09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Tendo em vista o objetivo <strong>de</strong> garantir a prestação <strong>de</strong> serviços contínuos, universais,<br />

<strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a preços razoáveis 4 , mas capazes <strong>de</strong> produzir taxas <strong>de</strong> remuneração<br />

suficientes para atrair empreen<strong>de</strong>dores privados, e para mitigar incertezas e oportunismos 5 ,<br />

a relação entre a Administração Pública e os agentes <strong>de</strong>legados – públicos e privados –<br />

passou por um processo <strong>de</strong> contratualização que resultou num conjunto <strong>de</strong> direitos e<br />

obrigações recíprocas. Os usuários <strong>de</strong>sses serviços, contudo, apesar <strong>de</strong> não constarem<br />

explicitamente dos contratos, também her<strong>da</strong>ram direitos e obrigações, fenômeno<br />

<strong>de</strong>nominado por Pietro (1999) <strong>de</strong> trilaterali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos contratos <strong>de</strong> concessão.<br />

A prestação dos serviços públicos é atribuição originária <strong>da</strong> Administração, que<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>legá-la (a prestação) a terceiros. Na perspectiva do po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte não se<br />

po<strong>de</strong>, portanto, per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista que a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o relacionamento construído com<br />

os agentes <strong>de</strong>legados é assegurar o fornecimento <strong>de</strong> serviços a um conjunto <strong>de</strong> usuários<br />

(famílias e empresas), que os <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m, e para quem, em muitos casos, são essenciais.<br />

Nesse contexto, caracterizado pelo aumento na complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s relações e no<br />

custo <strong>da</strong>s transações 6 , surgiram as agências reguladoras, como parte <strong>de</strong> um arranjo<br />

institucional <strong>de</strong>dicado a garantir o cumprimento <strong>de</strong> normas e <strong>de</strong> contratos entre prestadores<br />

<strong>de</strong> serviços e a administração pública, bem como implementar políticas e diretrizes <strong>de</strong><br />

governo para os setores <strong>de</strong> infra-estrutura. A cronologia <strong>da</strong> criação e implementação<br />

<strong>de</strong>stas agências é apresenta<strong>da</strong> na Tabela 1.<br />

Tabela 1 Criação <strong>da</strong>s agências reguladoras <strong>de</strong> infra-estrutura no Brasil<br />

Designação <strong>da</strong> agência<br />

Lei <strong>de</strong> criação<br />

Decreto <strong>de</strong><br />

implementação<br />

Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica(Aneel)<br />

9.427<br />

26 <strong>de</strong>z.1996<br />

2.335<br />

6 out.1997<br />

81<br />

Agência Nacional <strong>de</strong> Telecomunicações(Anatel)<br />

9.472<br />

10 jul.1997<br />

2.338<br />

7 out. 1997<br />

Agência Nacional do Petróleo(ANP)<br />

9.478<br />

6 ago.1997<br />

2.455<br />

14 jan.1998<br />

Agência Nacional <strong>de</strong> Transportes<br />

Terrestres(ANTT)<br />

Agência Nacional <strong>de</strong> Transportes<br />

Aquaviários(Antaq)<br />

10.233<br />

5 jun.2001<br />

4.130<br />

13 fev. 2002<br />

10.233<br />

5 jun. 2001<br />

4.122<br />

13 fev.2002<br />

Esses novos entes públicos nasceram incumbidos <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio: regular a<br />

oferta <strong>de</strong> serviços providos por empreen<strong>de</strong>dores públicos e privados, <strong>de</strong> sorte a garantir<br />

uma prestação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> e dos preços,<br />

mas sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista a perspectiva <strong>de</strong> garantir uma rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> atrair<br />

investidores privados para os setores regulados, e ain<strong>da</strong> que esses setores constituíssem,<br />

tanto quanto possível, ambientes com reduzidos oportunismos e incertezas.<br />

PREMISSAS ORIENTADORAS DAS REFORMAS<br />

Algumas premissas importantes orientaram a reforma do setor <strong>de</strong> infra-estrutura<br />

no Brasil e na América Latina, <strong>de</strong> uma forma geral. A primeira <strong>de</strong>ssas premissas foi o<br />

esgotamento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento do governo em função <strong>da</strong> crise fiscal agu<strong>da</strong><br />

a que foi exposto o setor estatal nos países em <strong>de</strong>senvolvimento ao longo <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

80 e 90. A segun<strong>da</strong>, <strong>de</strong> cunho essencialmente i<strong>de</strong>ológico, propugnava a <strong>de</strong>soneração<br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!