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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

Para fins <strong>de</strong> análise propõe-se a divisão temporal em dois períodos <strong>de</strong> cinco anos:<br />

1992-1997 e 1998-2002. O primeiro caracterizado pela existência <strong>de</strong> monopólios<br />

estatais regulados pelo custo <strong>de</strong> serviço, e o segundo pelo controle privado ou misto, e<br />

regulação por preços máximos e incentivo à competição. Dois tipos <strong>de</strong> exercício serão<br />

<strong>de</strong>senvolvidos ao avaliar-se a evolução dos serviços ao longo do período 1992-2002:<br />

avaliar a evolução dos serviços por regiões e por grupos <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>. Com isto, busca-se<br />

avaliar se, e em que medi<strong>da</strong>, as reformas regulatórias e a privatização dos setores <strong>de</strong><br />

telefonia e energia elétrica contribuíram para a ampliação do acesso, e quais foram seus<br />

efeitos sobre a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social e regional.<br />

A análise <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> incidência (stan<strong>da</strong>rd inci<strong>de</strong>nce analyis), diagnóstico sobre<br />

a atual distribuição do acesso, é importante para enten<strong>de</strong>r qual é a situação dos diferentes<br />

setores. No entanto, Estache, Foster e Wodon (2002) ressaltam que mais importante é a<br />

análise <strong>de</strong> incidência marginal, que consiste em investigar quem são os beneficiados pelo<br />

crescimento na cobertura dos serviços públicos, porque as políticas públicas ten<strong>de</strong>m a<br />

apresentar impactos na margem.<br />

Tanto a evolução dos preços como <strong>da</strong> cobertura dos serviços resultam <strong>de</strong> múltiplas<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> políticas públicas e <strong>de</strong> variáveis conjunturais. McKenzie e Mookherje (2003)<br />

consi<strong>de</strong>ram que as limitações dos <strong>da</strong>dos disponíveis em termos <strong>de</strong> representar <strong>de</strong> maneira<br />

precisa os impactos distributivos <strong>da</strong> privatização são o principal <strong>de</strong>safio a ser superado.<br />

I<strong>de</strong>almente a análise <strong>de</strong> incidência marginal <strong>de</strong>ve ser conduzi<strong>da</strong>, tendo-se como base <strong>de</strong><br />

comparação um cenário contra-factual.<br />

410<br />

Estes cenários <strong>de</strong>vem refletir os efeitos <strong>da</strong> urbanização, do crescimento econômico<br />

e <strong>da</strong> política <strong>de</strong> investimentos nos setores em análise, caso fossem mantidos sob controle<br />

estatal. I<strong>de</strong>almente, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> simples construção. No entanto, <strong>de</strong>screver possíveis<br />

comportamentos alternativos <strong>da</strong> evolução <strong>de</strong> preços e cobertura dos serviços é tarefa<br />

caracteriza<strong>da</strong> pelo seu alto grau <strong>de</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9 .<br />

Cenários contra-factuais são intrinsecamente difíceis <strong>de</strong> construir, em especial<br />

consi<strong>de</strong>rando as mu<strong>da</strong>nças macroeconômicas, choques globais, <strong>de</strong>sregulamentação<br />

<strong>de</strong> mercados e liberalização comercial que atingiram a maioria absoluta dos países que<br />

empreen<strong>de</strong>ram as reformas em questão, afetando os preços relativos entre os serviços em<br />

análise e os <strong>de</strong>mais bens e serviços na economia. Mu<strong>da</strong>nças tecnológicas po<strong>de</strong>m também<br />

afetar o ritmo <strong>de</strong> crescimento no acesso, o que po<strong>de</strong> ser extremamente relevante no caso<br />

<strong>de</strong> telecomunicações, com o advento do celular.<br />

Assim, na maioria dos casos, estes fatos e outros problemas associados à natureza<br />

dos <strong>da</strong>dos disponíveis po<strong>de</strong>m inviabilizar a construção <strong>de</strong> cenários contra-factuais, e a<br />

análise é feita a partir <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos brutos <strong>de</strong> acesso e preços. A <strong>de</strong>speito <strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>rações<br />

apresenta<strong>da</strong>s anteriormente, McKenzie. e Mookherje (2003) afirmam que, mesmo em<br />

tais situações, não há outra alternativa melhor para medir os impactos distributivos <strong>da</strong>s<br />

reformas regulatórias e privatização. Neste trabalho, as limitações <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos disponíveis<br />

inviabilizaram a construção <strong>de</strong> cenários contra-factuais.<br />

EVOLUÇÃO POR FAIXA DE RENDA<br />

Como apresentado no Gráfico 1, enquanto para telefonia fixa verificou-se um<br />

forte crescimento na taxa <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong> cobertura dos serviços para o período pósprivatização,<br />

os serviços <strong>de</strong> energia elétrica mantiveram o mesmo ritmo <strong>de</strong> expansão.

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