09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

diversas ações, <strong>de</strong> forma a assegurar, ou buscar assegurar, a digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa<br />

humana.<br />

Verifica-se, contudo, que estas novas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>riam ser plenamente<br />

satisfeitas com instrumentos e limitações tradicionais do Po<strong>de</strong>r Público. Torna-se<br />

imprescindível, então, que se aparelhe o Estado com os meios a<strong>de</strong>quados para atingir e<br />

realizar seus novos objetivos. Percebe-se que as amarras tradicionais, e necessárias, frise-se,<br />

que tornam a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> estatal extremamente burocratiza<strong>da</strong>s, não se mostram compatíveis<br />

com os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> um Estado agente, empreen<strong>de</strong>dor. Eram perfeitamente a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s ao<br />

Estado ausente, mas incongruentes com o Estado promotor do equilíbrio social.<br />

Nesse contexto, buscaram-se formas alternativas <strong>de</strong> se propiciar que a administração<br />

pública melhor <strong>de</strong>sempenhasse seu papel. Aparecem, então, as chama<strong>da</strong>s empresas<br />

estatais, juntamente com as autarquias. Estas <strong>de</strong> direito público, aquelas organiza<strong>da</strong>s<br />

como pessoas jurídicas <strong>de</strong> direito privado. Criam-se meios para que a atuação estatal<br />

possa, <strong>de</strong> maneira mais ágil, atingir seu fim último: a realização do interesse público.<br />

Tais empresas foram cria<strong>da</strong>s, basicamente, para que pu<strong>de</strong>ssem prestar serviços<br />

púbicos que o Estado, em sua organização tradicional, não conseguia realizar <strong>de</strong> forma<br />

ágil e eficaz. As estatais surgiram para satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas latentes que o<br />

Estado não mais era capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r, por meio <strong>de</strong> seus mecanismos até então existentes.<br />

2.1 Empresas Públicas e Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Economia Mista<br />

356<br />

Inicialmente, o Estado, ao buscar novas formas <strong>de</strong> atuar diretamente na prestação<br />

<strong>de</strong> serviços públicos, buscou a criação <strong>de</strong> pessoas jurídicas distintas do Ente político,<br />

porém ain<strong>da</strong> com personali<strong>da</strong><strong>de</strong> jurídica <strong>de</strong> direito público. Surgiram, nesse contexto, as<br />

autarquias.<br />

Não obstante, tais pessoas administrativas ain<strong>da</strong> estavam vincula<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> uma<br />

forma mais tênue, reconheça-se, a normas <strong>de</strong> direito público. Dessa forma, buscando<br />

uma atuação mais eficiente e menos burocrática, surgiram as chama<strong>da</strong>s empresas<br />

estatais. Pessoas jurídicas <strong>de</strong> direito privado com o objetivo <strong>de</strong> realizar <strong>de</strong>terminado<br />

interesse público, que, livre <strong>da</strong>s amarras tradicionais <strong>da</strong> Administração Pública, po<strong>de</strong>riam<br />

<strong>de</strong>sempenhar sua função <strong>de</strong> forma mais efetiva.<br />

Pela expressão empresas estatais po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>signar, na precisa lição <strong>de</strong> Maria Sylvia<br />

Zanella Di Pietro,<br />

to<strong>da</strong>s as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, civis ou comerciais, <strong>de</strong> que o Estado tenha o controle<br />

acionário, abrangendo a empresa pública, a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> economia mista e<br />

outras empresas que não tenham essa natureza e às quais a Constituição faz<br />

referência, em vários dispositivos, como categoria à parte (arts. 71, II, 165, § 5º,<br />

III, 173, § 1º). 1<br />

Cumpre enfatizar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, que tais enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m constituir-se sob qualquer<br />

forma admiti<strong>da</strong> em direito e, até mesmo, inovarem no or<strong>de</strong>namento, respeita<strong>da</strong> a autorização<br />

legal para sua criação. Contudo, esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação é restrita à União, posto<br />

que os Estados, o Distrito Fe<strong>de</strong>ral e os Municípios, apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem criar suas próprias<br />

estatais, não po<strong>de</strong>m fugir <strong>da</strong> tipici<strong>da</strong><strong>de</strong> societária estabeleci<strong>da</strong> em norma fe<strong>de</strong>ral.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!