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O papel dos cuidados bucais na prevenção da ... - Digestive Health

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Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> são cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> críticos<br />

O <strong>papel</strong> <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> <strong>na</strong> prevenção<br />

<strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital<br />

Suzanne Pear, RN, PhD, CIC<br />

Kathleen Stoessel, RN, BSN, MS<br />

Susan Shoemake, BA<br />

Guia de estudo – credenciamento independente


CUIDADOS BUCAIS SÃO CUIDADOS CRÍTICOS<br />

O <strong>papel</strong> <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> <strong>na</strong> prevenção <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital.<br />

Guia de estudo independente<br />

Informações sobre educação continua<strong>da</strong><br />

O guia de estudo independente Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> Bucais são Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> Críticos foi credenciado pela Cross<br />

Country University, uma Divisão do Cross Country TravCorps, Inc., provedora de educação continua<strong>da</strong><br />

em enfermagem <strong>da</strong> Comissão de Credenciamento do American Nurses Credentialing Center. 1,2 horas<br />

de contato é concedido a enfermeiros por este estudo independente.<br />

A Cross Country University é provedora aprova<strong>da</strong> pelo Board of Nursing, Provider #328. Este estudo<br />

independente é oferecido para 1,2 horas de contato.<br />

A Cross Country University é provedora aprova<strong>da</strong> pelo California Board of Registered Nursing, Provider<br />

#CEP 13345. Este estudo independente é oferecido para 1,2 horas de contato.<br />

A Cross Country University é provedora aprova<strong>da</strong> pelo Flori<strong>da</strong> Board of Registered Nursing, Provider<br />

#50-3896. Este estudo independente é oferecido para 1,2 horas de contato.<br />

Para obter o crédito correspondente ao número de horas de contato, o requerente<br />

deve obrigatoriamente:<br />

• Ler o material didático impresso neste guia de estudo independente.<br />

• Fazer o pós-teste encontrado <strong>na</strong> parte fi<strong>na</strong>l do livreto.<br />

• Preencher to<strong>da</strong>s as informações solicita<strong>da</strong>s no formulário de avaliação.<br />

• Enviar o pós-teste e o formulário de avaliação a:<br />

Kimberly-Clark <strong>Health</strong> Care<br />

Attn: Esther Atkinson<br />

1400 Holcomb Bridge Road<br />

Building 200, 5 th floor<br />

Roswell GA 30076<br />

Os pós-testes serão avalia<strong>dos</strong> e os requerentes com pós-testes aprova<strong>dos</strong> receberão um certificado.<br />

Se o resultado for inferior aos de aprovação (menos de 75% de respostas corretas), o pós-teste<br />

será devolvido ao requerente que, nesse caso, será incentivado a reler o material, repetir o teste e<br />

remetê-lo novamente.<br />

Isenção de responsabili<strong>da</strong>de<br />

A Cross Country University envidou esforços razoáveis para assegurar que o material didático aqui<br />

apresentado seja científico, equilibrado e imparcial. Contudo, os participantes sempre devem usar<br />

seu próprio discernimento e opinião profissio<strong>na</strong>l ao considerar futuras aplicações destas informações,<br />

especialmente no que se refere ao diagnóstico de pacientes ou decisões sobre tratamento. A Cross<br />

Country não en<strong>dos</strong>sa nem promove nenhum produto comercial que possa estar mencio<strong>na</strong>do neste<br />

guia de estudo.<br />

Os programas educativos <strong>da</strong> Knowledge Network são elabora<strong>dos</strong> para fornecer aprendizagem clínica<br />

aos profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> área de saúde, sem referência a produtos comerciais específicos.<br />

Este guia de estudo independente <strong>da</strong> Knowledge Network é fornecido gratuitamente através de uma<br />

bolsa de educação continua<strong>da</strong> <strong>da</strong> Kimberly-Clark <strong>Health</strong> Care.<br />

1


CUIDADOS BUCAIS SÃO CUIDADOS CRÍTICOS<br />

O <strong>papel</strong> <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> <strong>na</strong> prevenção <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital<br />

Guia de estudo independente<br />

Suzanne Pear, R.N., Ph.D., C.I.C.<br />

Kathleen Stoessel, R.N., B.S.N., M.S.<br />

Susan Shoemake, B.A.<br />

Objetivos<br />

• Entender as classificações clínicas <strong>da</strong> pneumonia<br />

• Discutir os fatores de risco <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital (PAH) e <strong>da</strong> pneumonia<br />

associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV)<br />

• Descrever o percurso <strong>da</strong> pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV)<br />

• Explicar o <strong>papel</strong> do ambiente bucal no desenvolvimento <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital<br />

(PAH) e <strong>da</strong> pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV)<br />

• Exami<strong>na</strong>r as intervenções recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> e as premissas basea<strong>da</strong>s em<br />

evidência empírica <strong>da</strong>s práticas de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> presta<strong>dos</strong> ao paciente<br />

Introdução<br />

A pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital (PAH) é a causa principal <strong>da</strong>s infecções hospitalares de pacientes<br />

sob ventilação mecânica em UTIs. A pneumonia corresponde a cerca de 15% de to<strong>da</strong>s as infecções<br />

nosocomiais, sendo que entre 24% e 27% dessas infecções são adquiri<strong>da</strong>s em uni<strong>da</strong>des de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

coro<strong>na</strong>rianos e em UTIs médicas, respectivamente. 1,2 Aproxima<strong>da</strong>mente um quarto de to<strong>dos</strong> os<br />

pacientes intuba<strong>dos</strong> adquire pneumonia – a um índice de 1% a 3% por dia de intubação – o que<br />

prolonga a permanência no hospital e aumenta o risco de morte em até dez vezes, também aumentando<br />

substancialmente os custos do tratamento. 3,4,5,6,7,8,9 De fato, demonstrou-se que os custos aumentam em<br />

até 40.000 dólares ou mais por ocorrência. 10,11 Apesar de extensos esforços para prevenir e tratar essa<br />

complicação, 12,13 a taxa de mortali<strong>da</strong>de de 25% a 70% continua a ser associa<strong>da</strong> à pneumonia associa<strong>da</strong><br />

à ventilação mecânica (PAV), reconheci<strong>da</strong> como 60% de to<strong>da</strong>s as mortes associa<strong>da</strong>s à pneumonia<br />

hospitalar. 14 Em nível mundial, a pneumonia é a maior causa infecciosa de morte no mundo inteiro. 15<br />

(Veja o gráfico 1)<br />

* (Obs.: Ca<strong>da</strong> hospital tem valores de custos diferentes, devido às características de resistência a antibióticos e à<br />

virulência do patógeno, bem como do custo efetivo calculado (mão-de-obra, medicamentos, duração <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção,<br />

outros custos associa<strong>dos</strong> à infecção, extensão do tratamento de infecções relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s, como, por exemplo, infecção<br />

<strong>da</strong> corrente sangüínea). Assim, há várias estatísticas relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> literatura médica).<br />

2


Gráfico 1. Ônus mundial de doenças infecciosas, segundo o índice DALY<br />

Carga de doença<br />

Índice DALY (anos de vi<strong>da</strong> perdi<strong>dos</strong> ajusta<strong>dos</strong> por incapaci<strong>da</strong>de) em<br />

1998 devido a doenças infecciosas em milhões, to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong>des<br />

DALY (milhões)<br />

Infecções<br />

respiratórias<br />

agu<strong>da</strong>s<br />

Doenças<br />

diarréicas<br />

HIV/AIDS Malária Sarampo TB Infecções<br />

sexualmente<br />

transmissíveis<br />

Pertússis<br />

Doenças<br />

tropicais*<br />

Esta doença já foi chama<strong>da</strong> de “a maior assassi<strong>na</strong> de crianças” e de “amiga <strong>dos</strong> i<strong>dos</strong>os”, por ser<br />

uma <strong>da</strong>s maiores causas de mortali<strong>da</strong>de entre os muito jovens e os i<strong>dos</strong>os. 15<br />

Várias organizações e instituições, 13 como, por exemplo, o CDC (Centers for Disease Control and<br />

Prevention), 16 a AARC (American Association for Respiratory Care) e a ATS (American Thoracic<br />

Society) 17,18 publicaram recomen<strong>da</strong>ções de estratégias e abor<strong>da</strong>gens, visando a resolver a questão<br />

dessa doença infecciosa tão prevalente. Entre as estratégias de prevenção mais recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s,<br />

existe uma que com freqüência não recebe a devi<strong>da</strong> atenção: os cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos presta<strong>dos</strong><br />

ao paciente à beira de leito. Este guia de estudo a<strong>na</strong>lisa como os pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong> desenvolvem<br />

pneumonia, e as estratégias de base empírica relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s a cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>, para reduzir<br />

sua ocorrência. Faremos uma comparação entre os mecanismos normais de defesa do sistema<br />

respiratório contra infecções e de elimi<strong>na</strong>ção de secreções e esses mesmos mecanismos no paciente<br />

intubado. As mu<strong>da</strong>nças que ocorrem no ambiente interno <strong>da</strong> boca do paciente em estado crítico serão<br />

discuti<strong>da</strong>s, quanto ao seu <strong>papel</strong> propício à pneumonia. No que diz respeito ao melhor estado de saúde<br />

bucal e à menor incidência de PAH e PAV, as intervenções recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> e os<br />

<strong>da</strong><strong>dos</strong> clínicos em que essas intervenções se baseiam também serão discuti<strong>dos</strong>. Ao fi<strong>na</strong>l deste guia<br />

de estudo, o profissio<strong>na</strong>l médico deverá ter um entendimento claro <strong>da</strong> relação entre cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong><br />

completos e a prevenção de pneumonias adquiri<strong>da</strong>s em hospital. Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos são<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> críticos.<br />

Impacto <strong>da</strong> PAH e <strong>da</strong> PAV<br />

O custo <strong>da</strong> PAH pode ser enorme em termos de incidência, número de vi<strong>da</strong>s e dinheiro despendido.<br />

A PAH é a segun<strong>da</strong> maior causa de infecção relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> a cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos. De fato, de ca<strong>da</strong><br />

quatro infecções em UTI, uma é pneumonia, sendo que 90% <strong>dos</strong> casos ocorrem em pacientes com<br />

ventilação mecânica. Aproxima<strong>da</strong>mente entre 9% e 27% <strong>dos</strong> pacientes com ventilação mecânica<br />

têm probabili<strong>da</strong>de de desenvolver PAV; essa probabili<strong>da</strong>de é entre 6 e 20 vezes maior do que a de<br />

pacientes de UTI sem ventilação mecânica.<br />

3


Além disso, há uma porcentagem ain<strong>da</strong> mais alta em UTIs médicas. 19,20<br />

Quando um paciente sem ventilação mecânica adquire PAH, a probabili<strong>da</strong>de de que ele venha a<br />

necessitar ventilação mecânica aumenta tremen<strong>da</strong>mente. A pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação<br />

mecânica não só aumenta o período em que o paciente necessita de ventilação mecânica, mas<br />

também a quanti<strong>da</strong>de de oxigênio suplementar e a ventilação por minuto necessária. Os paciente<br />

com PAV têm uma permanência mais longa <strong>na</strong> UTI, em média, 6 dias a mais, assim como mais<br />

tempo de permanência total no hospital, em média de 7 a 9 dias adicio<strong>na</strong>is. 19,20<br />

A PAH e a PAV também aumentam os custos <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos. Só nos EUA, a pneumonia<br />

nosocomial aumenta o custo do tratamento em até 40 mil dólares por ocorrência 19,20 , calculando-se<br />

um custo de mais de 1,2 bilhão de dólares por ano para o sistema de saúde americano. 21<br />

A taxa de mortali<strong>da</strong>de atribuí<strong>da</strong> à PAV provavelmente chega a até 70%. 19,20 É a taxa mais alta que<br />

a de qualquer outra infecção associa<strong>da</strong> a cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos. Além disso, mesmo no caso em que o<br />

paciente não morre devido à infecção, a debilitação geral subseqüente pode ser grave.<br />

Classificações clínicas <strong>da</strong> pneumonia<br />

A pneumonia é defini<strong>da</strong> como uma inflamação agu<strong>da</strong> <strong>dos</strong> pulmões, causa<strong>da</strong> por uma infecção<br />

por organismos como o Streptococcus pneumoniae, outras bactérias, vírus, rickettsiae e<br />

fungos. Independentemente do ambiente em que a pneumonia ocorre, as características físicas<br />

apresenta<strong>da</strong>s são semelhantes: tosse produtiva com secreções purulentas, radiografia torácica<br />

positiva com densi<strong>da</strong>des novas ou maiores, febre e contagem eleva<strong>da</strong> de leucócitos. A Figura 1 é<br />

uma representação conceitual <strong>da</strong>s classificações clínicas <strong>da</strong> pneumonia.<br />

Figura 1. Classificações clínicas <strong>da</strong> pneumonia 19,22<br />

PNEUMONIA ASSOCIADA<br />

AOS CUIDADOS MÉDICOS<br />

PNEUMONIA<br />

ADQUIRIDA<br />

EM HOSPITAL<br />

PAH<br />

PACM<br />

PAV<br />

PNEUMONIA ADQUIRIDA<br />

NA COMUNIDADE<br />

PAC<br />

Pneumonia associa<strong>da</strong><br />

à ventilação mecânica<br />

4


As definições a seguir possibilitam um melhor entendimento <strong>da</strong>s diversas classificações <strong>da</strong> pneumonia.<br />

Pneumonia adquiri<strong>da</strong> <strong>na</strong> comuni<strong>da</strong>de 23<br />

A pneumonia é classifica<strong>da</strong> como Pneumonia Adquiri<strong>da</strong> <strong>na</strong> Comuni<strong>da</strong>de 23 se o paciente reside <strong>na</strong><br />

comuni<strong>da</strong>de e, antes <strong>da</strong> presença de sintomas, não esteve em ambiente hospitalar nos 90 dias<br />

anteriores, nem inter<strong>na</strong>do em clínica de longa permanência nos 14 dias anteriores. 24 Estima-se que<br />

3 milhões de casos de PAC ocorrem anualmente nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, sendo que um de ca<strong>da</strong> três<br />

pacientes requer inter<strong>na</strong>ção em hospital de tratamento de casos agu<strong>dos</strong> para essa infecção que pode<br />

ser fatal. 19<br />

Pneumonia associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos (PACM) Recentemente também foi incluí<strong>da</strong> uma<br />

classificação de pneumonia que pode causar certa confusão: Pneumonia Associa<strong>da</strong> aos Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

Médicos ou PACM. A pneumonia associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos (PACM) NÃO é a mesma coisa<br />

que pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital, embora certamente possam ser relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s. A pneumonia<br />

associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos diz respeito aos pacientes que desenvolvem pneumonia<br />

dentro de 90 dias após receberem alta de um hospital de atendimento de casos agu<strong>dos</strong>, clínica<br />

residencial ou de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> gerais, ou que foram submeti<strong>dos</strong> a diálise ou atendimento domiciliar e<br />

que apresentaram pneumonia <strong>na</strong> ocasião <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção em um hospital ou clínica de atendimento<br />

de casos agu<strong>dos</strong>. Essa distinção é feita para enfatizar que esses pacientes, cuja pneumonia<br />

pode ocorrer em ambiente ambulatorial, apresentam fatores de risco para pneumonia (ex.: várias<br />

comorbi<strong>da</strong>des, tratamento antibiótico recente, infecções por patógenos resistentes encontra<strong>da</strong>s em<br />

ambientes hospitalares e médicos) que são mais semelhantes à PAH do que à PAC. 19<br />

Pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital (PAH)<br />

A Pneumonia Adquiri<strong>da</strong> em Hospital, ou PAH, é defini<strong>da</strong> como a que ocorre pelo menos 48 horas<br />

após a inter<strong>na</strong>ção hospitalar, sendo que a infecção não estava presente, nem em estado de<br />

incubação, <strong>na</strong> <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção. Nos EUA, há um quarto de milhão de casos de PAH por ano. 19<br />

Pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV)<br />

Sendo um subconjunto <strong>da</strong>s PAHs, a Pneumonia Associa<strong>da</strong> à Ventilação Mecânica (PAV ou PAVM)<br />

se refere aos casos que ocorrem em pacientes submeti<strong>dos</strong> à ventilação mecânica por pelo menos<br />

48 horas. Os mecanismos de infecção de PAH e PAV são semelhantes, embora, como as defesas<br />

do hospedeiro nesse caso são desabilita<strong>da</strong>s devido à presença do tubo endotraqueal, o risco de<br />

pneumonia em pacientes com ventilação mecânica é muito mais alto. 19<br />

A PAV precoce é defini<strong>da</strong> como a pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital que se desenvolve em<br />

pacientes submeti<strong>dos</strong> à ventilação mecânica, dentro de 48 a 96 horas, ou menos de 4 dias.<br />

Esses pacientes podem ter tido entubações traumáticas ou de emergência, neurocirurgia, ou<br />

cirurgia abdomi<strong>na</strong>l ou torácica. Os patógenos mais comuns associa<strong>dos</strong> à PAV precoce são os<br />

patógenos <strong>da</strong> flora normal do próprio paciente, sensíveis a antibióticos, como o Staphylococcus<br />

aureus sensível à meticili<strong>na</strong> (MSSA), Haemophilus influenza ou Streptococcus pneumoniae. 14<br />

A PAV tardia é defini<strong>da</strong> como a pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital que se desenvolve em<br />

pacientes submeti<strong>dos</strong> à ventilação mecânica durante 5 dias ou mais. Em geral, esses<br />

pacientes apresentam muitas condições crônicas preexistentes que os predispõem a<br />

infecções pulmo<strong>na</strong>res, como doença pulmo<strong>na</strong>r obstrutiva crônica (DPOC) ou edema pulmo<strong>na</strong>r<br />

relacio<strong>na</strong>do a problema cardíaco. Os patógenos mais encontra<strong>dos</strong> <strong>na</strong> PAV tardia são de<br />

estirpes mais resistentes de bactérias, como o Staphylococcus aureus resistente à meticili<strong>na</strong><br />

(MRSA) ou bactérias gram-negativas como, por exemplo: Pseudomo<strong>na</strong>s aeruginosa,<br />

Acinetobacter, Enterobacter, Klebsiella ou Serratia. 14<br />

5


Fatores de risco de pneumonia<br />

A grande maioria <strong>dos</strong> pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong> em hospital, senão to<strong>dos</strong>, são suscetíveis à pneumonia<br />

devido a fatores de risco como: 16<br />

• coma<br />

• má nutrição<br />

• posição supi<strong>na</strong><br />

• extremos de faixa etária<br />

• inserção de tubo <strong>na</strong>sogástrico<br />

• condições graves subjacentes<br />

• sistema imunológico comprometido<br />

• inter<strong>na</strong>ção em UTI<br />

• administração de agentes antimicrobianos<br />

• imobilização devi<strong>da</strong> a trauma ou doença<br />

• intubação endotraqueal inicial ou repeti<strong>da</strong><br />

• presença de doença pulmo<strong>na</strong>r crônica<br />

• condições que requerem uso prolongado de ventilação mecânica<br />

• procedimento cirúrgico que envolva a cabeça, pescoço, tórax ou abdômen superior<br />

Os pacientes com ventilação mecânica são especialmente suscetíveis à pneumonia, pois as<br />

defesas normais de seus organismos estão debilita<strong>da</strong>s, bloquea<strong>da</strong>s ou sem funcio<strong>na</strong>r durante a<br />

ventilação mecânica, devido à presença do aparelho de respiração assisti<strong>da</strong>. Bactérias e outros<br />

microorganismos, que normalmente são impedi<strong>dos</strong> ou transporta<strong>dos</strong> para fora do trato respiratório,<br />

conseguem superar as defesas normais do organismo e penetrar nos pulmões.<br />

Para entender as vulnerabili<strong>da</strong>des do paciente com ventilação mecânica, é útil rever um pouco os<br />

mecanismos de elimi<strong>na</strong>ção e os reflexos normais do organismo.<br />

Reflexos normais e mecanismos de elimi<strong>na</strong>ção<br />

Os reflexos normais e os mecanismos de elimi<strong>na</strong>ção de secreções são necessários para diminuir os<br />

efeitos negativos de substâncias como:<br />

• Ar<br />

- quente<br />

- seco<br />

- frio<br />

• Alérgenos e pólens<br />

• Pó e outras partículas<br />

• Agentes de poluição atmosférica<br />

• Substâncias químicas irritantes<br />

• Microorganismos<br />

- bactérias<br />

- leveduras<br />

- fungos<br />

• Vírus<br />

Os mecanismos de defesa e de elimi<strong>na</strong>ção de secreções do organismo incluem a filtragem do ar <strong>na</strong><br />

cavi<strong>da</strong>de <strong>na</strong>sal e o transporte de muco.<br />

6


Filtragem do ar<br />

O ar inspirado entra <strong>na</strong>s <strong>na</strong>ri<strong>na</strong>s (veja a Figura 2). As partículas maiores são filtra<strong>da</strong>s pelos pêlos e<br />

pela passagem do ar pelas curvas do vestíbulo <strong>na</strong>sal. O muco penetra nos teci<strong>dos</strong> que revestem<br />

essas passagens <strong>na</strong>sais, atraindo partículas e filtrando ain<strong>da</strong> mais o ar. À medi<strong>da</strong> que esse processo<br />

continua, o ar é aquecido e umedecido. O aquecimento é necessário para aumentar a capaci<strong>da</strong>de do<br />

ar de absorver e transportar a umi<strong>da</strong>de para a mucosa.<br />

Figura 2. Ilustração do movimento normal do ar <strong>na</strong>s passagens <strong>na</strong>sais<br />

Conforme o ar passa pela garganta, a caminho <strong>da</strong> traquéia, muitas partículas restantes se depositam<br />

nos teci<strong>dos</strong> <strong>da</strong> adenóide, que contêm leucócitos que aju<strong>da</strong>m a destruir os patógenos externos que<br />

entram no organismo.<br />

Transporte de muco<br />

A passagem do muco para baixo, facilita<strong>da</strong> pelo movimento ciliar, junto com a dre<strong>na</strong>gem constante<br />

<strong>dos</strong> seios <strong>na</strong>sais, transporta as partículas e bactérias captura<strong>da</strong>s para o esôfago, onde elas são<br />

degluti<strong>da</strong>s muito antes de poderem entrar nos pulmões.<br />

Durante essa deglutição, as abas maleáveis do palato se levantam, impedindo o muco de voltar para<br />

o <strong>na</strong>riz, enquanto as abas <strong>da</strong> epiglote se abaixam cobrindo a traquéia, para impedir a entra<strong>da</strong> <strong>na</strong><br />

mesma. Antes de fechar, o ar limpo, aquecido e umedecido é puxado para dentro <strong>da</strong> traquéia pelo<br />

vácuo criado pela expansão <strong>dos</strong> pulmões.<br />

7


Como alter<strong>na</strong>tiva, o muco pode ser transportado para cima, a partir <strong>da</strong> traquéia, e para baixo pelos<br />

cílios, a partir do <strong>na</strong>riz, até a parte posterior <strong>da</strong> garganta, e ser deglutido ou expelido pela tosse.<br />

Esse processo às vezes é referido como a esca<strong>da</strong> mucociliar. (Veja a Figura 3).<br />

Figura 3. Esca<strong>da</strong> mucociliar<br />

cilia<br />

A área de superfície do trato respiratório é cerca de 50<br />

vezes maior que a correspondente à superfície cutânea<br />

(que é do tamanho de uma quadra de tênis), ou seja, há<br />

muita área para limpar e proteger!<br />

O percurso <strong>da</strong> PAV<br />

Na presença de um tubo endotraqueal, to<strong>da</strong>s as funções normais se alteram. Podem ocorrer<br />

reações a corpo estranho nos teci<strong>dos</strong> <strong>da</strong> traquéia; a extrema pressão do cuff pode lesio<strong>na</strong>r a parede<br />

<strong>da</strong> traquéia, com risco de lesão de longo prazo. 8 O tubo endotraqueal também pode propiciar o<br />

ambiente para a formação e proliferação de um biofilme. Além disso, a presença do tubo é de várias<br />

formas, uma obstrução aos mecanismos <strong>na</strong>turais de proteção e elimi<strong>na</strong>ção. (Veja a Figura 4).<br />

8


Figure 4. Percurso <strong>da</strong> PAV<br />

Tubo endotraqueal<br />

(TE)<br />

Deficiência no sistema de<br />

elimi<strong>na</strong>ção/proteção <strong>na</strong>tural<br />

Contami<strong>na</strong>ção/colonização<br />

por bactérias<br />

Aspiração de microorganismos<br />

pelos pulmões, diretamente<br />

através do tubo endotraqueal<br />

ou ao redor do cuff<br />

Pulmões contami<strong>na</strong><strong>dos</strong><br />

por microorganismos<br />

O tubo endotraqueal impede a filtragem normal e a captura física de partículas, assim como o<br />

processo <strong>na</strong>sal de aquecimento e umedecimento. «A falta de aquecimento diminui a capaci<strong>da</strong>de do<br />

ar de transportar umi<strong>da</strong>de. A falta de umi<strong>da</strong>de faz com que o muco se resseque, fique mais espesso<br />

e difícil de transportar, formando bolotas. Esses segmentos de tecido pulmo<strong>na</strong>r e oral, normalmente<br />

úmi<strong>dos</strong>, se tor<strong>na</strong>m vulneráveis a lesão e infecção. 8 9


O mecanismo de elimi<strong>na</strong>ção mucociliar também é comprometido pela presença do tubo<br />

Endotraqueal. 20 De diversas formas, o tubo endotraqueal funcio<strong>na</strong> como conduto direto de acesso<br />

<strong>dos</strong> patógenos aos pulmões. 20,25 Ele bloqueia e atrapalha o processo normal de elimi<strong>na</strong>ção pela<br />

esca<strong>da</strong> mucociliar acima do cuff do tubo, interferindo <strong>na</strong> deglutição e forçando a epiglote a se abrir.<br />

As secreções se acumulam acima do cuff 25 , fluem para a parte posterior <strong>da</strong> garganta e contami<strong>na</strong>m<br />

o acúmulo de secreções <strong>na</strong> região subglótica 25 , formando um ambiente propício à reprodução rápi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> flora normal e <strong>da</strong>s bactérias potencialmente patogênicas 25 . Além disso, mantendo o “alçapão” <strong>da</strong><br />

traquéia aberto 8 , as secreções contami<strong>na</strong><strong>da</strong>s podem fluir para dentro <strong>da</strong> traquéia, pela glote, entre as<br />

cor<strong>da</strong>s vocais, em vez de para dentro do esôfago.<br />

O tubo endotraqueal também afeta a função <strong>da</strong> esca<strong>da</strong> mucociliar abaixo do cuff, impedindo o<br />

movimento do muco <strong>da</strong> traquéia e <strong>dos</strong> pulmões para além do cuff. Portanto, o muco se acumula<br />

<strong>na</strong> traquéia, abaixo <strong>da</strong> ponta distal do tubo endotraqueal, até ser manualmente removido 8 .Se não<br />

for aspirado, esse muco repleto de bactérias e to<strong>da</strong>s as partículas de biofilme que tiverem sido<br />

desloca<strong>da</strong>s podem entupir a abertura do tubo endotraqueal ou cair dentro <strong>dos</strong> pulmões.<br />

A inibição do mecanismo <strong>da</strong> tosse é outra conseqüência negativa <strong>da</strong> intubação. O paciente é<br />

se<strong>da</strong>do, o que anula a capaci<strong>da</strong>de de resposta do organismo; o tubo bloqueia o reflexo <strong>da</strong> tosse 20 e<br />

a pressão positiva <strong>da</strong> ventilação mecânica vai contra qualquer esforço de tossir.<br />

À medi<strong>da</strong> que esse ciclo de contami<strong>na</strong>ção, aspiração e patógenos continua, os microorganismos<br />

patogênicos prevalecem sobre as defesas anti-bactéria do organismo, e o paciente<br />

desenvolve pneumonia.<br />

O <strong>papel</strong> do ambiente bucal no desenvolvimento <strong>da</strong> pneumonia<br />

Após exami<strong>na</strong>r o percurso <strong>da</strong> PAV, é fácil de entender o potencial de impacto do ambiente oral no<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> pneumonia. Portanto, é importante ter um conhecimento apurado do ambiente<br />

microbiológico <strong>da</strong> boca, assim como <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças que ocorrem quando um paciente adoece em<br />

estado crítico, é inter<strong>na</strong>do e colocado sob ventilação mecânica.<br />

Ambiente microbiano<br />

A maioria <strong>da</strong>s bactérias <strong>da</strong> boca é considera<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> flora normal do paciente, e pode incluir até<br />

350 espécies. Diversos organismos apresentam a tendência de colonizar partes distintas <strong>da</strong> boca.<br />

Por exemplo, Streptococcus mutans, Streptococcus sanguis, Actinomyces vicosus e Bacteroides<br />

gingivalis colonizam principalmente os dentes, enquanto Streptococcus salivarius coloniza<br />

principalmente o dorso <strong>da</strong> língua. O Streptococcus mitis é encontrado tanto <strong>na</strong> superfície bucal<br />

quanto <strong>na</strong> superfície <strong>dos</strong> dentes 26 . Essa flora normalmente é considera<strong>da</strong> patogênica de baixo nível,<br />

isto é, pode levar anos ou déca<strong>da</strong>s até produzir alguma doença. (Veja a Figura 5).<br />

10


Figura 5. Nichos orais de contami<strong>na</strong>ção microbia<strong>na</strong><br />

A flora bucal de pacientes em estado crítico é diferente <strong>da</strong> de adultos sadios, e contém organismos<br />

que rapi<strong>da</strong>mente podem causar pneumonia. Dentro de 48 horas após a inter<strong>na</strong>ção, a composição<br />

<strong>da</strong> flora orofaríngea de pacientes em estado crítico passa por uma mu<strong>da</strong>nça... <strong>da</strong> predominância<br />

normal de streptococci gram-positivos e patógenos dentários para organismos predomi<strong>na</strong>ntemente<br />

gram-negativos, que formam uma flora mais virulenta que contém patógenos causadores de PAV 27 .<br />

Além disso, o aumento nos níveis de proteases <strong>na</strong>s secreções orais de pacientes em estado crítico<br />

remove <strong>da</strong>s superfícies celulares epiteliais a glicoproteí<strong>na</strong> conheci<strong>da</strong> como fibronecti<strong>na</strong>. Normalmente,<br />

a fibronecti<strong>na</strong> está presente <strong>na</strong>s superfícies celulares e funcio<strong>na</strong> como mecanismo de defesa do<br />

organismo, impedindo a aderência <strong>da</strong>s bactérias patogênicas <strong>na</strong> mucosa <strong>da</strong> boca e <strong>da</strong> traquéia.<br />

A deficiência de fibronecti<strong>na</strong> permite que os receptores celulares substituam a flora normal por<br />

patógenos virulentos como Pseudomo<strong>na</strong>s aeruginosa, <strong>na</strong>s células epiteliais <strong>da</strong> boca e <strong>da</strong> faringe 26 .<br />

Se o paciente intubado não receber higiene bucal eficaz, o tártaro dentário, formado por depósitos<br />

sóli<strong>dos</strong> de bactérias, se estabelece dentro de 72 horas. Isso é seguido de gengivite emergente,<br />

inflamação <strong>da</strong>s gengivas, infecção e subseqüente mu<strong>da</strong>nça de Streptococcus e Actinomyces para<br />

um número crescente de bacilos gram-negativos aeróbicos 28 .<br />

Como a aderência à superfície interior <strong>da</strong> boca é importante para a sobrevivência e proliferação <strong>dos</strong><br />

organismos, as bactérias que se fixam <strong>na</strong> superfície dentária gradualmente se juntam, formando um<br />

biofilme; se não forem removi<strong>da</strong>s, continuam a se desenvolver, formando tártaro nos dentes 29 .<br />

(Veja as Figuras 6 e 7)<br />

11


Figura 6. Biofilme com glicocálice Figura 7. Tártaro dentário<br />

(micrografia, cortesia de Janice Carr, CDC, Atlanta)<br />

(fotografia, cortesia do CDC, Atlanta)<br />

Saliva<br />

A saliva também é um elemento crucial do ambiente bucal. A produção contínua de saliva é<br />

essencial para manter a boca e os elementos <strong>da</strong> boca limpos e úmi<strong>dos</strong>. Por definição, a saliva é um<br />

líquido misto secretado predomi<strong>na</strong>ntemente pelas glândulas paróti<strong>da</strong>, submandibular e sublingual.<br />

Ela tem uma série e funções importantes, como lavar os resíduos de alimentos e desprender os<br />

microorganismos <strong>da</strong> boca. Ela neutraliza os áci<strong>dos</strong> produzi<strong>dos</strong> por bactérias <strong>na</strong>s superfícies <strong>dos</strong><br />

dentes e, como contém cálcio e fósforo, funcio<strong>na</strong> em conjunto com o fluoro <strong>na</strong> remineralização <strong>da</strong><br />

superfície dentária. Além disso, a saliva contém uma série de substâncias imunológicas, como a<br />

imunoglobuli<strong>na</strong> A, que dificulta a aderência de micróbios <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de oral, e a lactoferri<strong>na</strong>, que inibe<br />

a infecção bacteria<strong>na</strong> em indivíduos sadios 29 .<br />

No paciente que se encontra em tratamento intensivo, há uma severa redução do fluxo salivar, com<br />

subseqüente xerostomia 30 e mucosite 31 , o que pode levar à colonização <strong>da</strong> orofaringe por patógenos<br />

respiratórios, bem como à progressão até a PAV. No indivíduo normal, durante o dia, o fluxo salivar não<br />

estimulado varia de 0,25 a 0,35 ml por minuto, e o fluxo estimulado varia de 4 a 6 ml por minuto.<br />

A xerostomia severa é defini<strong>da</strong> como fluxo salivar não estimulado de menos de 0,1 ml por minuto 32 .<br />

As condições do paciente em estado crítico que afetam o fluxo salivar são: febre, diarréia,<br />

queimaduras, menor consumo de líqui<strong>dos</strong> e efeitos de uma série de medicamentos como opióides,<br />

anticolinérgicos e diuréticos 32 .<br />

Estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> por Dennesen et al. demonstraram, que há praticamente uma ausência de fluxo<br />

salivar no paciente intubado e se<strong>da</strong>do, inter<strong>na</strong>do em UTI (veja o gráfico 2), o que pode ser explicado<br />

por diversas circunstâncias, como a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> doença que levou à intubação e inter<strong>na</strong>ção em UTI,<br />

a falta de consumo oral normal, distúrbios no equilibro de líqui<strong>dos</strong>, e o extenso uso de medicamentos<br />

necessários para reduzir a dor e controlar a ventilação mecânica. Fora essa questão do fluxo<br />

i<strong>na</strong>dequado, o que acontece é que em um paciente em posição supi<strong>na</strong> e se<strong>da</strong><strong>da</strong>, a saliva não se<br />

distribui pela cavi<strong>da</strong>de oral; por isso, a xerostomia é muito comum em pacientes de UTI.<br />

12


Gráfico 2. Fluxo salivar e número de dias <strong>na</strong> UTI<br />

Saliva ml/5 minutos<br />

Dias após inter<strong>na</strong>ção<br />

À medi<strong>da</strong> que a mucosite ou inflamação oral aumenta no paciente intubado, também aumenta<br />

o número de bactérias orais. (Veja o gráfico 3). Quanto maior o número de bactérias orais, maior é a<br />

formação do biofilme que se fixa nos dentes do paciente. Com o acúmulo do biofilme<br />

(tártaro dentário) há um aumento <strong>da</strong> concentração bacteria<strong>na</strong> <strong>na</strong>s secreções orofaríngeas.<br />

Gráfico 3. Índice de mucosite e número de dias <strong>na</strong> UTI<br />

Índice de mucosite<br />

Dias após inter<strong>na</strong>ção<br />

To<strong>dos</strong> os pacientes aspiram secreções, mesmos os que não estão sob ventilação mecânica. Conclui-se<br />

que quanto maior o número de bactérias e a contami<strong>na</strong>ção bacteria<strong>na</strong> <strong>da</strong>s secreções aspira<strong>da</strong>s, maior a<br />

probabili<strong>da</strong>de de que ocorra pneumonia.<br />

Intervenções de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> e fun<strong>da</strong>mentos lógicos basea<strong>dos</strong> em evidência empírica<br />

Diversas organizações e programas de segurança de pacientes, incluindo o CDC (Centers for<br />

Disease Control and Prevention) 16 , a APIC (Association for Professio<strong>na</strong>ls in Infection Control and<br />

Epidemiology) 33 , o IHI (Institute for <strong>Health</strong>care Improvement) 34,35 e a AACN (American Association of<br />

Critical Care Nurses) 36 elaboraram práticas para o tratamento de pacientes, basea<strong>da</strong>s em evidência<br />

empírica, para diminuir a ocorrência de PAH/PAV.<br />

13


A higiene oral completa é amplamente reconheci<strong>da</strong> como elemento crucial <strong>na</strong><br />

prevenção de pneumonia em pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong>. (Veja a Tabela 1). O guia de<br />

prevenção (Guidelines for Preventing <strong>Health</strong>care-associated Pneumonia) do CDC<br />

recomen<strong>da</strong> que a higiene oral do paciente seja a norma como estratégia de prevenção<br />

de PAV. A descontami<strong>na</strong>ção oral rotineira é um método eficaz de reduzir a PAV<br />

diminuindo a carga microbia<strong>na</strong> <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de orofaríngea. Foi demonstrado que a adoção<br />

de uma roti<strong>na</strong> de higiene oral como prática normal pode reduzir a ocorrência de PAV em<br />

até 60%. 31<br />

Tabela 1. Estratégias de prevenção de PAV recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s, segundo a organização<br />

Componente CDC APIC IHI AACN<br />

Elevação <strong>da</strong> cabeceira do leito<br />

ß √ √ √ √<br />

ß Retira<strong>da</strong> diária de se<strong>da</strong>tivos e avaliação diária <strong>da</strong> √ √ √<br />

prontidão para extubação<br />

ß Profilaxia de úlcera péptica<br />

√ √ √<br />

ß Programa confiável e abrangente de higiene bucal √ √ √ √<br />

ß Limpeza <strong>dos</strong> equipamentos<br />

√ √<br />

ß Evitar substituir rotineiramente os circuitos do ventilador √ √ √<br />

ß Higiene <strong>da</strong>s mãos<br />

√ √<br />

ß Dre<strong>na</strong>gem de secreção subglótica - contínua<br />

√ √ √<br />

ou intermitente<br />

ß Prevenção <strong>da</strong> colonização orofaríngea<br />

√ √<br />

O mais importante para to<strong>dos</strong> os pacientes é que o hospital tenha um protocolo de<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> definido e um plano de trei<strong>na</strong>mento para garantir que to<strong>dos</strong> os pacientes<br />

recebam cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos, com procedimentos uniformiza<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> de<br />

maneira confiável, <strong>da</strong> forma especifica<strong>da</strong>. No que se refere aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>, há uma<br />

série de intervenções a que se devem submeter to<strong>dos</strong> os pacientes, e algumas mais<br />

específicas para pacientes com ventilação mecânica.<br />

Intervenções recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> para TODOS os pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong><br />

em hospital 37<br />

Trei<strong>na</strong>mento e protocolo escrito (veja o Apêndice B)<br />

• Intervenção: Protocolo escrito de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> e plano de trei<strong>na</strong>mento.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: Política elabora<strong>da</strong> para prestar um padrão de atendimento<br />

que deve ser reforçado por meio de trei<strong>na</strong>mento; deve ser adota<strong>da</strong> de modo<br />

uniforme no atendimento de to<strong>dos</strong> os pacientes.<br />

Avaliação inicial (veja o Apêndice C)<br />

• Intervenção: Realização de uma avaliação inicial <strong>da</strong> saúde bucal e <strong>da</strong>s deficiências<br />

nos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> pessoais do paciente <strong>na</strong> ocasião <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: A avaliação possibilita a identificação inicial de possíveis<br />

problemas relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> à higiene bucal.<br />

14


Remoção de tártaro dentário<br />

• Intervenção: Escovar os dentes, a língua e as gengivas pelo menos duas vezes por dia,<br />

com escova de dente peque<strong>na</strong> e macia, para remover o tártaro dentário. Suabes com ponta<br />

de espuma ou gaze não devem ser usa<strong>dos</strong>, pois não são eficazes para essa tarefa<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: O tártaro dentário, identificado como fonte de bactérias patogênicas<br />

associa<strong>da</strong>s às infecções respiratórias, requer remoção mecânica para ser elimi<strong>na</strong>do <strong>dos</strong> dentes,<br />

<strong>da</strong> língua e <strong>da</strong>s superfícies <strong>da</strong> gengiva.<br />

Creme dental<br />

• Intervenção: Uso de creme dental que contenha aditivos que aju<strong>da</strong>m a elimi<strong>na</strong>r o muco e o<br />

biofilme <strong>da</strong> boca.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: Foi comprovado que aditivos como o bicarbo<strong>na</strong>to de sódio aju<strong>da</strong>m a<br />

remover resíduos acumula<strong>dos</strong> nos teci<strong>dos</strong> orais e nos dentes.<br />

Enxágüe <strong>da</strong> boca com antisséptico<br />

• Intervenção: Uso de produto antisséptico que não contenha álcool, para prevenir contra a<br />

colonização do trato orofaríngeo por bactérias.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: Antisséptico bucal com álcool resseca excessivamente os teci<strong>dos</strong><br />

<strong>bucais</strong>. Água oxige<strong>na</strong><strong>da</strong> e soluções à base de CHG comprova<strong>da</strong>mente aju<strong>da</strong>m a elimi<strong>na</strong>r o<br />

acúmulo de resíduos e contêm proprie<strong>da</strong>des antibacteria<strong>na</strong>s.<br />

Hidratante<br />

• Intervenção: Usar hidratante solúvel em água para aju<strong>da</strong>r a manter os lábios e as gengivas<br />

em bom estado de saúde, pelo menos uma vez a ca<strong>da</strong> 2 horas.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: O ressecamento e rachaduras nos teci<strong>dos</strong> <strong>da</strong> boca e <strong>dos</strong> lábios<br />

propiciam a proliferação bacteria<strong>na</strong> nessas áreas. O hidratante solúvel em água é facilmente<br />

absorvido pelos teci<strong>dos</strong> e proporcio<strong>na</strong> mais hidratação.<br />

• Intervenção: Evitar usar suabes à base de limão-gliceri<strong>na</strong> nos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>, para<br />

umedecer a mucosa oral.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: Produtos à base de limão e gliceri<strong>na</strong> são áci<strong>dos</strong> e ressecam os teci<strong>dos</strong><br />

<strong>da</strong> boca.<br />

Intervenções recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s para os cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> de pacientes sob ventilação mecânica 37<br />

(veja o Apêndice D)<br />

Avaliação <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de oral (veja o Apêndice E)<br />

• Intervenção: Realizar uma avaliação inicial <strong>dos</strong> lábios, tecido bucal, língua, dentes e saliva de<br />

ca<strong>da</strong> paciente com ventilação mecânica, <strong>na</strong> ocasião <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção e diariamente.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: A avaliação possibilita a identificação inicial <strong>dos</strong> problemas de higiene<br />

oral para fins de observação continua<strong>da</strong> <strong>da</strong> saúde oral.<br />

15


Manter a saliva<br />

• Intervenção: Devem ser defini<strong>dos</strong> protocolos específicos para aju<strong>da</strong>r pacientes com risco de<br />

PAV a manter a produção salivar e a saúde do tecido bucal, e a minimizar a mucosite.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: A saliva produz efeitos mecânicos e imunológicos que atuam no<br />

sentido de remover agentes patogênicos que colonizam a orofaringe.<br />

Elevar cabeceira do leito<br />

• Intervenção: Manter a cabeceira do leito eleva<strong>da</strong> pelo menos 30 graus (a menos que isso<br />

seja contra-indicado por razões médicas) e posicio<strong>na</strong>r o paciente de modo que as secreções<br />

orais se acumulem <strong>na</strong> bolsa bucal; isso é especialmente importante durante a alimentação e<br />

ao escovar os dentes.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: A elevação <strong>da</strong> cabeceira aju<strong>da</strong> a impedir o refluxo e a aspiração do<br />

conteúdo gástrico, evitando que as secreções orais fluam para a área subglótica, onde<br />

podem ser rapi<strong>da</strong>mente coloniza<strong>da</strong>s por bactérias patogênicas.<br />

Aspiração subglótica<br />

• Intervenção: As secreções orais e subglóticas do paciente devem ser aspira<strong>da</strong>s<br />

constantemente ou intermitentemente/de roti<strong>na</strong>, sendo que a freqüência depende <strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong>de de secreções sendo produzi<strong>da</strong>s.<br />

• Fun<strong>da</strong>mento lógico: Minimizar a aspiração de secreções contami<strong>na</strong><strong>da</strong>s para dentro<br />

<strong>dos</strong> pulmões<br />

Conclusão<br />

Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> i<strong>na</strong>dequa<strong>dos</strong> ou incorretos colocam o paciente em risco de adquirir<br />

pneumonia hospitalar. A pneumonia é uma doença infecciosa mórbi<strong>da</strong> e prevalente que<br />

representa cerca de 15% de to<strong>da</strong>s as infecções adquiri<strong>da</strong>s em hospital. Devido à gravi<strong>da</strong>de<br />

dessa doença, é absolutamente necessário que o pessoal médico conheça muito bem as<br />

classificações clínicas <strong>da</strong> pneumonia e os fatores de risco associa<strong>dos</strong> ao desenvolvimento <strong>da</strong><br />

pneumonia adquiria em hospital. Pacientes com ventilação mecânica, especialmente, correm<br />

risco de adquirir pneumonia, porque as defesas normais do organismo e os mecanismos de<br />

elimi<strong>na</strong>ção de secreções são impedi<strong>dos</strong> pelos aparelhos de respiração assisti<strong>da</strong>.<br />

O estabelecimento e a implementação de estratégias eficazes de prevenção <strong>da</strong> pneumonia são<br />

essenciais para reduzir a sua ocorrência. Uma estratégia de prevenção que, com freqüência,<br />

não recebe a devi<strong>da</strong> atenção é a definição de um protocolo de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos; isso<br />

requer um entendimento claro do <strong>papel</strong> do ambiente bucal no desenvolvimento <strong>da</strong> pneumonia.<br />

A adoção de um protocolo de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos como parte <strong>da</strong>s boas práticas de<br />

prevenção de PAV do hospital pode salvar vi<strong>da</strong>s!<br />

CUIDADOS BUCAIS ABRANGENTES EFETIVAMENTE FAZEM DIFERENÇA<br />

Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> são cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> críticos para to<strong>dos</strong> os pacientes<br />

16


Centers for Disease Control & Prevention (CDC)<br />

<strong>Health</strong>care Infection Control Practices Advisory Committee (HICPAC) 16<br />

Prevenção <strong>da</strong> pneumonia bacteria<strong>na</strong> associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos<br />

IV. Modificar o risco de infecção do hospedeiro<br />

B. Precauções para prevenção de aspiração<br />

3. Prevenção ou modulação <strong>da</strong> colonização orofaríngea<br />

a. Limpeza e descontami<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> orofaringe com agente antisséptico:<br />

desenvolver e implementar um programa de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong><br />

completos (que pode incluir o uso de um agente antisséptico) para<br />

pacientes em situações de atendimento agudo, ou residentes em<br />

clínicas de longa permanência, que correm alto risco de adquirir<br />

pneumonia associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> de saúde (II) (156,157).<br />

b. Enxágüe <strong>da</strong> boca com clorexidi<strong>na</strong><br />

1) Nenhuma recomen<strong>da</strong>ção pode ser feita quanto ao uso rotineiro<br />

de enxágüe oral com clorexidi<strong>na</strong> para a prevenção <strong>da</strong> pneumonia<br />

associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> médicos ou em pacientes em estado<br />

crítico e/ou outros pacientes que apresentem risco de adquirir<br />

pneumonia (questão não resolvi<strong>da</strong>) (II) (158).<br />

2) Usar enxágüe com gluco<strong>na</strong>to de clorexidi<strong>na</strong> por via oral<br />

(0m12%) durante o período perioperatório em paceintes adultos<br />

submeti<strong>dos</strong> a circugia cardíaca (II) (158).<br />

c. Descontami<strong>na</strong>ção oral com agentes antimicrobianos de uso tópico.<br />

1) Nenhuma recomen<strong>da</strong>ção pode ser feita quanto ao<br />

uso rotineiro de agentes antimicrobianos tópicos para<br />

descontami<strong>na</strong>ção oral, para prevenção de PAV (questão não<br />

resolvi<strong>da</strong>) (159).<br />

Association of Critical-Care Nurses (AACN) 36<br />

“Avaliar a cavi<strong>da</strong>de oral e os lábios a ca<strong>da</strong> 8 horas, e executar cui<strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

orais a ca<strong>da</strong> 2 a 4 horas, e conforme necessário.1 Nos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> orais, avaliar<br />

o acúmulo de tártaro nos dentes ou o risco de infecção relacio<strong>na</strong>do<br />

a abcessos orais.”<br />

“Efetuar higiene oral usando escova de dentes de tamanho infantil ou adulto<br />

(escova macia), pelo menos duas vezes ao dia. Escovar os dentes do<br />

paciente com cui<strong>da</strong>do, para limpar e remover o tártaro dentário.” 1<br />

“Além de escovar os dentes duas vezes por dia, usar suabes orais com<br />

solução de água oxige<strong>na</strong><strong>da</strong> a 1,5% para limpar a boca a ca<strong>da</strong> 2 a 4 horas.” 1<br />

“Com ca<strong>da</strong> limpeza, aplicar hidratante para a boca <strong>na</strong> mucosa oral e nos lábios<br />

para manter os teci<strong>dos</strong> umedeci<strong>dos</strong>.” 1<br />

“Aspirar freqüentemente a cavi<strong>da</strong>de bucal/faringe.”<br />

17


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19


Apêndice A: Glossário de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong><br />

Aspiração<br />

Aspiração refere-se ao movimento, geralmente proposital, de extrair<br />

ou sugar. Esse termo médico tem dois significa<strong>dos</strong>, dependendo de<br />

como é usado:<br />

1. A sucção de uma substância estranha (em geral alimento,<br />

líquido, conteúdo gástrico ou secreções <strong>da</strong> boca) para dentro do<br />

trato respiratório (vias respiratórias, pulmões) durante a i<strong>na</strong>lação.<br />

Isso pode levar a uma reação inflamatória, infecção pulmo<strong>na</strong>r<br />

(pneumonia) ou o acúmulo de pus nos pulmões. 38<br />

2. Procedimento médico que remove substâncias nocivas ou<br />

desloca<strong>da</strong>s, como ar, flui<strong>dos</strong> corpóreos, fragmentos de osso, ou gás,<br />

de uma área do corpo por meio de sucção, usando um aparelho<br />

aspirador (ex.: yankauer).<br />

Bucal<br />

Esca<strong>da</strong> mucociliar<br />

Escore clínico de infecção pulmo<strong>na</strong>r<br />

(CPIS – Clinical Pulmo<strong>na</strong>ry<br />

Infection Score)<br />

Fagocitose<br />

Imunossupressão<br />

Muco<br />

Mucosite<br />

Orofaríngeo (a)<br />

Papilas<br />

Pneumonia<br />

Pneumonia adquiri<strong>da</strong><br />

<strong>na</strong> comuni<strong>da</strong>de 23<br />

Interior <strong>da</strong>s bochechas ou <strong>da</strong> boca, ou a gengiva ao lado<br />

<strong>da</strong>s bochechas.<br />

Mecanismo pelo qual o muco é removido; o muco é transportado<br />

para cima, <strong>na</strong> traquéia, e para baixo, pelo epitélio ciliar <strong>na</strong>sal, para a<br />

parte posterior <strong>da</strong> garganta.<br />

Um levantamento comum de parâmetros físicos que podem indicar<br />

maior risco de PAV.<br />

Importante mecanismo de defesa do organismo contra infecção e<br />

partículas exter<strong>na</strong>s; os fagócitos e leucócitos, como os leucócitos<br />

polimorfonucleares (LPMNs), em geral engolfam e destroem<br />

partículas de matérias.<br />

A capaci<strong>da</strong>de diminuí<strong>da</strong> do sistema imunológico de reagir a<br />

estímulos antigênicos; é causa<strong>da</strong> por doença ou pelo uso de<br />

certos medicamentos.<br />

Secreção gelatinosa geralmente rica em muci<strong>na</strong>s; produzi<strong>da</strong> pela<br />

membra<strong>na</strong> mucosa, a qual ela umedece e protege.<br />

Inflamação <strong>da</strong> mucosa; <strong>na</strong> boca, pode levar à colonização orofaríngea<br />

por patógenos respiratórios. Alguns casos comuns se devem a: i<strong>da</strong>de,<br />

medicação, doença.<br />

Relacio<strong>na</strong>do à parte <strong>da</strong> faringe abaixo do palato mole, acima <strong>da</strong><br />

epiglote e <strong>na</strong> parte posterior <strong>da</strong> boca.<br />

Peque<strong>na</strong>s protuberâncias <strong>na</strong> língua.<br />

Inflamação agu<strong>da</strong> <strong>dos</strong> pulmões causa<strong>da</strong> por infecção por organismos<br />

como Streptococcus pneumoniae, outras bactérias, vírus, rickettsiae<br />

e fungos. Os alvéolos e bronquíolos <strong>dos</strong> pulmões se congestio<strong>na</strong>m<br />

com um exsu<strong>da</strong>do fibroso.<br />

Pneumonia que se desenvolve em paciente que reside <strong>na</strong><br />

comuni<strong>da</strong>de e que, antes <strong>da</strong> presença de sintomas, não esteve em<br />

ambiente hospitalar nos últimos 90 dias, nem inter<strong>na</strong>do em clínica de<br />

longa permanência nos últimos 14 dias.<br />

20


Pneumonia adquiri<strong>da</strong> em<br />

hospital (PAH)<br />

Pneumonia associa<strong>da</strong> aos cui<strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

médicos (PACM)<br />

Pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação<br />

mecânica (PAV)<br />

Pneumonia nosocomial<br />

Resistente a antibiótico<br />

Sensível a antibiótico<br />

Xerostomia<br />

Yankauer<br />

Pneumonia que ocorre pelo menos 48 horas após a inter<strong>na</strong>ção<br />

hospitalar, e que não estava presente <strong>na</strong> ocasião <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção.<br />

Esse tipo de pneumonia tende a ser mais grave porque o sistema<br />

imunológico do paciente já se encontra debilitado. Além disso, há<br />

maior possibili<strong>da</strong>de de infecção por bactérias resistentes a antibióticos.<br />

Pneumonia que se desenvolve em paciente dentro de 90 dias após<br />

inter<strong>na</strong>ção em hospital ou outro ambiente médico, inclusive clínica<br />

residencial ou de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> gerais, clínica de longa permanência,<br />

ambulatórios ou centros cirúrgicos.<br />

Subconjunto de pneumonia nosocomial que se desenvolve em<br />

pacientes submeti<strong>dos</strong> à ventilação mecânica por pelo menos<br />

48 horas.<br />

Também chama<strong>da</strong> de pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital (PAH); é<br />

defini<strong>da</strong> como qualquer caso de pneumonia que ocorra pelo menos<br />

48 horas após a inter<strong>na</strong>ção hospitalar.<br />

Refere-se à capaci<strong>da</strong>de de bactérias e outros microorganismos de tolerar<br />

os efeitos de um antibiótico (sobrevier e se reproduzir) ao qual eram<br />

anteriormente sensíveis (isto é, antes eram impedi<strong>da</strong>s ou elimi<strong>na</strong><strong>da</strong>s<br />

totalmente). Também referi<strong>da</strong> como “resistência a medicamento”.<br />

A suscetibili<strong>da</strong>de de microorganismos, como, por exemplo, bactérias,<br />

ao tratamento antibiótico. Se o crescimento do organismo for inibido<br />

pela ação do antibiótico, ele é sensível a tal medicamento.<br />

Boca seca causa<strong>da</strong> por redução anormal <strong>na</strong> quanti<strong>da</strong>de de<br />

secreção salivar, devido a febre, medicamentos, diarréia, doença ou<br />

tratamento médico.<br />

Aparelho de sucção oral projetado para possibilitar a sucção eficaz<br />

sem aspirar o tecido circun<strong>da</strong>nte.<br />

21


Procedimento de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> para to<strong>dos</strong> os<br />

pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong> em hospital<br />

EXEMPLO<br />

Etapas Fun<strong>da</strong>mento lógico Considerações especiais<br />

1. Lavar as mãos e calçar luvas para procedimentos.<br />

Diminui a transmissão de microorganismos e<br />

secreções corpóreas; precauções padrão.<br />

Se o paciente for alérgico a látex, não usar látex<br />

(ex.: usar luvas de nitrila).<br />

2. Explicar ao paciente que será feita limpeza de<br />

sua boca com creme dental e antisséptico bucal,<br />

segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> aplicação labial de hidratante solúvel<br />

em água.<br />

3. Aju<strong>da</strong>r o paciente a se sentar no leito, se sua<br />

condição de saúde permitir. Caso contrário,<br />

aju<strong>da</strong>r o paciente a ficar numa posição deita<strong>da</strong><br />

lateral, com a cabeça sobre um travesseiro,<br />

para que possa cuspir a água do enxágüe.<br />

Minimiza o risco de aspiração <strong>da</strong>s<br />

secreções orais.<br />

Se o paciente estiver sem capaci<strong>da</strong>de<br />

de expectorar, tenha à mão<br />

equipamento de aspiração para<br />

remover as secreções.<br />

4. Se houver presença de uma via aérea<br />

(ex.: bloco de mordi<strong>da</strong>), remova-o, limpe-o e<br />

coloque-o de volta <strong>na</strong> boca após a<br />

higiene bucal.<br />

O bloco de mordi<strong>da</strong> pode ser um<br />

obstáculo <strong>na</strong> efetuação de bons<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

5. Se o paciente estiver sem reação ou com a<br />

boca fecha<strong>da</strong>, use um apoio de boca para<br />

abrir a boca suavemente.<br />

6. Faça a higiene bucal usando uma escova de<br />

dente de tamanho infantil ou adulto (macia),<br />

pelo menos duas vezes por dia. Escove<br />

com cui<strong>da</strong>do os dentes do paciente, de<br />

modo a limpar e remover o tártaro dentário.<br />

Segure a escova contra os dentes, com os<br />

pelos em um ângulo de 45 graus. Mova os<br />

pelos <strong>da</strong> escova de um lado para outro, com<br />

movimento vibratório, desde as gengivas até<br />

as coroas <strong>dos</strong> dentes.<br />

Limpe as superfícies mordentes<br />

movimentando a escova de um lado para<br />

outro, com movimentos curtos. Se a língua<br />

estiver revesti<strong>da</strong> com secreção, escovea<br />

suavemente (para que o paciente não<br />

engasgue ou vomite) com a escova de dente.<br />

A boa higiene oral diminui a colonização <strong>da</strong><br />

orofaringe, que é relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à pneumonia<br />

associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica.<br />

Os pelos macios <strong>da</strong> escova reduzem o risco de<br />

trauma e sangramento, e removem o tártaro<br />

sem perturbar os tubos orais.<br />

Se não for possível escovar os dentes,<br />

usar uma haste de espuma embebi<strong>da</strong><br />

em antisséptico bucal, que pode ser<br />

eficaz para diminuir as bactérias <strong>da</strong><br />

boca; mas não para remover o<br />

tártaro dentário.<br />

Solução oral à base de clorexidi<strong>na</strong> a<br />

0,12% é eficaz contra bactérias grampositivas<br />

e gram-negativas, e contra<br />

fungos e leveduras. A clorexidi<strong>na</strong> tem<br />

ação bacteriostática prolonga<strong>da</strong>, de<br />

mais de 12 horas.<br />

7. Enxágüe o creme dental <strong>da</strong> boca do paciente<br />

com um antisséptico bucal sem álcool,<br />

usando uma seringa de irrigação ou um<br />

suabe, e aspire conforme necessário.<br />

Produtos antibacterianos sem álcool aju<strong>da</strong>m<br />

nos efeitos mecânicos <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>,<br />

sem ressecar a mucosa.<br />

22


Procedimento de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> para to<strong>dos</strong> os<br />

pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong> em hospital<br />

EXEMPLO<br />

Etapas Fun<strong>da</strong>mento lógico Considerações especiais<br />

8. Aplicar gel hidratante oral, solúvel em<br />

água, em um dedo (com luva) e massagear<br />

suavemente nos lábios e mucosa <strong>da</strong> boca<br />

do paciente.<br />

Reduz o ressecamento do tecido.<br />

Suabes à base de limão e gliceri<strong>na</strong> não<br />

são recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong> para cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>,<br />

pois ressecam a mucosa oral.<br />

9. Documentar a avaliação <strong>dos</strong> dentes,<br />

língua, gengivas e mucosa oral. Incluir<br />

quaisquer problemas, como feri<strong>da</strong>s ou<br />

inflamação e inchaço <strong>da</strong>s gengivas.<br />

Identificar áreas problemáticas<br />

que possam necessitar<br />

intervenções específicas.<br />

INTERVENÇÕES RELACIONADAS À MUCOSA<br />

0. Boca sadia: siga o protocolo normal de<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

1. Mucosite, de leve a modera<strong>da</strong> – continue com<br />

o protocolo normal de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>, mas<br />

aumente a escovação <strong>dos</strong> dentes, escovando<br />

após as refeições e antes de dormir.<br />

Use antisséptico bucal à base de clorexidi<strong>na</strong><br />

2 vezes ao dia, se o paciente tolerar. Inicie<br />

enxágües com solução sali<strong>na</strong> 4 vezes ao dia.<br />

Continue a usar agentes antifúngicos,<br />

se receita<strong>dos</strong>.<br />

2. Mucosite severa – continue com o protocolo<br />

normal de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>. Use antisséptico<br />

bucal à base de clorexidi<strong>na</strong> 2 vezes ao dia, se<br />

o paciente tolerar. Inicie enxágüe com solução<br />

sali<strong>na</strong> a ca<strong>da</strong> 1 ou 2 horas. Continue a usar<br />

agentes antifúngicos, se receita<strong>dos</strong>.<br />

Pode ser necessário suporte parenteral ou<br />

flui<strong>dos</strong> intravenosos.<br />

LÁBIOS/CANTOS DA BOCA<br />

Observe se há presença de herpes simplex e<br />

encaminhe ao médico.<br />

CÂNDIDÍASE/INFECÇÃO<br />

Veja se há manchas brancas ou áreas brancas<br />

leitosas. Isso pode indicar infecção ou afta. Veja<br />

se há indício de halitose. Encaminhe ao médico.<br />

Cama<strong>da</strong> <strong>na</strong> LÍNGUA<br />

Instrua o paciente a escovar a língua, se não<br />

houver feri<strong>da</strong>, de trás para frente, com uma<br />

escova de dente macia, 4 vezes ao dia.<br />

LÍNGUA com bolhas ou racha<strong>da</strong><br />

Aumentar consumo de líqui<strong>dos</strong>, especialmente<br />

água. Iniciar protocolo de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> para<br />

mucosite severa.<br />

BOCA SECA<br />

Aumentar consumo de líqui<strong>dos</strong>.<br />

Beber bastante água, especialmente ao comer.<br />

Considerar o uso de gelo triturado, saliva<br />

artificial e chiclete sem açúcar ou picolés.<br />

DENTES/DENTADURAS<br />

To<strong>dos</strong> os pacientes com dentes moles,<br />

dentaduras mal ajusta<strong>da</strong>s ou cáries devem ser<br />

encaminha<strong>dos</strong> ao dentista. Remover dentaduras<br />

de noite e deixar de molho em água ou <strong>na</strong><br />

solução normalmente usa<strong>da</strong> pelo paciente.<br />

DEGLUTIÇÃO/MASTIGAÇÃO<br />

Considere o impacto em termos <strong>da</strong> nutrição.<br />

Encaminhe ao nutricionista.<br />

A<strong>da</strong>ptado de: Abidia RF. Oral Care in the Intensive Care Unit: A Review. J Contemp Dent Pract 2007 January (8)1:076-082; Fitch JA, Munro CL,<br />

Glass, CA, et al. Oral Care in the Adult Intensive Care Unit 1999 Sep. American Jour<strong>na</strong>l of Critical Care 8(5):314-318; Ramont RP, Niedringhaus DM.<br />

fun<strong>da</strong>mental Nursing Care. Chapter 13 Providing Oral Care. 2004. Pearson Education NY. pp279-280.<br />

23


HISTÓRICO DA SAÚDE ORAL<br />

EXEMPLO<br />

Nome do paciente<br />

Núm. de registro do paciente:<br />

Exame oral externo :<br />

Assimetria facial ou aumento glandular visível<br />

Em caso positivo, especifique o local<br />

Exame de nódulos linfáticos<br />

Aumentado ou inchado e dolorido<br />

Em caso positivo, especifique o local<br />

Feri<strong>da</strong>s <strong>na</strong> pele ou nos lábios<br />

Em caso positivo, especifique o local<br />

Respiração :<br />

Boca :<br />

Odor normal<br />

Úmi<strong>da</strong><br />

Mau odor<br />

Seca<br />

Dentes :<br />

Mancha<strong>dos</strong> Deteriora<strong>dos</strong> Quebra<strong>dos</strong> ou lasca<strong>dos</strong><br />

Mandíbula superior<br />

Mandíbula inferior<br />

Dentaduras : Sim Não Em caso positivo, assi<strong>na</strong>le as respostas pertinentes:<br />

Inteira, superior Parcial, superior<br />

Inteira, inferior<br />

Parcial, inferior<br />

Dentaduras usa<strong>da</strong>s em tempo integral<br />

Dentaduras usa<strong>da</strong>s ape<strong>na</strong>s ao comer<br />

Dentaduras parecem não estar limpas<br />

Quebra<strong>da</strong>, superior<br />

Quebra<strong>da</strong>, inferior<br />

Dentaduras usa<strong>da</strong>s ao dormir<br />

Dentaduras removi<strong>da</strong>s para comer<br />

Dentaduras tem nome ou núm. de<br />

identificação do proprietário<br />

O paciente tem alguma queixa de desconforto oral, <strong>dos</strong> dentes ou dentadura?<br />

Sim<br />

Não<br />

Em caso positivo, especifique:<br />

Recomen<strong>da</strong>ções/comentários com base no exame:<br />

A<strong>da</strong>ptado de Gil-Montoya JA, de Mello AL, Carde<strong>na</strong>s CB, Lopez IG. Oral health protocol for the dependent<br />

institutio<strong>na</strong>lized elderly. Geriatr Nurs. 2006 Mar-Apr; 27(2):95-101.<br />

24


Procedimento de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> em pacientes<br />

com tubo endotraqueal<br />

EXEMPLO<br />

Etapas<br />

1. Lavar as mãos e vestir equipamento de<br />

proteção individual.<br />

Fun<strong>da</strong>mento lógico<br />

Diminui a transmissão de microorganismos e<br />

secreções corpóreas; precauções padrão.<br />

Considerações especiais<br />

Se o paciente for alérgico a látex, não<br />

usar látex (ex.: usar luvas de nitrila).<br />

2. Assegurar que o tubo endotraqueal esteja<br />

conectado ao ventilador por meio de um<br />

a<strong>da</strong>ptador articulado.<br />

Diminui a pressão exerci<strong>da</strong> pelos tubos do<br />

ventilador no tubo endotraqueal, minimizando o<br />

risco de ulceração por pressão.<br />

3. Apóie o tubo endotraqueal e as tubulações<br />

conforme necessário.<br />

4. Se houver indicação clínica de aspiração,<br />

faça a hiperoxige<strong>na</strong>ção e aspiração do tubo<br />

endotraqueal (veja o Procedimento 10).<br />

A aspiração <strong>da</strong>s vias aéreas deve ser feita<br />

somente se houver indicação clínica, e não como<br />

roti<strong>na</strong> programa<strong>da</strong> de tratamento. Remove as<br />

secreções que podem obstruir o tubo.<br />

5. Solte e remova prendedores e fita<br />

adesiva antiga.<br />

6. Se o paciente estiver intubado pelo <strong>na</strong>riz,<br />

limpe ao redor do tubo endotraqueal<br />

usando gaze embebi<strong>da</strong> em solução sali<strong>na</strong><br />

e cotonetes de algodão. Passe para a<br />

etapa 8.<br />

Remove as secreções que podem causar<br />

pressão e subseqüente laceração <strong>da</strong> pele.<br />

Se o método usado para prender o<br />

tubo endotraqueal impedir que se<br />

prestem cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> eficazes,<br />

considere mu<strong>da</strong>r o método de<br />

prender o tubo.<br />

O CDC (Centers for Disease Control<br />

and Prevention) recomen<strong>da</strong> que os<br />

pacientes intuba<strong>dos</strong> pelo <strong>na</strong>riz sejam<br />

reintuba<strong>dos</strong> pela boca o quanto antes,<br />

a fim de reduzir o risco de PAV.<br />

7. Se o paciente estiver intubado pela<br />

boca, remova o bloco de mordi<strong>da</strong> ou via<br />

aérea orofaríngea (usa<strong>da</strong> como bloco de<br />

mordi<strong>da</strong>). Passe para a etapa 8.<br />

8. Faça a higiene bucal usando uma escova de<br />

dente de tamanho infantil ou adulto (macia), pelo<br />

menos duas vezes por dia. Escove com cui<strong>da</strong>do<br />

os dentes do paciente, de modo a limpar e<br />

remover o tártaro dentário. Segure a escova<br />

contra os dentes, com os pelos em um ângulo<br />

de 45 graus. Mova os pelos <strong>da</strong> escova de um<br />

lado para outro, com movimento de vibração,<br />

desde as gengivas até as coroas <strong>dos</strong> dentes.<br />

Limpe as superfícies mordentes movimentando<br />

a escova de um lado para outro, com<br />

movimentos curtos. Se a língua estiver revesti<strong>da</strong><br />

com secreção, escove-a suavemente (para que<br />

o paciente não engasgue ou vomite) com a<br />

escova de dente.<br />

9. Além de escovar duas vezes ao dia, use suabes<br />

orais com solução de água oxige<strong>na</strong><strong>da</strong> a 1,5%<br />

para limpar a boca a ca<strong>da</strong> 2 a 4 horas. A ca<strong>da</strong><br />

limpeza, aplique um hidratante bucal solúvel<br />

em água.<br />

O bloco de mordi<strong>da</strong> ou via aérea orofaríngea<br />

impede que o paciente mor<strong>da</strong> o tubo endotraqueal<br />

e oclua o fluxo de ar.<br />

A boa higiene bucal reduz a colonização<br />

orofaríngea, um <strong>dos</strong> fatores que pode causar<br />

pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica.<br />

Os pelos macios <strong>da</strong> escova reduzem o risco de<br />

trauma e sangramento, e removem o tártaro<br />

sem perturbar os tubos orais.<br />

Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> presta<strong>dos</strong> a ca<strong>da</strong> 2 a 4 horas<br />

parecem produzir melhor saúde bucal.<br />

Se os cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> forem presta<strong>dos</strong> a ca<strong>da</strong> 4 a 6<br />

horas, perdem-se os benefícios mencio<strong>na</strong><strong>dos</strong>.<br />

A maioria <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> comprova que a segurança<br />

e a eficácia de H 2 O 2 acima de 1% ou menos<br />

de 3% como agente de limpeza para remoção<br />

de tártaro e para promoção do bom estado de<br />

saúde <strong>da</strong>s gengivas. A saliva tem uma função<br />

de proteção. A ventilação mecânica produz<br />

ressecamento <strong>da</strong> mucosa oral, afetando o<br />

fluxo salivar e contribuindo para a mucosite e a<br />

colonização pro bactérias gram-negativas.<br />

O bloco de mordi<strong>da</strong> deve ser preso<br />

separa<strong>da</strong>mente do tubo, para evitar o<br />

deslocamento do tubo endotraqueal.<br />

O bloco de mordi<strong>da</strong> pode ser um<br />

obstáculo <strong>na</strong> prestação de bons<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

Escovas de dente macias ou infantis<br />

podem ser mais fáceis de usar em<br />

pacientes adultos intuba<strong>dos</strong>.<br />

Suabes de espuma são eficazes para<br />

estimular o tecido <strong>da</strong> mucosa, mas não<br />

para remoção de tártaro. A utilização<br />

de um programa de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong><br />

completos é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo CDC<br />

para diminuir o risco de PAV. O uso<br />

de antisséptico bucal como agente de<br />

limpeza não é recomen<strong>da</strong>do.<br />

25


Procedimento de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> em pacientes<br />

com tubo endotraqueal<br />

EXEMPLO<br />

Etapas Fun<strong>da</strong>mento lógico Considerações especiais<br />

10. Sucção oral freqüente <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de/faringe.<br />

Remover as secreções que podem<br />

se acumular sobre o cuff e provocar<br />

microaspiração.<br />

Foi demonstrado que a sucção subglótica<br />

contínua, usando um tubo endotraqueal<br />

especialmente projetado, reduz a<br />

ocorrência de pneumonia associa<strong>da</strong> à<br />

ventilação mecânica.<br />

Em um projeto de melhoria de quali<strong>da</strong>de,<br />

foi demonstrado que a limpeza oral profun<strong>da</strong><br />

intermitente, como parte de um programa<br />

de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> orais completos, reduz a<br />

ocorrência de pneumonia associa<strong>da</strong> à<br />

ventilação mecânica.<br />

O equipamento de sucção oral e os tubos de<br />

sucção devem ser troca<strong>dos</strong> a ca<strong>da</strong> 24 horas.<br />

Artigos orais não descartáveis devem ser<br />

enxagua<strong>dos</strong> com solução estéril de cloreto de<br />

sódio isotônico após ca<strong>da</strong> uso, e coloca<strong>dos</strong><br />

em toalha de <strong>papel</strong>, se não forem descartáveis<br />

ou cobertos.<br />

A colocação do componente de sucção <strong>da</strong>s<br />

amí<strong>da</strong>las de volta <strong>na</strong> embalagem é associa<strong>da</strong> à<br />

maior colonização.<br />

A desconexão de um sistema de aspiração<br />

fechado para fazer aspiração oral pode<br />

contribuir para o aumento <strong>da</strong> colonização<br />

bacteria<strong>na</strong> no ponto de desconexão.<br />

11. Mover o tubo oral para o outro lado <strong>da</strong><br />

boca. Colocar o bloco de mordi<strong>da</strong> ou via<br />

aérea orofaríngea de volta (para funcio<strong>na</strong>r<br />

como bloco de mordi<strong>da</strong>) junto ao tubo<br />

endotraqueal, se necessário, para evitar que<br />

o tubo seja mordido.<br />

Impede ou minimiza área de pressão nos<br />

lábios, <strong>na</strong> língua e <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de oral.<br />

12. Assegurar a insuflação correta do cuff<br />

(veja o Procedimento 11) usando mínimo<br />

volume de vazamento ou mínimo volume<br />

de oclusão.<br />

Diminui o risco de aspiração; garante o<br />

fluxo de ar para os pulmões em vez de para<br />

o estômago.<br />

13. Reconfirmar a posição do tubo (veja o<br />

Procedimento 2) e observar a posição do<br />

tubo nos dentes e <strong>na</strong>s <strong>na</strong>ri<strong>na</strong>s.<br />

A posição comum do tubo <strong>na</strong> altura <strong>dos</strong><br />

dentes é de 21 cm para mulheres e 23 cm<br />

para homens.<br />

14. Prender o tubo endotraqueal no lugar<br />

(de acordo com as normas do hospital).<br />

(Veja o Procedimento 2).<br />

Evita o deslocamento i<strong>na</strong>dvertido do tubo.<br />

Vários méto<strong>dos</strong> são usa<strong>dos</strong> para prender tubos<br />

endotraqueais, inclusive o uso de prendedores<br />

fabrica<strong>dos</strong> especialmente para esse fim, fita<br />

de sarja (twill) ou fita adesiva. O método de<br />

prender o tubo endotraqueal não deve interferir<br />

<strong>na</strong> capaci<strong>da</strong>de do profissio<strong>na</strong>l médico de prestar<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos e freqüentes.<br />

A<strong>da</strong>ptado de: Scott JM. Chapter 3 Endotracheal Intubation (Assist). In: AACN Procedure Manual for Critical Care.<br />

Wiegand DJ, Carlson KK, eds. 2005, Elsevier Inc, 21-27.<br />

26


FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DIÁRIA DA SAÚDE BUCAL<br />

EXEMPLO<br />

Nome do paciente ______________________________________Núm. de registro do paciente: __________<br />

Data<br />

MUCOSA/GENGIVAS<br />

0= Cor-de-rosa e úmi<strong>da</strong>, gengivas firmes<br />

1= Vermelhidão/edema/tártaro de radiação<br />

2= Ulceração/sangramento<br />

CONFORTO<br />

0= Confortável<br />

1= Desconforto<br />

2= Dor<br />

LÁBIOS E CANTOS DA BOCA<br />

0= Lisos, cor-de-rosa, úmi<strong>dos</strong><br />

1= Resseca<strong>dos</strong>/racha<strong>dos</strong><br />

2= Com úlceras/sangramento<br />

3= Herpes simplex<br />

CANDIDÍASE/INFECÇÃO<br />

0= Não<br />

1= Sim<br />

LÍNGUA<br />

0= Cor-de-rosa e úmi<strong>da</strong><br />

1= Com cama<strong>da</strong><br />

2= Com bolhas ou racha<strong>da</strong><br />

DENTES/DENTADURAS<br />

0= Limpos, sem resíduos<br />

1= Dentes moles/dentadura mal ajusta<strong>da</strong> <strong>na</strong> boca<br />

2= Resíduos<br />

3= Cáries<br />

SALIVA/BOCA SECA<br />

0= Aquosa<br />

1= Espessa ou fibrosa<br />

2= Ausente/boca seca<br />

DEGLUTIÇÃO/MASTIGAÇÃO<br />

0= Normal<br />

1= I<strong>na</strong>bili<strong>da</strong>de de deglutir ou mastigar alimentação normal<br />

2= I<strong>na</strong>bili<strong>da</strong>de de deglutir alimentos moles<br />

3= I<strong>na</strong>bili<strong>da</strong>de de deglutir líqui<strong>dos</strong><br />

4= I<strong>na</strong>bili<strong>da</strong>de de deglutir saliva<br />

Pontos = 0 Seguir o protocolo normal de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

+ intervenções específicas para o bom estado de saúde <strong>da</strong> boca.<br />

Acima de > 0 Seguir o protocolo normal de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong>.<br />

+ encaminhar a intervenções específicas e individuais.<br />

Assi<strong>na</strong>tura (iniciais)<br />

27


CUIDADOS BUCAIS SÃO CUIDADOS CRÍTICOS<br />

O <strong>papel</strong> <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> <strong>na</strong> prevenção <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital<br />

Guia de estudo independente<br />

Pós-teste<br />

Nome: _________________________________________<br />

Indique que sigla corresponde a que definição.<br />

A. PAC B. PACM C. PAH D. PAV<br />

1. _____ Pneumonia que se desenvolve em paciente que reside <strong>na</strong> comuni<strong>da</strong>de e que, antes <strong>da</strong> presença<br />

de sintomas, não esteve em ambiente hospitalar nos últimos 90 dias, nem inter<strong>na</strong>do em clínica de<br />

longa permanência nos últimos 14 dias<br />

2. _____ Pneumonia em paciente submetido à ventilação mecânica por pelo menos 48 horas<br />

3. _____ Pneumonia em paciente dentro de 90 dias após receber alta de um hospital de atendimento de casos<br />

agu<strong>dos</strong>, clínica residencial ou de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> gerais, ou que foram submeti<strong>dos</strong> à diálise ou atendimento<br />

domiciliar e que apresentam pneumonia <strong>na</strong> ocasião <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção em um hospital ou clínica de<br />

atendimento de casos agu<strong>dos</strong><br />

4. _____ Pneumonia que ocorre no paciente pelo menos 48 horas após a inter<strong>na</strong>ção hospitalar, sendo que a<br />

infecção não estava presente nem em estado de incubação <strong>na</strong> ocasião <strong>da</strong> inter<strong>na</strong>ção<br />

Coloque os seguintes estágios de percurso de PAV <strong>na</strong> ordem de evolução (1 a 4)<br />

5. _____ Pulmões contami<strong>na</strong><strong>dos</strong> por microorganismos<br />

6. _____ Contami<strong>na</strong>ção/colonização por bactérias acima do cuff<br />

7. _____ Sistema de elimi<strong>na</strong>ção/proteção <strong>na</strong>tural em más condições<br />

8. _____ Aspiração de microorganismos pelos pulmões, diretamente através do tubo endotraqueal ou ao redor<br />

do cuff<br />

Múltipla escolha<br />

9. _____ De acordo com a lista apresenta<strong>da</strong> neste guia de estudo, qual <strong>dos</strong> itens abaixo NÃO é um fator de<br />

risco para o desenvolvimento de pneumonia em pacientes inter<strong>na</strong><strong>dos</strong> em hospital?<br />

A. Posição supi<strong>na</strong><br />

B. Extremos de faixa etária<br />

C. Repeti<strong>da</strong>s entubações endotraqueais<br />

D. Inter<strong>na</strong>ção em hospital<br />

10. _____ Quais <strong>dos</strong> seguintes grupos recomen<strong>da</strong> o uso de um protocolo de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> completos?<br />

A. CDC B. APIC C. AACN D. To<strong>dos</strong> os grupos acima E. Nenhum <strong>dos</strong> grupos acima<br />

28


Avaliação<br />

Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> são cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> críticos<br />

O <strong>papel</strong> <strong>dos</strong> cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> <strong>na</strong> prevenção <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital<br />

Preencha to<strong>dos</strong> os <strong>da</strong><strong>dos</strong> claramente em letra de forma para que possamos contar com registros exatos.<br />

Nome : Núm. <strong>da</strong> licença e estado :*<br />

Título :<br />

SSN (seguri<strong>da</strong>de social):* (se o núm. <strong>da</strong> licença não estiver disponível)<br />

Nome do hospital/clínica :<br />

Endereço residencial :<br />

Ci<strong>da</strong>de : Estado : CEP :<br />

Telefone residencial :<br />

Telefone do trabalho:<br />

(*) O número de seguri<strong>da</strong>de social ou <strong>da</strong> licença é necessário para obtenção de créditos CE.<br />

Assi<strong>na</strong>le o quadradinho adequado: ® Enfermeiro graduado ® Técnico de cirurgia ® Especialista em terapia respiratória<br />

® Gerente de materiais ® Outro<br />

Data : __________________________ Coorde<strong>na</strong>dor : ____________________________<br />

O processo de avaliação é importante para sabermos em que medi<strong>da</strong> este programa foi eficaz e como<br />

ele atendeu às suas necessi<strong>da</strong>des individuais de aprendizagem. Faça um círculo ao redor do número que<br />

melhor corresponder à sua opinião sobre ca<strong>da</strong> afirmação apresenta<strong>da</strong>.<br />

Objetivos :<br />

Escala de avaliação : 1 = inferior a 5 = excelente<br />

Inferior -> Excelente<br />

Indique em que grau os objetivos deste programa foram atendi<strong>dos</strong>.<br />

1. Entender as classificações clínicas de pneumonia. 1 2 3 4 5<br />

2. Discutir os fatores de risco <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong> em hospital (PAH)<br />

e <strong>da</strong> pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV). 1 2 3 4 5<br />

3 Descrever o percurso <strong>da</strong> pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV). 1 2 3 4 5<br />

4. Explicar o <strong>papel</strong> do ambiente bucal no desenvolvimento <strong>da</strong> pneumonia adquiri<strong>da</strong><br />

em hospital (PAH) e a pneumonia associa<strong>da</strong> à ventilação mecânica (PAV). 1 2 3 4 5<br />

5. Exami<strong>na</strong>r as intervenções de cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>bucais</strong> recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s e os<br />

fun<strong>da</strong>mentos lógicos basea<strong>dos</strong> em evidência empírica <strong>da</strong>s práticas de<br />

cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> presta<strong>dos</strong> ao paciente. 1 2 3 4 5<br />

Avaliação geral<br />

Inferior -> Excelente<br />

6. Conteúdo 1 2 3 4 5<br />

7. Conhecimento especializado <strong>dos</strong> autores 1 2 3 4 5<br />

8. Materiais audiovisuais 1 2 3 4 5<br />

9. Materiais impressos distribuí<strong>dos</strong> 1 2 3 4 5<br />

10. Quali<strong>da</strong>de geral do programa 1 2 3 4 5<br />

Integri<strong>da</strong>de do programa : Indique em que grau você concor<strong>da</strong> com a<br />

seguinte afirmação<br />

Discordo -> Concordo<br />

11. O conteúdo deste curso foi apresentado imparcialmente, sem favorecer<br />

nenhum medicamento ou produto comercial. 1 2 3 4 5<br />

12. Quanto tempo levou para você termi<strong>na</strong>r o programa? ______________________________________<br />

13. Que outros tópicos lhe seriam úteis? ___________________________________________________<br />

14. Outros comentários.<br />

Iowa Nurses Only : Please complete and leave evaluation form with conference coordi<strong>na</strong>tor at the conclusion of the conference in exchange for a<br />

Certificate of Completion, or you may submit the evaluation form to the Iowa Board of Nursing.<br />

Flori<strong>da</strong> registered nurses must provide your Flori<strong>da</strong> RN license number.<br />

29


A missão <strong>da</strong> Kimberly-Clark é<br />

fornecer soluções clínicas para<br />

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Tel: 55 21 3525-9450<br />

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