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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

uma redução <strong>de</strong> US$1,6 bilhão na balança comercial do País.<br />

RETORNOS SOBRE CAPITAL FÍSICO<br />

Anuatti-Neto et all (2003) analisam o <strong>de</strong>sempenho econômico-financeiro <strong>da</strong>s<br />

empresas privatiza<strong>da</strong>s antes e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> transferência do seu controle, comparando<br />

também indicadores <strong>da</strong>s empresas priva<strong>da</strong>s 4 utiliza<strong>da</strong>s como grupo <strong>de</strong> controle. Os autores<br />

ressaltam a importância <strong>de</strong>sta comparação com o setor privado, em função dos altos e<br />

baixos <strong>da</strong> economia brasileira ao longo dos anos 90. A conclusão é que a privatização<br />

trouxe ganhos <strong>de</strong> eficiência, especialmente a eficiência operacional, aumentou o nível <strong>de</strong><br />

investimentos, e melhorou o <strong>de</strong>sempenho econômico-financeiro <strong>da</strong>s empresas envolvi<strong>da</strong>s<br />

no processo. Importantes fontes <strong>de</strong> ganhos para as empresas foram a redução do emprego<br />

direto e aumentos <strong>de</strong> preços.<br />

Motta (2003) realiza uma análise <strong>de</strong> custo-benefício social utilizando cenário<br />

contra-factual – como proposto por Jones e Vogelsang (1990) – para avaliar os resultados<br />

<strong>da</strong> reestruturação do setor elétrico. O estudo conclui que ao longo do período 1993-2007<br />

o processo terá resultado em ganhos <strong>de</strong> eficiência <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2,6% do PIB <strong>de</strong> 1994. A<br />

causa mais importante dos ganhos <strong>de</strong> eficiência é a redução nos custos controláveis 5 pelas<br />

empresas <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10% ao ano ao longo do período 1995-2000. A<br />

redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong>veu-se principalmente ao aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho.<br />

404<br />

Utilizando pesos sociais iguais, a autora conclui que as empresas receberam a<br />

gran<strong>de</strong> fatia do ganho líquido propiciado pela privatização: para todos os cenários<br />

utilizados, o ganho <strong>da</strong>s empresas é <strong>de</strong> pelo menos meta<strong>de</strong> do benefício líquido. Em<br />

segundo lugar, viriam os consumidores, sendo os menores ganhos apropriados<br />

pelo Governo. No entanto, uma <strong>da</strong>s premissas básicas para o comportamento do<br />

regulador econômico nas revisões tarifárias, fun<strong>da</strong>mental para <strong>de</strong>terminar o ganho dos<br />

consumidores entre o período 2001-2007, não se verificou: contrariamente à premissa<br />

<strong>de</strong> reduções reais nos preços <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,54% ao ano, o que tem sido verificado<br />

nas revisões tarifárias períódicas realiza<strong>da</strong>s entre 2001 e 2004 são aumentos superiores<br />

aos índices <strong>de</strong> inflação ao consumidor (como IPCA, IPC). Isso significa que os ganhos<br />

relativos <strong>da</strong>s empresas ao longo do período <strong>de</strong>vem ser ain<strong>da</strong> maiores que os estimados<br />

pela autora.<br />

RETORNOS SOBRE O TRABALHO<br />

Anuatti-Neto et all (2003) concluem que nos setores <strong>de</strong> eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e distribuição<br />

<strong>de</strong> gás a privatização reduziu o nível <strong>de</strong> emprego. No setor <strong>de</strong> telecomunicações esta<br />

conclusão não é clara, em função <strong>de</strong> diversos fatores, entre eles a rápi<strong>da</strong> expansão<br />

experimenta<strong>da</strong> pela telefonia. Motta (2003) conclui que a redução <strong>de</strong> custos verifica<strong>da</strong>s<br />

no segmento <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong>correu principalmente do aumento <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho, <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 196% no período. O total <strong>de</strong> empregados nessas<br />

empresas praticamente reduziu-se pela meta<strong>de</strong>, com óbvias implicações do ponto <strong>de</strong> vista<br />

distributivo. Segundo matéria publica<strong>da</strong> na Gazeta Mercantil <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004, o<br />

volume <strong>de</strong> funcionários no setor <strong>de</strong> telefonia caiu <strong>de</strong> 81 mil em 1998 (ano <strong>da</strong> privatização)<br />

para 54 mil em 2004: enquanto as concessionárias <strong>de</strong> telefonia fixa <strong>de</strong>mitiram 2/3 <strong>de</strong>

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