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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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Assim, a escolha <strong>de</strong> E & P é guia<strong>da</strong> por preocupações políticas, isto porque os<br />

parlamentares vêem que tais escolhas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>cisivas, na medi<strong>da</strong> em que po<strong>de</strong>m<br />

assegurar, ou não, que futuras agências venham a produzir resultados políticos satisfatórios<br />

para a coalizão. Dois aspectos são fun<strong>da</strong>mentais para a <strong>de</strong>finição dos arranjos <strong>de</strong> controle<br />

políticos <strong>de</strong> agências: primeiro, equilíbrio entre as forças dos múltiplos principais, Executivo<br />

e Legislativo, gerando uma coalizão que favoreça a governança; segundo, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> E<br />

& P <strong>de</strong> agências como mecanismo <strong>de</strong> controle.<br />

Na análise <strong>de</strong> McCubbins, Noll & Weingast (1989), partindo-se do mo<strong>de</strong>lo<br />

principal-agente, a coalizão vai procurar selecionar a política, a estrutura e o processo que<br />

consigam <strong>de</strong>terminar a cooperação <strong>da</strong> burocracia. Além do mais, tomando-se em conta<br />

o problema dos altos custos <strong>de</strong> monitoramento, propõem-se mecanismos alternativos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> comportamento não cooperativo <strong>da</strong> agência, através <strong>da</strong> organização<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> fire alarms, <strong>de</strong> modo que grupos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ouviriam o alerta <strong>da</strong>do e<br />

informariam aos órgãos <strong>de</strong> controle político, localizando e <strong>de</strong>latando o oportunismo.<br />

Delegação <strong>de</strong> Po<strong>de</strong>res e Mecanismos <strong>de</strong> Controle<br />

Um dos pontos centrais <strong>da</strong> discussão <strong>de</strong>ste trabalho refere-se ao relacionamento<br />

<strong>da</strong>s agências reguladoras com o sistema político, bem como sobre a origem política <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>da</strong>s agências. Mesmo para a TPPR, este ain<strong>da</strong> é um ponto bastante controvertido,<br />

dividindo-se os pontos <strong>de</strong> vista, que vêem o relacionamento agência-legislador <strong>da</strong><br />

seguinte forma: primeiro, levando-se em conta os componentes burocráticos <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>da</strong>s agências, assume-se que as agências são relativamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em relação<br />

ao Congresso e ao Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> República; segundo, as agências são efetivamente<br />

controla<strong>da</strong>s pelo Congresso em suas realizações concretas, que não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser<br />

resultado dos seus interesses políticos.<br />

433<br />

A<strong>de</strong>mais, o <strong>de</strong>bate sobre reformulação <strong>de</strong> E & P, em regra, ignora a falta <strong>de</strong><br />

consenso sobre a questão do controle efetivo <strong>de</strong> agências, além <strong>de</strong> não incorporar<br />

propostas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> observações ou <strong>de</strong> evidências empíricas sobre o comportamento<br />

<strong>da</strong> burocracia, que autorizem prognósticos <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças nas políticas.<br />

Weingast & Moran (1983) partem <strong>de</strong>sses dois pontos <strong>de</strong> vista, consi<strong>de</strong>rando que a<br />

<strong>de</strong>finição quanto à relação <strong>de</strong> controle ou não-controle <strong>de</strong> agências é a gran<strong>de</strong> questão<br />

subjacente à to<strong>da</strong> discussão sobre reforma regulatória. To<strong>da</strong> reforma no arcabouço<br />

regulatório assenta-se sobre uma <strong>de</strong>ssas concepções <strong>de</strong> prováveis comportamentos <strong>de</strong><br />

agências governamentais, e o sucesso <strong>de</strong> qualquer mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> se a concepção <strong>de</strong><br />

agência implícita correspon<strong>de</strong>, ou não, a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente à prática <strong>da</strong>s agências.<br />

Com isso, concluem que a compreensão sobre a origem <strong>da</strong>s agências estatais, bem<br />

como <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mu<strong>da</strong>nça na política concreta realiza<strong>da</strong> por estes entes, <strong>de</strong>corre<br />

<strong>da</strong> percepção <strong>de</strong> que existem orientações políticas subjacentes no processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão, orientações estas oriun<strong>da</strong>s do parlamento.<br />

3 PLANO GERAL DE METAS DE UNIVERSALIZAÇÃO<br />

O Plano Geral <strong>de</strong> Metas <strong>de</strong> Universalização (PGMU) <strong>de</strong>finiu as metas <strong>de</strong> acesso<br />

individual e coletivo que <strong>de</strong>vem ser atendi<strong>da</strong>s pelas concessionárias até o final <strong>de</strong> 2005<br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

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