográfica, renda dos<br />
domicílios, número de pessoas nos lares,<br />
gasto médio, compra de reposição<br />
ou abastecimento, entre outros. “O agrupamento<br />
de filiais ou a decisão loja a loja<br />
são importantes porque permitem ao<br />
varejista entender as necessidades dos<br />
clientes, testar produtos e entregar soluções<br />
próximas do ideal”, defende.<br />
Afinal, em algumas categorias o excesso<br />
de marcas é especialmente crítico. Casos<br />
de shampoos, condicionadores e cervejas,<br />
que passam por uma premiunização do<br />
consumo, com várias opções no mercado<br />
hoje desejadas pelo público. Mais de 60%<br />
dos supermercadistas aumentaram o número<br />
de marcas de shampoos e 56% elevaram<br />
o de condicionadores, sendo que a<br />
alta média foi de 17% em ambos os casos.<br />
O que motivou o aumento foi a entrada do<br />
segmento salão, que tem entre suas principais<br />
representantes Tresemmé, da Unilever,<br />
e Wella ProSeries, da P&G.<br />
DE MAIOR VALOR AGREGADO, ESSAS<br />
marcas têm sido alvo de grandes investimentos<br />
de seus fabricantes, o que<br />
provocou o interesse de consumidores<br />
e supermercadistas. “Esse movimento<br />
dos varejistas na categoria de cabelos é<br />
bom e correto”, aprova Ari Kertesz, só-<br />
46 SM.COM.BR | JULHO 2013
AUMENTO DE MARCAS<br />
NEGÓCIOS<br />
cio da consultoria McKinsey. “Não vale<br />
a pena insistir em produtos de grande<br />
volume e preço baixo, pois levam a um<br />
resultado de pouca rentabilidade. O supermercadista<br />
precisa estar antenado<br />
nos itens que aumentam o tíquete e a<br />
lucratividade da categoria”, afirma.<br />
Segundo Kertesz, é preciso identificar<br />
os produtos com uma proposta de valor<br />
bem aceita pelo consumidor, e também<br />
aqueles que não atendem suas necessidades,<br />
para eliminá-los do sortimento.<br />
“Há uns três anos, a Unilever investiu<br />
no relançamento de Seda e o resultado<br />
não foi o esperado. Agora, ela atende o<br />
desejo da consumidora ao oferecer o<br />
segmento salão”, avalia.<br />
Essa também tem sido a percepção de<br />
supermercadistas. Na rede SuperBom,<br />
com 11 lojas em Campos dos Goytacazes<br />
(RJ), a inclusão das marcas de salão<br />
da Unilever e da P&G (mais caras)<br />
provocou uma queda na procura pelas<br />
versões tradicionais (mais baratas), elevando<br />
o faturamento em 25%, no caso<br />
de shampoos, e em 34%, no de condicionadores<br />
(2012 x 2011). “Hoje, só Tresemmé<br />
representa 20% das vendas da<br />
categoria”, afirma Lucas Barcelos, diretor<br />
da rede. Quem também teve uma boa<br />
O QUE O<br />
CLIENTE<br />
QUER?<br />
QUANDO INDÚSTRIA<br />
E VAREJO<br />
OFERECEM O QUE O<br />
CLIENTE DESEJA –<br />
CASO DOS SHAMPOOS<br />
E CONDICIONADORES<br />
DO SEGMENTO SALÃO<br />
– OS RESULTADOS<br />
SÃO MUITO BONS.<br />
DUAS REDES TIRARAM<br />
ITENS DE BAIXO<br />
GIRO PARA ABRIR<br />
ESPAÇO A TRESEMMÉ<br />
E PROSERIES<br />
E MULTIPLICARAM<br />
O FATURAMENTO<br />
experiência foi o Imec, 20 lojas na região<br />
de Lajeado (RS). Esses produtos elevaram<br />
o tíquete médio de itens de cuidados<br />
com os cabelos. Antes, o gasto com<br />
shampoos ficava em torno de R$ 3 a<br />
R$ 5. Com a inclusão do novo segmento,<br />
aumentou para R$ 9 a R$ 12. “Em relação<br />
aos primeiros meses de introdução dos<br />
novos itens, o espaço dedicado a eles triplicou”,<br />
conta Leonardo Taufer, diretor<br />
comercial do Imec. Tanto na rede gaúcha<br />
quanto no SuperBom, foram retiradas<br />
do sortimento versões de shampoos<br />
e condicionadores que registraram queda<br />
após a inclusão do novo segmento.<br />
MOVIMENTO SEMELHANTE ACONTECEU<br />
com as cervejas. Conforme a sondagem<br />
de SM, 52% dos supermercadistas aumentaram<br />
a quantidade de marcas na<br />
categoria. O número cresceu em torno<br />
de 17% e se explica pela inclusão das<br />
marcas especiais, de perfil mais artesanal.<br />
Na fluminense SuperBom seis delas<br />
entraram no sortimento entre 2011<br />
e 2012, contribuindo para que as vendas<br />
alcançassem alta de 59% no período.<br />
Incluir novos segmentos requer análise<br />
sobre a adesão do produto à proposta<br />
de atendimento do supermercado.<br />
NORIO ITO<br />
48 SM.COM.BR | JULHO 2013
AUMENTO DE MARCAS<br />
NEGÓCIOS<br />
“Uma loja que atende consumidores de<br />
maior renda tem obrigação de oferecer<br />
cervejas especiais. Mas outra frequentada<br />
por público de baixa renda deve<br />
avaliar se vale a pena trabalhar com tais<br />
marcas e, caso seja vantajoso, com que<br />
variedade”, explica o especialista Fernando<br />
Pierry, da Peppers & Rogers.<br />
JÁ NO QUE SE REFERE À RETIRADA<br />
de itens, a categoria de cerveja tem suas<br />
peculiaridades. A variedade é importante<br />
para atender o público – além das<br />
especiais, o segmento premium também<br />
cresce –, e o varejo vem diversificando<br />
os fornecedores para não ficar<br />
nas mãos da fabricante líder. Resultado:<br />
tem-se diminuído o número de frentes<br />
e elevado a frequência de reposição. A<br />
estratégia, no entanto, traz riscos. “Produtos<br />
que não vendem não ajudam a<br />
ganhar poder de barganha, isso é ilusão”,<br />
afirma Ari Kertesz, da McKinsey.<br />
“Além disso, reduzir as frentes pode<br />
prejudicar as vendas da categoria como<br />
um todo, pois atrapalha a visibilidade<br />
das marcas. O indicado é realizar<br />
mais promoções das marcas de maior<br />
competitividade, para desconcentrar<br />
as vendas”, afirma o consultor.<br />
A PROCURA<br />
PELO<br />
SAUDÁVEL<br />
OS SUCOS PRONTOS<br />
TAMBÉM TIVERAM<br />
O NÚMERO DE<br />
MARCAS ELEVADO<br />
NO AUTOSSERVIÇO<br />
EM FUNÇÃO DO DESEJO<br />
DO BRASILEIRO<br />
DE ADERIR A UMA<br />
BOA ALIMENTAÇÃO.<br />
PELO MENOS 58%<br />
DOS RESPONDENTES<br />
DO LEVANTAMENTO<br />
INCLUÍRAM<br />
NOVAS MARCAS NO<br />
SORTIMENTO<br />
DE SUAS LOJAS<br />
Para evitar problemas com espaço inadequado,<br />
o Archer – 10 unidades na<br />
região de Brusque (SC) – aposta nos<br />
pontos extras, como ilhas e pontas de<br />
gôndolas, com o intuito de ampliar a<br />
exposição da categoria. “No último<br />
ano, incluímos a marca Itaipava, a pedido<br />
dos nossos clientes”, conta Udo<br />
Wandrey, gerente comercial. Segundo<br />
ele, a política dos próprios fabricantes<br />
de descontinuar SKUs do seu portfólio<br />
tem ajudado a enxugar o sortimento.<br />
Outra mudança do consumidor que<br />
tem influenciado o aumento do número<br />
de marcas é a maior procura por itens<br />
saudáveis. Atrás disso está a alta em sucos<br />
prontos. A sondagem de SM indica<br />
que 58% dos respondentes incluíram<br />
novas marcas na categoria, cujo número<br />
médio aumentou 17%. “Existe uma<br />
tendência forte ao consumo saudável,<br />
mas quando estudamos o comportamento<br />
do cliente por loja, identificamos<br />
que numa mesma filial pode haver pessoas<br />
sensíveis a esses produtos e outras<br />
para as quais eles não fazem diferença”,<br />
afirma Pierry, da Peppers & Rogers. Ou<br />
seja, mais uma vez fica claro que o número<br />
de marcas com esse apelo a ser<br />
incluído no mix deve mudar em cada<br />
VAREJISTAS QUE ELEVARAM AS MARCAS<br />
62 % 58 %<br />
56 % 52 %<br />
52 %<br />
SHAMPOO<br />
SUCO PRONTO<br />
CONDICIONADOR<br />
CERVEJA<br />
BISCOITO<br />
O NÚMERO MÉDIO DE MARCAS AUMENTOU EM...<br />
17 %<br />
17 %<br />
17 %<br />
16 %<br />
17 % 62 %<br />
O ESPACO VEIO DA AMPLIACÃO DE PRATELEIRAS<br />
38 %<br />
41 %<br />
34 %<br />
45 % 45 %<br />
38 %<br />
SHAMPOO<br />
SUCO PRONTO<br />
CONDICIONADOR<br />
CERVEJA<br />
BISCOITO<br />
...E DA EXCLUSÃO DE ITENS DE BAIXO GIRO<br />
63 %<br />
59 % 66 %<br />
55 %<br />
50 SM.COM.BR | JULHO 2013
AUMENTO DE MARCAS<br />
NEGÓCIOS<br />
unidade de acordo com o tamanho do<br />
público interessado no segmento.<br />
Ao identificar uma maior procura por<br />
bebidas sem conservantes, o SuperBom<br />
viu uma boa oportunidade para incluir<br />
quatro marcas do segmento de sucos<br />
integrais no sortimento. A introdução<br />
foi feita em todas as lojas, pois, como<br />
ficam na mesma cidade, atendem público<br />
com comportamento semelhante.<br />
Esses sucos cresceram 37% na rede no<br />
primeiro semestre deste ano em comparação<br />
com igual período de 2012. “Para<br />
acomodar as linhas de integrais, retiramos<br />
do mix uma marca de baixa performance,<br />
com todas as suas versões”,<br />
conta Lucas Barcelos, diretor da rede.<br />
Independentemente da categoria, o<br />
ciclo de vida dos produtos está ficando<br />
menor, afirma Ari Kertesz, da McKinsey.<br />
E isso impõe maior necessidade de reavaliar<br />
constantemente o layout. Segundo<br />
a sondagem de SM, a busca por espaço é<br />
feita dentro da própria categoria, principalmente<br />
com o corte de itens de menor<br />
giro (veja gráfico). Mas, para o executivo,<br />
essa análise deve incluir ainda uma<br />
avaliação geral do desempenho de todas<br />
as categorias do supermercado a fim de<br />
identificar as que podem ser enxugadas.<br />
COM CERVEJA<br />
É MAIS<br />
COMPLICADO<br />
HOJE AS MARCAS<br />
ESPECIAIS E PREMIUM<br />
CONCORREM POR<br />
ESPAÇO COM<br />
AS REGULARES.<br />
A SOLUÇÃO NEM<br />
SEMPRE PASSA POR<br />
EXCLUSÃO DE ITENS.<br />
ARI KERTESZ, DA<br />
MCKINSEY, DEFENDE<br />
MAIS PROMOÇÕES<br />
DAS MARCAS<br />
COMPETITIVAS E<br />
AVALIAÇÃO<br />
DO ESPAÇO DE<br />
OUTRAS CATEGORIAS<br />
A ideia é diminuir espaço daquelas que<br />
vêm apresentando queda nas vendas de<br />
forma sistemática e ampliar as que estão<br />
em expansão. “A divisão de espaço nas<br />
lojas ainda é pouco consistente”, afirma<br />
Kertesz. “Eliminar SKUs para abrir espaço<br />
somente dentro da própria categoria<br />
pode trazer alguns riscos. Existe,<br />
por exemplo, a possibilidade de um item<br />
apresentar baixa rotatividade em função<br />
de uma precificação errada ou até mesmo<br />
por ter entrado em ruptura”, explica.<br />
Para Kertesz, apesar de a redistribuição<br />
do layout parecer complexa, é possível<br />
contar com a ajuda de fornecedores. “Se<br />
o fabricante entender os benefícios que<br />
a mudança trará para ele, certamente<br />
estará disposto a contribuir.” Além disso,<br />
diz o especialista, muitas categorias<br />
utilizam o mesmo tipo de mobiliário, o<br />
que facilita o redesenho. Esse tipo de<br />
adaptação, em um mercado no qual<br />
proliferam marcas e SKUs, é estratégico<br />
para quem quer ampliar resultados.<br />
NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />
NÚMERO DE MARCAS AINDA CRESCE<br />
CATEGORIAS MAIS CRÍTICAS<br />
NOVOS CRITÉRIOS PARA ABRIR ESPAÇO<br />
ARQUIVO SM<br />
52 SM.COM.BR | JULHO 2013
NEGÓCIOS<br />
APETITE PARA CRESCER<br />
Alexandre Wolff, diretor de vendas da Pepsico,<br />
comemora presença de Mabel em mais de 60% das<br />
principais lojas do País. E quer mais<br />
SOB<br />
NOVA<br />
Um ano após adquirir a Mabel,<br />
a Pepsico apresenta os primeiros<br />
resultados alcançados pela marca,<br />
que será o carro-chefe de sua<br />
expansão na categoria de biscoitos<br />
DIRECAOTEXTO RAFAEL FAUSTINO RAFAEL.OLIVEIRA@SM.COM.BR<br />
FOTO OMAR PAIXÃO/MAÍ<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 55
SOB NOVA DIREÇÃO<br />
NEGÓCIOS<br />
DIVULGAÇÃO<br />
LINHA DE<br />
PRODUÇÃO<br />
Cinco fábricas dão<br />
conta de produzir<br />
os biscoitos Mabel.<br />
Para crescer na<br />
categoria, a Pepsico<br />
tem apostado na<br />
união dessa força<br />
produtiva com o<br />
poder de distribuição<br />
da companhia.<br />
Após a aquisição, toda<br />
a equipe de Mabel,<br />
seja da área fabril<br />
ou administrativa,<br />
foi aproveitada pelos<br />
novos proprietários<br />
Já há algumas décadas,<br />
é reconhecida a força<br />
da Pepsico na venda e<br />
distribuição de salgadinhos,<br />
categoria que a<br />
empresa lidera no Brasil<br />
com a Elma Chips.<br />
Mas, no final de 2011,<br />
a empresa queria crescer<br />
também em biscoitos,<br />
segmento em que não possuía nenhuma<br />
marca. Entre criar uma estrutura<br />
produtiva própria, processo que levaria<br />
muitos anos, e adquirir empresa já consolidada<br />
no mercado, a Pepsico ficou<br />
com a segunda opção: comprou a goiana<br />
Mabel num negócio que envolveu cerca<br />
de R$ 800 milhões, segundo informações<br />
extraoficiais veiculadas na época.<br />
Marca com 60 anos de existência, a Mabel<br />
já possuía distribuição nacional, mas<br />
com relevantes diferenças regionais. Era<br />
forte no Centro-Oeste, onde foi criada, e<br />
tinha também boa participação em Minas<br />
Gerais. Fora dessas áreas, porém, o<br />
alcance era restrito. Em São Paulo, maior<br />
mercado consumidor do País, a Mabel<br />
trabalhava com uma média de apenas<br />
14 SKUs por loja, e estava presente em<br />
somente 3% dos estabelecimentos, segundo<br />
dados da Pepsico. O Sul era outra<br />
região com bom potencial, mas até então<br />
bem pouco trabalhada pela marca.<br />
A FÓRMULA PARA CRESCER FOI simples:<br />
unir a estrutura produtiva da Mabel,<br />
formada por cinco fábricas, com a força<br />
de distribuição da Pepsico, que conta<br />
com 2.200 promotores de venda só para<br />
atender supermercados no Brasil. É o<br />
que explica Alexandre Wolff, diretor de<br />
vendas da empresa: “inicialmente, o que<br />
precisávamos era de uma produção robusta,<br />
para iniciar um crescimento na<br />
categoria. Uma vez que conseguimos<br />
isso, unimos às nossas grandes fortalezas,<br />
que são a força e a capilaridade nas<br />
vendas”. Todo o pessoal da Mabel, tanto<br />
na área fabril como administrativa, foi<br />
aproveitado pelos novos proprietários.<br />
Com a marca em mãos, a Pepsico reformulou<br />
toda a linha da Mabel, seguindo<br />
a tendência atual de agregar valor<br />
aos produtos. Os biscoitos recheados<br />
56 SM.COM.BR | JULHO 2013
SOB NOVA DIREÇÃO<br />
NEGÓCIOS<br />
ANTES<br />
HOJE<br />
DIVULGAÇÃO<br />
PORTFÓLIO EM EVOLUÇÃO<br />
Reformulação do visual das embalagens<br />
e mudanças nas receitas dos biscoitos<br />
estão entre as novidades da Mabel<br />
35 %<br />
foi quanto cresceu o volume de<br />
vendas de biscoitos da Pepsico neste<br />
ano no autosserviço alimentar<br />
2.200<br />
promotores<br />
da Pepsico trabalham a marca<br />
Mabel nos supermercados<br />
Presença da Mabel no<br />
varejo alimentar de São Paulo,<br />
em percentual de lojas:<br />
3 % 18 %<br />
2012 2013<br />
ganharam mais recheio e os crocantes,<br />
mais crocância. O nome da marca<br />
e as imagens também receberam<br />
maior destaque nas embalagens.Tudo<br />
feito de forma cuidadosa, para não<br />
desagradar ao público tradicional dos<br />
produtos. “Realizamos pesquisas com<br />
consumidores, para avaliar a receptividade<br />
às mudanças, e a resposta foi<br />
muito positiva, o que nos fez seguir<br />
com a estratégia”, destaca Wolff.<br />
UM ANO DEPOIS DO INÍCIO do trabalho,<br />
os resultados começaram a aparecer.<br />
A distribuição ponderada da<br />
Mabel no Brasil – critério que mostra<br />
a penetração nas principais redes brasileiras<br />
– subiu cinco pontos percentuais,<br />
chegando a 60%. Em São Paulo,<br />
onde a presença correspondia a apenas<br />
3% do total de lojas, o índice já chegou<br />
a 18%, além de ter dobrado o número<br />
médio de SKUs. E, segundo medição da<br />
própria Pepsico, a Mabel deixou de ser<br />
a sétima marca mais vendida de biscoitos<br />
do País para se tornar a quarta.<br />
A intenção da empresa, porém, não<br />
era apenas ter uma marca forte, mas<br />
se tornar uma fabricante de peso em<br />
biscoitos. Por isso, a Pepsico também<br />
estendeu algumas marcas de sucesso<br />
para a categoria. Casos de Quaker<br />
e Tod dy, que hoje batizam cookies,<br />
lançados no início deste ano. Outras<br />
opções foram criadas, como as minitorradas<br />
Eqlibri. Resultado: de janeiro<br />
a maio de 2013, o volume de vendas<br />
de biscoitos da Pepsico cresceu<br />
35% no autosserviço alimentar sobre<br />
igual período de 2012. “Inicialmente,<br />
precisávamos de força na produção<br />
para iniciar um crescimento na categoria.<br />
Agora estamos começando<br />
nosso processo de inovação, com os<br />
cookies”, afirma Alexandre Wolff.<br />
Em um mercado pulverizado como<br />
o de biscoitos, crescer rapidamente<br />
não é tarefa fácil. “São quase 700 rótulos<br />
diferentes no Brasil inteiro, e cada<br />
lugar tem um líder regional”, ressalta<br />
o executivo. A empresa, contudo, não<br />
tem pressa. Com estratégias claras para<br />
cada região, sustenta a meta de alcançar<br />
70% das lojas mais importantes<br />
do País e continuar crescendo nas regiões<br />
Sul e Sudeste. Afinal, não há por<br />
que não sonhar em dar aos biscoitos a<br />
mesma visibilidade dos salgadinhos.<br />
NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />
PEPSICO APOSTA EM BISCOITOS FOCO É NA MARCA MABEL DISTRIBUIÇÃO ESTÁ AUMENTANDO ITENS AGORA TÊM MAIOR VALOR AGREGADO<br />
58 SM.COM.BR | JULHO 2013
COOPERAÇÃO<br />
5 º<br />
SM<br />
FÓRUM<br />
19<br />
COLABORATIVO<br />
CICLO<br />
VIRTUOSO<br />
COLABORAÇÃO GERA PARCERIA, QUE GERA CRESCIMENTO.<br />
VAREJO E INDÚSTRIA CONTINUARAM SEDIMENTANDO ESSE<br />
NOVO CAMINHO NA 5ª EDIÇÃO DO EVENTO, PROMOVIDO<br />
POR SM, QUE REUNIU CERCA DE 50 REDES E TRÊS GRANDES<br />
FORNECEDORES. NA PAUTA, O FOCO NAS VENDAS AO<br />
CONSUMIDOR E OPORTUNIDADES DE MAIOR RENTABILIDADE<br />
FOTOS PAULO PEREIRA ESTUDIO LUZIA<br />
60 SM.COM.BR | JULHO 2013
Pela quinta vez, supermercadistas de todo<br />
o Brasil se reuniram com três importantes<br />
fornecedores – nesta edição participaram<br />
J&J, Brasil Kirin e Danone – para discutir<br />
o aprimoramento dos serviços prestados,<br />
a melhoria do abastecimento e o<br />
foco no consumidor. Promovido por SM,<br />
o 5º Fórum Colaborativo Varejo & Indústria aconteceu<br />
no dia 26 de junho, no Expo Center Norte, na capital<br />
paulista. O evento já começa a gerar um ciclo<br />
vir tuoso na relação supermercado-fornecedor. Desta<br />
vez, cerca de 50 redes estiveram presentes, representadas<br />
por seus sócios, presidentes e diretores comerciais.<br />
Elas são responsáveis por um faturamento<br />
anual perto de R$ 30 bilhões. Além da interação,<br />
discussões e debates com os fabricantes presentes,<br />
os varejistas também acompanharam palestras do<br />
Banco Safra, sobre crescer com saúde financeira, e do<br />
Hay Group, que falou sobre clima organizacional no<br />
combate ao turnover e aproveitou para lançar uma<br />
pesquisa sobre o tema em parceria com SM. Outra<br />
apresentação foi do sócio da consultoria McKinsey<br />
Ari Kertesz. Ele compartilhou um estudo que visa<br />
uma melhor gestão de espaço de categorias. Além<br />
disso, houve ainda a tradicional troca de ideias e experiências<br />
entre todos os supermercadistas. Confira<br />
como foi o evento nas próximas páginas.<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 61
º FÓRUM<br />
COLABORATIVO<br />
ICLO<br />
VIRTUOSO<br />
CASE<br />
01<br />
JOHNSON &<br />
JOHNSON<br />
+ GRUPO<br />
MATEUS<br />
ESCOLHAS DE SUCESSO<br />
JOHNSON & JOHNSON<br />
SILVIO SILVA<br />
DIRETOR DA DIVISÃO NORTE/NORDESTE DA JOHNSON & JOHNSON<br />
“As parcerias da J&J não podem ser de curto prazo. Queremos relacionamentos<br />
que visam o longo prazo. Hoje, no Fórum, percebi como os supermercadistas estão<br />
mais abertos à cooperação. Querem que o sucesso alcançado na rede Mateus vire<br />
uma realidade também em suas empresas. Temos de avaliar a necessidade de cada<br />
varejista, mas temos interesse em novas parcerias, pois elas são boas para todos”<br />
COMO A J&J VIA O MATEUS<br />
A prioridade na rede era sell in (empurrar venda e estocar o grupo)<br />
Foco da negociação era preço, o que levava à concentração<br />
de compras no fim do mês<br />
Rede ocupava 25º lugar no faturamento da divisão NENO<br />
(Norte/Nordeste)<br />
Participação do Mateus nas vendas da divisão era de apenas 1,2%<br />
COMO O MATEUS VIA A J&J<br />
Os produtos da fabricante eram vistos apenas como<br />
complemento de cesta<br />
A representatividade em faturamento e lucro era muito pequena<br />
Sempre Livre, absorvente líder de mercado, respondia por apenas<br />
6% das vendas da categoria (no Nordeste, a fatia era de 25%)<br />
O QUE AS EMPRESAS FIZERAM<br />
Mudaram o foco de preço para o consumidor: sell out<br />
Reduziram a quase zero a concentração no fim do mês<br />
Foi feito estudo para conhecer o shopper<br />
Equipes envolvidas com processos de abastecimento e compras das<br />
duas redes passaram a interagir mais<br />
Alinharam participação de Sempre Livre à sua fatia no mercado<br />
Foi realizada uma revisão de sortimento<br />
Novos SKUs entraram no cadastro da rede<br />
A participação dos produtos da Johnson & Johnson na gôndola<br />
foi alinhada ao market share<br />
Produtos de maior giro passaram a ficar estocados na rede<br />
Execução no ponto de venda ficou mais ágil<br />
RESULTADOS ALCANÇADOS PELAS EMPRESAS<br />
O sell out – venda ao consumidor – aumentou 227% entre 2009 e 2012.<br />
Já as vendas da J&J para o Mateus tiveram alta de 139%<br />
Mateus hoje faz parte das 10 empresas com maior faturamento na<br />
unidade NENO da J&J<br />
Rede cresceu 80% em vendas na operação nordestina da J&J<br />
A participação da varejista nos negócios da divisão subiu 12%<br />
“A nossa parceria com a J&J<br />
deixou a lição de que o varejo<br />
precisa ser flexível para ganhar<br />
lá na frente. A indústria<br />
também deve corresponder<br />
com profissionalismo. Quanto<br />
ao Fórum, é um evento de alto<br />
nível, com temas estratégicos<br />
para o varejo. A visão da Brasil<br />
Kirin chamou a atenção.<br />
Conversei com eles e já estão<br />
surgindo ideias de negócios”<br />
Jesuíno Martins<br />
Diretor comercial do Grupo Mateus<br />
“Participei pela primeira vez<br />
do evento e me surpreendi<br />
pela qualidade e a importância<br />
dos temas debatidos, além<br />
da adesão do setor e da<br />
indústria. O relacionamento<br />
que proporciona a todos é o<br />
ponto forte. Conseguimos<br />
trocar informações com colegas<br />
do setor e ainda firmar parcerias<br />
e cobrar os representantes<br />
das indústrias presentes”<br />
Paulo Beal<br />
Diretor do Super Beal<br />
62 SM.COM.BR | JULHO 2013
º FÓRUM<br />
COLABORATIVO<br />
ICLO<br />
VIRTUOSO<br />
BRASIL KIRIN<br />
GEOVANE KRUG DE BORBA<br />
VICE-PRESIDENTE COMERCIAL<br />
“O Brasil é a grande aposta da Kirin e o autosserviço alimentar tem uma enorme<br />
importância para atingirmos nossos resultados, assim como o segmento de cervejas<br />
especiais. Este Fórum é, sem dúvida, uma oportunidade de aproximação com<br />
o varejo a fim de ampliar nossos negócios. Para ajudar os supermercados a vender<br />
mais cervejas especiais, temos uma matriz de SKUs por canais que nos ajuda a<br />
identificar o sortimento mais adequado a cada loja, conforme a região onde ela fica”<br />
02<br />
CASE<br />
BRASIL<br />
KIRIN<br />
CERVEJAS ESPECIAIS<br />
OFERECEM MAIOR<br />
RENTABILIDADE<br />
AO SETOR<br />
SUPERMERCADISTA<br />
OBJETIVO<br />
Desenvolver o segmento de cervejas especiais no setor para<br />
garantir melhor lucratividade à empresa e aos varejistas<br />
O MERCADO<br />
7 %<br />
foi o crescimento<br />
em volume no<br />
acumulado de 2013<br />
O CONSUMIDOR<br />
60 % e 40 %<br />
são homens são mulheres<br />
33 %<br />
foi a alta<br />
em faturamento<br />
no período<br />
AB<br />
as classes sociais<br />
19 %<br />
foi o que Baden<br />
Baden aumentou<br />
em volume<br />
13 %<br />
foi quanto<br />
Eisenbahn<br />
elevou vendas<br />
25a 40anos<br />
principal faixa etária<br />
Viajam muito, têm alto nível educacional e bom conhecimento<br />
São apaixonados por cerveja, mas cada grupo possui diferente<br />
conhecimento sobre a bebida. Há os que só bebem, os que<br />
a estudam e os que produzem em casa<br />
Gastam bastante tempo na seção de cervejas especiais,<br />
analisando e conhecendo as bebidas<br />
A escolha no ponto de venda ocorre primeiro pela marca,<br />
depois pelo estilo/tipo, embalagem e preço<br />
O QUE ESTÁ SENDO FEITO<br />
Maior oferta de rótulos, com inovações constantes, como<br />
a Baden Baden Chocolate, que vendeu em um mês o que<br />
se esperava em três. Há também edições especiais<br />
Investimentos em comunicação e nas lojas<br />
Criação de displays para supermercados, a fim de garantir maior<br />
visibilidade ao segmento, além de informações ao<br />
consumidor sobre a bebida<br />
Na rede Dalben, de Campinas (SP), houve aumento de 51%<br />
nas vendas após a implementação de um desses displays<br />
“É um evento importante para<br />
nós que estamos em Rondônia<br />
e Acre, longe dos grandes<br />
centros do País. Aqui, pude<br />
interagir com grandes indústrias<br />
e discutir questões críticas do<br />
cotidiano. Também foi uma<br />
oportunidade de conversar com<br />
companheiros e desenvolver<br />
novos negócios. É a primeira vez<br />
que participo e, a partir de agora,<br />
quero estar presente em todos”<br />
Sérgio Gonçalves<br />
Diretor executivo da rede Gonçalves<br />
“Neste Fórum, encontrei palestras<br />
muito interessantes, principalmente<br />
para a área comercial. Fiz várias<br />
anotações que vou levar para meus<br />
colegas. Também me chamou<br />
a atenção a palestra do Hay Group,<br />
pois salário realmente ajuda a atrair<br />
funcionários, mas, para retê-los,<br />
outras iniciativas também são<br />
importantes. Um clima ruim<br />
sempre atrapalha a execução”<br />
Paula dos Santos Melo<br />
Representante do Carvalho & Fernandes<br />
durante debate ocorrido no 5º Fórum<br />
64 SM.COM.BR | JULHO 2013
º FÓRUM<br />
COLABORATIVO<br />
ICLO<br />
VIRTUOSO<br />
03<br />
CASE<br />
DANONE<br />
INICIATIVAS PARA<br />
ATRAIR PESSOAS<br />
ATÉ A ÁREA<br />
DE IOGURTES E<br />
TORNAR A COMPRA<br />
PRAZEROSA<br />
DANONE<br />
PEDRO SILVEIRA<br />
DIRETOR COMERCIAL E DE TRADE DA DIVISÃO LÁCTEOS<br />
“A presença no Fórum nos permite discutir temas importantes<br />
para o futuro e apresentar nossa proposta de trabalho aos varejistas.<br />
Focamos nossa estratégia na execução no ponto de venda e temos<br />
convicção de que a grande oportunidade para a categoria crescer<br />
e gerar mais resultados no varejo é conhecer cada vez mais o shopper”<br />
O MERCADO DE IOGURTES<br />
5,5 897 50 30<br />
BILHÕES DE REAIS MIL TONELADAS crescimento da<br />
faturamento<br />
anual<br />
é o volume<br />
a cada ano<br />
%<br />
categoria nos<br />
últimos cinco anos<br />
MILHÕES DE PESSOAS<br />
saíram da classe D/E<br />
para a C no período<br />
Nove segmentos formam a categoria: líquido, polpa,<br />
funcionais, leite fermentado, petit suisse, naturais, sobremesa,<br />
diet/light e grego<br />
Danone possui 37% de market share em valor<br />
Funcionais representam 1/3 do crescimento da categoria<br />
Consumo per capita/ano de iogurte é de 6,8 kg – em média uma<br />
colher por dia –, contra 36 kg da França e 13,4 kg da Argentina.<br />
Objetivo da Danone é elevar o consumo para um pote por dia<br />
O SHOPPER<br />
Somente 30% das pessoas que entram em um super<br />
ou hipermercado passam pelo corredor de iogurtes<br />
Desses, apenas um em cada três consumidores compram o produto<br />
Nas compras de abastecimento, predomina a preferência por<br />
embalagens maiores<br />
Já nas de reposição, o shopper leva as embalagens menores<br />
O QUE FAZER NAS LOJAS<br />
Adequar mix e espaço de exposição à compra predominante<br />
Ampliar a presença de iogurtes buscando espaço em categorias<br />
cujas vendas vêm caindo consistentemente<br />
Ambientar os expositores e sinalizar a gôndola para tornar a<br />
experiência de compra mais prazerosa<br />
Lojas que adotaram essa ambientação conseguiram elevar as<br />
vendas em 15% em relação às que trabalham da maneira tradicional<br />
“Um evento como esse<br />
engrandece nosso segmento.<br />
A troca de experiências do<br />
Mateus com a J&J foi muito<br />
interessante. Para nós, a falta<br />
de produtos ocorre porque<br />
os fornecedores olham<br />
de forma diferente nosso<br />
estado (Acre), cujo percentual<br />
de vendas é pequeno.<br />
Mas queremos o mesmo<br />
atendimento dos grandes centros.<br />
Por isso estamos aqui para<br />
dar esse feedback à indústria”<br />
Aldenor Araújo da Silva<br />
Sócio do Araújo <strong>Supermercado</strong>s<br />
“O Fórum é um sucesso. Espero<br />
que chegue à 20ª, 30ª edição,<br />
pois SM precisa continuar esse<br />
trabalho. As apresentações<br />
deste 5º evento com certeza<br />
nos ajudaram a levar coisas<br />
práticas para aplicarmos<br />
no dia a dia. Deverei vir<br />
ao 6º Fórum. Acredito que<br />
a relação ganha-ganha vai se<br />
estender ao consumidor final,<br />
que receberá a influência<br />
de tudo o que se discute aqui”<br />
Antônio José Monte<br />
Presidente da Rede Brasil e do<br />
Conselho Administrativo da Coop<br />
66 SM.COM.BR | JULHO 2013
º FÓRUM<br />
COLABORATIVO<br />
ICLO<br />
VIRTUOSO<br />
04<br />
PALESTRAS<br />
REDISTRIBUIÇÃO DE<br />
ESPAÇO, PESSOAS E<br />
SAÚDE FINANCEIRA<br />
FORAM TEMAS<br />
APRESENTADOS<br />
COMO SE PREPARAR PARA O FUTURO<br />
As três palestras ministradas durante o Fórum Colaborativo<br />
discutiram informações importantes para ajudar o<br />
supermercadista a se preparar melhor para crescer. Confira:<br />
ARI KERTESZ<br />
SÓCIO DA MCKINSEY . OTIMIZAÇÃO DE ESPAÇO<br />
Presente em todos os Fóruns de SM, Ari Kertesz abordou a questão<br />
da distribuição eficiente de espaço entre categorias. Segundo ele,<br />
o varejista considera para essa segmentação as vendas e a margem,<br />
mas se esquece de calcular a produtividade da categoria por m 2 ,<br />
o percentual de espaço ocupado, o índice de venda da categoria por<br />
espaço e os custos associados àqueles produtos. A redistribuição<br />
também passa por definir corretamente os papéis das categorias em<br />
relação ao posicionamento das lojas. Kertesz lembra que a resposta<br />
das categorias ao aumento ou redução de espaços é diferente.<br />
Um exemplo é o suco pronto, que pode ter as vendas elevadas<br />
em até três vezes ao ganhar maior número de frentes. É o contrário<br />
dos papéis higiênicos, menos suscetíveis à variação dos espaços.<br />
RODRIGO MAGALHÃES<br />
GERENTE DE PESQUISAS HAY GROUP . CLIMA ORGANIZACIONAL<br />
Qual o impacto de um bom clima organizacional nos resultados<br />
das empresas e na redução do turnover? Esse foi o tema discutido<br />
por Magalhães. “Hoje vivemos no pleno emprego. E, nas empresas,<br />
sempre existe aquela pessoa que se destaca. A questão é: será<br />
que estamos conseguindo retê-la?”, questionou. Em sua apresentação,<br />
ele mostrou, com base em estudo da consultoria, que o clima<br />
organizacional é o principal fator para manter profissionais,<br />
apontado por 68% das companhias. Estudos do Hay Group também<br />
indicam que nas empresas com bom clima a produtividade é<br />
20% maior do que naquelas que estão com o indicador em queda.<br />
A variação das vendas também é superior: 10,9%, contra 2,8%.<br />
Outro benefício é a queda no turnover, pois essas organizações<br />
conseguem ter profissionais mais engajados. E o alto engajamento<br />
é capaz de reduzir a taxa de turnover em até 40%.<br />
Quando associado a um suporte da empresa, a queda alcança 54%.<br />
AMAURI PAZZINI<br />
RESPONSÁVEL PELO VAREJO NO BANCO SAFRA . FLUXO DE CAIXA<br />
Em sua palestra, Pazzini abordou os principais erros cometidos pelo<br />
varejo que atrapalham sua saúde financeira. Um deles é a inércia<br />
em buscar novas soluções. Os varejistas deixam de se perguntar se<br />
não existe como fazer algo melhor, mesmo que os resultados estejam<br />
positivos. Segundo ele, há novos mecanismos de geração de fluxo<br />
de caixa que precisam ser avaliados pelo setor, como financiamentos de<br />
longo prazo, sem carência e até a possibilidade de criação de holdings<br />
imobiliárias. Outro exemplo é trilhar o caminho do crescimento<br />
a qualquer custo, sem um planejamento adequado que envolveria<br />
todas as áreas. “Também é erro comum não separar a pessoa<br />
física da jurídica. Isso sangra o dinheiro das empresas”, afirmou o<br />
executivo. Quem quer crescer, portanto, tem uma longa lição de casa.<br />
68 SM.COM.BR | JULHO 2013
COOPERAÇÃO<br />
SM<br />
19<br />
PEQUENOS<br />
MUNDOS<br />
GRANDES NEGOCIOS<br />
A rede fluminense Princesa viu as vendas da seção<br />
de perfumaria de uma de suas lojas crescerem 7% em<br />
15 dias. O resultado vem de um projeto de exposição<br />
agrupada feito em parceria com a Nestlé e a P&G<br />
TEXTO FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR | FOTOS SELMY YASSUDA<br />
ALEXANDRE GUSMÃO, DA REDE PRINCESA, no ‘Espaço do Bebê’ – um dos quatro ‘mundos’<br />
criados em uma das filiais. “A parceria com as indústrias continua. Vamos estender parte do projeto a outras lojas”<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 71
EXPOSIÇÃO AGRUPADA<br />
COOPERAÇÃO<br />
Operíodo entre 12 e 26 de maio deste ano pode não ter sido de<br />
grande volume de vendas no Princesa <strong>Supermercado</strong>s, em<br />
comparação com um intervalo anterior de 15 dias, incluindo<br />
o início do mês. Mas a exceção na rede com 20 unidades<br />
no Rio de Janeiro foi a perfumaria da loja do bairro carioca<br />
Cosme Velho, onde as vendas do setor cresceram 7%, enquanto<br />
nas demais lojas houve retração de 7%. A alta é reflexo de<br />
trabalho finalizado dias antes, no qual a perfumaria da filial ganhou<br />
nova cara após ser dividida em “mundos”, com exposição agrupada<br />
de itens voltados à mesma solução de consumo. Alexandre Gusmão,<br />
gerente de categorias do Princesa, explica que na seção surgiram<br />
quatro “universos”, criados em parceria com dois fornecedores: a<br />
Nestlé e a P&G. Um deles é o do Bebê. “A mãe aprecia encontrar tudo<br />
o que precisa em uma mesma área, incluindo alimentos, fraldas,<br />
shampoos, entre outros”, garante Mayumi Miyamoto, responsável<br />
pelo GC em nutrição infantil da Nestlé. Na loja,<br />
essa categoria manteve seu ponto natural de<br />
exposição – em matinais –, apesar de ajudar<br />
a compor o novo espaço. Segundo Mayumi, é<br />
no ponto natural que ocorrem 65% das vendas<br />
do segmento. “O Espaço do Bebê agrega mais<br />
25%. Por isso, é bom expor nas duas áreas”, diz.<br />
O PROJETO DOS ‘MUNDOS’ foi criado especialmente<br />
para a loja de Cosme Velho. Um dos problemas<br />
era o fraco desempenho das fraldas. “Tínhamos<br />
pouco espaço e só algumas marcas no<br />
sortimento”, conta Gusmão. O redimensionamento<br />
do planograma foi possível com a troca<br />
de informações entre a rede e a P&G. As vendas<br />
Vendas disparam<br />
após criação de ‘mundos’<br />
Volume cresceu em todos os espaços<br />
repaginados, enquanto a rede apresentou queda<br />
na comercialização dos mesmos produtos<br />
MUNDO PERFUMARIA<br />
VOLUME DE VENDAS<br />
7 % - 7<br />
%<br />
LOJA-PILOTO OUTRAS LOJAS<br />
Fonte: <strong>Supermercado</strong> Princesa, no período de 12/05/2013 a 26/05/2013, em<br />
comparação com o intervalo entre 20/04/2013 a 05/05/2013<br />
72 SM.COM.BR | JULHO 2013
EXPOSIÇÃO AGRUPADA<br />
COOPERAÇÃO<br />
MUNDO HOMEM<br />
MUNDO MULHER<br />
MUNDO FAMÍLIA<br />
MUNDO BEBÊ *<br />
* Sem considerar a venda de fraldas, pois houve grande promoção no mesmo período<br />
Fonte: <strong>Supermercado</strong> Princesa, no período de 12/05/2013 a 26/05/2013<br />
VOL. DE VENDAS<br />
43 %<br />
LOJA-PILOTO<br />
-9 %<br />
OUTRAS LOJAS<br />
6 %<br />
LOJA-PILOTO<br />
-12 %<br />
OUTRAS LOJAS<br />
8 %<br />
LOJA-PILOTO<br />
-7 %<br />
OUTRAS LOJAS<br />
7 %<br />
LOJA-PILOTO<br />
-10 %<br />
OUTRAS LOJAS<br />
aumentaram depois da nova exposição. E a falta de<br />
espaço foi resolvida com soluções criativas, algumas<br />
por sugestão do próprio Gusmão. Quando esteve<br />
no evento P&G Experience, ele viu um expositor<br />
tipo “cestão” criado para farmácias, onde há pouco<br />
espaço, e pediu para usar na loja. “Assim, pudemos<br />
expor fraldas junto de cremes para assadura e de<br />
lenços umedecidos, elevando a rentabilidade”, destaca<br />
Daniela Farina, gerente de categoria da P&G.<br />
Outro “universo” criado foi o do homem. Nele são<br />
agrupados desodorantes e produtos para barbear,<br />
antes expostos nos checkouts. Elaine Rocha, gerente<br />
de trade da P&G, conta que a exposição em<br />
gôndola é fundamental porque a compra de itens<br />
de maior valor não é planejada. “Se o cliente não encontra,<br />
leva um descartável para quebrar o galho”,<br />
avisa. Para alocar os itens de barbear no corredor,<br />
foram retirados da gôndola os de puericultura leve,<br />
transferidos para um display no “Espaço do Bebê”.<br />
Os demais “universos” são o da Mulher, com itens<br />
de cuidados com o cabelo e absorventes, e o da Família,<br />
com artigos para higiene bucal e hidratantes.<br />
TODOS GANHARAM AMBIENTAÇÃO desenvolvida<br />
pelas fabricantes e aprovada pela rede. Foram<br />
cerca de seis meses de trabalho. Segundo Gusmão,<br />
a frequência de público não mudou, mas as vendas<br />
aumentaram porque os consumidores agora frequentam<br />
um novo corredor. Essa “tríplice aliança”<br />
entre Princesa, Nestlé e P&G se formou por acaso.<br />
No início a varejista tocava, junto da Nestlé, um<br />
projeto para nutrição infantil – que envolveu revisão<br />
do planograma de exposição em todas as lojas.<br />
A aproximação com a P&G veio após a participação<br />
da fabricante no Fórum Colaborativo Varejo-<br />
Indústria, promovido por SM desde o ano passado,<br />
e que já caminha para a 6ª edição, neste segundo<br />
semestre. A ideia agora é estender para outras lojas<br />
ao menos algumas mudanças promovidas no<br />
trabalho realizado na unidade do Cosme Velho.<br />
Afinal, a cooperação não pode parar.<br />
NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />
PARCERIA ENTRE NESTLÉ, P&G E A REDE PRINCESA (RJ)<br />
PROJETO CUSTOMIZADO PARA CRIAÇÃO DE ‘MUNDOS ‘<br />
RESULTADOS DO TRABALHO EM CONJUNTO<br />
74 SM.COM.BR | JULHO 2013
CATEGORIAS<br />
Elas são referência<br />
de marcas regionais<br />
de refrigerantes.<br />
Estavam<br />
esquecidas, mas<br />
aos poucos voltam<br />
aos holofotes e,<br />
hoje, suas vendas já<br />
crescem mais<br />
do que as das<br />
líderes de mercado<br />
Tem est, sanditas aut reperehentem il iuntus quibusamadi<br />
quidisit voles ut mo volorep erovit<br />
A<br />
atume<br />
FORCA<br />
num adis<br />
DAS<br />
comn<br />
ihiliqui conse eum sumqui officima iur aut utat. Buscia<br />
suntota doloreiciam doluptin cus quatur? Quia idenis mo<br />
TUBAINAS<br />
incim quasi ipsantem am ipicati orehent incita aborumos<br />
TEXTO VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR |<br />
FOTO NORIO ITO<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 79
TUBAÍNAS<br />
CATEGORIAS<br />
Ícone da década de 1980, as tubaínas eram<br />
presença certa em almoços e festas de famílias<br />
de classe média baixa do interior.<br />
Mas, aos poucos, perderam participação<br />
para as maiores fabricantes de refrigerante<br />
e, por muito tempo, ficaram rotuladas<br />
de “refrigereco”. Há uns 5 anos, porém,<br />
as marcas regionais retomaram a força.<br />
Hoje, suas vendas crescem mais do que as<br />
das líderes de mercado. No 1º trimestre<br />
de 2013, só o volume comercializado das tubaínas<br />
de tutti-frutti subiu 9% em relação ao mesmo<br />
período de 2012, segundo a Brasil Kirin, que, apesar<br />
de não ser regional, é dona da Itubaína, marca<br />
criada em Itu, no interior paulista. Fabricantes<br />
pequenos e médios têm crescido entre 5% e 35%<br />
ao ano em volume vendido, enquanto o mercado<br />
total de refrigerantes caiu 2% no autosserviço alimentar<br />
em 2012, de acordo com a Nielsen.<br />
Dona do Guaraná Cruzeiro e da Soda Galeguinha,<br />
a New Age foi uma das fabricantes que investiram<br />
no resgate de seus refrigerantes – feitos há 65 anos.<br />
Segundo Hugo Mide, responsável pelo marketing<br />
da empresa, com sede em Leme (SP), tudo começou<br />
em 2008, com o relançamento dos rótulos. Na<br />
época, as bebidas passaram a ser envasadas em<br />
garrafas de vidro, na cor âmbar, de 300 ml e 600<br />
ml – iguais às de cervejas especiais. São vendidas<br />
a preço médio de, respectivamente, R$ 1,30 e R$<br />
1,90, enquanto uma tubaína tradicional de 600 ml<br />
gira em torno de R$ 1,50. As PET de 2 litros foram<br />
mantidas, pelo alto giro no autosserviço.<br />
De cara nova, Cruzeiro e Galeguinha atingiram<br />
a classe média alta, e estão em redes como Pão de<br />
Açúcar e Angeloni. “Nosso objetivo não é concorrer<br />
com outras regionais ou com as líderes. Somos<br />
mais premium agora”, destaca Mide. As marcas<br />
de combate da New Age são Chamego e Country.<br />
Pequenos e médios fabricantes têm obtido sucesso com sabores<br />
diferentes. “O consumidor já tem um referencial de paladar para<br />
cola e guaraná, por isso fica difícil concorrer com Coca-Cola e<br />
Guaraná Antarctica”, explica Adalberto Viviani, consultor da Concept<br />
Adalberto Viviani, especialista em bebidas da<br />
consultoria Concept, atribui o retorno das tubaínas<br />
ao marketing “retrô” feito por algumas empresas.<br />
O efeito de nostalgia da infância ajudou<br />
a transformar a memória afetiva do consumidor<br />
em valor real no ponto de venda.<br />
Essa reconstrução de imagem atingiu todo o<br />
mercado de tubaínas, e o resultado veio rápido.<br />
“De refrigereco, a bebida se tornou cool. Tanto<br />
que já tem marcas transitando bem pelas classes<br />
A e B”, avalia. Ainda segundo Viviani, as marcas<br />
regionais podem ajudar a revigorar o mercado<br />
nacional de refrigerantes. “As ‘novas tubaínas’<br />
deixaram de ser marcas de combate. Elas entregam<br />
valor agregado, e o público tem dado impulso<br />
a um setor que vinha caindo”, constata.<br />
Em 12 meses, as vendas quase triplicaram. No ano<br />
passado, a alta em volume chegou a 35%, na comparação<br />
com 2011. Mas foi a Schincariol – hoje Brasil<br />
Kirin –, que percebeu o potencial de usar a valorização<br />
da tendência retrô a favor das tubaínas. Também<br />
em 2008, deu nova roupagem para sua Itubaína,<br />
hoje com 59 anos. Além de levar para o rótulo o<br />
conceito histórico da marca, passou a envasá-la em<br />
long neck transparente de 355 ml. Segundo Bruno<br />
Piccirello, gerente de não alcoólicos da empresa,<br />
esse trabalho deu origem ao segmento de tubaínas<br />
“retrô” e ajudou a reconquistar consumidores de 25<br />
e 35 anos, por conta da lembrança da infância.<br />
“Também ganhamos fãs entre 18 e 25 anos, por conta<br />
do design da embalagem”, diz. As vendas de Itubaína<br />
retrô cresceram 251% nos últimos dois anos.<br />
80 SM.COM.BR | JULHO 2013
MERCADO DE TUBAÍNAS EM NÚMEROS<br />
Revigoradas, elas se tornaram atrativas até para o público de alto poder<br />
aquisitivo. As marcas regionais crescem, enquanto o mercado total cai<br />
250<br />
marcas<br />
regionais de refrigerantes<br />
no Brasil<br />
2<br />
litros<br />
PET<br />
SABORES MAIS VENDIDOS<br />
5 % a35 %<br />
foi o crescimento de algumas das principais<br />
fabricantes regionais de refrigerantes<br />
em 2012. No mesmo período, o mercado<br />
total caiu 2% no autosserviço alimentar<br />
9 %<br />
alta no volume de tubaínas<br />
do sabor tutti-frutti no<br />
1º trimestre de 2013 em relação<br />
a igual período de 2012<br />
É a embalagem campeã de vendas das tubaínas. Logo atrás<br />
está a tradicional versão vidro de 600 ml. Na sequência<br />
estão as demais, como PET de 237 ml e as do tipo long neck<br />
80 %<br />
GUARANÁ E DEMAIS SABORES<br />
20 %<br />
COLA<br />
16 % participação<br />
18 % 80 %<br />
é quanto representam a capital,<br />
foi a participação<br />
das marcas regionais<br />
no mercado<br />
de refrigerantes<br />
em 2012<br />
aumento do consumo<br />
per capita de refrigerante<br />
entre 1996 e 2012,<br />
passando de 63 para 73<br />
litros por habitante<br />
57 %<br />
dos super e<br />
hipermercados<br />
no volume de vendas<br />
de refrigerantes<br />
o interior e a Grande SP no volume<br />
de vendas de Itubaína, da Brasil<br />
Kirin. Desse total, capital e Grande<br />
SP respondem pela maior fatia<br />
Fonte: Abir (Assoc. Brasileira das Indúst.s. de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas), Afrebras (Assoc. dos Fabricantes de Refrig. do Brasil), Brasil Kirin, Cini, Malta, New Age, Nielsen e Kantar Worldpanel<br />
JULHO 2013 | SM.COM.BR 81
TUBAÍNAS<br />
CATEGORIAS<br />
Os supermercados aproveitam o bom momento.<br />
O Confiança, 11 lojas em Bauru e Marília (SP), trabalha<br />
com 5 marcas regionais, que já representam<br />
quase 20% das vendas de refrigerante. “Conseguimos<br />
melhor preço e maior prazo para pagar. Além<br />
disso, elas nos ajudam a não ficar nas mãos das<br />
líderes”, afirma Carlos Gomes, gestor de compras.<br />
Para assegurar os benefícios, é importante ter, ao<br />
menos, 2 marcas regionais fortes.<br />
No Enxuto, 6 lojas na região de Campinas, apenas<br />
3 marcas regionais respondem por quase 20%<br />
da categoria. “Vendo mais Coca-Cola, porém ganho<br />
mais com as regionais, que me garantem margem<br />
superior. Principalmente as que têm versão retrô”,<br />
revela Norival Pires, gerente comercial.<br />
Mas as tubaínas também são sucesso nas capitais.<br />
São Paulo e região formam a principal praça de<br />
Com sabor alinhado às<br />
preferências do consumidor da<br />
região, as tubaínas costumam<br />
oferecer boas margens ao varejo<br />
vendas de Itubaína, Cruzeiro e Galeguinha. Não é à<br />
toa que a cidade ganhou, em 2009, uma casa especializada<br />
em refrigerantes regionais. O cardápio do<br />
Bar Tubaína traz, em média, 30 rótulos da bebida.<br />
O avanço na distribuição também entra na fórmula<br />
do sucesso. A New Age, por exemplo, passou a<br />
atender todo o Sudeste, além de Paraná e Santa Catarina.<br />
“Contratamos novas equipes comerciais, aumentamos<br />
a frota e fizemos parcerias com atacados<br />
e distribuidores, afirma Hugo Mide. Oferecer sabores<br />
inusitados é outra estratégia. Na Cini Bebidas, do Paraná,<br />
os sabores diferentes, como framboesa, gengibre<br />
e limonada suíça, garantem 50% das vendas. “É<br />
um diferencial diante das líderes”, diz o diretor Nilo<br />
Cini Júnior. Para elevar o giro na sua loja, vale promover<br />
degustação e vender embalagens pequenas<br />
já geladas. Além de torcer para os fabricantes continuarem<br />
a investir na premiunização das marcas.<br />
DIVULGAÇÃO<br />
NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />
TUBAÍNAS CRESCEM MAIS DO QUE AS LÍDERES APELO ‘RETRÔ’ RÔ’ DEU RESULTADO REGIONAIS CRIAM NOVOS SABORES<br />
82 SM.COM.BR | JULHO 2013
MEGAMERCADO<br />
VOCÊ POR DENTRO DOS NEGÓCIOS<br />
POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINI@SM.COM.BR<br />
PÁG.<br />
86<br />
63<br />
% da população<br />
de seis capitais brasileiras afirma consumir algum produto enquanto assiste<br />
a programações esportivas. No Recife, a cerveja é a campeã; no Rio de Janeiro,<br />
o destaque é refrigerante. No quadro abaixo, veja a lista completa dos<br />
itens mais consumidos por região, conforme estudo da consultoria Nielsen.<br />
SÃO PAULO<br />
CONSUMO VINCULADO A EVENTOS ESPORTIVOS<br />
RIO DE<br />
JANEIRO<br />
PORTO<br />
ALEGRE<br />
RECIFE<br />
BELO<br />
HORIZONTE<br />
SALVADOR<br />
REFRIGERANTE 42 % 54 % 49 % 35 % 35 % 41 %<br />
CERVEJA 29 % 37 % 40 % 58 % 47 % 47 %<br />
PIPOCA 38 % 32 % 26 % 21 % 24 % 38 %<br />
SALGADINHO 26 % 24 % 19 % 16 % 12 % 14 %<br />
Fonte: Nielsen
DIVULGAÇÃO<br />
COMIDA PRONTA JÁ MOVIMENTA R$ 2 BI<br />
Balde mágico<br />
Uma embalagem que se transforma em balde<br />
é a criação da Diageo, fabricante da Smirnoff Ice, para<br />
atrair mais consumidores para a bebida. O ‘Balde Mágico’,<br />
como foi batizado, é uma espécie de pack com seis latas<br />
de 310 ml, que será comercializado apenas no varejo.<br />
Após aberto, o balde pode ser usado para gelar as<br />
latinhas. Ele é feito de um papel com laminação especial,<br />
para ser utilizado uma vez. A novidade estará disponível<br />
nos Estados de SP e RJ, além das cidades de Belo<br />
Horizonte, Brasília, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande.<br />
Não há nenhum custo adicional pela embalagem<br />
e o preço sugerido é de R$17,94 (R$ 2,99 por lata).<br />
O faturamento do setor de<br />
refeições prontas congeladas nos<br />
super e hipermercados do Brasil<br />
superou R$ 2 bilhões no ano passado,<br />
o que representa uma alta de 115%<br />
na comparação com 2007. De acordo<br />
com análise da Mintel, empresa global<br />
de inteligência de mídia, o aumento<br />
da renda dos brasileiros, a expansão<br />
das redes varejistas e uma maior<br />
importância dada pelos consumidores<br />
à conveniência contribuíram para esse<br />
crescimento. Mas, apesar de estarem<br />
entre os itens mais populares do<br />
segmento, pizzas e massas prontas<br />
ainda possuem baixa frequência de<br />
consumo, conforme aponta o estudo<br />
feito com 1.500 adultos. Apenas 12%<br />
desses entrevistados consomem pizzas<br />
MAIS INFORMAÇÕES:<br />
BRASIL@MINTEL.COM OU 0800 0959094<br />
semanalmente, enquanto 21%<br />
o fazem menos de uma vez por mês<br />
e 49% não costumam consumir.<br />
Já em relação às massas prontas, 33%<br />
não têm o hábito de comprar e 23%<br />
consomem menos de uma vez ao mês,<br />
enquanto16% comem o produto pelo<br />
menos uma vez por semana. Na análise<br />
da Mintel, o preço desses alimentos<br />
é um dos principais limitadores.<br />
FOTOS THE COMMONS
NOVOS PRODUTOS<br />
DE OLHO NAS PRATELEIRAS<br />
PÁG.<br />
88<br />
POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINI@SM.COM.BR | FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
AVEIA COM CEREAL MATINAL<br />
A marca Quaker, da Pepsico, lança um produto que reúne<br />
aveia, flocos de arroz e pedaços de fruta. O novo Cereal Mix chega<br />
nos sabores: banana e mel; ameixa e iogurte; frutas vermelhas com<br />
iogurte e chocolate. Cada pacote traz cinco saquinhos com porções<br />
individuais. Pode ser consumido, por exemplo, com leite ou iogurte.<br />
A empresa recomenda exposição na gôndola de cereais matinais.<br />
Limpeza rápida<br />
A partir de pesquisas com as<br />
consumidoras, a 3M lançou uma nova<br />
linha de panos e esfregões (mops) com<br />
a marca Scotch-Brite. A ideia é agilizar<br />
a tarefa de limpar a casa. O primeiro<br />
produto a chegar às gôndolas é o<br />
Super Mop com Cabo Flexível. Devido<br />
à base inclinável e angulada, facilita a<br />
limpeza embaixo dos móveis. Segundo<br />
a fabricante, o preço sugerido é de R$ 40.
Snack tem<br />
apelo à saúde<br />
A LA Food apresenta<br />
ao mercado varejista uma<br />
linha de minicubos de frutos<br />
secos torrados, feitos com<br />
ingredientes selecionados,<br />
chamada Cluster. O produto<br />
já está presente nas principais<br />
redes de São Paulo, Rio de<br />
Janeiro e Curitiba. O primeiro<br />
sabor disponível nas gôndolas<br />
é composto de amêndoas<br />
chilenas, castanha de caju<br />
e amendoim, em embalagens<br />
de 100 g. Antes de chegar<br />
ao mercado, o produto<br />
passou por vários testes.<br />
A linha tem apelo à saúde,<br />
pois seus ingredientes<br />
são ricos em fibras e proteínas.<br />
FRAGRÂNCIA<br />
E DECORAÇÃO<br />
Perfumar e decorar a casa.<br />
Esse é o conceito apresentado pela Reckitt<br />
Benckiser com o novo Air Wick, vela<br />
perfumada que muda de cor, criando um<br />
efeito arco-íris, além de liberar fragrância.<br />
O produto chega nas versões: trufa de chocolate<br />
cremosa, lavanda e camomila relaxante,<br />
orquídea e rosa sensual e maçã e canela<br />
aromática. O preço sugerido é de R$ 24,99.
COM A PALAVRA<br />
OPINIÃO DE EXECUTIVOS E ESPECIALISTAS<br />
POR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSA@SM.COM.BR | FOTO DIVULGAÇÃO<br />
PÁG.<br />
90<br />
KAREN GIMENEZ<br />
Coach e diretora da CCS Consultoria Empresarial<br />
Atenção com<br />
os workaholics<br />
Funcionários trabalhando demais,<br />
sem necessidade, pode ser sinal de<br />
má gestão de tempo ou da empresa<br />
P<br />
ode parecer brincadeira, mas os workaholics ainda<br />
são valorizados por algumas empresas. O problema<br />
é que profissionais com esse perfil não necessariamente<br />
são mais produtivos do que aqueles que nunca<br />
extrapolam o expediente. Pelo contrário. Tal comportamento<br />
pode indicar que o colaborador tem enfrentado<br />
problemas pessoais ou que a companhia não dispõe de<br />
bons processos internos. O resultado é negativo para<br />
ambas as partes. Afinal, o funcionário deixa de viver, se<br />
desgasta rapidamente, produz menos e falha mais, prejudicando<br />
a empresa. Mas identificar os workaholics e pôr<br />
um fim nesse problema não é difícil, segundo Karen Gimenez,<br />
coach e diretora da CCS Consultoria Empresarial.<br />
O que leva um profissional a virar workaholic?<br />
Os motivos costumam estar ligados à vida pessoal e emocional.<br />
Há aqueles que trabalham até tarde para fugir de problemas<br />
em casa e com a família. Outro perfil é o do profissional inseguro<br />
e com baixa autoestima. Por ter idade avançada ou poucas<br />
qualificações ele se sente inferior aos outros e teme perder o emprego.<br />
Então, procura demonstrar dedicação trabalhando mais do<br />
que seus colegas. Quando não se sente recompensado, acha-se no<br />
direito de processar a empresa. Tem ainda aqueles funcionários<br />
que são desorganizados e acabam gerenciando mal seu tempo.<br />
Mas o problema também pode estar<br />
relacionado à empresa, correto?<br />
Sim. Nesse caso o colaborador é obrigado a se transformar<br />
em um workaholic. Ocorre quando as companhias têm processos<br />
internos ineficientes, que forçam o funcionário a trabalhar muito<br />
mais do que o necessário. Gestores mal treinados e que não conhecem<br />
as dificuldades das atividades de sua equipe podem fazer<br />
o mesmo ao desenhar cronogramas impossíveis de se cumprir.<br />
Como identificar o que está acontecendo?<br />
Um bom gestor está sempre atento ao comportamento dos<br />
membros de sua equipe. Ao primeiro sinal de que alguém excede o<br />
expediente sem que suas atividades habituais tenham aumentado,<br />
é importante questionar os motivos. Caso seja insegurança, baixa<br />
autoestima, um problema pessoal ou algo relacionado à desorganização,<br />
ele deve orientar o colaborador a fazer acompanhamento<br />
com um coach. Assim, ele vai aprender a equilibrar questões profissionais<br />
e pessoais. O coach também vai ensiná-lo a aproveitar<br />
melhor o tempo e a dar prioridade ao que é necessário. Cursos para<br />
aumentar a produtividade e gerenciar melhor o tempo também<br />
ajudam a resolver falhas técnicas. O gestor ineficiente cobra que o<br />
restante da equipe siga o colega workaholic e fique até mais tarde,<br />
gerando desentendimentos e insatisfações. Também é comum o<br />
gestor pedir a dispensa do colaborador. Essa é uma medida errônea,<br />
já que gera o risco de a empresa perder um bom profissional.<br />
E o que fazer quando o problema é com<br />
o gestor ou com a empresa?<br />
É importante que os colaboradores saibam que podem procurar<br />
o RH para discutir essas questões. O RH, por sua vez, deve resolver<br />
o mais depressa possível, porque o problema pode afetar a saúde do<br />
negócio. Desenvolver ou adequar processos internos, para garantir<br />
maior eficiência, é uma solução. Caso o problema esteja com o<br />
gestor, é recomendável consultar um coach. Também é importante<br />
garantir um canal de comunicação entre empresa e funcionários.