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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

Tratava-se <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização instaura<strong>da</strong>, em 2 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1988, pela<br />

Transbrasil Linhas Aéreas, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na alegação <strong>de</strong> quebra do equilíbrio econômico e<br />

financeiro do contrato <strong>de</strong> concessão. Houve alegação <strong>da</strong> União <strong>de</strong> que se tratava <strong>de</strong><br />

permissão e não <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> serviço público para não conce<strong>de</strong>r o equilíbrio-econômico<br />

do contrato garantido pelo art. 167, inciso II, <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1967.<br />

O Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral enten<strong>de</strong>u que a Transbrasil mantém com a União<br />

Fe<strong>de</strong>ral um contrato <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> transporte aéreo, celebrado nos termos do art. 8°,<br />

XV, c, <strong>da</strong> Carta <strong>de</strong> 1969, por via do Decreto n° 72.898/1973 (art. 15), prorrogado pelo<br />

Decreto n° 95.910/1988.<br />

Assim, o Pretório Excelso concluiu que não proce<strong>de</strong> a alegação <strong>da</strong> União <strong>de</strong> que<br />

falta título hábil à pretensão, uma vez que a Transbrasil não é permissionária <strong>de</strong> serviço<br />

público, mas sim concessionária <strong>de</strong> transporte aéreo.<br />

6.1.5 Do nosso entendimento<br />

Enten<strong>de</strong>mos que diante <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> legal posta, especialmente o art. 175<br />

<strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral, não há diferenciação entre a concessão e a permissão <strong>de</strong><br />

serviço público quanto às respectivas naturezas jurídicas, já que ambos são contratos<br />

administrativos.<br />

Registre-se que essa é a posição majoritária na doutrina e na jurisprudência.<br />

480<br />

6.2 A concessão e a permissão se diferenciam quanto ao objeto?<br />

6.2.1 Comentários gerais<br />

O objeto <strong>da</strong> concessão e <strong>da</strong> permissão <strong>de</strong> serviço público, como o próprio nome<br />

indica, é a prestação <strong>de</strong> serviços públicos.<br />

A pergunta seguinte seria se todo e qualquer serviço público seria passível <strong>de</strong><br />

ser objeto <strong>de</strong> concessão ou permissão, à qual já respon<strong>de</strong>mos na parte 4.2, em que<br />

explanamos em <strong>de</strong>talhes sobre o assunto, tendo concluído que, segundo a doutrina, o<br />

serviço público necessita ser específico e divisível, além <strong>de</strong> não ser privativo do próprio<br />

Po<strong>de</strong>r Público e se tratar <strong>de</strong> serviço prestado a terceiros (usuários), admitindo exploração<br />

comercial.<br />

Não encontramos nenhum entendimento doutrinário, legal ou jurispru<strong>de</strong>ncial<br />

<strong>de</strong>limitando qual instituto <strong>de</strong>veria ser usado em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> características específicas <strong>de</strong><br />

serviço público, apesar <strong>de</strong> que muitos, movidos por aspectos práticos, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que os<br />

investimentos <strong>de</strong> maior porte <strong>de</strong>man<strong>da</strong>riam concessão e não permissão.<br />

6.2.2 Do nosso entendimento<br />

Enten<strong>de</strong>mos que a concessão e a permissão, legalmente, não se diferenciam quanto<br />

aos serviços públicos que po<strong>de</strong>m ser seu objeto, <strong>de</strong>vendo o Po<strong>de</strong>r Público, no entanto,<br />

utilizar o instituto <strong>da</strong> concessão quando o porte do investimento assim o exigir.

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