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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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para <strong>de</strong>finir a política <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong> infra-estrutura nacional. Esse <strong>de</strong>safio é próprio <strong>de</strong><br />

câmaras ou <strong>de</strong> conselhos interministeriais e permeáveis à agen<strong>da</strong> política do Governo. É<br />

razoável afirmar que esse ambiente <strong>de</strong>veria ser construído na administração púbica direta<br />

(TCU, 2002).<br />

Sem a <strong>de</strong>lineação dos man<strong>da</strong>tos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ente – o que elabora políticas, o que<br />

planeja, o que regula e o que executa – a tarefa <strong>de</strong> controle fica dificulta<strong>da</strong>, posto que<br />

o estabelecimento <strong>de</strong> critérios para a avaliação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> segmento <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve<br />

estar baseado nas atribuições dos elos vizinhos. Assim, a regulação <strong>da</strong> operação <strong>de</strong><br />

uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica ou <strong>de</strong> um serviço público <strong>de</strong>ve ter em vista um plano para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado setor que levará, em última instância, à<br />

implementação <strong>de</strong> uma política pública.<br />

A DINÂMICA DAS REFORMAS<br />

As reformas dos setores <strong>de</strong> infra-estrutura no Brasil, a <strong>de</strong>speito dos diversos objetivos<br />

<strong>de</strong>clarados que as nortearam, acabaram tendo o tempo <strong>de</strong> sua implementação <strong>de</strong>finido<br />

mais pela agen<strong>da</strong> fiscal do que por qualquer outro fator. A redução do déficit fiscal foi<br />

sustenta<strong>da</strong> por dois pilares fun<strong>da</strong>mentais: as privatizações e os cortes com o custeio <strong>da</strong><br />

gestão pública.<br />

Mesmo as empresas não privatiza<strong>da</strong>s foram prepara<strong>da</strong>s para serem transferi<strong>da</strong>s<br />

aos particulares, principalmente por meio <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> incentivo à <strong>de</strong>missão, que<br />

causaram significativa per<strong>da</strong> <strong>de</strong> massa crítica <strong>da</strong>s empresas do governo e o conseqüente<br />

esvaziamento técnico do setor estatal (TCU, 2002).<br />

Esse fator foi <strong>de</strong>terminante para que a transição <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo baseado no<br />

investimento público para um outro em que os investimentos seriam providos por agentes<br />

privados ocorresse sem uma base institucional capaz <strong>de</strong> suportar e gerir uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong><br />

tal magnitu<strong>de</strong>. O setor elétrico brasileiro é o exemplo mais concreto <strong>de</strong>ste panorama.<br />

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Historicamente, no Brasil, o planejamento <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> infra-estrutura era<br />

elaborado <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s empresas estatais. No setor <strong>de</strong> energia, por exemplo, a Eletrobrás e<br />

a Petrobrás cumpriram esse papel em suas respectivas áreas <strong>de</strong> atuação, ain<strong>da</strong> que sem<br />

uma visão integra<strong>da</strong>.<br />

Naturalmente, ain<strong>da</strong> que sejam importantes instrumentos <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong><br />

políticas <strong>de</strong> governo, ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas empresas tem seu processo <strong>de</strong>cisório orientado<br />

também por interesses outros que não os do governo. Dirigentes, funcionários, acionistas<br />

minoritários ou produtores que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos insumos ou <strong>da</strong>s facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s gera<strong>da</strong>s nessas<br />

indústrias po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar a condução <strong>de</strong> diversas questões empresariais em <strong>de</strong>trimento<br />

dos interesses do governo ou mesmo do interesse social geral.<br />

Argumentos assim reforçam a tese <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve haver, no interior <strong>da</strong> administração<br />

pública direta, uma burocracia capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>linear marcos estratégicos e captar as<br />

percepções dos diversos agentes interessados no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> infra-estrutura<br />

nacional, sejam eles produtores, consumidores, concessionários, usuários ou mesmo<br />

representantes <strong>de</strong> outros setores governamentais potencialmente afetados.<br />

Ocorre que os ministérios setoriais não têm a tradição <strong>de</strong> conduzir o <strong>de</strong>bate<br />

em torno <strong>da</strong> enunciação <strong>de</strong> políticas e <strong>de</strong> diretrizes para a oferta <strong>de</strong> serviços e<br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

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