Metro do Porto: um projecto que saiu dos trilhos - Câmara Municipal ...
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Janeiro<br />
2009<br />
Revista da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>um</strong> <strong>projecto</strong> <strong>que</strong> <strong>saiu</strong> <strong>do</strong>s <strong>trilhos</strong>
PORTO sempre<br />
002<br />
. s<strong>um</strong>ário<br />
003<br />
Entrevista<br />
Amândio Oliveira<br />
Presidente da ex-comissão instala<strong>do</strong>ra<br />
da Autoridade <strong>Metro</strong>politana de<br />
Transportes <strong>do</strong> porto (AMTP)<br />
012<br />
015<br />
006<br />
007<br />
008<br />
011<br />
Rede actual <strong>do</strong> <strong>Metro</strong><br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>um</strong> trajecto de<br />
avanços e recuos<br />
1ª fase: o <strong>Metro</strong> em expansão<br />
Outubro 2008<br />
Projecto em causa<br />
017<br />
020<br />
021<br />
023<br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>projecto</strong> em<br />
causa<br />
Governo ignora estu<strong>do</strong> técnico<br />
Governo põe metro fora <strong>do</strong>s carris<br />
Linhas interrompidas<br />
O <strong>que</strong> pensam técnicos e<br />
cidadãos<br />
Estu<strong>do</strong> técnico ignora<strong>do</strong><br />
024<br />
025<br />
027<br />
029<br />
031<br />
Campo Alegre: problemas<br />
técnicos e estéticos<br />
Passadeira<br />
Sala de visitas<br />
<strong>Porto</strong> de A a Z<br />
Oliveira Mar<strong>que</strong>s: Ex-administra<strong>do</strong>r<br />
da <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Últimos desenvolvimentos<br />
Ponto de situação em 31 de Dezembro<br />
de 2008<br />
KMS/HORA É A VELOCIDADE MÉDIA<br />
28,52DOS CLIENTES DA REDE DE METRO<br />
Ficha Técnica<br />
<strong>Porto</strong> Sempre Especial <strong>Metro</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Direcção<br />
Rui Rio<br />
Coordenação Editorial<br />
Florbela Guedes<br />
Coordenação Redactorial<br />
Gabinete de Comunicação e<br />
Imagem da Câmara <strong>Municipal</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Redacção<br />
Aníbal Sacramento<br />
Florbela Guedes<br />
Fotografia<br />
Rui de Meireles<br />
Fotografia da capa<br />
Rui de Meireles<br />
Edição e Propriedade<br />
Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Praça General H<strong>um</strong>berto<br />
Delga<strong>do</strong><br />
4049-001 <strong>Porto</strong><br />
imprensa@cm-porto.pt<br />
www.cm-porto.pt<br />
Design e Composição<br />
Gráfica<br />
B+ Comunicação<br />
Impressão<br />
Lisgrafica<br />
Publicidade<br />
Gabinete de Comunicação e<br />
Imagem da Câmara <strong>Municipal</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Depósito Legal<br />
198544/03<br />
Tiragem<br />
150.000 Exemplares
. entrevista<br />
Amândio Oliveira<br />
PORTO sempre<br />
003<br />
Presidente da ex-comissão Instala<strong>do</strong>ra da Autoridade <strong>Metro</strong>politana de<br />
Transportes <strong>do</strong> porto (AMTP)<br />
“Perderam-se<br />
quatro anos no<br />
processo de criação<br />
da<strong>que</strong>la entidade<br />
<strong>que</strong> jamais se irão<br />
recuperar”<br />
O <strong>que</strong> é, na prática, para <strong>que</strong><br />
serve <strong>um</strong>a Autoridade<br />
<strong>Metro</strong>politana de Transportes, no<br />
caso concreto da região <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
A Autoridade <strong>Metro</strong>politana de<br />
Transportes <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (AMTP) deverá<br />
ser <strong>um</strong> órgão de planeamento,<br />
coordenação e fiscalização de to<strong>do</strong>s<br />
os meios (ferroviários e<br />
ro<strong>do</strong>viários), bem como <strong>do</strong>s<br />
opera<strong>do</strong>res (públicos e priva<strong>do</strong>s)<br />
da respectiva área geográfica.<br />
Os milhares de pessoas <strong>que</strong><br />
diariamente se deslocam, em<br />
movimentos pendulares, entre<br />
<strong>Porto</strong> e Gaia sentem na pele a<br />
ausência de <strong>um</strong>a entidade desse<br />
tipo…<br />
A AMTP teria, decerto, toma<strong>do</strong><br />
medidas <strong>que</strong> reorganizassem a<br />
oferta no eixo <strong>Porto</strong>-Gaia, onde<br />
qual<strong>que</strong>r leigo percebe a<br />
descoordenação <strong>que</strong> aí existe. Ainda<br />
por cima, essa descoordenação<br />
envolve custos elevadíssimos a<br />
nível económico e ambiental, já<br />
<strong>que</strong> tanto os equipamentos como<br />
os combustíveis são importa<strong>do</strong>s.<br />
A Comissão Instala<strong>do</strong>ra, à qual<br />
o senhor presidiu ao longo de<br />
mais de <strong>um</strong> ano, tomou posse<br />
em Janeiro de 2004 e no início<br />
de 2005 deveria ter da<strong>do</strong> lugar<br />
à constituição de <strong>um</strong> Conselho<br />
de Administração, <strong>que</strong> marcaria<br />
o arran<strong>que</strong> propriamente dito da<br />
AMTP, cujos estatutos chegaram<br />
a ser promulga<strong>do</strong>s pelo então<br />
PR, Jorge Sampaio. Todavia, o<br />
processo acabaria por abortar,<br />
com a realização das eleições<br />
antecipadas de Fevereiro de<br />
2005. Pouco depois, o Ministro<br />
Mário Lino vinha a público<br />
anunciar a intenção de alterar o<br />
modelo, por dele discordar,<br />
inutilizan<strong>do</strong> assim to<strong>do</strong> o<br />
trabalho <strong>que</strong> se pres<strong>um</strong>e ter si<strong>do</strong><br />
desenvolvi<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong><br />
de vigência da Comissão. O <strong>que</strong><br />
lhe peço, em primeiro lugar, é<br />
<strong>um</strong>a análise a to<strong>do</strong> este<br />
processo.<br />
Fui presidente da Comissão<br />
Instala<strong>do</strong>ra durante o ano<br />
de 2004 e assegurei,<br />
por consciência cívica, alguns meses ainda no decurso<br />
de 2005 a reduzida actividade <strong>que</strong> no primeiro semestre<br />
desse ano ainda registou.<br />
Em segun<strong>do</strong> lugar, o <strong>que</strong> é <strong>que</strong> entretanto foi feito<br />
e <strong>que</strong> agora tem esta<strong>do</strong> em banho-maria, ou <strong>que</strong><br />
pura e simplesmente tenha si<strong>do</strong> suprimi<strong>do</strong>?<br />
O trabalho <strong>que</strong> com a excelente equipa <strong>do</strong>s meus<br />
pares na Comissão – Dr. Paulo Braga Lino, Prof.<br />
Américo Pires da Costa, Drª Maria João Nunes e Engº<br />
António Abel – fizemos foi o <strong>que</strong> nos estava inc<strong>um</strong>bi<strong>do</strong>:<br />
elaboração de estatutos, regulamento interno, quadro<br />
de pessoal e matriz de enquadramento para a<br />
elaboração <strong>do</strong> plano de mobilidade. Fizemo-lo com<br />
quatro meses de avanço relativamente ao previsto e<br />
com mais de 40% de poupança de custos. To<strong>do</strong> este<br />
trabalho foi desaproveita<strong>do</strong> por opções políticas<br />
(legítimas) <strong>do</strong> actual Governo.<br />
“O trabalho foi inicia<strong>do</strong>, mas<br />
interrompi<strong>do</strong> por ausência<br />
de órgão sucedâneo da<br />
Comissão Instala<strong>do</strong>ra,<br />
apesar <strong>do</strong>s quatro anos<br />
entretanto decorri<strong>do</strong>s.<br />
Infelizmente, foi trabalho<br />
sem fruto, nem recuperação<br />
futura”<br />
Em <strong>que</strong> fase se encontra o Plano de Mobilidade e<br />
Transportes da Área <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
encomenda<strong>do</strong>, em Setembro de 2004, a <strong>um</strong>a equipa<br />
multidisciplinar da Universidade de Coimbra? Se<br />
for concluí<strong>do</strong>, esse estu<strong>do</strong> estará ainda actualiza<strong>do</strong><br />
para constituir «<strong>um</strong> instr<strong>um</strong>ento essencial sem o<br />
qual não seria possível gerar medidas eficazes com<br />
resulta<strong>do</strong>s visíveis», como na altura da assinatura<br />
<strong>do</strong> respectivo protocolo o senhor o qualificou?<br />
Uma das grandes preocupações <strong>que</strong> a Comissão<br />
Instala<strong>do</strong>ra teve foi a de definir <strong>um</strong>a matriz para<br />
elaborar o plano de mobilidade. Uma equipa<br />
multidisciplinar de reputa<strong>do</strong>s académicos foi<br />
inc<strong>um</strong>bida de o fazer, sob a coordenação <strong>do</strong> meu par<br />
de Comissão. Prof. Pires da Costa.<br />
O trabalho foi inicia<strong>do</strong>, mas interrompi<strong>do</strong><br />
por ausência de órgão sucedâneo<br />
da Comissão Instala<strong>do</strong>ra,
PORTO sempre<br />
004<br />
. entrevista<br />
apesar <strong>do</strong>s quatro anos entretanto<br />
decorri<strong>do</strong>s.<br />
Infelizmente, foi trabalho sem<br />
fruto, nem recuperação futura.<br />
“A inexistência de<br />
<strong>um</strong>a Autoridade<br />
<strong>Metro</strong>politana de<br />
Transportes é<br />
altamente lesiva<br />
<strong>do</strong>s interesses da<br />
região”<br />
Em <strong>que</strong> medida este atraso –<br />
partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> princípio de <strong>que</strong> o<br />
Governo ainda <strong>que</strong>rerá avançar<br />
com a criação de AMT’s – poderá<br />
afectar a mobilidade urbana,<br />
tanto na cidade como na AMP,<br />
sen<strong>do</strong> esta <strong>um</strong>a área prioritária<br />
para ambas as estruturas?<br />
A inexistência de <strong>um</strong>a Autoridade<br />
<strong>Metro</strong>politana de Transportes é<br />
altamente lesiva <strong>do</strong>s interesses da<br />
região. Em toda a Europa, em <strong>que</strong><br />
funcionam entidades deste tipo,<br />
os resulta<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> muito<br />
positivos para os passageiros, para<br />
os opera<strong>do</strong>res e para os poderes<br />
públicos. Não está em causa a<br />
legitimidade de opções <strong>que</strong> os<br />
diferentes Governos têm, mas sim<br />
a capacidade, ou não, de tomar<br />
decisões.<br />
Perderam-se quatro anos neste<br />
processo, <strong>que</strong> jamais se<br />
recuperarão.<br />
Neste momento, qual o ponto de<br />
situação? O senhor ainda mantém<br />
as suas funções?<br />
Não. A Comissão já não existe.<br />
Cessou todas as funções <strong>que</strong> lhe<br />
estavam atribuídas e extinguiu-se<br />
naturalmente. A fase seguinte, ou<br />
seja, a criação <strong>do</strong> Conselho de<br />
Administração não chegou a ocorrer<br />
e eu regressei à minha actividade<br />
profissional, <strong>que</strong> é a de consultor<br />
de transportes.<br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: “como cidadão<br />
preocupa-me <strong>que</strong> se desrespeitem<br />
compromissos ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong>s”<br />
Sen<strong>do</strong> o <strong>Metro</strong> o grande<br />
<strong>projecto</strong> estruturante da<br />
mobilidade na AMP e<br />
responsável por dela já ter<br />
retira<strong>do</strong> cerca de 11 mil<br />
automóveis, como vê o plano<br />
anuncia<strong>do</strong> pelo Governo<br />
referente à segunda fase da<br />
rede, bem como a sua<br />
calendarização?<br />
Relativamente à rede e ao timing<br />
de construção <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
começo por referir <strong>que</strong> só possuo<br />
a informação disponibilizada<br />
publicamente. Mas é o suficiente<br />
para referir a minha preocupação,<br />
como cidadão, por constatar ser<br />
possível <strong>que</strong> se desrespeitem<br />
compromissos ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong>s, volvi<strong>do</strong><br />
pouco tempo, e sem alteração<br />
das principais premissas.<br />
Inicialmente e por razões das<br />
infra-estruturas existentes e a<br />
fim de respeitar a dinâmica global<br />
das aglomerações, o <strong>Metro</strong> foi<br />
construí<strong>do</strong> em zonas <strong>que</strong> serão<br />
os pólos urbanísticos de amanhã<br />
e também já de hoje. É verdade<br />
<strong>que</strong>, se olharmos para o actual<br />
plano <strong>do</strong> <strong>Metro</strong>, apercebemo-nos<br />
de <strong>que</strong> <strong>um</strong>a parte importante da<br />
Acredito <strong>que</strong> o Governo e a<br />
Junta <strong>Metro</strong>politana acabarão<br />
por encontrar <strong>um</strong> equilíbrio<br />
de interesses <strong>que</strong><br />
não afecte o<br />
desenvolvimento<br />
de <strong>um</strong> <strong>projecto</strong><br />
verdadeiramente<br />
estruturante da<br />
qualidade de vida<br />
na região<br />
cidade não é servida. Ora esta zona de forte<br />
densidade de habitações gera muitas deslocações.<br />
É, por conseguinte, tempo de proceder à solução<br />
deste problema.<br />
Caso já estivesse constituída, não teria a AMTP<br />
<strong>um</strong>a palavra a dizer em to<strong>do</strong> este processo, algo<br />
conturba<strong>do</strong>, aliás?<br />
Sem considerar, de mo<strong>do</strong> alg<strong>um</strong>, <strong>que</strong> pudesse caber<br />
à AMTP a decisão final sobre a rede <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong>, certo é <strong>que</strong> se ela existisse e funcionasse,<br />
o <strong>que</strong> seria normal decorri<strong>do</strong> este tempo (quatro<br />
anos), a mesma poderia ass<strong>um</strong>ir <strong>um</strong> papel relevante<br />
neste processo.<br />
Que perspectivas se abrem, na sua óptica,<br />
relativamente ao futuro <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
Acredito n<strong>um</strong> debate sério, a fazer por especialistas<br />
– e <strong>que</strong> os políticos levariam, decerto, em conta<br />
– para determinar o traça<strong>do</strong> exacto das linhas, e<br />
através <strong>do</strong> qual se encontre <strong>um</strong>a solução final<br />
satisfatória. Sinceramente, acredito <strong>que</strong>, ten<strong>do</strong> o<br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> em muito pouco tempo já<br />
demonstra<strong>do</strong> a sua eficácia e a sua utilidade, o<br />
Governo e a Junta <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
acabarão por encontrar <strong>um</strong> equilíbrio de<br />
interesses <strong>que</strong> não afecte nem no presente,<br />
nem no futuro, o normal desenvolvimento<br />
de <strong>um</strong> <strong>projecto</strong> verdadeiramente estruturante<br />
da qualidade de vida na região e da sua<br />
competitividade nacional e internacional.
. entrevista<br />
PORTO sempre<br />
005<br />
“Conjuntura<br />
determinará<br />
alterações <strong>que</strong><br />
podem não ser só<br />
de timing”<br />
Em termos de política global,<br />
como vê o mapa <strong>do</strong> TGV desenha<strong>do</strong><br />
pelo actual Governo?<br />
Parece-me <strong>que</strong> as linhas Madrid -<br />
Lisboa e <strong>Porto</strong> - Vigo, como enlaces<br />
da rede transeuropeia de comboios<br />
de alta velocidade, se sobretu<strong>do</strong><br />
revestirem a dupla função de<br />
transporte de passageiros e<br />
merca<strong>do</strong>rias, se justificam<br />
amplamente.<br />
Não se me afigura tão linear <strong>que</strong> no percurso Lisboa<br />
– <strong>Porto</strong> <strong>um</strong> serviço de velocidade elevada – em vez<br />
de alta velocidade – não possa satisfazer as necessidades<br />
a registar.<br />
Julgo ainda <strong>que</strong>, tanto no tocante ao <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
como ao TGV, a difícil conjuntura financeira internacional<br />
e nacional virá a determinar alterações <strong>que</strong> podem<br />
não ser só de timing e tranquiliza-me (só neste caso)<br />
a facilidade com <strong>que</strong> o Ministério <strong>do</strong>s Transportes<br />
deixa cair no dia seguinte o “jamais” <strong>do</strong> dia anterior<br />
(vide OTA, Plataformas Logísticas e … agora Rede <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>).<br />
“Concessão da exploração <strong>do</strong> Aeroporto<br />
Sá Carneiro parece-me <strong>um</strong>a decisão<br />
importante”<br />
O futuro modelo de gestão para<br />
o Aeroporto Francisco Sá<br />
Carneiro tem si<strong>do</strong> objecto de<br />
debate e de alarga<strong>do</strong> consenso<br />
a Norte. Que opinião tem sobre<br />
o assunto?<br />
A concessão da exploração <strong>do</strong><br />
Aeroporto Francisco Sá Carneiro<br />
parece-me <strong>um</strong>a decisão<br />
importante. Não por razões<br />
ideológicas, mas pragmáticas,<br />
considero <strong>que</strong>, se o Esta<strong>do</strong><br />
exercer bem a sua função<br />
regula<strong>do</strong>ra, não precisará de ser o opera<strong>do</strong>r directo de coisa nenh<strong>um</strong>a.<br />
Os casos europeus e mundiais de gestão privada de Aeroportos são<br />
disso testemunho elo<strong>que</strong>nte.<br />
Temos, aliás, na Área <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>do</strong>is bons exemplos de<br />
operação privada na área de transportes para analisar e o confirmar.<br />
Parte da operação da STCP está entregue a opera<strong>do</strong>res priva<strong>do</strong>s <strong>que</strong><br />
a desenvolvem com as normas <strong>que</strong> lhe são fixadas, e com custos<br />
bastante mais baixos <strong>do</strong> <strong>que</strong> se cada <strong>um</strong> da<strong>que</strong>les quilómetros fosse<br />
produzi<strong>do</strong> directamente pela STCP.<br />
A operação <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, confiada a <strong>um</strong>a empresa privada<br />
(TRANSDEV), com excelentes rácios de apreciação por parte <strong>do</strong>s<br />
seus clientes, seria muito mais dispendiosa se operada por<br />
<strong>um</strong>a empresa pública.<br />
Estes são <strong>do</strong>is exemplos regionais de como, com registos<br />
de bons desempenhos, se faz poupança efectiva de<br />
dinheiros públicos (leia-se <strong>do</strong>s contribuintes<br />
portugueses).<br />
. perfil Amândio Oliveira<br />
O rosto de <strong>um</strong>a Autoridade <strong>que</strong><br />
nunca o foi<br />
Amândio Oliveira, de 58 anos, é gestor e consultor<br />
na área de transportes, <strong>um</strong> sector <strong>que</strong> conhece<br />
bem, desde <strong>que</strong> integrou a Comissão Parlamentar<br />
de Obras Públicas, Transportes e Comunicações,<br />
durante o perío<strong>do</strong> de deputa<strong>do</strong> na Assembleia da<br />
República (1983-1999). Foi, aliás, nessa qualidade<br />
<strong>que</strong> desempenhou as funções de relator da Lei de<br />
Bases <strong>do</strong> Sistema de Transportes Terrestres.<br />
Já depois de ter presidi<strong>do</strong>, em 1988, à ANTROP -<br />
Associação Nacional <strong>do</strong>s Transportes Ro<strong>do</strong>viários<br />
de Passageiros, foi Secretário de Esta<strong>do</strong> Adjunto<br />
<strong>do</strong> Ministro da Presidência <strong>do</strong> Conselho de Ministros.<br />
A sua actividade pública abrangeu, igualmente, a<br />
governação autárquica na Póvoa de Lanhoso, de<br />
onde é natural, e a cuja Câmara e Assembleia<br />
<strong>Municipal</strong> presidiu, de 1976 a 1980 e de 1983 a<br />
1989, respectivamente.<br />
Em 2004, foi nomea<strong>do</strong> Presidente da Comissão<br />
Instala<strong>do</strong>ra da Autoridade <strong>Metro</strong>politana de<br />
Transportes <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (AMTP), cujo Conselho de<br />
Administração nunca chegou a ser cria<strong>do</strong>, por opção<br />
política <strong>do</strong> actual Governo.
Rede actual
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>um</strong> trajecto de avanços e recuos<br />
Inauguração das linhas<br />
vermelha, verde, amarela<br />
2005<br />
Início <strong>do</strong>s ata<strong>que</strong>s<br />
ao metro pelo<br />
Ministo Mário Lino<br />
2007<br />
JMP e Governo chegam a acor<strong>do</strong>.<br />
É aprova<strong>do</strong> o desenho para a 2ª<br />
fase da rede de <strong>Metro</strong>.<br />
Arran<strong>que</strong> das obras <strong>do</strong> <strong>Metro</strong><br />
2000<br />
2002<br />
2004<br />
2006<br />
Inauguração da linha violeta<br />
2003<br />
Início da operação linha azul<br />
1992<br />
Lançamento da ideia “<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>”<br />
2008<br />
MARÇO<br />
Nova administração da <strong>Metro</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, S.A.<br />
(maioria <strong>do</strong> Governo)<br />
OUTUBRO<br />
Governo <strong>que</strong>bra acor<strong>do</strong>.<br />
Propõem outros traça<strong>do</strong>s<br />
(contra estu<strong>do</strong> da FEUP) e com datas<br />
de conclusão para 2022.
PORTO sempre<br />
008<br />
. 1ª fase: o <strong>Metro</strong> em expansão<br />
Primeira fase da Rede<br />
O <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> durante o Euro 2004<br />
O dia 1 de Janeiro de 2003 emerge como <strong>um</strong> marco incontornável na história <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, com o início<br />
da operação da Linha Azul, entre a Trindade e a Senhora da Hora. Todavia, o prolongamento até ao Estádio<br />
<strong>do</strong> Dragão só <strong>do</strong>is anos depois seria aberto, mas ainda a tempo da realização <strong>do</strong> Euro 2004. Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s<br />
da Empresa, o <strong>Metro</strong> foi responsável pelo transporte de 30% <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res <strong>que</strong> assistiram aos jogos<br />
disputa<strong>do</strong>s nos estádios <strong>do</strong> Dragão e <strong>do</strong> Bessa.<br />
O alargamento da rede <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong> tinha, aliás, já si<strong>do</strong><br />
aprova<strong>do</strong> pelo XV Governo<br />
Constitucional, lidera<strong>do</strong> por<br />
Durão Barroso, em Conselho<br />
de Ministros realiza<strong>do</strong> em<br />
31 de Julho de 2003, no<br />
Palácio <strong>do</strong> Freixo. O<br />
Executivo aprovou, então,<br />
a criação de quatro novos<br />
troços: linha, em via dupla,<br />
<strong>do</strong> ramal da Póvoa; ligação<br />
Antas/Gon<strong>do</strong>mar; via dupla<br />
no ramal da Trofa; ligação<br />
<strong>do</strong> Aeroporto à linha da<br />
Póvoa e as primeiras obras<br />
da linha da Boavista entre<br />
Matosinhos e a Rotunda.<br />
Foram estas as últimas<br />
decisões concretas de<br />
expansão <strong>do</strong> <strong>projecto</strong>.<br />
Durão Barroso na inauguração da estação <strong>do</strong> Dragão
. 1ª fase: o <strong>Metro</strong> em expansão<br />
PORTO sempre<br />
009<br />
Uma história de sucesso<br />
O ano de 2005 continuou a marcar o sucesso <strong>que</strong> esta primeira fase da rede conheceu, com a entrada em<br />
funcionamento das linhas Vermelha (Estádio <strong>do</strong> Dragão - Pedras Rubras), Verde (Dragão - Fór<strong>um</strong> da Maia) e<br />
Amarela (Gaia - Hospital de S. João).<br />
Em 2006, fica concluída a totalidade da Linha Vermelha, com a abertura <strong>do</strong> troço entre Pedras Rubras e a<br />
Póvoa de Varzim, e é inaugurada a Linha Violeta, unin<strong>do</strong> o Estádio <strong>do</strong> Dragão ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro,<br />
conforme decisão <strong>do</strong> governo, em 2003, no <strong>Porto</strong>. Pela primeira vez em Portugal, <strong>um</strong> aeroporto é servi<strong>do</strong> por<br />
<strong>um</strong>a linha <strong>do</strong> <strong>Metro</strong>, o <strong>que</strong> tornou o <strong>Porto</strong> na segunda metrópole ibérica a dispor deste tipo de serviço.<br />
<strong>Metro</strong> chega ao aeroporto em 2006, na sequência <strong>do</strong> Conselho de Ministros em 2003, na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Foi o último momento<br />
positivo da sua história recente.
PORTO sempre<br />
010<br />
. 1ª fase: o <strong>Metro</strong> em expansão<br />
Modelo de gestão de Jorge Coelho<br />
foi a chave <strong>do</strong> sucesso<br />
Pode dizer-se <strong>que</strong> o <strong>Metro</strong><br />
começou a entrar nos carris a<br />
partir <strong>do</strong> ano 2000, após a<br />
mudança <strong>do</strong> modelo de gestão<br />
da empresa, <strong>um</strong>a iniciativa de<br />
Jorge Coelho, na altura Ministro<br />
<strong>do</strong>s Transportes e Obras Públicas<br />
<strong>do</strong> Governo então lidera<strong>do</strong> por<br />
António Guterres.<br />
O CA da <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> passou<br />
a contar com <strong>um</strong>a Comissão<br />
Executiva, exclusivamente<br />
técnica, e a integrar quatro<br />
autarcas (leia-se notícia junta),<br />
o <strong>que</strong> funcionou como mola<br />
impulsiona<strong>do</strong>ra e decisiva <strong>do</strong><br />
<strong>projecto</strong>, da<strong>do</strong> o facto de<br />
a<strong>que</strong>les responsáveis políticos<br />
estarem ali para defender os<br />
interesses das respectivas<br />
populações, às quais tinham<br />
politicamente de prestar contas<br />
na qualidade de seus<br />
representantes.<br />
Com esta medida, foi coloca<strong>do</strong><br />
<strong>um</strong> ponto final nas polémicas<br />
político-partidárias, o <strong>que</strong><br />
permitiu <strong>que</strong>, após quase <strong>um</strong>a<br />
década de discussões, o<br />
<strong>projecto</strong> passasse finalmente<br />
<strong>do</strong> papel para o terreno, com<br />
evidentes efeitos positivos na<br />
qualidade de vida de largos<br />
milhares de pessoas, <strong>que</strong> viram<br />
assim a sua mobilidade<br />
melhorada através da utilização<br />
de <strong>um</strong> meio de transporte moderno, rápi<strong>do</strong>,<br />
confortável e amigo <strong>do</strong> ambiente e <strong>que</strong>,<br />
inclusive, teve a virtude de aliviar a pressão <strong>do</strong><br />
tráfego na cidade.<br />
O constante a<strong>um</strong>ento da procura e o eleva<strong>do</strong><br />
grau de eficácia deste meio de transporte<br />
suscitou a necessidade de alargar a rede a outras<br />
localidades da AMP, com a criação de linhas<br />
para Gon<strong>do</strong>mar, Trofa, zona ocidental <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
e a extensão para sul, a Vila Nova de Gaia.<br />
Fernan<strong>do</strong> Gomes e Vieira de Carvalho foram os<br />
<strong>do</strong>is rostos principais deste <strong>projecto</strong>.<br />
Presença <strong>do</strong>s autarcas no<br />
<strong>Metro</strong> foi decisiva para o<br />
andamento da obra<br />
+ DE 100.000.000 DE CLIENTES<br />
Marca histórica ultrapassada<br />
O <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> atingiu no dia 19 de Julho a marca histórica de<br />
100 milhões de clientes transporta<strong>do</strong>s. Desde o início da operação<br />
comercial da rede, a 1 de Janeiro de 2003, até 31 de Dezembro de 2008,<br />
o sistema ultrapassou as 121.000.000 validações. A validação 100 milhões ocorreu<br />
pouco após as 19 horas de 19 de Julho, <strong>um</strong>a quinta-feira, na estação da<br />
Senhora da Hora.
OUTUBRO 2008<br />
PROJECTO<br />
EM CAUSA
006<br />
PORTO sempre<br />
012<br />
. <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>projecto</strong> em causa<br />
1. Governo exige tomar conta <strong>do</strong> <strong>Metro</strong><br />
Autarcas obriga<strong>do</strong>s a trocar lugares pelas obras no terreno<br />
A <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, S.A. foi<br />
formalmente constituída em<br />
Agosto de 1993 e desde essa<br />
data a sua estrutura accionista<br />
conheceu diversos figurinos<br />
e metamorfoses<br />
organizacionais.<br />
Após várias recomposições, é<br />
aprova<strong>do</strong> o modelo <strong>que</strong><br />
vigorou até Março, ou seja,<br />
com a Junta <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> (JMP) como accionista<br />
maioritária. Desde 2002 <strong>que</strong><br />
o seu Conselho de<br />
Administração (CA) integrava<br />
os seguintes membros:<br />
Valentim Loureiro (Presidente<br />
<strong>do</strong> <strong>Metro</strong> na qualidade de líder<br />
da JMP em 2002), Rui Rio (CM<br />
<strong>Porto</strong>), Mário de Almeida (CM<br />
Vila <strong>do</strong> Conde) e Narciso<br />
Miranda (CM Matosinhos)<br />
como administra<strong>do</strong>res não<br />
executivos, enquanto<br />
a Comissão<br />
Executiva era<br />
presidida por<br />
Oliveira<br />
Mar<strong>que</strong>s,<br />
integran<strong>do</strong><br />
ainda Duarte<br />
Vieira e Juvenal<br />
Peneda, então<br />
Presidente da STCP.<br />
Todavia, não muito tempo<br />
após ter ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong> funções, o<br />
actual Governo, pela voz <strong>do</strong><br />
Ministro Mário Lino, começa<br />
a dar sinais de pretender<br />
introduzir mexidas na<br />
estrutura. Mário Lino inicia<br />
<strong>um</strong>a guerra contra o <strong>Metro</strong><br />
utilizan<strong>do</strong> os mais diversos<br />
arg<strong>um</strong>entos e esgrimin<strong>do</strong><br />
partes <strong>do</strong> relatório <strong>do</strong> Tribunal<br />
de Contas.<br />
Perante as críticas à gestão<br />
da empresa, <strong>que</strong> depressa<br />
evoluíram para a exigência de<br />
assegurar a presença<br />
hegemónica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na<br />
empresa – o <strong>que</strong>, na prática,<br />
legitimava o desejo <strong>do</strong><br />
Governo em nomear os seus<br />
próprios administra<strong>do</strong>res – a<br />
JMP, já sob a presidência de<br />
Rui Rio, teve de trocar a sua<br />
pre<strong>do</strong>minância no CA pela<br />
defesa <strong>do</strong>s interesses das<br />
populações e pelo avanço<br />
das obras no terreno<br />
referentes à segunda<br />
fase da rede, as quais,<br />
por via dessa situação,<br />
se encontravam já<br />
ameaçadas.<br />
Junta agiu de boa-fé<br />
Acreditan<strong>do</strong> na boa fé <strong>do</strong> Governo e na<br />
garantia de <strong>que</strong> o processo não sofreria<br />
mais atrasos e recuos, a JMP optou por<br />
não inviabilizar as negociações,<br />
decidin<strong>do</strong> pragmaticamente abdicar da<br />
maioria <strong>que</strong> detinha, tanto em termos<br />
de participação no capital social da<br />
empresa, como no próprio CA, no qual<br />
dispunha – como ficou referi<strong>do</strong> – de<br />
quatro administra<strong>do</strong>res por si indigita<strong>do</strong>s<br />
(três mais o Presidente, embora este<br />
não executivo).<br />
De acor<strong>do</strong> com o quadro actual e no<br />
mesmo universo de sete elementos, o<br />
Governo passou a dispor da prerrogativa<br />
de nomear os três administra<strong>do</strong>res<br />
executivos, incluin<strong>do</strong> o Presidente, e<br />
ainda mais <strong>um</strong> vogal não executivo. Os<br />
restantes três não executivos – e <strong>que</strong><br />
actualmente são Mário de Almeida (Vila<br />
<strong>do</strong> Conde), Marco António Costa (Gaia)<br />
e Rui Rio (<strong>Porto</strong>) – passam a ser<br />
indica<strong>do</strong>s pela JMP em representação<br />
das autarquias. Acresce <strong>que</strong> o Esta<strong>do</strong><br />
passou também a deter 60% <strong>do</strong> capital<br />
social da empresa, o qual, entretanto,<br />
sofrera <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de 2,5 milhões de<br />
euros.<br />
Mal sabia a Junta <strong>que</strong>, após conseguir<br />
a maioria da empresa, o Governo, iria<br />
pôr em causa as obras acordadas.<br />
“A JMP, já sob a presidência de<br />
Rui Rio, teve de trocar a sua<br />
pre<strong>do</strong>minância no CA pela<br />
defesa <strong>do</strong>s interesses das<br />
populações e pelo avanço das<br />
obras no terreno referentes à<br />
segunda fase da rede”
. <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>projecto</strong> em causa<br />
2007<br />
PORTO sempre<br />
013<br />
2. Governo assina acor<strong>do</strong> formal<br />
com a JMP<br />
21.05.2007 >> Assinatura <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> com o Governo sobre a expansão <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Ao cabo de <strong>um</strong> longo processo<br />
negocial, JMP e Governo chegam,<br />
finalmente, a <strong>um</strong> consenso<br />
relativamente ao desenho <strong>do</strong><br />
novo mapa para a segunda fase<br />
da rede <strong>do</strong> <strong>Metro</strong>. O acor<strong>do</strong>, <strong>que</strong><br />
passaria à história sob a<br />
designação de Memoran<strong>do</strong> de<br />
Entendimento, foi solenemente<br />
sela<strong>do</strong>, no Palácio <strong>do</strong> Freixo, a<br />
21 de Maio de 2007 na presença<br />
<strong>do</strong> Primeiro-Ministro, <strong>que</strong> se<br />
deslocou ao <strong>Porto</strong> expressamente<br />
para esse efeito.<br />
Rodea<strong>do</strong> por grande aparato<br />
mediático, José Sócrates<br />
enalteceu as virtudes <strong>do</strong> acor<strong>do</strong>,<br />
ten<strong>do</strong> mesmo qualifica<strong>do</strong> o <strong>Metro</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> como «<strong>um</strong> <strong>do</strong>s <strong>projecto</strong>s<br />
mais bem sucedi<strong>do</strong>s em<br />
Portugal».<br />
Obras e respectiva calendarização<br />
ficaram, então, estabelecidas. À<br />
luz <strong>do</strong> protocola<strong>do</strong>, avançariam<br />
de imediato a primeira fase da<br />
linha de Gon<strong>do</strong>mar, bem como a<br />
extensão da linha Amarela a<br />
Santo Ovídio.<br />
Para os restantes<br />
empreendimentos abrir-se-ia, o<br />
mais tardar até Junho de 2008,<br />
<strong>um</strong> concurso global, <strong>que</strong><br />
abrangeria a extensão à Trofa,<br />
<strong>um</strong>a ligação <strong>que</strong> servisse<br />
Matosinhos Sul e a Zona Ocidental<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a segunda fase de<br />
Gon<strong>do</strong>mar, o prolongamento para<br />
sul de Gaia e, eventualmente,<br />
<strong>um</strong>a terceira ligação entre <strong>Porto</strong><br />
e Matosinhos.<br />
Todavia, se até ao final <strong>do</strong><br />
primeiro semestre de 2008 não<br />
fosse possível lançar o referi<strong>do</strong><br />
grande concurso, avançar-se-ia<br />
em concurso próprio com as<br />
linhas da Trofa e da Boavista,<br />
caso o Estu<strong>do</strong> da Faculdade de<br />
Engenharia da Universidade <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> (FEUP) reconhecesse a<br />
Boavista como a solução mais<br />
adequada para servir a Zona<br />
Ocidental da cidade, o <strong>que</strong> na<br />
verdade ficou confirma<strong>do</strong> pela<br />
equipa de especialistas <strong>que</strong> o<br />
elaborou.<br />
O <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é <strong>do</strong>s <strong>projecto</strong>s<br />
mais bem sucedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país<br />
José Sócrates >> JN >> 22.05<br />
Sabemos o <strong>que</strong> <strong>que</strong>remos, como<br />
<strong>que</strong>remos fazer e como vamos<br />
governar a sociedade [<strong>Metro</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong>]<br />
José Sócrates >> Público >> 22.05
007<br />
PORTO sempre<br />
014<br />
. <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>projecto</strong> em causa<br />
O acor<strong>do</strong> em festa
. Governo ignora estu<strong>do</strong> técnico<br />
2008<br />
PORTO sempre<br />
015<br />
Mário Lino rasga o acor<strong>do</strong> e promete novas<br />
linhas… para 2022<br />
OUTUBRO 2008: MÁRIO LINO PÕE ACORDO EM CAUSA. INCUMPRIMENTO É ESCONDIDO<br />
COM PROMESSAS DE MUITOS MILHÕES ATÉ 2022.<br />
Confirman<strong>do</strong> alguns indica<strong>do</strong>res negativos<br />
<strong>que</strong> então já começavam a surgir na<br />
Comunicação Social, o Ministro Mário Lino,<br />
acompanha<strong>do</strong> pela Secretária de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
Transportes, Ana Paula Vitorino, veio ao<br />
<strong>Porto</strong> rodea<strong>do</strong> de alg<strong>um</strong> aparato mediático,<br />
anunciar o <strong>que</strong> já se desconfiava: para além<br />
de não <strong>que</strong>rer c<strong>um</strong>prir o acor<strong>do</strong> de Maio de<br />
2007, formaliza<strong>do</strong> na presença <strong>do</strong> Primeiro-<br />
Ministro, o Governo remetia para as calendas<br />
os empreendimentos da segunda fase <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong>, o <strong>que</strong> foi interpreta<strong>do</strong> por Rui Rio,<br />
Presidente da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e da JMP,<br />
como “<strong>um</strong> sinal de <strong>que</strong>m não <strong>que</strong>r fazer<br />
quase nada”.<br />
O autarca acusou mesmo o Governo de<br />
ter agi<strong>do</strong> de “má fé” ao longo de to<strong>do</strong><br />
o processo, classifican<strong>do</strong> o<br />
cronograma apresenta<strong>do</strong> pela<br />
Comissão Executiva <strong>do</strong> <strong>Metro</strong>, em<br />
reunião realizada em 1 de Outubro,<br />
como “<strong>um</strong>a papelada, <strong>que</strong> não passa de <strong>um</strong><br />
print de computa<strong>do</strong>r com uns riscos em cima,<br />
<strong>que</strong> nem o Conselho de Administração<br />
conhecia, cozinha<strong>do</strong> à revelia <strong>do</strong>s municípios<br />
e sem suporte técnico”.<br />
À luz <strong>do</strong> <strong>que</strong> foi anuncia<strong>do</strong> pela Comissão<br />
Executiva com o total beneplácito da<br />
tutela, a segunda linha de Gaia é relegada<br />
para 2022, a segunda parte da linha de<br />
Gon<strong>do</strong>mar para 2018 e a linha da Boavista<br />
para o infinito, enquanto a ligação à Trofa,<br />
cujo concurso já deveria estar a decorrer<br />
(conforme se pode ler noutra peça junta),<br />
é prevista para 2012.<br />
Avança, entretanto, a primeira fase da de<br />
Gon<strong>do</strong>mar, aprovada à pressa em cima da<br />
vinda <strong>do</strong> ministro ao <strong>Porto</strong>, a 1 de Outubro,<br />
bem como a ligação a Santo Ovídio, em Gaia,<br />
no <strong>que</strong> foi entendi<strong>do</strong> como <strong>um</strong>a forma de disfarçar<br />
a paralisia <strong>do</strong> <strong>projecto</strong> <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> a norte.<br />
A segunda linha de Gaia<br />
é relegada para 2022, a<br />
segunda parte da linha de<br />
Gon<strong>do</strong>mar para 2018 e<br />
a linha da Boavista para<br />
o infinito, enquanto a<br />
ligação à Trofa (...) é<br />
prevista para 2012.
008.<br />
PORTO sempre<br />
PORTO sempre<br />
016<br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: <strong>projecto</strong> em causa<br />
O acorda<strong>do</strong>, mas não c<strong>um</strong>pri<strong>do</strong><br />
O <strong>que</strong> diz o Memoran<strong>do</strong> de Entendimento para o Sistema<br />
de <strong>Metro</strong> Ligeiro da Área <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
O <strong>que</strong> foi assina<strong>do</strong><br />
1. Definição da 2ª fase <strong>do</strong> sistema de metro - novos investimentos, expansões:<br />
• Ligação ao concelho da Trofa ( prolongamento linha entre ISMAI e Trofa);<br />
• Ligação ao concelho de Gon<strong>do</strong>mar;<br />
• Prolongamento da ligação ao concelho de Gaia;<br />
• Reforço de ligações circulares aos concelhos de Matosinhos e <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (zona Ocidental);<br />
• Estu<strong>do</strong>s para o desenvolvimento futuro.<br />
2. Lançamento de <strong>um</strong> concurso internacional para todas as linhas. O concessionário<br />
<strong>que</strong> ganhar fica com a construção, manutenção e exploração <strong>do</strong>s novos troços, e<br />
deverá herdar, a partir de Abril de 2009, as linhas já existentes.<br />
• Concurso ainda em 2007: 1ª parte da ligação a Gon<strong>do</strong>mar; e prolongamento a Santo Ovídio,<br />
em Vila Nova de Gaia.<br />
• Entre Janeiro e Junho de 2008 ( em concurso único): Trofa, zona Ocidental <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />
Gon<strong>do</strong>mar 2.<br />
OU<br />
• A partir de Junho de 2008 (em concurso próprio): Trofa, Matosinhos sul/Boavista (se fosse<br />
essa a opção da FEUP).
PORTO sempre<br />
. Governo põe <strong>Metro</strong> fora <strong>do</strong>s carris2008<br />
017<br />
Inc<strong>um</strong>primento agita Área <strong>Metro</strong>politana<br />
Perante as novas ideias divulgadas<br />
pelos representantes<br />
governamentais sobre o futuro da<br />
rede, o coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da<br />
FEUP, Professor Paulo Pinho, reagiu<br />
publicamente, mostran<strong>do</strong><br />
estranheza e alg<strong>um</strong>a indignação<br />
pelo facto de o Governo ter<br />
praticamente “rasga<strong>do</strong>” as<br />
principais conclusões desse<br />
trabalho por si encomenda<strong>do</strong> em<br />
parceria com o Conselho de<br />
Administração da <strong>Metro</strong>.<br />
Em artigos e entrevistas<br />
publicadas, o especialista defende<br />
em detalhe o seu estu<strong>do</strong>, em<br />
contraponto com as soluções<br />
igualmente estudadas e<br />
anunciadas agora com novas<br />
“nuances” pelo Governo,<br />
qualifican<strong>do</strong>-as como “mais caras<br />
e tecnicamente mais complexas”.<br />
Entretanto, a Secretária de Esta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s Transportes, Ana Paula<br />
Secretária de<br />
Esta<strong>do</strong> participa<br />
em comício <strong>do</strong> PS<br />
em Matosinhos<br />
Vitorino, participa n<strong>um</strong> jantar <strong>do</strong><br />
Parti<strong>do</strong> Socialista destina<strong>do</strong> a<br />
lançar a recandidatura de<br />
Guilherme Pinto à Câmara de<br />
Matosinhos, no qual enaltece a<br />
Não tenho <strong>que</strong> responder a essas<br />
afirmações, <strong>que</strong> considero disparatadas.<br />
O <strong>que</strong> o Conselho de Administração <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> tem é <strong>que</strong> analisar a<br />
proposta <strong>do</strong> Conselho Executivo para<br />
expansão da rede e dizer se concorda<br />
ou não e se tem propostas alternativas<br />
TSF >> 02.10.08<br />
forma como o autarca socialista<br />
soube negociar novas linhas para<br />
Matosinhos, confirman<strong>do</strong> assim<br />
<strong>que</strong> a nova estratégia para o<br />
<strong>Metro</strong> foi concertada com autarcas<br />
<strong>do</strong> PS, à revelia <strong>do</strong>s outros seus<br />
colegas <strong>que</strong>, em representação da<br />
JMP, têm assento no CA na<br />
qualidade de administra<strong>do</strong>res não<br />
executivos – Rui Rio (CM <strong>Porto</strong>)<br />
e Marco António Costa (Vice-<br />
Presidente da CM Gaia) e Mário<br />
de Almeida (Presidente da CM Vila<br />
<strong>do</strong> Conde).<br />
Nessa festa partidária e segun<strong>do</strong><br />
relatos da Comunicação Social,<br />
esteve igualmente presente<br />
Ricar<strong>do</strong> Fonseca, novo Presidente<br />
<strong>do</strong> CA da <strong>Metro</strong> nomea<strong>do</strong> pelo<br />
Governo.<br />
Rui Rio insurge-se contra o facto<br />
<strong>do</strong> Conselho de Administração <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong> não conhecer <strong>um</strong><br />
<strong>do</strong>c<strong>um</strong>ento <strong>do</strong> próprio CA,<br />
enquanto os outros autarcas <strong>do</strong><br />
parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> Governo o negociavam<br />
com a Secretária de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
Transportes, rasgan<strong>do</strong> o acor<strong>do</strong><br />
assina<strong>do</strong> em 2007.<br />
Afinal, sempre havia<br />
mais estu<strong>do</strong>s…<br />
No dia 12 de Outubro, Rui Rio<br />
publica no Jornal de Notícias <strong>um</strong><br />
artigo intitula<strong>do</strong> “Não pode valer<br />
O <strong>que</strong> eu vejo agora é <strong>um</strong>a solução<br />
<strong>que</strong> <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong>s custos<br />
é cara e <strong>do</strong> ponto de vista técnico<br />
é muito mais complexa, crian<strong>do</strong><br />
condições para <strong>que</strong> quan<strong>do</strong> se<br />
começarem as obras, sujam<br />
entraves e problemas<br />
JN >> 08.10.08<br />
tu<strong>do</strong>”, no qual analisa a situação presente de to<strong>do</strong><br />
este processo.<br />
Poucos dias depois, é a própria Comissão Executiva<br />
<strong>do</strong> CA da <strong>Metro</strong> <strong>que</strong>, em artigo de opinião com o<br />
título “A expansão da rede <strong>do</strong> metro: a verdade<br />
<strong>do</strong>s factos” publica<strong>do</strong> no mesmo jornal, vem<br />
desmentir a Secretária de Esta<strong>do</strong>, ao admitir a<br />
existência de outros estu<strong>do</strong>s sobre a matéria <strong>que</strong>,<br />
no entanto, tinham si<strong>do</strong> escondi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> CA.<br />
Ana Paula Vitorino garantira aos membros da JMP,<br />
na reunião, realizada no <strong>Porto</strong>, em 1 de Outubro,<br />
Segun<strong>do</strong> Rui Rio, este<br />
assunto foi coloca<strong>do</strong> pelo<br />
Governo no patamar político<br />
e não no técnico, <strong>que</strong> era<br />
onde deveria estar situa<strong>do</strong>.<br />
não existirem quais<strong>que</strong>r outros estu<strong>do</strong>s <strong>que</strong> eles<br />
desconhecessem.<br />
Na reunião <strong>do</strong> CA da <strong>Metro</strong>, efectuada no dia 15<br />
de Outubro, Rui Rio e Marco António Costa<br />
recusaram-se a votar a proposta da Comissão<br />
Executiva referente à expansão da rede, apresentada<br />
em 1 de Outubro pelo Governo, sem <strong>que</strong> primeiro<br />
a mesma fosse apreciada pela JMP.<br />
“Este assunto foi coloca<strong>do</strong> pelo Governo no patamar<br />
político e não no técnico, <strong>que</strong> era onde deveria<br />
estar situa<strong>do</strong>”, observou o Presidente da CMP e<br />
da JMP.<br />
O <strong>que</strong> o ministro Mário Lino e a<br />
secretária de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Transportes<br />
[Ana Paula Vitorino] mostraram não<br />
passa de uns papéis <strong>que</strong> não c<strong>um</strong>prem<br />
o acor<strong>do</strong> ou <strong>que</strong> agitam para fazer<br />
folclore político<br />
Público >> 02.10.08<br />
MÁRIO LINO<br />
PAULO PINHO<br />
RUI RIO
008<br />
PORTO sempre<br />
018<br />
. Governo põe <strong>Metro</strong> fora <strong>do</strong>s carris<br />
Rui Rio solicita intervenção <strong>do</strong> Presidente da<br />
República para desblo<strong>que</strong>ar impasse<br />
Rui Rio enviou <strong>um</strong>a carta ao Presidente da República, apelan<strong>do</strong> à sua intervenção<br />
no desblo<strong>que</strong>amento <strong>do</strong> impasse gera<strong>do</strong> em torno <strong>do</strong> <strong>projecto</strong> <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />
motiva<strong>do</strong> pelo não c<strong>um</strong>primento, por parte <strong>do</strong> Governo, <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> firma<strong>do</strong> em Maio<br />
de 2007 com a JMP.<br />
Na missiva, o Presidente da<br />
CMP recorda <strong>que</strong> o Governo<br />
se comprometeu, através de<br />
<strong>um</strong> Memoran<strong>do</strong> de<br />
Entendimento assina<strong>do</strong> com<br />
o Ministro das Obras Públicas,<br />
na presença <strong>do</strong> Primeiro-<br />
Ministro, a construir <strong>um</strong><br />
conjunto de novas linhas <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, visan<strong>do</strong> dar<br />
continuidade à primeira fase<br />
<strong>do</strong> <strong>projecto</strong>, <strong>que</strong> se<br />
encontrava já concluída com<br />
<strong>um</strong> impacto muito positivo<br />
para toda a Área<br />
<strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Ten<strong>do</strong> em conta <strong>que</strong> os prazos<br />
previstos no acor<strong>do</strong> já se<br />
encontram totalmente<br />
ultrapassa<strong>do</strong>s e perante a<br />
realização de novos estu<strong>do</strong>s<br />
<strong>que</strong> contrariam o conteú<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Memoran<strong>do</strong>, o Presidente<br />
da CMP entende <strong>que</strong> o<br />
Governo não pode continuar<br />
a ignorar o problema e a<br />
desrespeitar os cidadãos,<br />
comprometen<strong>do</strong> <strong>um</strong> <strong>projecto</strong><br />
decisivo para a Região.<br />
Assim, e <strong>um</strong>a vez <strong>que</strong> o<br />
próprio Conselho de<br />
Administração da <strong>Metro</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> não tem consegui<strong>do</strong> autonomizar-se<br />
<strong>do</strong> Governo e encontrar <strong>um</strong>a solução para o<br />
problema, Rui Rio decidiu apelar a Cavaco<br />
Silva, no senti<strong>do</strong> de sensibilizar o Executivo<br />
para este importante <strong>do</strong>ssiê, <strong>que</strong> a equipa<br />
governativa liderada por José Sócrates insiste<br />
em maltratar.<br />
Com esta iniciativa, Rui Rio pretendeu obrigar<br />
o Governo a despartidarizar <strong>um</strong>a <strong>que</strong>stão de<br />
incontornável relevância para esta Área<br />
<strong>Metro</strong>politana e a tomar <strong>um</strong>a decisão séria<br />
e rápida sobre o <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, honran<strong>do</strong><br />
assim o compromisso solenemente assina<strong>do</strong><br />
n<strong>um</strong>a cerimónia realizada no Palácio <strong>do</strong><br />
Freixo.
. Governo põe <strong>Metro</strong> fora <strong>do</strong>s carris<br />
2008<br />
PORTO sempre<br />
Assembleia <strong>Metro</strong>politana<br />
caucionou posição da Junta em exigir o c<strong>um</strong>primento <strong>do</strong> Memoran<strong>do</strong><br />
A Assembleia <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> aprovou, com os votos<br />
contra <strong>do</strong> PS, duas moções –<br />
<strong>um</strong>a <strong>do</strong> PSD e outra da CDU –<br />
ambas exigin<strong>do</strong> a necessidade<br />
de o Governo c<strong>um</strong>prir o acor<strong>do</strong><br />
assina<strong>do</strong> em Maio de 2007, no<br />
Palácio <strong>do</strong> Freixo, relativo ao<br />
desenvolvimento da rede <strong>do</strong><br />
<strong>Metro</strong> Ligeiro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
A moção social-democrata, <strong>que</strong><br />
obteve os votos desfavoráveis<br />
<strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s socialistas e <strong>do</strong><br />
Bloco de Es<strong>que</strong>rda, exigia <strong>do</strong><br />
Governo “o c<strong>um</strong>primento<br />
escrupuloso da palavra dada e<br />
constante <strong>do</strong> Memoran<strong>do</strong> de<br />
Entendimento, bem como a<br />
concretização efectiva e célere<br />
<strong>do</strong>s compromissos ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong>s em<br />
nome <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>que</strong>r no <strong>que</strong><br />
respeita ao cronograma, <strong>que</strong>r no<br />
<strong>que</strong> respeita ao enquadramento<br />
das obras constantes <strong>do</strong> mesmo”.<br />
Por seu la<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>c<strong>um</strong>ento da<br />
CDU advogava, entre outros<br />
pontos, o “avanço imediato das<br />
linhas previstas no Memoran<strong>do</strong>,<br />
cuja execução já deveria estar<br />
em curso”.<br />
Autarcas <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Socialista votaram contra a proposta de<br />
c<strong>um</strong>primento <strong>do</strong> acor<strong>do</strong><br />
019<br />
Esta deliberação surgiu –<br />
recorde-se – na sequência da<br />
posição anteriormente<br />
ass<strong>um</strong>ida pela JMP, <strong>que</strong>, em<br />
reunião de 31 de Outubro,<br />
decidira mandatar os seus<br />
representantes não executivos<br />
no C. A. da <strong>Metro</strong>, no senti<strong>do</strong><br />
de «submeterem formalmente<br />
à aprovação da<strong>que</strong>le órgão<br />
<strong>um</strong>a proposta concreta de<br />
c<strong>um</strong>primento global <strong>do</strong> Memoran<strong>do</strong>, ponto<br />
por ponto».<br />
De referir <strong>que</strong> já então os autarcas <strong>do</strong> PS<br />
presentes na sala tinham vota<strong>do</strong> contra esta<br />
proposta, <strong>do</strong> acorda<strong>do</strong> <strong>que</strong> acabaria por ser<br />
aprovada com 10 votos a favor e três contra,<br />
sem qual<strong>que</strong>r abstenção.
008<br />
PORTO sempre<br />
020<br />
O inc<strong>um</strong>primento em notícias<br />
. linhas interrompidas
O QUE<br />
PENSAM<br />
TÉCNICOS E<br />
CIDADÃOS
008<br />
PORTO sempre<br />
. Governo ignora estu<strong>do</strong> . Governo técnico<br />
022<br />
ignora estu<strong>do</strong> técnico<br />
Faculdade de Engenharia <strong>que</strong>stiona decisão <strong>do</strong> governo<br />
e defende solução prevista no Memoran<strong>do</strong><br />
Perante <strong>um</strong> plano alternativo -<br />
desconheci<strong>do</strong> de quase to<strong>do</strong>s -,<br />
anuncia<strong>do</strong> pela Comissão<br />
Executiva da <strong>Metro</strong> e pelo<br />
Ministro Mário Lino, o Professor<br />
Paulo Pinho, coordena<strong>do</strong>r<br />
científico da equipa responsável<br />
pela elaboração <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> sobre<br />
a expansão <strong>do</strong> <strong>Metro</strong><br />
encomenda<strong>do</strong> pela <strong>Metro</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> e pelo próprio Governo e<br />
concluí<strong>do</strong> em Julho de 2007,<br />
veio a público defender a sua<br />
proposta.<br />
Segun<strong>do</strong> o plano então<br />
apresenta<strong>do</strong> pelos especialistas<br />
da Faculdade de Engenharia da<br />
Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (FEUP) e<br />
<strong>que</strong> integrava ainda Frederico<br />
Moura e Sá e Miguel Torres,<br />
estavam previstas as novas<br />
ligações, ou seja, a linha da<br />
Senhora da Hora/Hospital de S.<br />
João, por São Mamede de<br />
Infesta, linha da Boavista e<br />
segunda linha de Gaia, além da<br />
prever, igualmente, a extensão<br />
da linha Amarela até Vila d’Este,<br />
em Gaia.<br />
Preconizava, também, a ligação<br />
à Trofa, em via única, com<br />
espaço para a duplicação, e <strong>um</strong><br />
desenho para a segunda linha<br />
de Gaia de mo<strong>do</strong> a <strong>que</strong> esta<br />
pudesse, no futuro, estender-se<br />
tanto para nascente (Oliveira <strong>do</strong><br />
Douro e Avintes), como para<br />
poente (na direcção <strong>do</strong> mar).<br />
Incluía também <strong>um</strong>a circular<br />
enterrada, na qual a linha da<br />
Boavista iria entroncar.<br />
De acor<strong>do</strong> com a proposta base<br />
da FEUP, o serviço seria alarga<strong>do</strong><br />
a mais 182 448 mora<strong>do</strong>res e 105<br />
445 trabalha<strong>do</strong>res, sen<strong>do</strong> <strong>que</strong> o<br />
custo por quilómetro de linha<br />
se cifraria em 20,4 milhões de<br />
euros (sem estações) e 36,6<br />
milhões de euros (com estações).<br />
“Nós estudámos as ligações <strong>que</strong> estão agora<br />
a ser propostas. E por alg<strong>um</strong>as boas razões<br />
não as considerámos as mais adequadas”<br />
Paulo Pinho>> JN >> 08.10<br />
“De <strong>um</strong> ponto de vista<br />
urbanístico e de ordenamento<br />
territorial, a nova proposta<br />
apresenta soluções de traça<strong>do</strong><br />
de valia claramente inferior,<br />
menos equilibradas e ajustadas<br />
à estruturação deste espaço<br />
metropolitano”<br />
Paulo Pinho>> Público >> 08.10<br />
Paulo Pinho apresenta<br />
soluções tecnicamente<br />
testadas<br />
Do ponto de vista eminentemente técnico,<br />
para a<strong>que</strong>le especialista em Planeamento<br />
Urbano a linha da Boavista afigura-se como<br />
«a solução mais adequada para ligar<br />
Matosinhos Sul à Zona Ocidental <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Para a equipa coordenada por Paulo Pinho,<br />
cujo estu<strong>do</strong> acabaria por ser aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong><br />
pelo Governo sem qual<strong>que</strong>r explicação ou<br />
justificação, a solução da Boavista afigurase<br />
«tecnicamente mais simples e<br />
financeiramente mais económica», conforme<br />
tem si<strong>do</strong> publicamente sustenta<strong>do</strong> por a<strong>que</strong>le<br />
professor catedrático da FEUP.
. Estu<strong>do</strong> técnico ignora<strong>do</strong><br />
2008<br />
PORTO sempre<br />
023<br />
Linha da Boavista: os males <strong>que</strong> a política pode fazer<br />
Para o Presidente da CMP e da<br />
Junta <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
(JMP), sobre <strong>que</strong>m se<br />
pretendeu <strong>que</strong> recaísse o ónus<br />
<strong>do</strong> diferen<strong>do</strong> com o Governo<br />
por alegadamente estar a fazer<br />
finca-pé na instalação, a to<strong>do</strong><br />
o custo, da linha da Boavista,<br />
o problema tem outros<br />
contornos bem distintos.<br />
Recorde-se <strong>que</strong> Rui Rio nunca<br />
simpatizou com a ideia de ver<br />
o <strong>Metro</strong> a circular n<strong>um</strong>a das<br />
mais nobres artérias da cidade.<br />
Tratava-se, <strong>do</strong> seu ponto de<br />
vista, de <strong>um</strong>a solução com<br />
pouca estética e <strong>que</strong>,<br />
inclusive, afectaria<br />
negativamente o processo de<br />
requalificação da Avenida da<br />
Boavista, a qual – na sua<br />
óptica – «ficaria muito mais<br />
bonita e aprazível se fosse<br />
requalificada com amplos<br />
passeios e forte arborização,<br />
em vez de ter as carruagens<br />
a ocupar <strong>um</strong>a parte<br />
substancial da sua<br />
superfície, além da<br />
necessária trincheira <strong>que</strong><br />
permitisse o seu<br />
enterramento».<br />
Como se isto não bastasse, a<br />
instalação <strong>do</strong>s carris não era<br />
de to<strong>do</strong> favorável ao<br />
desenvolvimento <strong>do</strong> próprio<br />
Circuito da Boavista, <strong>um</strong><br />
<strong>projecto</strong> <strong>que</strong> a Câmara abraçou<br />
e cujo sucesso se afigura<br />
in<strong>que</strong>stionável.<br />
Rui Rio acabou por aceitar a<br />
solução, já em 2003, depois<br />
Linha da Boavista<br />
de forte pressão da <strong>Metro</strong> e de outros autarcas,<br />
com base na necessidade – sustentada pelos<br />
técnicos e especialistas na matéria – de servir<br />
o equilíbrio metropolitano <strong>do</strong> <strong>projecto</strong>. Havia<br />
<strong>que</strong> – frisavam – utilizar a Avenida da Boavista<br />
como ligação a <strong>um</strong>a linha circular no interior<br />
da cidade, entendida esta como a solução<br />
estrutural para se conseguir «coser» e<br />
equilibrar to<strong>do</strong> o <strong>projecto</strong>, o qual – na óptica<br />
<strong>do</strong> Presidente da CMP – não poderia, nem<br />
deveria, ser condiciona<strong>do</strong> por factores<br />
subjectivos ou sentimentalistas.<br />
E assim o Conselho de Ministros de Julho de<br />
2003 dá o pontapé de saída para a linha da<br />
Boavista.<br />
Nos anos 90: a Câmara defendia com entusiasmo a linha da Boavista<br />
O PS, <strong>que</strong> hoje contesta e<br />
combate à instalação da<br />
linha da Boavista,<br />
defendia, em 2001, no seu<br />
programa eleitoral para as<br />
autárquicas, a opção <strong>do</strong><br />
«canal dedica<strong>do</strong> na placa<br />
central da Avenida».<br />
Anunciava, inclusivamente,<br />
como prioridade «o seu<br />
prolongamento entre a<br />
Rotunda e a Cor<strong>do</strong>aria, por<br />
Júlio Dinis, Praça da Galiza e<br />
Palácio».<br />
Um ano mais tarde, interroga<strong>do</strong><br />
pelo JN sobre «<strong>Metro</strong> na<br />
Avenida da Boavista: sim ou não?»,<br />
Fernan<strong>do</strong> Gomes, <strong>um</strong> <strong>do</strong>s autarcas a <strong>que</strong>m<br />
mais se deve o <strong>projecto</strong> <strong>do</strong> <strong>Metro</strong>, fechava<br />
a <strong>que</strong>stão, afirman<strong>do</strong>: «Definitivamente,<br />
sim!».<br />
A linha teve mesmo, no fim da década de<br />
90, <strong>um</strong> <strong>projecto</strong> de execução, <strong>que</strong> hoje se<br />
encontra arquiva<strong>do</strong> na CMP.
008<br />
. Campo Alegre: problemas técnicos e estéticos<br />
PORTO sempre<br />
024<br />
Linha <strong>do</strong> Campo Alegre à superfície: Como?<br />
Apesar <strong>do</strong> Memoran<strong>do</strong> de<br />
Entendimento protocola<strong>do</strong> com<br />
o Governo em 2007 e<br />
contrarian<strong>do</strong> as recomendações<br />
plasmadas no estu<strong>do</strong> técnicocientífico<br />
da FEUP, <strong>que</strong><br />
apontava a linha da Boavista<br />
como a solução ideal para ligar<br />
Matosinhos Sul à zona ocidental<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, o Ministro Mário Lino<br />
surge a anunciar, com a<br />
Comissão Executiva da <strong>Metro</strong>,<br />
a alternativa pelo Campo<br />
Alegre, com conclusão prevista<br />
para 2014.<br />
De acor<strong>do</strong> com informações<br />
vindas a público, esta nova linha<br />
sairia de Matosinhos e passaria<br />
por debaixo da Avenida da<br />
Boavista, voltan<strong>do</strong> à superfície<br />
na futura Via Nun’Álvares,<br />
continuan<strong>do</strong> pela Rua Diogo<br />
Botelho, através de <strong>um</strong> corre<strong>do</strong>r<br />
estreito junto à Universidade<br />
Católica, n<strong>um</strong>a zona <strong>que</strong>, pela<br />
sua morfologia, coloca em causa<br />
a existência de faixas destinadas<br />
aos automóveis.<br />
Um <strong>do</strong>s aspectos <strong>que</strong>, <strong>do</strong> ponto<br />
de vista técnico, mais dúvidas e<br />
incertezas suscitam é a acentuada descida em<br />
direcção ao Fluvial, <strong>que</strong> começa, aproximadamente,<br />
junto a <strong>um</strong>a das entradas <strong>do</strong> Par<strong>que</strong> da Pasteleira.<br />
Este troço levaria, de resto, à construção de <strong>um</strong><br />
gigantesco viaduto com dimensões estruturais<br />
capazes de suportar <strong>um</strong>a via dupla, o <strong>que</strong> faria<br />
dele <strong>um</strong>a aberração urbanística.<br />
Ainda segun<strong>do</strong> o figurino avança<strong>do</strong>, o <strong>Metro</strong><br />
seguiria depois pela Rua <strong>do</strong> Campo Alegre, onde<br />
poderia circular segun<strong>do</strong> duas alternativas:<br />
enterra<strong>do</strong>, o <strong>que</strong> implicaria a abertura de <strong>um</strong>a<br />
enorme cratera, ou à superfície, ao longo da<br />
própria Rua <strong>do</strong> Campo Alegre inviabilizan<strong>do</strong> a<br />
circulação automóvel.<br />
À superfície:<br />
Onde cabe o metro no Campo Alegre?<br />
LINHA DO CAMPO ALEGRE<br />
À SUPERFÍCIE?<br />
MOLHE<br />
1<br />
1•<br />
DIOGO BOTELHO<br />
PASTELEIRA<br />
JARDIM BOTÂNICO<br />
2<br />
CAMPO ALEGRE<br />
PALÁCIO CRISTAL<br />
H.S. ANTÓNIO<br />
S. BENTO<br />
3•<br />
2•<br />
PROBLEMAS DO NOVO TRAÇADO<br />
1• RUA DIOGO BOTELHO: COMO CABE O METRO?<br />
2• SOLUÇÃO COM VIADUTO NO VALE DO FLUVIAL: QUE<br />
IMPACTO URBANÍSTICO?<br />
3• ZONA DO CAMPO ALEGRE.
. passadeira<br />
PORTO sempre<br />
025 005<br />
Juliana Pinto<br />
18 anos, Técnica de Apoio Pessoal no<br />
Hospital de Geriatria<br />
“Acho mal (<strong>que</strong> se tenham adia<strong>do</strong> as novas<br />
linhas) por<strong>que</strong> acho <strong>que</strong> é <strong>um</strong> transporte<br />
<strong>que</strong> faz muito jeito a muita gente,<br />
principalmente no <strong>Porto</strong> onde há falta de<br />
estacionamento e o congestionamento de<br />
trânsito é muito complica<strong>do</strong>. Eu acho <strong>que</strong><br />
(este cancelamento) é mau para o<br />
desenvolvimento da cidade.”<br />
Ana Paula Costa<br />
50 anos, desempregada<br />
“Para nós utiliza<strong>do</strong>res o adiamento<br />
da construção das novas linhas não<br />
nos é favorável, como é óbvio, mas,<br />
mais <strong>do</strong> <strong>que</strong> isso, eu diria <strong>que</strong> é <strong>um</strong><br />
atraso no desenvolvimento. Mas, como<br />
diria alguém <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Lisboa é Lisboa<br />
e o resto é paisagem.”<br />
Deolin<strong>do</strong> Pereira<br />
45 anos, motorista de Pesa<strong>do</strong>s<br />
“Acho mal (<strong>que</strong> tenham si<strong>do</strong> adiadas as linhas)<br />
por<strong>que</strong> é <strong>um</strong> transporte rápi<strong>do</strong>, <strong>que</strong> faz jeito<br />
às pessoas, é <strong>um</strong> bom transporte. Mas é sempre<br />
assim. É a Capital. Ficamos sempre para trás<br />
e vai tu<strong>do</strong> lá para o Sul.”<br />
Irina Guerrinha<br />
19 anos, estudante<br />
“Uso o <strong>Metro</strong> to<strong>do</strong>s os dias e acho mal <strong>que</strong><br />
cancelem a expansão <strong>do</strong> <strong>Metro</strong>. Estão mais<br />
preocupa<strong>do</strong>s com outras coisas <strong>do</strong> <strong>que</strong> fazer<br />
chegar o <strong>Metro</strong> a outras localidades <strong>que</strong><br />
têm <strong>que</strong> utilizar os autocarros e dar grandes<br />
voltas sem necessidade e acho <strong>que</strong> vai<br />
prejudicar a área metropolitana. Penso <strong>que</strong><br />
ia tirar muito trânsito à cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.”<br />
Rita Santos Costa<br />
18 anos, estudante<br />
“Acho importante a expansão por<strong>que</strong><br />
é <strong>um</strong> bom transporte, não há<br />
problemas de trânsito como há com<br />
os autocarros, não tem tantos atrasos,<br />
é mais fácil c<strong>um</strong>prir horários com o<br />
<strong>Metro</strong>. Deviam fazer essas linhas.”<br />
João Vilas Boas<br />
56 anos, reforma<strong>do</strong><br />
“Utilizo o <strong>Metro</strong> fre<strong>que</strong>ntemente, Dragão – Senhora<br />
da Hora, e acho mal não construírem as novas<br />
linhas, especialmente a linha da Boavista. A ligação<br />
de Matosinhos para o <strong>Porto</strong>, através de <strong>um</strong>a<br />
avenida carismática da cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> devia<br />
existir. A de Gon<strong>do</strong>mar também seria importante<br />
por<strong>que</strong> Gon<strong>do</strong>mar é o <strong>do</strong>rmitório da cidade <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> e há muita gente <strong>que</strong> trabalha no <strong>Porto</strong> e<br />
precisa de <strong>um</strong> deslocamento rápi<strong>do</strong> e eficaz. Estou<br />
convenci<strong>do</strong> <strong>que</strong> muitas das pessoas <strong>que</strong> se deslocam<br />
no seu veículo, iriam passar a utilizar o <strong>Metro</strong>,<br />
tiran<strong>do</strong> trânsito à cidade. Acho <strong>que</strong> o <strong>Metro</strong> veio<br />
revolucionar os transportes e até acho <strong>que</strong> veio<br />
tardiamente em relação a Lisboa. É <strong>um</strong>a diferença<br />
abissal em relação aos outros transportes.”
PORTO sempre<br />
026 . passadeira<br />
Ernestina Conceição Xavier<br />
73 anos, reformada<br />
“Acho muito mal terem cancela<strong>do</strong> as linhas.<br />
O <strong>Metro</strong> é muito mais confortável <strong>do</strong> <strong>que</strong><br />
outro transporte qual<strong>que</strong>r e acho <strong>que</strong> se<br />
as pessoas tivessem <strong>Metro</strong>, não vinham de<br />
carro. Acho mal <strong>que</strong> o dinheiro vá sempre<br />
lá para baixo por<strong>que</strong> nós aqui também<br />
precisamos.”<br />
Catarina Magalhães<br />
19 anos, estudante<br />
“O cancelamento das linhas a mim<br />
não me afecta muito mas suponho<br />
<strong>que</strong> para as pessoas de lá seja<br />
complica<strong>do</strong>. Também não há dinheiro<br />
para tu<strong>do</strong>, mas fazer pelo menos <strong>um</strong>a,<br />
a <strong>que</strong> acharem mais necessário, isso<br />
sim. Se fizessem primeiro a da<br />
Boavista talvez tirasse alg<strong>um</strong> trânsito<br />
à cidade por<strong>que</strong> trazer o carro para<br />
aqui é o caos. Não acho bem os fun<strong>do</strong>s<br />
irem sempre para Lisboa.<br />
Fernan<strong>do</strong> António Lopes de Almeida<br />
70 anos, reforma<strong>do</strong><br />
“Não há melhor transporte <strong>que</strong> o <strong>Metro</strong> para<br />
andar no <strong>Porto</strong>, devia era ter mais expansão.<br />
Mas isso, infelizmente, e ao <strong>que</strong> a cidade <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> está habituada há muito tempo, não só<br />
com este mas com outros Governos. Em Lisboa<br />
eles alargam aquilo há dezenas e dezenas de<br />
anos, aqui é sempre mais tarde <strong>do</strong> <strong>que</strong> aquilo<br />
<strong>que</strong> eles dizem. Eu não concor<strong>do</strong> muito com<br />
o Rui Rio mas nesse aspecto acho <strong>que</strong> ele faz<br />
muito bem em bater o pé ao Governo. Acho<br />
<strong>que</strong> devia bater mais e ter mais gente à volta<br />
dele congrega<strong>do</strong>s nessa ideia.<br />
António Peixoto Magalhães<br />
54 anos, carteiro<br />
Maria Amélia Moreira<br />
66 anos, reformada<br />
“Utilizo mais o autocarro mas o <strong>Metro</strong><br />
é realmente mais rápi<strong>do</strong>. Acho mal<br />
<strong>que</strong> tenham adia<strong>do</strong> as linhas por<strong>que</strong><br />
só vai prejudicar <strong>que</strong>m lá mora.”<br />
“Acho mal o adiamento da expansão.<br />
Infelizmente, os políticos, sejam eles quais<br />
forem, são eleitos aqui pela região <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
mas vão para Lisboa e es<strong>que</strong>cem--se da região<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e Grande <strong>Porto</strong>.”
. 1ª fase: o <strong>Metro</strong> nos <strong>trilhos</strong><br />
PORTO sempre<br />
027 005<br />
31.07.2003 >> Durão Barroso e Rui Rio no Conselho de Ministros no Palácio <strong>do</strong> Freixo<br />
05.06.2004 >> Inauguração da ligação <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> entre a<br />
Trindade e o Estádio <strong>do</strong> Dragão<br />
06.03.2006 >> Narciso Miranda visita a linha da Póvoa<br />
01.08.2005 >> Viagem experimental da Linha Amarela <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
16.09.2005 >> Semana Europeia da Mobilidade
PORTO sempre<br />
028<br />
. 2ª fase: o <strong>Metro</strong> fora <strong>do</strong>s <strong>trilhos</strong><br />
21.05.2007 >> Assinatura <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> com o Governo sobre o <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
21.05.2007 >> Assinatura <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> com o Governo sobre o <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
20.03.2007 >> Reunião da JMP com o Ministro Mário Lino
. porto de A a Z<br />
PORTO sempre<br />
029 005<br />
Agustina Bessa Luís : o<br />
Aa <strong>Porto</strong> tem a ventura de<br />
acolher grandes vultos<br />
das Letras, vin<strong>do</strong>s de outras<br />
paragens <strong>que</strong> se fundem com a<br />
Cidade e nela deixam marcas<br />
indeléveis. Dela dizem <strong>que</strong> é<br />
camiliana. Então está no lugar<br />
certo.<br />
É <strong>um</strong> lugar com<strong>um</strong> a<br />
Dd ideia mas, de facto, não<br />
se pode imaginar o<br />
<strong>Porto</strong> sem o Douro, o rio e a<br />
região a <strong>que</strong> dá o nome. Quanta<br />
força e quanto carácter ali<br />
representa<strong>do</strong>s, desde as arribas<br />
de Miranda até à Foz. O turismo<br />
fluvial dá-lhe <strong>um</strong>a vida nova,<br />
ao rio e às suas margens.<br />
Gaia: o outro la<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>s fortes<br />
Gg movimentos pendulares, o contraponto,<br />
por vezes o lugar <strong>do</strong> ressentimento.<br />
Parece <strong>que</strong> é histórica esta relação difícil entre<br />
duas partes de <strong>um</strong>a mesma comunidade. Precisa<br />
de redescobrir, no seu interior, a imensa ri<strong>que</strong>za<br />
<strong>que</strong> encerra <strong>um</strong> território <strong>que</strong> vai das franjas<br />
<strong>do</strong> Paiva aos palacetes aristocratas da Granja.<br />
Batalha: <strong>um</strong>a praça <strong>que</strong><br />
Bb já foi <strong>um</strong> <strong>do</strong>s locais<br />
mais aprazíveis de<br />
convivência social na cidade;<br />
teve cinemas, cafés com<br />
tradição, orfeão e <strong>um</strong> teatro<br />
feito cinema. Hoje preserva o<br />
magnífico Teatro de S. João.<br />
Camilo e Cadeia da<br />
Cc Relação: a má<br />
consciência de <strong>um</strong>a<br />
cidade <strong>que</strong>, não poucas vezes,<br />
é madrasta <strong>do</strong>s seus<br />
mais dedica<strong>do</strong>s<br />
cria<strong>do</strong>res e<br />
cidadãos.<br />
Também<br />
Cor<strong>do</strong>aria, <strong>um</strong>a<br />
praça<br />
reinventada, sem<br />
consenso, como<br />
sempre sucede no<br />
<strong>Porto</strong>.<br />
Ee<br />
Eugénio de<br />
Andrade: outro<br />
cria<strong>do</strong>r <strong>que</strong> se<br />
aconchegou no<br />
<strong>Porto</strong>, onde<br />
deixou a alma <strong>que</strong><br />
a Cidade fez sua.<br />
“Da chama à<br />
espada o caminho<br />
é solitário”.<br />
Futebol: tornou-se<br />
Ff n<strong>um</strong>e forte imagem de<br />
marca da Cidade, <strong>que</strong> a<br />
projecta extra-muros e<br />
além fronteiras. Reforça<br />
a auto-estima <strong>do</strong>s<br />
portuenses e não só.<br />
Mas não pode ser tu<strong>do</strong><br />
em to<strong>do</strong>s…<br />
História: a Cidade precedeu a<br />
Hh nacionalidade, à qual deu o nome. Está<br />
impregnada de História e nunca esteve<br />
ausente <strong>do</strong>s randes momentos da História <strong>do</strong><br />
País, muitos <strong>do</strong>s quais mol<strong>do</strong>u. Germano Silva<br />
dá <strong>um</strong> exemplo de atenção à História da Cidade<br />
<strong>que</strong> merecia ser mais acompanha<strong>do</strong> a nível<br />
académico.<br />
Infante: terá nasci<strong>do</strong> no <strong>Porto</strong>. Verdade<br />
Ii ou não, o seu nome está intimamente<br />
liga<strong>do</strong> à Cidade, <strong>que</strong> o considera como<br />
<strong>um</strong> <strong>do</strong>s seus maiores, <strong>um</strong> <strong>do</strong>s primeiros a mostrar<br />
como daqui se pode partir a repensar o País e<br />
a Nação.<br />
Júlio Dinis: nasceu e viveu no <strong>Porto</strong>,<br />
Jj onde também veio terminar os seus dias.<br />
Aqui deixou o seu lega<strong>do</strong> literário, no<br />
qual espelhou, com génio, os ambientes urbano<br />
e rural <strong>que</strong> conheceu.<br />
Lapa: na Igreja da Lapa está deposita<strong>do</strong><br />
Ll o coração de D. Pedro IV. Uma vez mais,<br />
sentimos o <strong>Porto</strong> da refundação <strong>do</strong> País.<br />
Quanta tradição e quanta cultura emanam desta<br />
igreja, <strong>que</strong> a nomenclatura republicanista<br />
continua a tratar com desdém e até desconfiança.<br />
Oliveira Mar<strong>que</strong>s, <strong>um</strong> <strong>do</strong>s responsáveis <strong>do</strong> sucesso <strong>do</strong> <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
foi administra<strong>do</strong>r da <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> entre 2002 e Março de 2008
PORTO sempre<br />
030<br />
. porto de A a Z<br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>:<br />
Mm premia<strong>do</strong> no ultimo<br />
Verão pela UITP – União<br />
Internacional <strong>do</strong> Transporte<br />
Público, <strong>que</strong> reúne mais de cem<br />
países, como o melhor novo<br />
metropolitano <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
Ribeira: é <strong>um</strong> espaço<br />
Rr singular, a clamar por<br />
requalificação e<br />
continuidade espacial como<br />
toda a margem ribeirinha da<br />
Cidade, para <strong>que</strong> não se torne<br />
n<strong>um</strong>a ilha urbana. Precisa de<br />
adquirir ao perto a beleza <strong>que</strong><br />
mostra quan<strong>do</strong> vista ao longe.<br />
Universidade: a maior <strong>do</strong> País, talvez<br />
Uu seja também a melhor. Vibra em<br />
dinamismo, muito prestigian<strong>do</strong> a Cidade<br />
<strong>que</strong> lhe dá o nome e bem servin<strong>do</strong> o País. Mas<br />
nem sempre é bem tratada no próprio burgo:<br />
quan<strong>do</strong> é ouvida, se agrada, exprime saber de<br />
ciência feito; quan<strong>do</strong> não agrada, o <strong>que</strong> diz é<br />
trata<strong>do</strong> como opinião. O relativismo também<br />
pode ser a arma <strong>do</strong>s ignorantes…<br />
Norte: ser <strong>do</strong> Norte é<br />
Nn <strong>um</strong> mo<strong>do</strong> de ser,<br />
verdadeiramente<br />
singular. No <strong>Porto</strong>, alcança a<br />
sua expressão mais forte,<br />
apenas lhe passan<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong><br />
os <strong>que</strong> preferem viver na<br />
vassalagem.<br />
Par<strong>que</strong> da Cidade: foi<br />
Pp corajosa a decisão de<br />
reservar to<strong>do</strong> a<strong>que</strong>le<br />
espaço para <strong>um</strong> par<strong>que</strong> de<br />
cidade, <strong>que</strong> hoje se derrama<br />
sobre o mar, junto ao Castelo<br />
<strong>do</strong> Queijo. A decisão salvou a<br />
cidade. É estranho <strong>que</strong> o par<strong>que</strong><br />
não tenha <strong>um</strong> nome.<br />
Qualidade: é hoje o<br />
Qq maior desafio da Cidade,<br />
para <strong>que</strong> possa<br />
preservar a sua melhor tradição.<br />
É <strong>um</strong> imperativo em <strong>do</strong>mínios<br />
como a habitação na zona<br />
histórica, os espaços urbanos<br />
e sociais, a actividade<br />
económica e o emprego, o<br />
ensino e a ciência, e os<br />
transportes.<br />
S. João: a festa na<br />
Ss Cidade, o Povo na rua,<br />
a alegria incontida…o<br />
paganismo no seu esplen<strong>do</strong>r,<br />
celebran<strong>do</strong> o solstício,<br />
<strong>que</strong>iman<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> <strong>que</strong> é velho e<br />
exaltan<strong>do</strong> o <strong>que</strong> é novo. Tu<strong>do</strong><br />
isto acontece à sombra <strong>do</strong> nome<br />
de <strong>um</strong> profeta e mártir,<br />
anuncia<strong>do</strong>r desassombra<strong>do</strong> de<br />
outra Novidade.<br />
Torre <strong>do</strong>s Clérigos: é<br />
Tt mais <strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>um</strong> exlibris.<br />
É <strong>um</strong> ponto de<br />
referência de <strong>um</strong> <strong>do</strong>s mais belos<br />
e bem ocupa<strong>do</strong>s respaços da<br />
Cidade, a merecer requalificação<br />
urbana e recuperação<br />
económica e social, mais<br />
autênticas e menos cosméticas.<br />
Vinho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>: é tão único como a<br />
Vv região <strong>que</strong> o produz; é tão nobre como<br />
a cidade <strong>que</strong> lhe dá o nome. N<strong>um</strong> copo,<br />
concentra-se o carácter <strong>do</strong>s portuenses, mas<br />
também a <strong>do</strong>se de álcool, de açúcar e de <strong>um</strong><br />
não sei quê <strong>que</strong> pode tornar <strong>um</strong> momento n<strong>um</strong><br />
sabor.<br />
S. Xisto: é <strong>um</strong>a pe<strong>que</strong>na aldeia <strong>do</strong> Alto<br />
Xx Douro, onde se combina, de mo<strong>do</strong><br />
desconcertante, <strong>um</strong>a beleza ímpar com<br />
<strong>um</strong> silêncio quase esquizofrénico. É o<br />
despovoamento <strong>do</strong> Douro, <strong>que</strong> até a vindima<br />
exige agora mãos imigradas. As crises passam<br />
pela região como pragas, <strong>que</strong> tu<strong>do</strong> dizimam,<br />
crian<strong>do</strong> <strong>um</strong> desespero cavo <strong>que</strong> as águas <strong>do</strong> rio<br />
arrastam até à foz.<br />
A última letra <strong>do</strong> alfabeto. Mas a<br />
Zz contemplação <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> podia continuar.<br />
Faltou referir a Área <strong>Metro</strong>politana, <strong>que</strong><br />
o <strong>Porto</strong> procura liderar, com dificuldades; a barra<br />
<strong>do</strong> Douro, <strong>que</strong> teima em restringir a<br />
navegabilidade desejada; Carlos Alberto, a bela<br />
praça; o Palácio da Bolsa, sede de <strong>um</strong>a espécie<br />
de versão moderna de <strong>um</strong>a informal Casa <strong>do</strong>s<br />
24; e Serralves e a Casa da Música, hoje<br />
patrimónios <strong>que</strong>, com o Teatro de S. João, dão<br />
à Cidade <strong>um</strong>a invejável dimensão cultural; a<br />
Boavista, com a sua modernidade, <strong>que</strong> as<br />
infraestruturas não acompanham; Cont<strong>um</strong>il e<br />
Campanhã, claman<strong>do</strong> também por requalificação<br />
a to<strong>do</strong>s os níveis; o Par<strong>que</strong> Oriental, <strong>um</strong> <strong>projecto</strong><br />
à espera de concretização; e até os “notáveis<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>”, <strong>um</strong>a coisa <strong>que</strong> não se vê invocar em<br />
qual<strong>que</strong>r outro lugar.
. Últimos desenvolvimentos<br />
PORTO sempre<br />
031<br />
Ponto de situação<br />
em 31 de Dezembro de 2008<br />
No passa<strong>do</strong> dia 16 de Dezembro, a empresa<br />
<strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> entrega a primeira parte da<br />
linha de Gon<strong>do</strong>mar a <strong>um</strong> consórcio de<br />
empreiteiros e o Ministro Mário Lino, bem como<br />
a Secretária <strong>do</strong>s Transportes, Ana Paula Vitorino<br />
deslocam-se ao <strong>Porto</strong>, para festejar.<br />
A proposta da Junta <strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
(JMP) de c<strong>um</strong>primento <strong>do</strong> Memoran<strong>do</strong><br />
Entendimento continua a aguardar <strong>um</strong>a votação<br />
formal <strong>do</strong> Conselho de Administração.<br />
O Presidente da <strong>Metro</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Ricar<strong>do</strong> Fonseca<br />
diz <strong>que</strong> <strong>que</strong>r encontrar <strong>um</strong>a solução o mais<br />
consensual possível, por forma a evitar votações<br />
dissonantes no Conselho de Administração.<br />
Rui Rio afirma <strong>que</strong> “independentemente da<br />
revolta <strong>que</strong> possa sentir pelo facto <strong>do</strong> Governo<br />
não ter da<strong>do</strong> c<strong>um</strong>primento ao acorda<strong>do</strong> e ter<br />
desrespeita<strong>do</strong> as populações da Área<br />
<strong>Metro</strong>politana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, é seu dever estar aberto<br />
a qual<strong>que</strong>r solução <strong>que</strong> possa fazer com <strong>que</strong> o<br />
<strong>Metro</strong> deixe de estar para<strong>do</strong>”.
Órgãos sociais da <strong>Metro</strong><br />
Antes da entrada <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> como<br />
accionista maioritário<br />
Actuais órgãos sociais da <strong>Metro</strong><br />
com controlo <strong>do</strong> Governo<br />
Assembleia geral<br />
Bragança Fernandes (Presidente)<br />
Mace<strong>do</strong> de Vieira (Vice-Presidente)<br />
José Mota (Secretário)<br />
Assembleia Geral<br />
Valentim Loureiro (Presidente)<br />
Alberto Castro (Vice-presidente)<br />
Luís Bianchi de Aguiar (Secretário)<br />
Conselho de Administração<br />
Valentim Loureiro - Presidente não<br />
Executivo (nomea<strong>do</strong> pela JMP)<br />
Rui Rio - Vogal não Executivo (nomea<strong>do</strong><br />
pela JMP)<br />
Mário Almeida - Vogal não Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pela JMP)<br />
Narciso Miranda - Vogal não Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pela JMP)<br />
Oliveira Mar<strong>que</strong>s - Presidente Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pelo Governo)<br />
Duarte Vieira - Vogal Executivo (nomea<strong>do</strong><br />
pelo Governo)<br />
Juvenal Peneda - Vogal Executivo (nomea<strong>do</strong><br />
pelo Governo)<br />
Conselho Fiscal<br />
Sociedade de Revisores Oficiais de<br />
Contas: António Magalhães & Carlos<br />
Santos, SROC, representada por Carlos<br />
Alberto Freitas <strong>do</strong>s Santos (Efectivo)<br />
Fiscal Único<br />
Conselho de Administração<br />
Ricar<strong>do</strong> Fonseca - Presidente Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pelo Governo)<br />
Maria Gorete Rato - Vogal Executiva<br />
(nomeada pelo Governo)<br />
Jorge Moreno Delga<strong>do</strong> - Vogal Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pelo Governo)<br />
Fernanda Meneses - Vogal não Executiva<br />
(nomeada pelo Governo)<br />
Rui Rio - Vogal não Executivo (nomea<strong>do</strong><br />
pela JMP)<br />
Mário de Almeida - Vogal não Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pela JMP)<br />
Marco António Costa - Vogal não Executivo<br />
(nomea<strong>do</strong> pela JMP)<br />
Conselho Fiscal<br />
Fernanda Martins - Presidente (nomeada<br />
pelo Governo)<br />
Guilherme Pinto - Vogal (nomea<strong>do</strong> pela<br />
JMP)<br />
Sociedade “António Magalhães &<br />
Carlos Santos - SROC”,<br />
representada por Carlos Alberto Freitas<br />
<strong>do</strong>s Santos.